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Deficiência de testosterona na mulher: causas, sintomas e por que reequilibrar

A testosterona também é um hormônio feminino. Apesar de amplamente associada à saúde masculina, a testosterona é um hormônio fundamental para a mulher. Produzida principalmente nos ovários e nas glândulas adrenais, ela exerce papel essencial em diversas funções fisiológicas, desde o metabolismo e o equilíbrio emocional até a vitalidade sexual e a manutenção da massa magra. Nos últimos anos, a compreensão sobre a importância da testosterona na fisiologia feminina tem se ampliado, permitindo que a clínica médica avance no diagnóstico e no manejo das deficiências hormonais com mais precisão e segurança. O que é a deficiência de testosterona na mulher A deficiência de testosterona ocorre quando os níveis desse hormônio estão abaixo do ideal para o funcionamento fisiológico do organismo feminino. É importante destacar que “abaixo do ideal” não se restringe aos valores de referência laboratoriais. A interpretação deve sempre considerar a individualidade biológica, os sinais clínicos e a fase de vida da paciente. Mulheres podem apresentar sintomas de deficiência mesmo com resultados laboratoriais dentro do chamado “intervalo normal”. Isso porque os parâmetros de referência muitas vezes não refletem o ponto ótimo de equilíbrio hormonal, mas sim médias populacionais amplas, que desconsideram variações fisiológicas e contextuais. Causas da deficiência de testosterona feminina A produção de testosterona na mulher pode ser afetada por diversos fatores, fisiológicos ou adquiridos. Entre as principais causas, destacam-se: Envelhecimento natural: a produção ovariana e adrenal declina progressivamente a partir dos 30 anos, acentuando-se após a menopausa. Uso prolongado de anticoncepcionais hormonais: a supressão do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano reduz a síntese endógena de androgênios. Estresse crônico: o aumento do cortisol pode inibir a produção de DHEA e testosterona. Disfunções adrenais ou ovarianas: como insuficiência adrenal, síndrome dos ovários policísticos com exaustão androgênica ou falência ovariana precoce. Baixo consumo proteico ou dietas restritivas: prejudicam a síntese hormonal. Uso de alguns medicamentos: como corticoides, antiandrogênicos e opioides. Cada uma dessas condições interfere de forma distinta no eixo hormonal, reforçando a importância de uma avaliação clínica completa e individualizada. Sintomas da deficiência de testosterona na mulher Os efeitos da deficiência de testosterona podem se manifestar de forma ampla, afetando a saúde física, mental e sexual da mulher. Entre os principais sinais e sintomas estão: Queda de libido e diminuição da sensibilidade sexual; Fadiga constante e queda de energia; Redução da massa magra e aumento da gordura corporal; Dificuldade de ganho muscular mesmo com exercícios; Alterações de humor, como irritabilidade, apatia ou depressão leve; Dificuldade de concentração e lentidão cognitiva; Perda de densidade óssea e risco aumentado de osteopenia; Piora da qualidade do sono e sensação de cansaço ao acordar. Esses sintomas muitas vezes são atribuídos a fatores emocionais, ao envelhecimento ou a distúrbios de outras origens, o que pode retardar o diagnóstico. Por isso, a escuta clínica e a correlação entre queixas e parâmetros hormonais são indispensáveis para um diagnóstico preciso. Por que a avaliação deve ir além do exame laboratorial A dosagem isolada de testosterona TOTAL não é suficiente para avaliar a real disponibilidade do hormônio ativo no organismo feminino. O ideal é que se investiguem também parâmetros como testosterona LIVRE, SHBG (globulina ligadora de hormônios sexuais) e DHEA/DHEA-S, além de outros hormônios correlatos, como estradiol, progesterona e cortisol. Mais importante que os números, no entanto, é a interpretação clínica integrada. A fisiologia hormonal é um sistema interdependente, e a deficiência de um hormônio raramente ocorre de forma isolada. Observar o contexto metabólico, o estilo de vida, o padrão de sono, a alimentação e o nível de estresse é essencial para definir o diagnóstico e as condutas terapêuticas adequadas. A importância de reequilibrar a testosterona Reequilibrar a testosterona significa restaurar o funcionamento fisiológico integral do organismo feminino, não simplesmente corrigir um número laboratorial. Além disso, é fundamental considerar que toda correção deve visar exclusivamente o cuidado e a manutenção da saúde, nunca fins estéticos ou puramente de melhora da performance física desportiva. A otimização dos níveis hormonais impacta positivamente: O metabolismo, favorecendo melhor composição corporal e gasto energético; A saúde cardiovascular, com melhora do perfil lipídico e da sensibilidade à insulina; A saúde óssea e muscular, reduzindo o risco de osteoporose e sarcopenia; O bem-estar mental, com aumento da disposição, autoconfiança e clareza cognitiva; A função sexual e a qualidade de vida. O reequilíbrio deve ser conduzido com acompanhamento médico qualificado, baseando-se em princípios da fisiologia hormonal e da medicina preventiva, sempre com segurança, ética e individualização. Conclusão A deficiência de testosterona na mulher é um tema que exige atenção crescente na prática clínica. Reconhecer o papel desse hormônio na fisiologia feminina é fundamental para promover saúde integral, longevidade e qualidade de vida. Mais do que normalizar valores laboratoriais, trata-se de restaurar o equilíbrio do organismo como um todo, respeitando a individualidade de cada paciente e os princípios da fisiologia. Se você é médico e gostaria de aprofundar seus conhecimentos sobre a Fisiologia Hormonal e direcionar sua prática ao cuidado integral e antecipado da saúde, conheça o Curso Hormonologia e Terapias Integrativas. Estão abertas as inscrições para a próxima turma!

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A testosterona também é um hormônio feminino. Apesar de amplamente associada à saúde masculina, a testosterona é um hormônio fundamental para a mulher. Produzida principalmente nos ovários e nas glândulas adrenais, ela exerce papel essencial em diversas funções fisiológicas, desde o metabolismo e o equilíbrio emocional até a vitalidade sexual e a manutenção da massa magra. Nos últimos anos, a compreensão sobre a importância da testosterona na fisiologia feminina tem se ampliado, permitindo que a clínica médica avance no diagnóstico e no manejo das deficiências hormonais com mais precisão e segurança. O que é a deficiência de testosterona na mulher A deficiência de testosterona ocorre quando os níveis desse hormônio estão abaixo do ideal para o funcionamento fisiológico do organismo feminino. É importante destacar que “abaixo do ideal” não se restringe aos valores de referência laboratoriais. A interpretação deve sempre considerar a individualidade biológica, os sinais clínicos e a fase de vida da paciente. Mulheres podem apresentar sintomas de deficiência mesmo com resultados laboratoriais dentro do chamado “intervalo normal”. Isso porque os parâmetros de referência muitas vezes não refletem o ponto ótimo de equilíbrio hormonal, mas sim médias populacionais amplas, que desconsideram variações fisiológicas e contextuais. Causas da deficiência de testosterona feminina A produção de testosterona na mulher pode ser afetada por diversos fatores, fisiológicos ou adquiridos. Entre as principais causas, destacam-se: Envelhecimento natural: a produção ovariana e adrenal declina progressivamente a partir dos 30 anos, acentuando-se após a menopausa. Uso prolongado de anticoncepcionais hormonais: a supressão do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano reduz a síntese endógena de androgênios. Estresse crônico: o aumento do cortisol pode inibir a produção de DHEA e testosterona. Disfunções adrenais ou ovarianas: como insuficiência adrenal, síndrome dos ovários policísticos com exaustão androgênica ou falência ovariana precoce. Baixo consumo proteico ou dietas restritivas: prejudicam a síntese hormonal. Uso de alguns medicamentos: como corticoides, antiandrogênicos e opioides. Cada uma dessas condições interfere de forma distinta no eixo hormonal, reforçando a importância de uma avaliação clínica completa e individualizada. Sintomas da deficiência de testosterona na mulher Os efeitos da deficiência de testosterona podem se manifestar de forma ampla, afetando a saúde física, mental e sexual da mulher. Entre os principais sinais e sintomas estão: Queda de libido e diminuição da sensibilidade sexual; Fadiga constante e queda de energia; Redução da massa magra e aumento da gordura corporal; Dificuldade de ganho muscular mesmo com exercícios; Alterações de humor, como irritabilidade, apatia ou depressão leve; Dificuldade de concentração e lentidão cognitiva; Perda de densidade óssea e risco aumentado de osteopenia; Piora da qualidade do sono e sensação de cansaço ao acordar. Esses sintomas muitas vezes são atribuídos a fatores emocionais, ao envelhecimento ou a distúrbios de outras origens, o que pode retardar o diagnóstico. Por isso, a escuta clínica e a correlação entre queixas e parâmetros hormonais são indispensáveis para um diagnóstico preciso. Por que a avaliação deve ir além do exame laboratorial A dosagem isolada de testosterona TOTAL não é suficiente para avaliar a real disponibilidade do hormônio ativo no organismo feminino. O ideal é que se investiguem também parâmetros como testosterona LIVRE, SHBG (globulina ligadora de hormônios sexuais) e DHEA/DHEA-S, além de outros hormônios correlatos, como estradiol, progesterona e cortisol. Mais importante que os números, no entanto, é a interpretação clínica integrada. A fisiologia hormonal é um sistema interdependente, e a deficiência de um hormônio raramente ocorre de forma isolada. Observar o contexto metabólico, o estilo de vida, o padrão de sono, a alimentação e o nível de estresse é essencial para definir o diagnóstico e as condutas terapêuticas adequadas. A importância de reequilibrar a testosterona Reequilibrar a testosterona significa restaurar o funcionamento fisiológico integral do organismo feminino, não simplesmente corrigir um número laboratorial. Além disso, é fundamental considerar que toda correção deve visar exclusivamente o cuidado e a manutenção da saúde, nunca fins estéticos ou puramente de melhora da performance física desportiva. A otimização dos níveis hormonais impacta positivamente: O metabolismo, favorecendo melhor composição corporal e gasto energético; A saúde cardiovascular, com melhora do perfil lipídico e da sensibilidade à insulina; A saúde óssea e muscular, reduzindo o risco de osteoporose e sarcopenia; O bem-estar mental, com aumento da disposição, autoconfiança e clareza cognitiva; A função sexual e a qualidade de vida. O reequilíbrio deve ser conduzido com acompanhamento médico qualificado, baseando-se em princípios da fisiologia hormonal e da medicina preventiva, sempre com segurança, ética e individualização. Conclusão A deficiência de testosterona na mulher é um tema que exige atenção crescente na prática clínica. Reconhecer o papel desse hormônio na fisiologia feminina é fundamental para promover saúde integral, longevidade e qualidade de vida. Mais do que normalizar valores laboratoriais, trata-se de restaurar o equilíbrio do organismo como um todo, respeitando a individualidade de cada paciente e os princípios da fisiologia. Se você é médico e gostaria de aprofundar seus conhecimentos sobre a Fisiologia Hormonal e direcionar sua prática ao cuidado integral e antecipado da saúde, conheça o Curso Hormonologia e Terapias Integrativas. Estão abertas as inscrições para a próxima turma!

