Os estrogênios, um grupo de hormônios sexuais predominantemente femininos, desempenham um papel crucial não apenas na saúde reprodutiva, mas também na saúde mental das mulheres.
Essas substâncias regulam uma ampla gama de processos fisiológicos que afetam diretamente o humor, aspectos comportamentais, a cognição e o bem-estar emocional. Para médicos de diferentes especialidades, compreender essa relação é essencial para oferecer cuidados integrativos e eficazes às pacientes.
Diferentes formas de estrogênio — como estradiol, estrona e estriol — possuem características fisiológicas distintas, desempenhando papéis únicos no bem-estar psicológico e emocional. Assim como a progesterona também tem grande importância.
Neste artigo, exploramos essas diferenças e como cada um contribui para a saúde mental das mulheres.
Estrogênios e neuroproteção
Os estrogênios possuem propriedades neuroprotetoras, modulando a plasticidade neuronal e protegendo o cérebro contra processos neurodegenerativos.
Eles estimulam a produção de fatores neurotróficos, como o BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro), que promovem a sobrevivência neuronal e a reparação tecidual.
Essa ação pode explicar por que mulheres na pós-menopausa, quando os níveis de estrogênio diminuem significativamente, apresentam maior risco de desenvolver doenças neurodegenerativas como Alzheimer
Regulação do Humor
Os estrogênios influenciam neurotransmissores essenciais, como serotonina, dopamina e norepinefrina, que estão diretamente associados ao humor e à motivação.
O aumento ou redução dos níveis de estrogênio durante fases específicas do ciclo menstrual, gravidez ou menopausa pode levar a flutuações no humor, ansiedade e depressão.
Por exemplo, o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) é atribuído em parte à sensibilidade exacerbada a essas alterações hormonais
Estrogênio e saúde cognitiva
Os estrogênios, especialmente o estradiol, desempenham um papel vital na manutenção da função cognitiva. Eles promovem a formação de novas sinapses e previnem o declínio cognitivo, especialmente em áreas relacionadas à memória, como o hipocampo.
Estudos indicam que mulheres pós-menopausa que não recebem TRH têm maior risco de desenvolver doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, reforçando a importância do equilíbrio hormonal para a saúde cerebral.
Papel nos distúrbios de ansiedade e depressão
Estudos mostram que mulheres apresentam maior prevalência de transtornos de ansiedade e depressão em comparação aos homens, especialmente durante as fases de alterações hormonais significativas, como o período pós-parto e a menopausa.
Os estrogênios, ao modular os receptores serotoninérgicos e o sistema endocanabinoide, exercem um efeito calmante e estabilizador no sistema nervoso central.
Terapias e considerações clínicas
Para muitas mulheres, a reposição hormonal bioidêntica pode ser uma opção valiosa para mitigar os efeitos do declínio hormonal na saúde mental.
No entanto, é crucial que médicos avaliem individualmente cada caso, considerando fatores de risco como histórico de câncer hormono-dependente e outras questões individuais.
Além disso, abordagens integrativas que incluem exercício físico, alimentação balanceada e suporte psicológico são fundamentais para um manejo abrangente.
Conclusão
Os estrogênios desempenham um papel central na saúde mental das mulheres, influenciando o equilíbrio emocional, a cognição e a resiliência cerebral.
Médicos de todas as especialidades devem estar atentos à importância desses hormônios e às consequências de sua deficiência, especialmente durante períodos de transição hormonal.
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