As consequências de ficar sentado muito tempo

As consequências de ficar sentado muito tempo

Quanto tempo você costuma ficar sentado durante o dia?

De acordo com um estudo publicado pelo American Journal of Preventive Medicine, as pessoas ficam sentadas, em média, 4,7 horas por dia. 

Os seres humanos foram biologicamente preparados para ficar de pé. Dessa forma, sair da “zona de conforto” colabora para o aumento da flexibilidade, queima de gordura, aumento da imaginação e criatividade, além de reduzir os riscos de doenças cardiovasculares.

Neste artigo, explicamos quais são as consequências de ficar sentado durante muito tempo ao longo do dia. 

Siga a leitura e saiba mais sobre o assunto. 

Compreendendo as consequências de ficar muito tempo sentado

Com tantos avanços na tecnologia, nosso estilo de vida está mudando e, como resultado, passamos muito mais tempo sentados.

Ao acordar, nos sentamos para tomar café da manhã. Posteriormente, sentamos no carro a caminho do trabalho. No ambiente corporativo – ou, em tempos pandêmicos, no home office – permanecemos sentados. Almoçamos sentados, jantamos sentados e, em seguida, sentamos no sofá para assistir televisão.

Passamos muito tempo sentados e a ciência percebe cada vez mais os riscos de tal comportamento. 

Recentemente, um estudo publicado na Nature verificou que a atividade física está vinculada também ao aumento da criatividade e o estímulo da imaginação, características importantes na sociedade atual. 

Os pesquisadores da Universidade de Graz, na Áustria, aplicaram rastreadores de condicionamento físico em cerca de 80 adultos saudáveis por cinco dias. Os participantes foram convidados a completar uma série de tarefas criativas e alguns questionários durante o experimento.

Os dados coletados foram utilizados para vincular os padrões de exercícios e o desempenho criativo dos participantes. Dessa maneira descobriu-se que os voluntários mais ativos eram, consequentemente, os mais criativos.

Pelo contrário, viver uma vida sedentária pode colocar o corpo em risco, a curto e longo prazo. Cálculos realizados por James Levine, autor do livro “Levante-se! Porque sua cadeira está matando você e o que você pode fazer a respeito”, apontam que um indivíduo perde 2 horas de vida a cada 1 em que permanece sentado.

Manter uma rotina de exercícios, equilibrada com uma dieta balanceada, garante a saúde e auxilia na prevenção de inúmeras condições e doenças.

Continue a leitura e confira outros efeitos colaterais que o sedentarismo pode provocar.

Desenvolvimento de ansiedade

Um estudo publicado pela revista BMC Public Health, em 2015, concluiu que indivíduos que passam muito tempo sentados e com baixos níveis de energia correm um risco maior de desenvolver ansiedade.

De acordo com o estudo, a ansiedade e o comportamento sedentário estão conectados por conta da insuficiência de sono, saúde metabólica precária e isolamento social.

As atividades que, de certa forma, exigem que o corpo permaneça sentado incluem assistir televisão, trabalhar no computador ou jogar jogos eletrônicos.

A equipe responsável pela pesquisa observou que 36% dos participantes do estudo, em idade escolar, possuem maior propensão a sentir os efeitos da ansiedade se tivessem 2 horas de tela ou mais diárias.

Desenvolvimento de má postura e dores nas costas

Permanecer sentado por longos períodos de tempo pode adicionar uma grande pressão aos músculos das costas e discos da coluna vertebral. Além disso, a má postura colabora para o desenvolvimento de dor nas costas, que pode se alastrar para o pescoço, braços e pernas. 

Para que a situação seja revertida, a indicação principal é de que haja uma maior movimentação de todos os membros diariamente, ou seja, é preciso praticar algum exercício, alongar-se ou simplesmente caminhar.

Mesmo assim, outras medidas precisam ser tomadas para que o período em que necessita ficar sentado seja o menos doloroso possível. Uma importante dica é manter os membros em ângulos de 90º com os pés apoiados inteiramente no chão, bem como a tela do computador posicionada na altura dos olhos. 

Desenvolvimento de doenças crônicas

Pessoas que ficam mais de quatro horas por dia sentadas possuem maior propensão a desenvolver uma doença crônica como a hipertensão arterial, doenças cardíacas, diabetes e câncer.

Um estudo publicado na pela Revista Internacional de Nutrição Comportamental e Atividade Física analisou mais de 63 mil homens entre 45 e 64 anos que vivem na Austrália.

A análise transversal contou principalmente com dados sobre doenças crônicas, tempo sentado e atividade física. A comparação realizada entre grupos que ficam sentados por 4 horas e grupos que ficam sentados por mais de 4 horas apontou que o segundo grupo teve maior propensão para relatar a ocorrência de algum tipo de doença crônica em sua vida.

Em conclusão, maiores volumes de tempo sentado podem ser significativamente associados com diabetes e outros tipos de doenças crônicas, sem considerar o volume de atividade física como prioridade.

Ganho de peso

Um corpo sentado ou imóvel não queima o mesmo número de calorias de um corpo que está em movimento ou em exercício. Consequentemente, o ganho de peso pode ser uma consequência do sedentarismo.

Um estudo verificou que uma maior prevalência de sobrepeso e obesidade em pessoas que ficavam sentadas mais de 4 horas por dia e caminhavam menos de 1 hora por dia – tanto em homens quanto em mulheres.

Nos homens, mais de 4h sentados por dia foi associado a chances 1,7 vezes maior de ter obesidade em comparação com aqueles sentados menos de 4h por dia. Nas mulheres, esse comportamento sedentário aumentou o risco de sobrepeso-obesidade e excesso de gordura em 1,5 e 1,4, respectivamente.

Risco de desenvolvimento de coágulos sanguíneos

A trombose venosa profunda (TVP) pode ser considerada um efeito colateral de permanecer sentado por muito tempo.

A formação do coágulo sanguíneo geralmente afeta grandes veias nas coxas e pernas, porém não elimina a possibilidade de aparecer em outras áreas do corpo.

Ao formar-se, o coágulo pode viajar para o coração e pulmões, causando uma embolia pulmonar (EP) e, consequentemente, encurtamento de respiração, dores no peito e até mesmo óbito.