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O termo burnout já está bastante difundido. Mas, na prática médica, ainda é comum que seus sintomas sejam confundidos com estresse pontual, depressão ou fadiga física, o que atrasa o diagnóstico e prejudica a recuperação do paciente. O que muitos não sabem é que os sintomas de burnout têm uma base fisiológica sólida e os hormônios estão no centro dessa desregulação. Neste artigo, vamos entender como o burnout afeta (e é afetado por) os principais eixos hormonais do organismo, e por que o olhar clínico sobre fisiologia hormonal pode transformar a abordagem e a recuperação desses pacientes. O que é burnout? A síndrome de burnout é um estado de exaustão física, emocional e mental crônica, relacionado ao estresse ocupacional persistente. Em muitos casos, é descrita como “esgotamento”, mas vai além de um simples cansaço. O burnout está associado a disfunções reais no sistema nervoso, hormonal e imunológico. Principais sintomas de burnout A lista de sintomas de burnout é extensa, e seu padrão varia de pessoa para pessoa. No entanto, alguns sinais são recorrentes e devem acender o alerta clínico: Fadiga física intensa, mesmo após repouso Dificuldade de concentração e lapsos de memória Sono não reparador ou insônia Irritabilidade, apatia ou desmotivação Redução da produtividade e do desempenho cognitivo Queda da libido Sensação de desconexão emocional ou despersonalização Aumento da frequência de gripes, infecções ou sintomas inflamatórios Alterações de apetite e ganho de peso Crises de ansiedade ou sensação de colapso interno É importante ressaltar que esses sintomas podem surgir de forma gradual e silenciosa, mascarados por compensações como a ingestão excessiva de café ou bebidas energéticas, uso de analgésicos, remédios para dormir ou até antidepressivos. A base fisiológica do burnout: eixo HPA e disfunção hormonal O burnout está diretamente ligado ao eixo hipotálamo–hipófise–adrenal (HPA), que regula a resposta ao estresse por meio da liberação de cortisol. Em condições agudas, o cortisol é essencial à sobrevivência. Mas, quando o estresse se torna crônico e constante, o eixo HPA entra em colapso. O que acontece com os hormônios nesse processo? Fase de hiperestímulo: o corpo libera grandes quantidades de cortisol. Fase de adaptação: os receptores começam a se dessensibilizar. Fase de exaustão: o eixo HPA se torna hipoativo, resultando em níveis cronicamente baixos de cortisol, um quadro conhecido como hipocortisolismo funcional. Esse padrão hormonal é comum em pacientes com burnout e está associado a diversos sintomas persistentes, especialmente fadiga, distúrbios do sono, ansiedade, dores crônicas e baixa imunidade. Outros hormônios impactados pelo burnout Além do cortisol, outros eixos hormonais são afetados de maneira significativa: 1. Melatonina O estresse crônico altera o ritmo circadiano e reduz a produção de melatonina, dificultando o início e a manutenção do sono profundo. Resultado: sono não reparador, que agrava a fadiga. 2. Insulina O aumento persistente do cortisol estimula resistência insulínica, hiperglicemia e acúmulo de gordura visceral. Resultado: alteração metabólica, ganho de peso e aumento do risco cardiometabólico. 3. Hormônios sexuais (testosterona, estradiol, progesterona) A via do estresse compete com a via de produção hormonal. Em situações prolongadas, o corpo desvia o precursor hormonal (pregnenolona) para produção de cortisol, prejudicando os níveis hormonais sexuais. Resultado: queda da libido, alterações menstruais, TPM agravada, sintomas de menopausa/andropausa precoce. 4. Neuro-hormônios como serotonina, dopamina e GABA A disfunção do eixo HPA prejudica a síntese e a recepção de neurotransmissores associados ao bem-estar. Resultado: humor deprimido, irritabilidade, sensação de desconexão. Burnout e prática clínica: por que o olhar hormonal é indispensável? Tratar burnout não é apenas afastar o paciente do trabalho ou prescrever ansiolíticos, ou antidepressivos. É necessário: Investigar e modular o eixo HPA Avaliar ritmos hormonais (ex: cortisol salivar ao longo do dia) Identificar carências nutricionais que afetam a produção hormonal Avaliar disfunções subclínicas Promover reequilíbrio fisiológico com estratégias integrativas Orientar práticas de gestão do estresse (mindfulness, meditação, yoga) Médicos que atuam com base na fisiologia hormonal podem detectar alterações precoces, prevenir o agravamento do quadro e oferecer abordagens mais duradouras e eficazes. Olhe além do burnout! Os sintomas de burnout não são apenas psicológicos. São expressões clínicas de um corpo em descompasso fisiológico. Reconhecer o papel dos hormônios nesse processo é essencial para oferecer acompanhamento médico mais completo, personalizado, preventivo e efetivo. Na SOBRAF, defendemos uma medicina centrada na causa, na fisiologia e na escuta ativa, na qual o burnout é visto com a seriedade e profundidade que exige. Se você é médico e gostaria de aprofundar seus conhecimentos em fisiologia hormonal, toque aqui e conheça o Curso Hormonologia e Terapias Integrativas, que está com as inscrições abertas. Se você é paciente e busca um médico com abordagem integrativa da saúde, toque aqui para acessar nossa Plataforma de Busca por Médicos e fazer sua pesquisa por especialidade ou localidade.

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A suplementação de magnésio tem ganhado cada vez mais destaque entre profissionais de saúde, e com razão. Esse mineral participa de mais de 300 reações enzimáticas no organismo, sendo fundamental para a regulação do sistema nervoso, muscular, cardiovascular, imunológico e até mesmo hormonal. Apesar da sua importância, a deficiência de magnésio é subdiagnosticada na prática clínica, e muitas vezes os sintomas são confundidos com estresse, fadiga, ansiedade ou distúrbios do sono. Neste artigo, vamos abordar o que é o magnésio, os principais tipos de suplementação disponíveis, como identificar sinais de deficiência, quando suplementar e por que o acompanhamento médico é fundamental nesse processo.   O que é o magnésio e por que ele é essencial? O magnésio é um mineral essencial que atua como cofator em inúmeras reações fisiológicas, incluindo: Síntese de ATP (energia celular) Contração e relaxamento muscular Condução nervosa Regulação da pressão arterial Equilíbrio da glicemia e sensibilidade à insulina Produção de neurotransmissores como serotonina e GABA Modulação da resposta inflamatória Além disso, atua de forma sinérgica com o cálcio, potássio e vitamina D, o que reforça sua importância em contextos de saúde óssea, cardiovascular e neuroemocional.   Os principais tipos de magnésio: qual escolher? Na prática clínica, a escolha do tipo de magnésio deve considerar biodisponibilidade, tolerância gastrointestinal e objetivo terapêutico. Veja os principais: Magnésio quelado (bisglicinato de magnésio): É uma das formas mais biodisponíveis e melhor toleradas. Por ser quelado ao aminoácido glicina, tem menor efeito laxativo e boa absorção intestinal. É frequentemente indicado para casos de ansiedade, insônia, TPM, dores musculares e uso contínuo no reequilíbrio fisiológico. Magnésio dimalato: Combina o magnésio com o ácido málico, envolvido na produção de energia celular (ciclo de Krebs). Costuma ser utilizado em pacientes com fadiga crônica, fibromialgia, dores musculares ou metabólicas, além de melhorar disposição e resistência física. Magnésio treonato: É a única forma com boa capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica, sendo útil para suporte cognitivo. Estudos apontam benefícios na memória, foco, aprendizado e funções executivas. É bastante usado em pacientes com queixas cognitivas, envelhecimento cerebral ou transtornos de humor. Cloreto de magnésio: É uma forma solúvel e acessível, com boa absorção, mas que frequentemente causa efeito laxativo. Pode ser utilizada em casos de constipação leve, alcalinização do organismo e suporte geral, desde que bem tolerado. Citrato de magnésio: Também tem boa absorção e costuma ser indicado quando há necessidade de regular o trânsito intestinal. É útil em pacientes com constipação funcional e, em alguns casos, como suporte inicial em quadros de deficiência moderada. Óxido de magnésio: Tem baixa biodisponibilidade e é menos indicado quando o objetivo é a correção sistêmica de deficiência. É mais utilizado como laxante osmótico, mas sua eficácia clínica na suplementação funcional é limitada. A individualização é essencial: a escolha do tipo de magnésio depende da demanda clínica específica, sintomas apresentados e tolerância individual.   Sinais e sintomas de deficiência de magnésio A deficiência de magnésio pode ser leve e crônica, passando despercebida por anos. Alguns sinais clínicos comuns incluem: Fadiga persistente Câimbras musculares Dores de cabeça e enxaquecas Insônia ou sono não reparador Ansiedade, irritabilidade e agitação Constipação intestinal Palpitações, taquicardia e hipertensão leve Resistência insulínica e síndrome metabólica TPM intensa e cólicas menstruais Na prática clínica, esses sintomas podem aparecer mesmo com exames laboratoriais “dentro da normalidade”, já que a maior parte do magnésio se encontra dentro das células e não no sangue.   Alimentos ricos em magnésio: o solo empobreceu, e a dieta mudou O magnésio é encontrado em diversos alimentos, como: Vegetais verdes escuros (espinafre, couve) Leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico) Sementes (abóbora, girassol) Oleaginosas (amêndoas, castanhas) Cacau e chocolate amargo Banana, abacate e cereais integrais No entanto, há um problema pouco discutido: o solo brasileiro é pobre em magnésio, devido à agricultura extensiva, uso de fertilizantes e esgotamento mineral das plantações. Como resultado, mesmo alimentos naturalmente ricos em magnésio apresentam concentrações menores do que há décadas. Além disso, a alimentação contemporânea, pobre em vegetais e rica em alimentos ultraprocessados, aumenta a carência nutricional de magnésio em grande parte da população.   Quando considerar a suplementação de magnésio? A suplementação de magnésio deve ser considerada em casos como: – Sintomas clínicos compatíveis com deficiência funcional – Uso crônico de medicamentos que depletam magnésio (diuréticos, inibidores da bomba de prótons, anticoncepcionais) – Condições como fibromialgia, insônia, TPM, enxaqueca, ansiedade, constipação, síndrome metabólica – Atletas e pessoas com alto gasto energético – Idosos, devido à menor absorção e maior excreção renal A prescrição deve ser feita por um profissional de saúde qualificado, com base na avaliação clínica e, quando possível, exames laboratoriais complementares (magnésio sérico, hemograma, avaliação renal e painel metabólico).   A importância da individualização e do acompanhamento médico A suplementação de magnésio não deve ser feita de forma indiscriminada. Doses elevadas podem causar efeitos adversos como diarreia, náuseas, hipotensão ou interações medicamentosas, especialmente em pacientes com insuficiência renal. Por isso, o acompanhamento médico é fundamental para: Escolher a forma mais adequada de magnésio Definir a dose e duração ideais Monitorar a resposta clínica e laboratorial Garantir a segurança e eficácia do protocolo Na prática clínica, é comum observar melhoras significativas em sintomas crônicos e inespecíficos após a introdução de um protocolo individualizado de suplementação de magnésio, sempre dentro de um plano maior de reequilíbrio da fisiologia.   Conclusão O magnésio é um dos nutrientes mais essenciais e, ao mesmo tempo, negligenciados na saúde humana. Em um cenário de baixa ingestão

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A testosterona é frequentemente associada à saúde masculina, mas ela também desempenha um papel fundamental na fisiologia da mulher. No entanto, a reposição de testosterona na mulher ainda é cercada de mitos, polêmicas e receios, inclusive no meio médico. Afinal, a terapia de reposição de testosterona (TRT) é segura para mulheres? Neste artigo, vamos esclarecer as indicações clínicas, benefícios fisiológicos, possíveis riscos e o que dizem as evidências atuais sobre a reposição de testosterona na mulher, sempre com um olhar centrado na prática médica, baseado na fisiologia e no cuidado integral da saúde. O que é a terapia de reposição de testosterona (TRT)? A TRT, ou terapia de reposição de testosterona, consiste na administração controlada desse hormônio com o objetivo de restaurar níveis fisiológicos em pacientes com deficiência. Embora seja amplamente conhecida no tratamento do hipogonadismo masculino, a TRT também pode ser indicada para mulheres, especialmente após os 40 anos, quando os níveis hormonais começam a declinar de forma mais significativa, afetando a qualidade de vida. Importante: a reposição em mulheres deve ser personalizada, com doses muito menores que as utilizadas em homens, com o uso de hormônio bioidêntico, respeitando a fisiologia, os sinais clínicos e os parâmetros laboratoriais femininos. Testosterona na mulher: funções que vão muito além da libido Apesar de estar presente em concentrações menores que nos homens, a testosterona tem papel crucial em diversos sistemas fisiológicos femininos. Entre suas principais funções, destacam-se: Manutenção da massa muscular e força física Preservação da densidade mineral óssea Regulação da libido e da resposta sexual Equilíbrio do humor e bem-estar emocional Contribuição para a clareza mental, foco e energia Participação na modulação da sensibilidade à insulina e composição corporal Com a queda natural da produção ovariana e adrenal com o avanço da idade, muitas mulheres relatam sintomas como fadiga, perda de massa magra, redução do desejo sexual, irritabilidade e piora da autoestima, condições que podem estar associadas à deficiência de testosterona. Quando a reposição de testosterona na mulher é indicada? A indicação clínica deve ser feita com base em avaliação detalhada dos sintomas, exames laboratoriais e histórico individual. Alguns dos cenários mais comuns incluem: Síndrome do desejo sexual hipoativo (DSH)em mulheres na perimenopausa ou pós-menopausa; Sintomas de fadiga persistente, mesmo após ajustes de estilo de vida e outros hormônios; Perda progressiva de massa muscular e força, sem explicação metabólica clara; Dificuldade de recuperação após o exercício em mulheres ativas; Depressão leve a moderada resistente, em contextos de queda hormonal global. A testosterona livre ou biodisponível deve ser considerada na análise laboratorial, além da testosterona total, SHBG e DHEA-S. Leia também sobre Fisiologia Hormonal: o que é e como ela pode transformar a prática clínica? Benefícios da reposição de testosterona na mulher Estudos recentes têm mostrado resultados positivos e seguros da TRT feminina quando aplicada com critério, entre eles: – Melhora da libido e da função sexual – Aumento da massa magra e da força muscular – Redução da gordura visceral – Aumento da energia e vitalidade – Melhora do humor e da estabilidade emocional – Preservação da saúde óssea Além disso, a TRT pode, se necessário, atuar de forma sinérgica com a modulação de estradiol e progesterona em mulheres que já fazem reposição hormonal na menopausa, potencializando os resultados clínicos. Riscos e cuidados na reposição de testosterona na mulher Embora os benefícios sejam evidentes quando bem indicada, a TRT não está isenta de riscos, especialmente quando mal dosada ou feita sem acompanhamento adequado. Os principais efeitos colaterais incluem: Acne e oleosidade da pele Aumento de pelos (hirsutismo) Alterações no padrão menstrual (em mulheres em transição) Virilização (em casos de superdosagem) Alterações no perfil lipídico, se não monitorado Supressão do eixo hormonal natural, se mal conduzida Neste sentido, a forma de administração também influencia na segurança: a via transdérmica é, geralmente, mais bem tolerada e permite maior controle das doses. Conclusão: testosterona na mulher pode ser segura, quando bem indicada A reposição de testosterona na mulher pode ser uma aliada poderosa na promoção de saúde, longevidade e bem-estar, desde que feita com base em evidências científicas, fisiologia e personalização. Não se trata de uma “moda” ou de um “tratamento estético”, mas de uma estratégia clínica válida e segura, desde que conduzida com critério técnico e responsabilidade médica. Na SOBRAF, reforçamos a importância do olhar clínico atento, da escuta qualificada e da atuação centrada na causa dos desequilíbrios e sintomas. Portanto, a fisiologia é a base do cuidado integral da saúde, e a testosterona, inclusive na mulher, é parte essencial desse equilíbrio.

