Câncer de mama: prevenção pode reduzir ¼ da incidência da doença

Câncer de mama: prevenção pode reduzir ¼ da incidência da doença

Atualmente, o câncer de mama é a doença mais incidente em mulheres no mundo, representando 24,2% do total de casos em 2018. Somente no Brasil, estimam-se 66.280 casos novos de câncer de mama para cada ano do triênio 2020-2022. (Estimativa | 2020 Incidência de Câncer no Brasil). 

A partir desses dados, fica o questionamento: enquanto médicos (a), estamos implementando todas as medidas necessárias para a prevenção da doença?

Prevenção do câncer de mama pode reduzir em até 28% o desenvolvimento da doença  

A literatura aponta que o risco de desenvolver câncer de mama pode variar entre as mulheres, englobando questões como histórico familiar, alterações nos níveis hormonais,  alto consumo de álcool, tabagismo, sedentarismo e ganho de peso na idade adulta.

De acordo com o Governo Federal, a adoção de hábitos saudáveis por meio da alimentação, nutrição e atividade física possibilita a redução em até 28% do risco do desenvolvimento de câncer de mama feminino.

Controlar o peso corporal e evitar a obesidade, por meio da alimentação saudável e da prática regular de exercícios físicos e evitar o consumo de bebidas alcoólicas são recomendações básicas para prevenir o câncer de mama. A amamentação também é considerada um fator protetor. Governo Federal

Dessa forma, uma parcela significativa dos índices de mortes por câncer poderiam ser evitadas através de hábitos saudáveis.

Em junho de 2020, a American Cancer Society atualizou suas diretrizes sobre dieta e atividade física para a prevenção do câncer. Além da prática de atividades físicas, a Sociedade traz recomendações como:

  • Passar menos tempo sentado ou deitado. Isso inclui o tempo olhando para seu telefone, tablet, computador ou TV.
  • Evitar ou limitar o consumo de carnes vermelhas.
  • Evitar ou limitar bebidas adoçadas com açúcar, alimentos altamente processados ​​e produtos de grãos refinados.
  • Evitar ao máximo o consumo de bebidas alcoólicas. 

A SOBRAF entende que é papel dos profissionais da saúde a conscientização da população sobre a adoção de condutas saudáveis para um envelhecimento digno.

Mais do que estimular o seu diagnóstico precoce, precisamos nos munir de conhecimento e atitudes para a prevenção do câncer de mama.

Pensando nisso, separamos em resumo diversos estudos científicos que abordam determinadas práticas que trazem apontamentos sobre a diminuição da incidência da doença em mulheres.

Dieta saudável e controle de peso são formas de prevenção

Praticar exercícios regularmente e consumir alimentos saudáveis são as práticas mais recomendadas para a prevenção de qualquer doença e não apenas o câncer.

Um estudo publicado em 2015, por exemplo, associou dietas ricas em ácidos graxos ômega 3 a um menor risco de câncer de mama. 

De acordo com os pesquisadores, mulheres com evidências de altas taxas de ingestão de ácidos graxos ômega-3 marinhos eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA) em relação ao ácido araquidônico ômega-6 apresentam risco reduzido de câncer de mama em comparação com aquelas com baixas proporções.

Por mais que o estudo não seja conclusivo, oferece horizontes para que novas pesquisas sejam implementadas na área com o objetivo de estimular a prevenção da doença

Em relação a alimentação, o relatório WCRF/AICR de 2017  concluiu que existem evidências de que a ingestão de vegetais sem amido pode diminuir o risco de câncer de mama. 

O relatório também afirmou que existem evidências sugestivas de que o consumo de frutas e vegetais contendo carotenóides diminui o risco de câncer de mama. 

Como demonstra outra pesquisa que analisa o consumo de determinados alimentos e o consumo de álcool na incidência de câncer de mama, dadas as inconsistências na literatura sobre o papel da ingestão de frutas e vegetais na prevenção da doença, nenhuma conclusão sólida pode ser obtida no momento a respeito da alimentação – com exceção do álcool, que possui comprovação sobre o impacto negativo no surgimento do câncer de mama. 

No entanto, frutas e vegetais contêm vários nutrientes, assim como fibras, que podem proteger coletivamente contra o câncer, ao invés de conferir um efeito protetor isolado.

Reposição hormonal durante o declínio gonadal feminino 

O Declínio Gonadal Feminino é um declínio hormonal que se caracteriza pelo período onde as ovulações e as menstruações são interrompidas nas mulheres. 

Atualmente, estudos sugerem que a terapia hormonal transdérmica promove mudanças favoráveis e significativas nos sintomas do Declínio Gonadal Feminino, bem como nos biomarcadores cardiovasculares, fatores inflamatórios, fatores de sinalização imunológica e demais resultados de saúde.

De acordo com as diretrizes da SOBRAF, realizadas a partir de ampla revisão na literatura científica, conclui-se haver chegado o momento de reconsiderar os conceitos atualmente vigentes sobre a reposição hormonal no Declínio Gonadal Feminino. 

Dessa forma,  recomenda-se o uso de hormônios em mulheres com Declínio Gonadal Feminino pelo tempo que for necessário, desde que seja comprovado o quadro em análise laboratorial. Além disso,  a reposição hormonal não pode causar danos à saúde da mulher. Inclusive, pode ser considerada benéfica para um estilo de vida saudável para o ser feminino.

Vale ressaltar, é claro, que diversas evidências de sociedades médicas ao redor do mundo não recomendam a utilização de hormônios não-homólogos humanos na reposição hormonal no Declínio Gonadal Feminino.

Para evitar riscos à saúde dos pacientes, é essencial o atendimento individualizado as suas necessidades e a compreensão sobre os novos estudos que colocam a fisiologia humana em pauta.

Para saber mais, acesse a área do associado e confira nossas diretrizes na íntegra.