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A relação entre o cérebro e o intestino sempre foi um mistério fascinante para cientistas e médicos. Recentemente, com o avanço das pesquisas, temos entendido cada vez mais sobre a complexidade dessa conexão. Isso se aplica especialmente no que diz respeito à microbiota intestinal e seu impacto em condições neurológicas e comportamentais, como o autismo. O papel da microbiota intestinal no desenvolvimento e modulação do cérebro está emergindo como um campo de grande interesse. Principalmente no que se refere a transtornos do neurodesenvolvimento, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Neste artigo, vamos explorar a interação entre a microbiota intestinal e o autismo, analisando os mecanismos fisiológicos subjacentes e as implicações para o diagnóstico, tratamento e a gestão do autismo. O que é a microbiota intestinal? A microbiota intestinal é o conjunto de trilhões de microrganismos – esses incluem bactérias, vírus, fungos e outros microorganismos – que habitam nosso intestino. Em primeiro lugar, esses microrganismos desempenham funções vitais para a manutenção da saúde. Por exemplo, auxiliam na digestão de alimentos, a absorção de nutrientes, a produção de vitaminas, a regulação do sistema imunológico e a proteção contra patógenos. Além disso, há uma crescente compreensão de que a microbiota intestinal também influencia a função cerebral, estabelecendo uma comunicação bidirecional entre o intestino e o cérebro, frequentemente referida como o eixo intestino-cérebro. Eixo intestino-cérebro: Uma via de mão dupla O eixo intestino-cérebro é a via de comunicação entre o intestino e o sistema nervoso central (SNC). Em outras palavras, esse eixo é composto por uma rede complexa de interações que envolvem o sistema nervoso central (SNC), o sistema nervoso entérico (o “cérebro” do intestino), o sistema endócrino e o sistema imunológico. Dessa forma, vários componentes dessa rede permitem que o intestino envie sinais ao cérebro e vice-versa. Entre os mecanismos que facilitam essa comunicação estão: Vago nervoso: O nervo vago é uma via principal de comunicação entre o intestino e o cérebro, ele pode enviar sinais do intestino ao cérebro e vice-versa, influenciando comportamentos e funções fisiológicas. Metabólitos: A microbiota intestinal produz diversos metabólitos, como ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs), que têm efeitos moduladores no cérebro, incluindo a modulação da resposta inflamatória e da função do sistema nervoso central. Citoquinas e neurotransmissores: A microbiota também pode influenciar a produção e liberação de neurotransmissores, como serotonina, dopamina e GABA, que têm um papel crucial no comportamento e na regulação emocional. Microbiota intestinal e Transtorno do Espectro Autista (TEA) O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um conjunto de condições caracterizadas por déficits no desenvolvimento social e comportamental. Ele também apresenta padrões repetitivos e restritivos de comportamento. Pesquisas recentes sugerem que a microbiota intestinal pode desempenhar um papel crucial no desenvolvimento e na gravidade dos sintomas associados a esses transtornos. Alterações na microbiota em indivíduos com TEA Estudos mostram que indivíduos com TEA frequentemente apresentam uma composição microbiana intestinal diferente daquela observada em indivíduos neurotípicos. Essas alterações incluem: Aumento de patógenos intestinais: Alguns estudos relataram maior prevalência de patógenos como Clostridium em pacientes com autismo, que podem influenciar comportamentos relacionados ao TEA, como agressividade e irritabilidade. Diminuição de microrganismos benéficos: A redução de bactérias benéficas, como Bifidobacterium e Lactobacillus, também tem sido observada em pessoas com TEA. Esses microrganismos são essenciais para a digestão e para a modulação do sistema imunológico, e sua falta pode afetar o comportamento e a saúde mental. Além disso, os desequilíbrios na microbiota intestinal (conhecidos como disbiose) podem contribuir para a inflamação sistêmica, um fator já identificado como importante no TEA. Impacto da microbiota no comportamento e sintomas do TEA Pesquisas indicam que a disbiose intestinal pode afetar a função cerebral de várias maneiras: Inflamação sistêmica e cerebral: A microbiota intestinal disfuncional pode induzir inflamação no intestino, o que, por sua vez, pode afetar a função cerebral, contribuindo para sintomas como dificuldades de aprendizado, ansiedade e depressão em indivíduos com TEA. Desregulação no metabolismo de neurotransmissores: A microbiota intestinal influencia a produção de neurotransmissores como serotonina e dopamina, ambos cruciais para a regulação do comportamento e da emoção. A disbiose intestinal pode alterar esses níveis, exacerbando os sintomas do TEA. Possíveis mecanismos fisiológicos da conexão intestino-cérebro no TEA Efeitos da inflamação: O aumento da inflamação intestinal pode resultar em uma resposta inflamatória sistêmica que afeta o cérebro. A inflamação crônica no intestino pode atravessar a barreira hematoencefálica, contribuindo para a neuroinflamação, que tem sido associada a uma série de condições neurológicas, incluindo o TEA. Produção de ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs): A microbiota saudável do intestino produz SCFAs, que são vitais para a função cerebral. Entretanto, a disbiose pode reduzir a produção desses compostos, prejudicando o metabolismo cerebral e a saúde neuronal. Modulação do sistema imunológico: O sistema imunológico intestinal regula a resposta imune do corpo, e qualquer desequilíbrio nesse sistema pode afetar a função cerebral, agravando os sintomas do TEA. Vulnerabilidade ao estresse: A microbiota intestinal pode influenciar a resposta do corpo ao estresse. Indivíduos com TEA frequentemente apresentam uma resposta mais exacerbada ao estresse, e isso pode estar relacionado à interação entre a microbiota e o sistema nervoso. Intervenções possíveis: Microbiota e gestão do TEA Compreender o papel da microbiota intestinal no TEA abre novas possibilidades para intervenções terapêuticas que contribuam para uma melhor qualidade de vida: Probióticos e prebióticos: O uso de probióticos, que são microrganismos benéficos para o intestino, e prebióticos, que alimentam esses microrganismos, pode ajudar a restaurar o equilíbrio da microbiota,

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A obesidade infantil é hoje considerada uma das principais ameaças de saúde pública global, com impactos que se estendem da infância à vida adulta. De fato, segundo a OMS, o número de crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade aumentou mais de dez vezes nas últimas quatro décadas. No entanto, apesar dos avanços no entendimento do problema, a prática clínica muitas vezes ainda se apoia em ferramentas simples e limitadas, como o índice de massa corporal (IMC). Embora o IMC seja útil como rastreador populacional, ele não revela a complexidade fisiológica envolvida no acúmulo de gordura corporal, nem identifica o risco metabólico real de cada criança. Aqui, nos aprofundamos nas limitações do IMC e exploramos os marcadores que o médico deve incorporar à sua avaliação para construir uma abordagem mais eficaz e personalizada. Por que o IMC é limitado na infância? O IMC é calculado pela fórmula peso (kg) dividido pela altura ao quadrado (m²), criando um número padronizado que permite comparações. Entretanto, ele não diferencia massa magra e massa gorda. Crianças ativas podem ter IMC elevado por massa muscular, enquanto crianças sedentárias podem ter IMC normal, mas excesso de gordura visceral. Além disso, o IMC não mostra a distribuição da gordura, sendo que a gordura abdominal tem impacto metabólico muito maior que gordura periférica. Da mesma forma, ele não considera aspectos fisiológicos individuais, como a influência de hormônios (leptina, insulina, cortisol), genética e regulação hipotalâmica. Aspectos fisiológicos por trás da obesidade infantil O acúmulo de gordura corporal não é apenas resultado de excesso calórico. Na verdade, ele envolve um complexo jogo de sinalizações fisiológicas: Leptina: Hormônio produzido pelo tecido adiposo, teoricamente sinaliza saciedade. Porém, crianças obesas frequentemente apresentam resistência à leptina, ou seja, apesar dos níveis elevados de leptina, o cérebro não responde adequadamente ao sinal de saciedade, perpetuando o ganho de peso. Insulina: Além de seu papel de regulador da glicose, a insulina estimula a lipogênese e inibe a lipólise. Crianças em fase inicial de obesidade frequentemente já apresentam hiperinsulinemia compensatória, criando um ciclo de armazenamento de gordura. Cortisol: O estresse crônico e fatores psicoemocionais elevam os níveis de cortisol, que, por sua vez, aumentam o apetite e a deposição de gordura abdominal, exacerbando o quadro. Grelina: Conhecida como hormônio da fome, a grelina participa do ciclo de regulação do apetite. Alterações nos padrões de sono, atualmente muito comuns em crianças expostas a telas excessivas, impactam diretamente os níveis de grelina, aumentando a ingestão alimentar. Marcadores clínicos e laboratoriais além do IMC Para uma avaliação clínica mais robusta, o médico deve considerar: Circunferência abdominal: indicador direto de gordura visceral e risco metabólico. Relação cintura/altura: mais preditiva de risco cardiovascular do que o IMC isolado. Perfil lipídico: colesterol total e triglicerídeos. Glicemia e insulina de jejum + HOMA-IR: avaliam resistência insulínica. Pressão arterial: hipertensão secundária pode estar presente. Marcadores inflamatórios: PCR ultrassensível, interleucinas, TNF-alfa (especialmente em contextos de investigação mais detalhada). Avaliação hormonal (caso necessário): cortisol, hormônios tireoidianos, androgênios, dependendo dos sinais clínicos (puberdade precoce, acantose nigricans, alterações menstruais em meninas, etc.). O papel do médico na prática clínica Mais do que prescrever dietas ou recomendar atividade física genérica, o médico precisa identificar precocemente crianças com risco metabólico oculto. Individualizar condutas com base em achados clínicos e laboratoriais, trabalhar em rede com nutricionistas, psicólogos e educadores físicos para criar intervenções integradas, além de aconselhar pais e cuidadores sobre o impacto do ambiente doméstico e social na saúde infantil. Além disso, a alimentação ultraprocessada, padrão de sono, estresse familiar e uso de telas são moduladores epigenéticos reais. Leia também sobre: Fisiologia Hormonal: O que é e como ela pode transformar a prática clínica? Um olhar além para a obesidade infantil A abordagem da obesidade infantil precisa ultrapassar a superfície do peso corporal. Como profissionais de saúde, médicos são chamados a enxergar a fisiologia por trás dos números, reconhecer os múltiplos fatores que interagem no ganho de peso e atuar precocemente para reverter um cenário que ameaça a saúde futura dessa geração. Nesse sentido, intervenções precoces podem prevenir o avanço para doenças crônicas na vida adulta. E, ao identificar os marcadores certos, o médico pode orientar mudanças personalizadas que envolvem desde alimentação, movimento, sono, apoio emocional e, quando necessário, intervenção hormonal. A SOBRAF possui um programa avançado de atualização científica que envolve a realização de sessões clínicas online e presenciais, onde médicos associados discutem, com abordagem integrativa, casos reais diversos, trocam experiências e obtêm insights valiosos para a prática clínica. Torne-se um médico Associado SOBRAF e usufrua desse e de muitos outros benefícios.

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A medicina integrativa, focada na personalização do cuidado e no tratamento das causas subjacentes das doenças, utiliza abordagens não invasivas que visam otimizar a saúde global do paciente. Nesse contexto, muito além dos tratamentos farmacológicos convencionais, a gestão dos estilos de vida é uma ferramenta poderosa e essencial para o alcance de melhores resultados clínicos. Neste artigo, exploraremos de maneira aprofundada como a nutrição, o exercício físico, o sono, a gestão do estresse e a exposição a toxinas ambientais podem influenciar de forma direta a fisiologia humana, impactando o equilíbrio hormonal e a longevidade, assim como prevenindo o desenvolvimento de doenças crônicas. 1. Nutrição A nutrição, além de ser a principal fonte de energia para o organismo, desempenha um papel crucial na modulação dos processos bioquímicos que regulam a homeostase hormonal e o metabolismo. A escolha de alimentos ricos em nutrientes essenciais, como ácidos graxos essenciais, aminoácidos, vitaminas e minerais, tem impactos profundos no metabolismo energético, na inflamação sistêmica e na função imunológica. Mecanismos fisiológicos: Resistência à insulina: Dietas com alto índice glicêmico promovem picos de glicose, seguidos por quedas acentuadas, o que pode levar ao desenvolvimento de resistência à insulina. Isso, por sua vez, desregula o eixo insulina-glucagon e afeta a homeostase energética. A utilização de dietas com baixo índice glicêmico, ricas em fibras, proteínas e lipídios saudáveis, é eficaz na redução dos níveis de insulina e na melhora da sensibilidade à insulina. Inflamação sistêmica: O consumo excessivo de alimentos processados e ricos em gorduras trans pode ativar o NF-kB, um complexo proteico que regula a resposta inflamatória. Em contrapartida, alimentos ricos em antioxidantes, como frutas vermelhas e vegetais crucíferos, atuam regulando essa via inflamatória e diminuindo o risco de doenças crônicas. Exemplo Clínico: Pacientes com diabetes tipo 2 podem se beneficiar de uma dieta anti-inflamatória, rica em ácidos graxos ômega-3 (presentes em peixes como salmão e sardinha) e polifenóis (presentes em frutas e vegetais), que não só ajudam a controlar a glicemia, mas também reduzem a inflamação crônica associada a complicações vasculares e cardíacas. 2. Exercício físico O exercício físico regular está diretamente relacionado a uma série de benefícios fisiológicos, incluindo a regulação hormonal, a saúde cardiovascular, e a prevenção de distúrbios metabólicos. A prática de atividades físicas atua na modulação de vários hormônios, incluindo insulina, cortisol, testosterona e endocanabinoides. Mecanismos fisiológicos: Equilíbrio do cortisol: Exercícios moderados, como treinamento de resistência, ajudam a reduzir os níveis de cortisol em pacientes com estresse crônico. Isso ocorre porque o exercício induz a secreção de endorfinas e dopamina, promovendo uma resposta de “bem-estar” que contrapõe os efeitos catabólicos do cortisol. Anabolismo e testosterona: O exercício, especialmente os de resistência e força, como levantamento de peso, estimula a secreção de testosterona, o que é essencial para a síntese de proteínas musculares e a manutenção da massa magra. Exemplo clínico: Em pacientes com síndrome metabólica ou obesidade, a prática regular de exercício de intensidade moderada pode melhorar a sensibilidade à insulina, reduzir a gordura visceral e melhorar os perfis lipídicos, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares. 3. Sono O sono é um dos processos fisiológicos mais críticos para a regeneração celular e o equilíbrio hormonal. A privação crônica de sono tem implicações profundas, não apenas no bem-estar mental, mas também na regulação dos hormônios do apetite (grelina e leptina) e na resposta inflamatória sistêmica. Mecanismos fisiológicos: Desregulação do Eixo HPA: O sono inadequado pode perturbar o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), levando ao aumento da secreção de cortisol, que pode afetar a função imunológica, aumentar a inflamação sistêmica e piorar distúrbios metabólicos. Ciclos de hormônios do crescimento: O sono profundo é fundamental para a secreção do hormônio de crescimento (GH), que promove a regeneração muscular e celular. A falta de sono profundo diminui a liberação de GH, comprometendo a recuperação muscular e a manutenção da massa magra. Exemplo clínico: Pacientes com insônia crônica ou distúrbios do sono podem experimentar alterações significativas nos níveis de cortisol, o que exacerba a resistência à insulina e a inflamação. A utilização de estratégias como a higiene do sono e a suplementação com melatonina pode melhorar significativamente a qualidade do sono e equilibrar os níveis hormonais. 4. Gestão do estresse O estresse crônico, especialmente quando mal gerido, pode afetar diversos sistemas fisiológicos, incluindo o sistema nervoso autônomo (SNA), a função cardiovascular, e o metabolismo hormonal. O estresse contínuo ativa a resposta luta ou fuga, levando a uma liberação excessiva de cortisol e adrenalina, o que aumenta a inflamação sistêmica e contribui para o desenvolvimento de doenças. Mecanismos fisiológicos: Resposta inflamatória: O estresse ativa o sistema inflamatório por meio da secreção de citocinas pró-inflamatórias, como IL-6 e TNF-α. Isso aumenta o risco de doenças cardiovasculares, diabetes e síndrome metabólica. Efeito sobre os hormônios sexuais: O estresse crônico pode inibir a produção de testosterona e estradiol, levando a desequilíbrios hormonais, perda de libido, alterações no ciclo menstrual feminino, alterações na composição corporal e maior vulnerabilidade a doenças. Exemplo clínico: Em pacientes com ansiedade crônica ou distúrbios de estresse pós-traumático, a prática regular de mindfulness, meditação e respiração diafragmática pode diminuir significativamente os níveis de cortisol, melhorar a regulação hormonal e, como consequência, promover um estado mais equilibrado e saudável. 5. Exposição a toxinas ambientais A exposição constante a toxinas ambientais, como poluentes, produtos químicos industriais, pesticidas e solventes, tem se mostrado um fator de risco crescente para desequilíbrios hormonais e doenças metabólicas. Essas substâncias podem interferir na função hormonal, especialmente nos hormônios sexuais, tireoidianos e

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A obesidade é uma condição crônica e multifatorial, que vai muito além do simples acúmulo excessivo de gordura corporal. Seu tratamento exige uma abordagem ampla, baseada em preceitos fisiológicos, metabólicos e hormonais, que ultrapassa a tradicional prescrição de dieta hipocalórica e atividade física. Para um manejo eficaz e duradouro, é essencial que o médico considere outros aspectos fundamentais que influenciam o metabolismo e a homeostase energética do paciente. 1. Regulação hormonal: além do déficit calórico A obesidade está intimamente ligada a desequilíbrios hormonais que afetam o metabolismo e o apetite. Alguns hormônios essenciais no controle do peso corporal incluem: Insulina A resistência à insulina é comum em pacientes obesos e leva a um estado de hiperinsulinemia, favorecendo o acúmulo de gordura e dificultando a lipólise. Melhorar a sensibilidade à insulina deve ser um dos pilares do tratamento. Leptina O hormônio da saciedade, produzido pelo tecido adiposo, muitas vezes está elevado na obesidade, indicando resistência à leptina. Estratégias para restaurar sua função incluem a regulação inflamatória e o equilíbrio do sono. Cortisol O excesso de cortisol, comum em estados de estresse crônico, favorece a deposição de gordura abdominal e dificulta a perda de peso. A gestão do estresse e a qualidade do sono são essenciais. Estudos mostram que, em muitos casos, a obesidade pode estar relacionada à hiperresponsividade do eixo HPA. Hormônios tireoidianos A função tireoidiana deve ser investigada, monitorada e corrigida, uma vez que desequilíbrios em seus hormônios podem reduzir o gasto energético basal e contribuir para o ganho de peso. Um estudo publicado no International Journal Environmental Research and Public Heath sugere que o hipotireoidismo subclínico pode induzir alterações na taxa metabólica basal, aumentando o IMC, e a obesidade também pode afetar a tireoide, com lipotoxicidade e alterações nas adipocinas e secreção de citocinas inflamatórias. Testosterona e estrogênios Nos homens, a obesidade pode levar à redução da testosterona, prejudicando o metabolismo lipídico, visto que o hormônio se converte em estradiol. Nas mulheres, a predominância estrogênica pode impactar a distribuição da gordura corporal e o controle do apetite. Reequilibrar os hormônios é um passo importantíssimo nesses casos, o que deve ser feito por meio do ajuste de hábitos e estilo de vida, redução da inflamação e remodelação hormonal com hormônios bioidênticos, sempre que necessário. 2. Inflamação crônica e controle do ambiente metabólico O tecido adiposo excessivo não é apenas um reservatório de energia, mas também um órgão endócrino ativo que libera citocinas pró-inflamatórias, como TNF-α e IL-6, que contribuem para um estado de inflamação crônica. A redução da inflamação deve ser um dos objetivos do tratamento e pode ser alcançada por meio de: Modulação da microbiota intestinal, visto que um desequilíbrio na flora intestinal pode promover inflamação sistêmica e resistência à insulina. Alimentação anti-inflamatória, priorizando alimentos ricos em polifenóis, ácidos graxos ômega-3 e fibras. Sono adequado, pois a privação do sono aumenta a produção de grelina (hormônio da fome) e reduz a leptina, favorecendo o aumento da ingestão calórica. 3. Aspectos neuroendócrinos e a regulação do apetite O sistema nervoso central desempenha um papel crucial na regulação do peso corporal. O hipotálamo, principal regulador do apetite e do gasto energético, responde a sinais hormonais periféricos, como leptina e insulina. Além disso, o eixo intestino-cérebro influencia diretamente o comportamento alimentar, com destaque para: Peptídeo YY (PYY) e GLP-1, hormônios intestinais que promovem saciedade e podem ser modulados pelo consumo adequado de proteínas e fibras. Dopamina e serotonina, neurotransmissores envolvidos no comportamento alimentar, cujo equilíbrio pode ser afetado por deficiências nutricionais e pelo consumo excessivo de ultraprocessados. 4. Tratamento personalizado e monitoramento contínuo Cada paciente responde de forma diferente às abordagens terapêuticas, e o sucesso do tratamento da obesidade depende de um acompanhamento contínuo e individualizado. Estratégias de tratamento e acompanhamento devem ser norteadas, principalmente, pelo raciocínio clínico, mas o uso de exames laboratoriais para monitoramento metabólico, ajuste terapêutico baseado no perfil hormonal e intervenções personalizadas também são fundamentais para resultados sustentáveis. Vá além da alimentação e da atividade física! O tratamento da obesidade vai muito além do balanço energético entre calorias ingeridas e gastas. A regulação hormonal, o controle da inflamação, a modulação da microbiota e a atenção aos aspectos neuroendócrinos são essenciais para um manejo eficiente e duradouro. Um olhar integrativo e fisiológico permite ao médico atuar não apenas na perda de peso, mas na verdadeira reprogramação metabólica do paciente, promovendo saúde e longevidade. Se você gostaria de aprofundar seus conhecimentos sobre os mecanismos fisiológicos e hormonais que mantém a homeostase para levar abordagens seguras e efetivas da saúde e da longevidade aos seus pacientes, toque aqui e conheça o Curso Hormonologia e Terapias Integrativas.

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A crescente preocupação com o impacto da saúde cerebral tem motivado estudos que exploram não apenas a prevenção e o tratamento de doenças neurodegenerativas, mas também as estratégias que podem otimizar a função cognitiva e emocional ao longo da vida. Nesse contexto, a prática de atividade física surge como uma das intervenções mais eficazes e acessíveis para a manutenção da saúde cerebral. Aqui, exploraremos a relação entre a atividade física e a saúde cerebral, destacando os mecanismos fisiológicos que fundamentam essa conexão, os benefícios observados e as implicações para a prática clínica. A relação entre atividade física e saúde cerebral A atividade física tem sido amplamente reconhecida por sua contribuição para a saúde cardiovascular, metabólica e muscular, mas o seu impacto na saúde cerebral vai muito além de aspectos periféricos. Estudos científicos demonstram que o exercício regular está diretamente relacionado ao aumento da neuroplasticidade, à melhoria da função cognitiva e ao retardamento do processo de envelhecimento cerebral. Pesquisas indicam que os indivíduos que se envolvem em atividades físicas regulares têm menores riscos de desenvolver doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, além de apresentarem menor declínio cognitivo relacionado à idade. Além disso, a prática de exercícios também está associada à redução dos sintomas de ansiedade, depressão e estresse. Mecanismos fisiológicos que conectam atividade física e função cerebral Neuroplasticidade O exercício físico promove a neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro de se reorganizar e formar novas conexões sinápticas. Esse processo é fundamental para a aprendizagem, a memória e a adaptação a novas experiências. A atividade física aumenta a liberação de fatores neurotróficos, como o BDNF (Brain-Derived Neurotrophic Factor), um fator de crescimento essencial para a sobrevivência e a diferenciação de neurônios, facilitando a formação de novas sinapses.   Fluxo sanguíneo e oxigenação cerebral O aumento da frequência cardíaca durante o exercício físico promove uma melhor circulação sanguínea, o que resulta em maior oxigenação do cérebro. Esse efeito é benéfico para a função neuronal, uma vez que o cérebro depende de um fornecimento constante de oxigênio e nutrientes para desempenhar suas funções cognitivas e emocionais de forma eficiente. A melhora na perfusão cerebral também pode contribuir para o fortalecimento das redes neuronais, essencial para o bom desempenho cognitivo.   Regulação dos neurotransmissores A atividade física regula a liberação e a síntese de neurotransmissores, como a dopamina, serotonina e noradrenalina, que estão envolvidos no humor, motivação e na resposta ao estresse. A prática regular de exercícios pode aumentar a disponibilidade desses neurotransmissores, reduzindo a incidência de transtornos de humor, como depressão e ansiedade, e contribuindo para um estado mental positivo.   Redução da inflamação e do estresse oxidativo O exercício físico regular também desempenha um papel crucial na modulação da inflamação e na redução do estresse oxidativo, dois fatores que têm sido fortemente associados ao envelhecimento cerebral e ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas. A atividade física aumenta a produção de antioxidantes endógenos, como a superóxido dismutase, que protege as células cerebrais contra os danos causados pelos radicais livres. Além disso, a prática de exercícios diminui os níveis de citocinas pró-inflamatórias, fatores que estão envolvidos na patogênese de várias condições neurológicas. Benefícios da atividade física para a saúde cerebral Melhora na cognição e memória O exercício físico regular é amplamente associado à melhoria da função cognitiva, especialmente em áreas relacionadas à memória de trabalho, atenção e aprendizado. Estudos mostram que atividades aeróbicas, como caminhada, corrida e natação, têm um efeito particularmente benéfico em adultos mais velhos, melhorando a memória espacial e o processamento cognitivo. Prevenção de doenças neurodegenerativas A prática regular de atividade física tem demonstrado ser uma estratégia preventiva eficaz contra doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. Estudos longitudinais indicam que indivíduos que se exercitam regularmente têm uma redução significativa no risco de desenvolver essas condições, possivelmente devido à promoção da neuroplasticidade e à redução da inflamação cerebral. Redução do estresse e ansiedade A atividade física tem um efeito comprovado na redução dos sintomas de estresse e ansiedade. Isso ocorre por meio da regulação hormonal, incluindo a redução dos níveis de cortisol, o hormônio do estresse, e o aumento da liberação de endorfinas, que atuam como analgésicos naturais, proporcionando uma sensação de bem-estar e relaxamento. Melhora no humor e na qualidade de vida Além de melhorar a função cognitiva, a atividade física é uma ferramenta poderosa para a gestão do humor. O exercício regular está associado à diminuição dos sintomas de depressão e à melhora do bem-estar psicológico. Isso é particularmente importante para pacientes com comorbidades neurológicas, que muitas vezes apresentam distúrbios emocionais concomitantes. Implicações para a prática clínica A relação entre atividade física e saúde cerebral oferece uma abordagem poderosa e de baixo custo para a promoção da saúde neurológica. Para os médicos, é fundamental considerar a incorporação de programas de exercício físico no cuidado preventivo da saúde e no tratamento de pacientes com distúrbios cognitivos, neurodegenerativos e emocionais. Além disso, a prescrição de atividades físicas deve ser personalizada, levando em consideração a capacidade funcional do paciente, suas comorbidades e preferências. A orientação adequada sobre tipos de exercícios, intensidade e duração da prática deve ser feita de maneira que maximize os benefícios para o cérebro, evitando sobrecarga física ou lesões. A parceria entre médico e profissional de educação física é uma estratégia que otimiza resultados, porém consideramos ser de suma importância que médicos ampliem seus conhecimentos em fisiologia do exercício, para que consigam definir os melhores programas de cuidados para cada perfil de paciente.

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Os estrogênios, um grupo de hormônios sexuais predominantemente femininos, desempenham um papel crucial não apenas na saúde reprodutiva, mas também na saúde mental das mulheres. Essas substâncias regulam uma ampla gama de processos fisiológicos que afetam diretamente o humor, aspectos comportamentais, a cognição e o bem-estar emocional. Para médicos de diferentes especialidades, compreender essa relação é essencial para oferecer cuidados integrativos e eficazes às pacientes. Diferentes formas de estrogênio — como estradiol, estrona e estriol — possuem características fisiológicas distintas, desempenhando papéis únicos no bem-estar psicológico e emocional. Assim como a progesterona também tem grande importância. Neste artigo, exploramos essas diferenças e como cada um contribui para a saúde mental das mulheres. Estrogênios e neuroproteção Os estrogênios possuem propriedades neuroprotetoras, modulando a plasticidade neuronal e protegendo o cérebro contra processos neurodegenerativos. Eles estimulam a produção de fatores neurotróficos, como o BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro), que promovem a sobrevivência neuronal e a reparação tecidual. Essa ação pode explicar por que mulheres na pós-menopausa, quando os níveis de estrogênio diminuem significativamente, apresentam maior risco de desenvolver doenças neurodegenerativas como Alzheimer​ Regulação do Humor Os estrogênios influenciam neurotransmissores essenciais, como serotonina, dopamina e norepinefrina, que estão diretamente associados ao humor e à motivação. O aumento ou redução dos níveis de estrogênio durante fases específicas do ciclo menstrual, gravidez ou menopausa pode levar a flutuações no humor, ansiedade e depressão. Por exemplo, o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) é atribuído em parte à sensibilidade exacerbada a essas alterações hormonais​   Estrogênio e saúde cognitiva Os estrogênios, especialmente o estradiol, desempenham um papel vital na manutenção da função cognitiva. Eles promovem a formação de novas sinapses e previnem o declínio cognitivo, especialmente em áreas relacionadas à memória, como o hipocampo. Estudos indicam que mulheres pós-menopausa que não recebem TRH têm maior risco de desenvolver doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, reforçando a importância do equilíbrio hormonal para a saúde cerebral. Papel nos distúrbios de ansiedade e depressão Estudos mostram que mulheres apresentam maior prevalência de transtornos de ansiedade e depressão em comparação aos homens, especialmente durante as fases de alterações hormonais significativas, como o período pós-parto e a menopausa. Os estrogênios, ao modular os receptores serotoninérgicos e o sistema endocanabinoide, exercem um efeito calmante e estabilizador no sistema nervoso central​. Terapias e considerações clínicas Para muitas mulheres, a reposição hormonal bioidêntica pode ser uma opção valiosa para mitigar os efeitos do declínio hormonal na saúde mental. No entanto, é crucial que médicos avaliem individualmente cada caso, considerando fatores de risco como histórico de câncer hormono-dependente e outras questões individuais. Além disso, abordagens integrativas que incluem exercício físico, alimentação balanceada e suporte psicológico são fundamentais para um manejo abrangente. Conclusão Os estrogênios desempenham um papel central na saúde mental das mulheres, influenciando o equilíbrio emocional, a cognição e a resiliência cerebral. Médicos de todas as especialidades devem estar atentos à importância desses hormônios e às consequências de sua deficiência, especialmente durante períodos de transição hormonal. Investir no conhecimento sobre a fisiologia hormonal permite uma abordagem mais integrada e personalizada no cuidado da saúde feminina. Se você é médico e deseja aprofundar seus conhecimentos, toque aqui e conheça o Programa Educacional exclusivo para médicos da Longevidade Saudável.

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A vitamina D é, na verdade, um hormônio. Enquanto vitaminas precisam ser obtidas através da dieta para nutrir o desenvolvimento celular, os hormônios são produzidos pelo próprio organismo, por glândulas ou neurônios, e alcançam órgãos e tecidos onde há receptores para eles por meio da corrente sanguínea. O hormônio D é essencial para a saúde humana, desempenhando papéis críticos em sistemas que vão muito além da saúde óssea, envolvendo processos imunológicos, musculares, metabólicos e endócrinos. Neste artigo vamos esclarecer as principais funções da vitamina D no organismo, fornecendo uma visão abrangente, especialmente para médicos e profissionais de saúde que atuam com uma abordagem integrativa e preventiva. Síntese e metabolismo da Vitamina D A vitamina D é obtida principalmente por meio da exposição à luz solar, podendo também ser obtida em pequenas quantidades através da dieta, a partir da conversão do ergocalciferol pelo fígado, e, quando necessário, de suplementação. Quando exposta aos raios solares, a pele ativa o 7-dehidrocolesterol e leva à formação da pré-vitamina D3. Esta sofre um rearranjo dependente da temperatura e forma a vitamina D3 (colecalciferol). A vitamina D3, por sua vez, passa por duas etapas de ativação: a primeira ocorre no fígado, onde é convertida em 25-hidroxivitamina D (25 (OH) D), e a segunda nos rins, onde se transforma em calcitriol (1,25-(OH)2D3), que é a forma ativa e biologicamente ativa do hormônio. Essa forma ativa exerce suas funções em diversos sistemas por meio do receptor nuclear de vitamina D (VDR), presente em praticamente todos os tecidos do corpo humano. Este fato reforça a complexidade e a ampla influência do hormônio D no organismo. Funções da Vitamina D Regulação do metabolismo ósseo: A função clássica da vitamina D está relacionada ao metabolismo do cálcio e do fósforo e à manutenção da saúde óssea. O hormônio aumenta a absorção intestinal de cálcio e fósforo, promovendo a mineralização óssea. Deficiências severas levam a condições como raquitismo em crianças e osteomalácia em adultos. Na população idosa, a insuficiência de vitamina D pode contribuir para a osteoporose, aumentando o risco de fraturas.   Modulação do sistema imunológico: A vitamina D é fundamental para a modulação imunológica. Ela exerce um efeito imunomodulador em células do sistema imune, como macrófagos e células T, ajudando a balancear as respostas imunes inata e adaptativa. Evidências apontam que níveis adequados de vitamina D podem reduzir o risco de infecções, especialmente as respiratórias, e modular respostas inflamatórias, sendo um fator relevante em doenças autoimunes como esclerose múltipla, diabetes tipo 1 e artrite reumatoide.   Saúde cardiovascular e metabólica: A vitamina D desempenha papel importante na saúde cardiovascular ao reduzir a inflamação e modular a pressão arterial por meio da regulação do sistema renina-angiotensina-aldosterona (RAAS). Estudos mostram que a deficiência de vitamina D está associada a um risco aumentado de hipertensão arterial, síndrome metabólica e diabetes tipo 2. Em conjunto com outras abordagens terapêuticas, o equilíbrio dos níveis de vitamina D pode contribuir para a prevenção de desordens metabólicas e para o controle glicêmico.   Saúde muscular: Receptores de vitamina D estão presentes nos músculos esqueléticos, e a 1,25(OH)2D3 é essencial para a função muscular adequada. A deficiência de vitamina D está associada à redução da força e da massa muscular, além de uma maior propensão a quedas em idosos. A suplementação adequada pode melhorar a função muscular, principalmente em pacientes com níveis insuficientes ou com risco de sarcopenia.   Funções reuropsiquiátricas e cognitivas: A vitamina D é importante para o desenvolvimento neurológico e o funcionamento cerebral. Ela pode modular neurotransmissores como a serotonina e a dopamina e exercer efeitos neuroprotetores, o que se traduz em um potencial papel na prevenção de distúrbios de humor, como a depressão, e no suporte cognitivo. Há ainda estudos sobre sua relação com doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, uma vez que a vitamina D pode contribuir para a proteção contra a neuroinflamação. Suplementação e Prevenção Em áreas geográficas com baixa exposição solar ou em populações com maior risco de deficiência, a suplementação de vitamina D pode ser essencial para manter a saúde geral. É importante monitorar regularmente os níveis séricos e adaptar a dose de acordo com as necessidades individuais. Hormônio essencial! A vitamina D vai muito além de uma simples vitamina. É um hormônio essencial para a homeostase de diversos sistemas no corpo. Ela participa ativamente da regulação do metabolismo ósseo, imunológico, cardiovascular, muscular e neurológico. Para médicos que atuam com uma visão integrativa, compreender as funções da vitamina D permite uma abordagem mais abrangente e preventiva, que pode contribuir para a qualidade de vida e a longevidade dos pacientes. Como a ciência continua a explorar as multifacetas desse hormônio, os profissionais de saúde desempenham um papel crucial na orientação e no monitoramento adequado dos níveis de vitamina D, promovendo uma saúde integral e a prevenção de doenças. Leia também: Colesterol: O que ninguém conta sobre ele?

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A microbiota intestinal tem sido amplamente estudada nas últimas décadas e sua importância para a saúde geral do organismo vai muito além da digestão. O intestino humano abriga trilhões de microrganismos, incluindo bactérias, vírus, fungos e arqueas, que desempenham um papel fundamental na manutenção da homeostase. Uma das áreas de crescente interesse é a relação entre a microbiota intestinal e o equilíbrio hormonal, especialmente considerando o impacto que essa interação pode ter na saúde metabólica, imunológica, reprodutiva e geral. Neste post, exploraremos os principais mecanismos pelos quais a microbiota intestinal influencia o equilíbrio hormonal, discutindo suas implicações clínicas para médicos e profissionais de saúde. O eixo intestino-hormonal: uma via bidirecional A interação entre o intestino e os sistemas hormonais ocorre por meio do chamado eixo intestino-hormonal, uma via de comunicação bidirecional que envolve o intestino, os hormônios e diversos sistemas, como o sistema nervoso central (SNC), o sistema imunológico e o sistema endócrino. A microbiota intestinal participa ativamente da regulação desse eixo, influenciando tanto a síntese quanto a metabolização de hormônios, além de afetar sua biodisponibilidade. 1. Produção e modulação de hormônios pela microbiota intestinal A microbiota intestinal tem a capacidade de produzir e modular hormônios de diferentes maneiras: Metabolismo de hormônios sexuais: Certas bactérias intestinais expressam enzimas, como a β-glucuronidase, que são capazes de desconjugar hormônios esteroides, como o estrogênio e a progesterona. O desconjugamento desses hormônios no intestino facilita sua recirculação via a circulação entero-hepática, aumentando a disponibilidade de estrogênios e outros hormônios esteroides no corpo. Esse processo é mediado pelo que se chama de “estroboloma”, o conjunto de microrganismos capazes de metabolizar estrogênios. Síntese de neurotransmissores com ação hormonal: A microbiota é também uma fonte significativa de produção de neurotransmissores como serotonina, dopamina e GABA, os quais têm ações hormonais sistêmicas e podem influenciar o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA). Esses neurotransmissores desempenham um papel importante na regulação do humor e, indiretamente, nos níveis de hormônios como cortisol e adrenalina. 2. Modulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) O eixo HPA é uma das principais vias de regulação do estresse, e a microbiota intestinal exerce um papel importante nesse sistema. Estudos demonstram que alterações na composição da microbiota (disbiose) estão associadas à hiperativação do eixo HPA, resultando em níveis elevados de cortisol. O cortisol cronicamente elevado pode levar a distúrbios metabólicos, como resistência à insulina, além de desregular outros hormônios, como testosterona e hormônios sexuais femininos. A comunicação entre o eixo HPA e a microbiota ocorre em grande parte por meio de moléculas de sinalização inflamatórias, como citocinas, e pelo nervo vago, evidenciando que o intestino e o cérebro estão intimamente conectados tanto fisicamente quanto funcionalmente. 3. Papel da microbiota na sensibilidade à insulina e nos hormônios metabólicos A microbiota intestinal também influencia diretamente o metabolismo energético e a sensibilidade à insulina. Estudos sugerem que alterações na composição da microbiota podem promover um estado pró-inflamatório e resistência à insulina, interferindo nos níveis de hormônios como a insulina e o glucagon. Além disso, bactérias intestinais específicas, como aquelas pertencentes ao gênero Akkermansia, têm sido associadas a uma melhor integridade da barreira intestinal e a um menor risco de resistência à insulina. A modulação da permeabilidade intestinal é essencial para evitar a translocação de lipopolissacarídeos (LPS), moléculas bacterianas que podem desencadear inflamação sistêmica e interferir com a sinalização de insulina. 4. Microbiota e hormônios tireoidianos Estudos recentes também apontam para a influência da microbiota na regulação dos hormônios tireoidianos. A conversão periférica de tiroxina (T4) em triiodotironina (T3), a forma biologicamente ativa do hormônio, pode ser impactada pela composição da microbiota. A disbiose intestinal foi associada a uma diminuição nessa conversão, possivelmente por interferir na metabolização hepática e intestinal desses hormônios. Implicações clínicas: diagnóstico e manejo de disfunções hormonais 1. Disbiose e distúrbios hormonais femininos A relação entre a microbiota intestinal e os hormônios sexuais femininos, particularmente os estrogênios, tem implicações significativas para condições como síndrome dos ovários policísticos (SOP), endometriose e menopausa. A disbiose intestinal pode exacerbar o hiperestrogenismo ou o hipoestrogenismo, resultando em sintomas mais graves ou complicações de longo prazo. Por exemplo, na SOP, a disbiose pode agravar a resistência à insulina e contribuir para o desequilíbrio hormonal típico da condição, com níveis elevados de androgênios. Já em mulheres na menopausa, a queda nos estrogênios afeta diretamente a composição da microbiota, tornando-as mais suscetíveis à inflamação intestinal e, potencialmente, a doenças metabólicas. 2. Microbiota e andropausa Em homens, a diminuição dos níveis de testosterona com a idade, conhecida como andropausa, também pode estar associada a alterações na microbiota intestinal. Estudos sugerem que a disbiose pode agravar a queda de testosterona, além de estar envolvida em condições metabólicas que surgem na andropausa, como a síndrome metabólica. Leia também: Reposição Hormonal: o que é e o que não é? Atenção ao eixo intestino-hormônios A interação entre a microbiota intestinal e o equilíbrio hormonal oferece uma nova perspectiva sobre a fisiopatologia de diversas condições hormonais e metabólicas. A compreensão mais profunda dessa relação abre caminhos para abordagens terapêuticas integrativas, que envolvam a modulação da microbiota para melhorar o equilíbrio hormonal e a saúde geral dos pacientes. Para médicos e profissionais de saúde, o reconhecimento dessa conexão é crucial para o desenvolvimento de estratégias de tratamento mais eficazes e personalizadas, considerando a microbiota intestinal como um alvo terapêutico para a prevenção e o manejo de desequilíbrios hormonais. Fica evidente que um olhar integrativo sobre o eixo intestino-hormonal pode transformar a prática clínica, levando a resultados melhores e mais sustentáveis na

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O cortisol, comumente chamado de “hormônio do estresse”, é um hormônio esteroide essencial para o funcionamento do corpo humano, tendo como principal função aumentar a disponibilidade de energia para lidar com eventos estressores. Via de regra, carboidratos são a primeira fonte de glicose utilizada para produção de energia, entretanto, o cortisol é um grande estimulador da gliconeogênese, promovendo a elevação da glicose no sangue através de outras fontes, como lactato, glicerol e aminoácidos, bem como pela quebra do glicogênio (glicose armazenada). Além disso, o cortisol desempenha um papel vital em diversas funções fisiológicas, como o controle do metabolismo, a resposta imune e o equilíbrio de eletrólitos. Neste post, vamos explorar como o cortisol atua no organismo, os sintomas de cortisol alto, os riscos à saúde relacionados ao seu excesso e a abordagem clínica mais indicada para esses casos.   A relação entre cortisol e melatonina A relação entre cortisol e melatonina é fundamental para o funcionamento do ciclo circadiano, que regula nosso ritmo biológico diário, influenciando o sono, o estado de alerta, e diversas funções metabólicas. Esses dois hormônios atuam de maneira oposta, mas interdependente, ajudando a sincronizar os períodos de atividade e repouso do corpo. Produzido pelas glândulas suprarrenais, o cortisol atinge seu pico nas primeiras horas da manhã, logo ao despertar, ajudando a aumentar o estado de alerta e a energia para enfrentar o dia. Seus níveis diminuem gradualmente ao longo do dia, atingindo o ponto mais baixo à noite, quando o corpo se prepara para o descanso. Produzida principalmente pela glândula pineal em resposta à escuridão, a melatonina começa a aumentar no início da noite, atingindo o pico durante a madrugada. Ela sinaliza ao corpo que é hora de dormir, facilitando o relaxamento e a indução do sono. Durante o dia, seus níveis caem, sendo quase indetectáveis em condições normais de exposição à luz. Perceba que os níveis de cortisol e melatonina estão em um ciclo inversamente relacionado. Durante a manhã, o aumento do cortisol é acompanhado pela queda nos níveis de melatonina e à medida que o dia avança e a luz diminui, os níveis de cortisol diminuem e os níveis de melatonina começam a aumentar. A produção do cortisol acontece em resposta a sinais do hipotálamo e da glândula pituitária, que liberam hormônios reguladores da produção de cortisol pelas suprarrenais. Portanto, o eixo hipotálamo-pituitário-adrenal (HPA) é uma das principais vias de regulação do cortisol no corpo. O papel do cortisol e seus mecanismos de atuação O cortisol é fundamental para a regulação de diversas funções biológicas, como: Regulação do metabolismo O cortisol atua na conversão de substratos em energia utilizável pelo corpo. Durante períodos de estresse, ele aumenta os níveis de glicose no sangue para garantir energia rápida. Resposta ao estresse Em situações de estresse físico ou emocional, o cortisol é liberado em maior quantidade para preparar o corpo para a “luta ou fuga”, aumentando a pressão arterial e o nível de alerta. Regulação do sistema imunológico O cortisol também tem efeito anti-inflamatório, suprimindo a resposta inflamatória do sistema imunológico. Manutenção da pressão arterial Ele atua no controle da vasoconstrição, regulando o equilíbrio hídrico e a pressão arterial. Quando secretado em níveis adequados, o cortisol ajuda a manter o equilíbrio fisiológico. No entanto, em situações crônicas de estresse ou disfunções hormonais, a produção de cortisol pode se manter elevada, resultando em sintomas de cortisol alto e possíveis complicações à saúde. Sinais e sintomas de cortisol alto Quando o corpo produz cortisol em excesso, uma série de sintomas podem surgir. Entre eles, destacam-se: Aumento de peso, especialmente na região abdominal Insônia ou distúrbios do sono Ansiedade e irritabilidade Fadiga crônica Elevação da pressão arterial Diminuição da libido e do desempenho sexual Alterações no ciclo menstrual (em mulheres) Perda de massa muscular Dificuldade em cicatrização de feridas e maior vulnerabilidade a infecções Pele fina e propensa a hematomas Esses sintomas são sinais de que o organismo está respondendo a uma sobrecarga de estresse ou disfunções hormonais, e a persistência desses quadros pode levar a consequências mais graves para a saúde. Riscos à saúde relacionados ao cortisol alto O excesso de cortisol, especialmente quando crônico, pode ter um impacto significativo na saúde geral. Entre os riscos mais comuns associados aos altos níveis de cortisol estão: Obesidade: O acúmulo de gordura visceralé uma característica comum em indivíduos com níveis elevados de cortisol, aumentando o risco de doenças metabólicas. Diabetes tipo 2: O aumento da glicose no sangue induzido pelo cortisol pode resultar em resistência à insulina e diabetes. Doenças cardíacas: Níveis elevados de cortisol podem acarretar hipertensão arterial, progressão da aterosclerosee elevar os riscos de doenças cardíacas. Imunossupressão: O excesso de cortisol suprime o sistema imunológico, tornando o corpo mais suscetível a infecções. Transtornos psiquiátricos: O estresse crônico e o cortisol elevado estão fortemente associados a distúrbios como depressãoe ansiedade. Esses riscos reforçam a importância de um diagnóstico e tratamento adequados para prevenir e evitar a evolução de condições graves relacionadas ao desequilíbrio desse hormônio. Abordagem clínica de pacientes com cortisol alto Níveis adequados de cortisol variam ao longo do dia, sendo mais altos pela manhã e mais baixos à noite. Em pessoas saudáveis, os níveis costumam variar entre 5 a 23 microgramas por decilitro (mcg/dL) pela manhã e entre 3 a 16 mcg/dL à noite. Contudo, fatores como idade, sexo, dieta, atividade física, sono e condições de saúde podem interferir nesses níveis. Portanto, o tratamento de pacientes com cortisol

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Reposição hormonal, terapia de reposição hormonal, TRH…seja em razão da disseminação dos benefícios para o bem-estar e a qualidade de vida ou dos supostos efeitos colaterais e problemas de saúde que pode provocar, fato é que, nos últimos tempos, esses termos vêm ganhando atenção. Em meio a esse cenário, não há como ignorar a mistura de conceitos que também têm se tornado frequente, inclusive entre profissionais de saúde. Tantos são os equívocos quanto ao que, na realidade, é hormônio e configura reposição hormonal, que não se pode negar que ambos os lados tenham certa razão: é possível colher inúmeros benefícios da terapia, porém a prática inadequada tem mesmo enorme potencial danoso à saúde. É justamente por primarmos pela ética e responsabilidade na prática médica e pela segurança dos pacientes, e por trabalharmos pela melhora da saúde e maior qualidade de vida para a sociedade como um todo, que desenvolvemos este artigo para elucidar, com base na fisiologia, o que é reposição hormonal e também o que não é reposição hormonal. Antes, o que são hormônios? Hormônios são moléculas mensageiras produzidas e secretadas naturalmente por glândulas endócrinas. A mais conhecida dessas glândulas talvez seja a tireoide, mas dispostas no corpo humano, acima dela, também estão o hipotálamo, a hipófise e a pineal, no cérebro; junto da tireoide, a paratireoide; e abaixo dela, o timo, o pâncreas, as suprarrenais, os ovários nas mulheres e os testículos nos homens. Todas elas produzem um ou mais hormônios e, com exceção do hormônio melatonina, que “se conecta” a receptores diretos e indiretos atuando em quase todos os sistemas, cada hormônio possui seu receptor específico em células localizadas em órgãos e tecidos diversos do corpo. Esses mensageiros químicos estão envolvidos nas mais diversas funções vitais, como crescimento, restauro e reparo celular, metabolismo, circulação sanguínea, temperatura corporal, função sexual, reprodução e muitas outras. Um organismo sadio precisa ter plenas capacidades funcionais e manter sua homeostase interna e o equilíbrio hormonal é a base desse processo. Em razão disso, diante do menor dos desequilíbrios, um indivíduo pode enfrentar sintomas e desconfortos diversos, ter redução significativa de sua qualidade de vida e, também, maior vulnerabilidade para desenvolver doenças, especialmente as crônicas, autoimunes e degenerativas.   A origem do preconceito com hormônios Os primeiros relatos de reposição hormonal são da década de 1940, nos Estados Unidos, quando passou-se a usar hormônios animais em mulheres menopausadas para alívio dos sintomas relacionados, principalmente os fogachos. Passado algum tempo, cresceu muito o número de mulheres com câncer de mama fazendo a terapia, o que, obviamente, resultou em um olhar negativo para os hormônios e a reposição hormonal. Contudo, precisamos reforçar que, naquela época 1) pouco se sabia sobre hormônios e suas funções, 2) a própria menopausa era entendida como um caso de falta de estrogênio apenas; 3) a reposição era feita com substâncias similares, porém não iguais às produzidas pelo organismo humano e 4) não havia individualização de dose ou tempo de uso. Uma realidade completamente distinta da que temos hoje. Atualmente, muito mais se sabe sobre hormônios, suas funções e hierarquia, sobre os fatores além da idade que impactam o sistema hormonal, sobre a menopausa e outras condições relacionadas ao desequilíbrio ou deficiência hormonal, sobre os sinais relacionados à falta ou insuficiência de um dado hormônio, sobre possibilidades terapêuticas e sobre a composição e ação de substâncias produzidas artificialmente para tratar.   Então, o que é a reposição hormonal? A reposição hormonal, ou como também chamamos, modulação hormonal, é uma terapia que visa reequilibrar hormônios cujo desequilíbrio ou insuficiência o médico constatar, a partir da investigação laboratorial, mas sobretudo clínica. Para melhor compreender seu fundamento, empreende relembrar o significado da palavra repor: tornar a pôr, restituir a estado ou situação anterior, devolver. Portanto, apenas por essa definição básica já é possível concluir que: a) inserir no organismo uma substância que anteriormente não estava lá não é repor, é substituir. b) inserir no organismo uma quantidade de substância que, apesar de comum ao meio interno, não apresentava qualquer grau de desequilíbrio/deficiência não é repor, é acrescentar; Logo, a reposição hormonal compreende a devolução ao organismo de uma ou mais substâncias anteriormente existentes internamente – que por alguma razão, estejam em desequilíbrio -, na medida necessária para a recuperação da homeostase e manutenção da integridade e capacidade funcional adequadas a um organismo. Note que o objetivo da reposição jamais deve ser a mudança da composição corporal ou a melhora estética do indivíduo, mas apenas e tão somente a resolução de manifestações clínicas, a devolução do bem-estar e o aumento da qualidade de vida de um indivíduo. A prática se volta exclusivamente ao cuidado da saúde.   Leia também: Melatonina é um hormônio! Não é um remédio para dormir.   E o que não é reposição hormonal? Em primeiro lugar, o uso de quaisquer substâncias, sejam elas fármacos sintéticos ou hormônios, para fins de melhora estética, não configura reposição hormonal. Em seguida, o uso de hormônios sintéticos ou bioidênticos em doses suprafisiológicas também não configura reposição hormonal, pois não estará promovendo reequilíbrio. E por fim, e talvez o engano mais cometido hoje em dia, o uso de medicamentos compostos por substâncias inexistentes no organismo humano, tais como anticoncepcionais hormonais, levotiroxina sódica, gestrinona, tibolona, oxandrolona, puran, levoid, synthroid (…) não configura reposição hormonal. Todos esses são fármacos que possuem indicação para o tratamento de questões específicas e, portanto, não devem ser usados de maneira indiscriminada, mas que,

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Há muitos anos transmite-se a ideia de que o colesterol representa um grande problema para a saúde humana. Conhecido como uma “gordura facilmente obtida através da dieta”, tanto se disseminou sobre seu suposto poder danoso, que no Brasil passamos a ter o Dia Nacional de Prevenção e Controle do Colesterol, em 08 de agosto, como campanha de conscientização acerca dos perigos ocasionados pelo descontrole de seus níveis. Entretanto, há muito escondido por trás dessa grande fama de “causador de infarto e AVC” atribuída ao colesterol, e nós, da SOBRAF, enquanto sociedade médica voltada ao estudo e disseminação de conhecimentos sobre Fisiologia Humana e, mais do que isso, enquanto instituição sem fins lucrativos que tem como propósito principal a valorização da prática médica focada na promoção e manutenção da saúde e na qualidade de vida, nos sentimos no dever de esclarecer tais obscuridades. Portanto, neste artigo, você vai entender com mais detalhes sobre o que é o colesterol, qual sua importância para a saúde humana, para que serve, sua relação com a alimentação e ainda os perigos do uso indiscriminado dos medicamentos amplamente prescritos para controle do colesterol, as estatinas. Colesterol não é uma gordura! O colesterol é, na verdade, um tipo de álcool esteroide, um composto orgânico encontrado nas membranas celulares e transportado pelo sangue em lipoproteínas. Ele é produzido diariamente pelo organismo, principalmente pelo fígado. As gorduras, por outro lado, são triglicerídeos, que são ésteres derivados do glicerol e três ácidos graxos. Todas as células humanas precisam de colesterol e, para circular pelo corpo e chegar até elas, o colesterol precisa estar em sua forma metabólica reduzida e estar protegido pelo que chamamos de lipoproteína, porque ele é hidrofóbico. São estas lipoproteínas que “carregam” o colesterol que podem ser de baixa, média, intermediária ou alta densidade, a depender da concentração relativa de triglicérides e colesterol que existe dentro das referidas proteínas. Daí a divisão em LDL, HDL e não-HDL. Suas formas básicas também são duas: (1) o colesterol reduzido encontrado em alimentos frescos e naturais como carnes, peixes, ovos e (2) o colesterol oxidado que é encontrado em alimentos industrializados. Fato é que apenas cerca de 10 a 30% do colesterol circulante vem da alimentação; os outros 70 a 90% são produzidos pelo próprio corpo. Para que serve o colesterol? O colesterol, de ambos os tipos, é indispensável para: Formação do tecido neuronal Síntese de hormônio D Absorção de cálcio Produção biliar Produção de mielina Permeabilidade da membrana celular Produção de hormônios esteroides A própria natureza nos fez fisiologicamente dependentes de colesterol. Portanto, para que um indivíduo se mantenha saudável, é necessário que mantenha níveis ótimos dessa substância, pois, caso contrário, não terá aporte para essas funções fundamentais.   Não existe colesterol ruim! Muito se fala sobre o poder danoso do colesterol LDL, especialmente para a saúde cardiovascular. Primeiro, recordemos: é a lipoproteína que carrega o colesterol que possui diferentes densidades de acordo com a quantidade de colesterol presente em seu interior. Segundo que, embora possa ser de baixa densidade, se esta lipoproteína estiver em sua forma reduzida ainda assim não será um problema e não vai formar placas nas artérias. Ao contrário, a principal função do LDL é distribuir o colesterol para nossas artérias e células, para nossos sistemas produzirem reações metabólicas, também hormônios.   E quando há elevação do risco de problemas cardiovasculares? O grande vilão é o LDL oxidado pelos radicais livres! Para que as gorduras do sangue possam aderir às paredes das artérias e iniciar o processo de deposição, é necessário que as lipoproteínas se relacionem ao oxigênio. Esta é a base do processo de aromatase. Ao menor sinal de lesão do tecido arterial, o corpo “envia” uma quantidade maior de colesterol para aquela região a fim de protegê-la e manter sua integridade. Porém, em razão do contato com o oxigênio e não sendo retirada do sítio celular pelo HDL, a fração oxidada passa a aderir à parede arterial formando células esponjosas. A presença de células esponjosas provoca a atração de componentes de coagulação, dentre eles a fibrina, as plaquetas e os leucócitos. Essas células se multiplicam, ativam a cascata da inflamação e, assim, induzem a formação da placa ateromatosa e a cronificação do processo. Ou seja, somente o colesterol na forma oxidada apresenta toxicidade! Esta informação é muito relevante, pois ninguém aqui está negando a participação do colesterol no processo de aterosclerose que, muitas vezes, culminará em eventos cardiovasculares fatais, mas ele não é o ator principal. Na verdade, a atriz principal é a inflamação.   Por que os níveis de colesterol costumam subir com a idade? O colesterol é uma molécula vital que serve como precursor para a síntese de hormônios cruciais, como a pregnenolona, cortisol, DHEA, testosterona, estradiol e estrona. Todos esses hormônios recebem outro nome mas são, na verdade, uma molécula de colesterol que sofreu modificações. Esses hormônios exercem papéis reguladores em uma miríade de funções por todo o corpo. Entretanto, de maneira geral, por volta dos 30 anos a produção desses hormônios começa a declinar naturalmente. E o corpo, com seu incrível poder de autorregulação, aumenta a produção da matéria-prima (colesterol) visando nos manter saudáveis e íntegros. Ocorre que, em razão do avançar da idade, mas também de outros fatores de estilo de vida, o processo de conversão do colesterol em hormônios fica prejudicado, o que faz com que os níveis de colesterol comecem a subir no exame de sangue. O problema é

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“Envelhecer é inevitável, ficar velho é opcional”, você já deve ter ouvido essa frase, mas sabe o que ela quer dizer? O processo de envelhecimento é um fenômeno contra o qual não podemos lutar. É da natureza humana vivenciar fases distintas durante a vida, cada qual com suas características peculiares, e experimentar as mudanças fisiológicas ocasionadas pela passagem do tempo, que é característica do envelhecer. Entretanto, apesar das mudanças, há algo nesse processo que não é obrigatório: ficar velho. Para explicar melhor isso, lhe convidamos a pensar em um daqueles carros antigos de colecionador. Perceba que até para nos referirmos a ele, não dizemos “carro velho”, mas sim, antigo. Isso, porque apesar de já haver bastante tempo de sua fabricação, um carro de colecionador costuma ser extremamente bem cuidado e estar em perfeitas condições, tanto esteticamente quanto em sua mecânica. É assim que devemos entender o envelhecer sem ficar velho: ter bastantes anos, mas manter-se bem, independente e gozar das melhores capacidades funcionais, apesar de “fabricado” há muitos anos. Neste artigo, trazemos à tona o envelhecimento inflamatório: uma forma específica de envelhecimento que, na contramão do que expusemos até aqui, pode nos levar a ficar velhos antes mesmo de chegarmos à velhice. O que é envelhecimento inflamatório? A inflamação também é um processo natural do organismo. Diante de ameaças, como lesões ou infecções, nosso sistema de defesa reage produzindo respostas de combate que visam proteger e recuperar a integridade da área ou órgão afetado. É o que entendemos por inflamação aguda. Ela costuma ter sinais facilmente perceptíveis, como vermelhidão, inchaço, dor, e pode durar poucas horas ou dias. Por outro lado, há também a inflamação crônica, que não produz sinais tão evidentes e pode se prolongar no tempo e durar longos anos. Esta pode ser extremamente prejudicial ao organismo, pois o coloca em contínuo estado de combate e passa a danificar também células saudáveis do corpo. O envelhecimento inflamatório, ou Inflammaging, é justamente o aumento crônico e de baixo grau dessa espécie de inflamação, que deixa um indivíduo cada dia mais vulnerável às mais diversas doenças, como doenças cardíacas, diabetes tipo 2, doenças neurodegenerativas, câncer e muitas outras. As chamadas “doenças da idade” ou “da velhice”. Quais as causas do envelhecimento inflamatório? Podem ser diversas as causas do envelhecimento inflamatório, mas algumas delas você vai conhecer aqui abaixo: Exposição a toxinas e estilo de vida As toxinas ambientais, a alimentação geneticamente incorreta, o sedentarismo e o estresse crônico são os fatores de maior influência para o envelhecimento inflamatório. Muito mais do que a genética, a forma como vivemos – seja quanto àquilo que praticamos ou deixamos de praticar diariamente ou quanto ao ambiente a que estamos inseridos – é capaz de contribuir para a inflamação e afetar o funcionamento adequado do organismo em diversos níveis, nos deixando mais suscetíveis a doenças diversas. O desequilíbrio hormonal e a disbiose intestinal são as principais questões desencadeadas por um estilo de vida errôneo e, a partir daí, inúmeras funções fisiológicas podem falhar e levar às demais causas do envelhecimento inflamatório que você vai ver aqui abaixo. Disfunção mitocondrial Mitocôndrias são organelas encontradas no citoplasma, responsáveis pela respiração e produção de energia celular. Elas promovem a oxidação de nutrientes, através do ciclo de Krebs e da cadeia transportadora de elétrons, para geração de ATP e participam na regulação do metabolismo, influenciando a utilização de substratos energéticos e a síntese de moléculas como lipídios. À medida que envelhecemos, as mitocôndrias podem sofrer danos, passando a produzir excessivamente espécies reativas de oxigênio (EROs), desencadeando a cascata apoptótica e contribuindo para a inflamação. Estresse oxidativo Espécies reativas de oxigênio são necessárias para a função celular adequada, incluindo a produção energética pelas mitocôndrias. Em condições normais, elas são naturalmente produzidas e neutralizadas por mecanismos antioxidantes. Contudo, com o avançar da idade e também em razão de alguns hábitos, é possível que haja o desequilíbrio entre a quantidade desses radicais livres e a capacidade de combate antioxidante, caracterizando o estresse oxidativo, condição que eleva a inflamação, está relacionada ao maior risco de doenças e pode causar danos a tecidos e órgãos. Desequilíbrio imunológico O enfraquecimento do sistema imunológico é um fator intrínseco ao envelhecimento. À medida que a idade avança, podemos enfrentar alterações estruturais e funcionais desse sistema e perder a capacidade de responder adequadamente a infecções e patógenos, o que contribui para o aumento da inflamação, podendo levar inclusive ao ataque de células saudáveis e desencadear doenças autoimunes. Senescência celular A senescência celular caracteriza o envelhecimento das células e sua perda de capacidade proliferativa. Significa dizer que, com o encurtamento crítico dos telômeros, nossas células atingem um limite de divisão e replicação, não havendo mais a substituição por novas células como acontece quando somos jovens. Nestes casos, além de não se renovarem, essas células podem liberar substâncias que contribuem para a inflamação. Você pode gostar de ler também sobre Epigenética: por que médicos precisam entender desse assunto? É possível envelhecer sem ficar velho! Embora o avançar da idade contribua para mudanças fisiológicas em todos nós, a velocidade com que essas mudanças ocorrem e o nível de inflamação estão intimamente ligados a como vivemos. É por isso que atualmente, apesar de estarmos vivendo por mais anos, as “doenças da idade” têm aparecido em pessoas que, muitas vezes, sequer atingiram os 50 anos de idade. Seus estilos de vida estão contribuindo para que se tornem velhas antes mesmo da chegada da velhice. Voltando à ideia do

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A epigenética é um campo de estudo que tem ganhado destaque significativo nos últimos anos, oferecendo novas perspectivas sobre como nosso ambiente e estilo de vida podem influenciar a expressão genética. Para médicos e profissionais de saúde, compreender os princípios da epigenética é essencial para avançar no diagnóstico, tratamento e prevenção de diversas doenças. Neste artigo, tecemos uma breve explicação sobre epigenética, para revelar seus potenciais na promoção e cuidado da saúde, trazendo ainda os principais motivos pelos quais todo profissional de saúde deve se aprofundar no assunto para otimizar sua prática e os resultados de seus pacientes. O que é epigenética? Trata-se de como fatores externos podem ativar ou desativar genes específicos sem modificar a estrutura básica do nosso código genético. Essas alterações são mediadas por mecanismos como metilação do DNA, modificações de histonas e interferência por RNA. Por que os médicos devem saber sobre epigenética? Prevenção e Tratamento de Doenças: estudos epigenéticos têm mostrado que fatores como dieta, estresse, exposição a toxinas e até mesmo experiências de vida podem influenciar a expressão gênica, contribuindo para o desenvolvimento de doenças como câncer, diabetes, doenças cardíacas e distúrbios neurológicos. Entender esses mecanismos permite a criação de estratégias de prevenção mais eficazes e tratamentos abrangentes e personalizados. Medicina Personalizada: a epigenética abre caminho para uma abordagem mais personalizada na medicina. Ao analisar o perfil epigenético de um paciente, médicos podem desenvolver planos de tratamento mais eficazes e direcionados, baseados nas necessidades e condições específicas de cada indivíduo. Avanços na Terapia Genética: a manipulação epigenética oferece novas oportunidades na terapia genética, permitindo a ativação ou silenciamento de genes associados a doenças. Terapias epigenéticas estão sendo exploradas para tratar uma variedade de condições, incluindo cânceres que são particularmente resistentes aos tratamentos convencionais. Aplicações clínicas mais comuns da epigenética Câncer Um dos campos onde a epigenética tem mostrado maior impacto é no tratamento do câncer. Estudos mostram que alterações epigenéticas podem promover a expressão de oncogenes ou suprimir genes supressores de tumor, contribuindo para o desenvolvimento e progressão do câncer. Terapias epigenéticas, como inibidores de histona deacetilase (HDAC) e agentes de metilação do DNA, estão sendo investigadas como opções de tratamento. Doenças Cardiovasculares Fatores de risco cardiovascular, como dieta rica em gorduras e tabagismo, podem causar modificações epigenéticas que contribuem para o desenvolvimento de doenças cardíacas. A pesquisa epigenética pode ajudar a identificar biomarcadores para diagnóstico precoce e novas estratégias terapêuticas para a prevenção e tratamento dessas condições. Distúrbios Neurológicos Condições como Alzheimer, esquizofrenia e autismo também estão sendo estudadas através da lente epigenética. Alterações epigenéticas no cérebro podem influenciar a expressão de genes envolvidos na função sináptica e plasticidade neuronal, oferecendo novos alvos para intervenções terapêuticas. Pediatria Em relação ao desenvolvimento infantil, sabe-se ainda que as experiências vividas pela criança, especialmente em seus primeiros anos, são capazes de alterar seu epigenoma, acarretando mudanças de comportamento, habilidades e, inclusive, a saúde.   O futuro da epigenética na prática clínica À medida que a pesquisa epigenética avança, espera-se que novas ferramentas de diagnóstico e tratamento sejam desenvolvidas, revolucionando a prática médica. A incorporação de testes epigenéticos na rotina clínica pode permitir a detecção precoce de doenças, monitoramento de resposta ao tratamento e prevenção personalizada baseada no perfil epigenético individual. Fique por dentro do assunto A SOBRAF reconhece a importância da epigenética como uma fronteira avançada da medicina moderna. Por isso, encorajamos médicos e profissionais de saúde a se manterem atualizados com as últimas descobertas e aplicações clínicas desse campo, para que juntos possamos oferecer o melhor cuidado possível aos nossos pacientes. A epigenética não é apenas uma revolução científica; é uma transformação na forma como entendemos e tratamos a saúde humana. Continuaremos a apoiar e promover a pesquisa e a educação em epigenética, acreditando firmemente em seu potencial para transformar a medicina e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Faça parte da nossa comunidade no Instagram e fique por dentro dos mais diversos temas relacionados à saúde integrativa e à longevidade.

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A tireoide, essa pequena glândula em forma de borboleta localizada na base do pescoço, possui um papel de suma importância no corpo humano. Embora pequena em relação aos outros órgãos, ela é uma das maiores glândulas do corpo humano, sendo essencial ao sistema endócrino e responsável pela síntese de hormônio, importantíssima para o adequado funcionamento do organismo. Para médicos, entender profundamente a fisiologia da tireoide e suas interações hormonais é fundamental para prevenir, diagnosticar e tratar uma variedade de condições que podem afetar a saúde e a longevidade dos pacientes, como também para promover estratégias de otimização das suas funções. Por isso, preparamos este artigo a fim de expor mais detalhes sobre a tireoide e sua importância. Anatomia da tireoide A tireoide é uma glândula endócrina de suma importância localizada na base do pescoço, logo abaixo do conhecido Pomo de Adão, revestindo a parte anterior da traquéia, posteriormente aos músculos esternotireoideo e esterno-hioideo, entre a 5ª vértebra cervical (C5) e a 1ª torácica (T1). De formato semelhante a uma borboleta, é constituída por dois lobos laterais (direito e esquerdo) unidos por uma faixa estreita de tecido chamada istmo e, em algumas pessoas, possui ainda um pequeno prolongamento na parte superior, chamado lobo piramidal. Embora pequena, é uma das maiores glândulas endócrinas do corpo humano, com cada um de seus lobos laterais medindo cerca de 4-6cm de comprimento, 1,5cm de largura e 2-3cm de espessura, pesando cerca de 15 a 30g. A tireoide é particularmente responsável pelo controle do metabolismo e pelo equilíbrio entre os sistemas de todo o organismo (homeostase), desempenhando um papel vital na regulação metabólica, crescimento e função de órgãos como o coração, cérebro, fígado e rins, e no desenvolvimento fetal. Os principais hormônios produzidos pela tireoide são o triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4). O T4 é um pró-hormônio produzido em maior quantidade, sendo o T3 o hormônio metabolicamente ativo, ambos são sintetizados a partir do aminoácido tirosina e do mineral iodo.   Fisiologia da tireoide Os hormônios tireoidianos são produzidos pela glândula tireoide, a glândula pituitária anterior e o hipotálamo. Esses três juntos, formam um circuito autorregulador denominado eixo hipotálamo-hipófise-tireoide. Quando capta informações do meio externo, o hipotálamo libera o Hormônio Liberador da Tireotrofina (TRH), que estimula a hipófise a produzir e secretar o Hormônio Estimulante da Tireoide (TSH). Então, a tireoide é estimulada pela glândula pituitária a produzir seus hormônios. Sendo a única entre as glândulas endócrinas com capacidade de concentrar iodo, essencial para a síntese dos hormônios tireoidianos, a tireoide o capta a partir da corrente sanguínea, onde é, então, incorporado à molécula de tirosina para formar os hormônios tireoidianos T3 e T4. O T4 é sintetizado em maior quantidade, mas a maior parte do T3 circulante é, na verdade, derivada da conversão periférica do T4 em T3, que ocorre principalmente no fígado e em outros tecidos, onde a enzima desiodase remove um dos átomos de iodo do T4, convertendo-o em T3, a forma mais ativa do hormônio tireoidiano. Esse sistema é regulado por um mecanismo de feedback negativo. Quando os níveis de hormônios tireoidianos estão baixos no sangue, a pituitária aumenta a produção de TSH para estimular a tireoide a produzir mais hormônios. Por outro lado, quando os níveis de hormônios tireoidianos estão altos, a produção de TSH é inibida, evitando uma produção excessiva de hormônios tireoidianos.   Ação dos hormônios tireoidianos Os hormônios tireoidianos têm uma ampla gama de efeitos no corpo. A maior parte dos tecidos têm receptores para eles e, por isso, a tireoide é capaz de interferir no metabolismo das células de quase todos os órgãos. Eles regulam o metabolismo basal, a temperatura corporal, o crescimento e o desenvolvimento, o funcionamento do sistema nervoso central, a função cardiovascular, entre outras funções vitais. Eles também desempenham um papel essencial no desenvolvimento fetal e na manutenção da função reprodutiva. Conforme já demonstrado, níveis desregulados dos hormônios da tireoide liberam níveis maiores ou menores de TSH e assim, promovem alterações no sistema endócrino e consequências nocivas à saúde do ser humano. Ou seja, uma pequena disfunção na glândula tireoidiana pode acarretar sérios desequilíbrios com sintomatologias diversas e incômodas.   Disfunções mais comuns da tireoide Disfunções da tireoide podem ocorrer quando há uma produção insuficiente ou excessiva de hormônios tireoidianos. As condições mais comuns incluem: Hipotireoidismo: caracterizado pela produção inadequada de hormônios tireoidianos, resultando em uma desaceleração do metabolismo e uma série de sintomas como fadiga, ganho de peso, pele seca e sensação de frio constante. Hipertireoidismo: ooposto do hipotireoidismo, ocorre quando há uma produção excessiva de hormônios tireoidianos. Os sintomas incluem perda de peso inexplicável, aumento da frequência cardíaca, tremores e ansiedade.   Em ambas as disfunções, é possível que ocorra o aumento da glândula, conhecido como bócio. Além disso, hipo ou hipertireoidismo podem ocorrer em qualquer fase da vida, tanto em mulheres como em homens. Principais causas de disfunção da tireoide Alguns fatores podem impactar no funcionamento da tireoide. Por exemplo, o cortisol e os hormônios tireoidianos estão intimamente ligados, sendo um dos papéis daquele a promoção da redução destes. Entretanto, o estresse crônico desempenha um papel no desenvolvimento de muitas doenças, inclusive doenças autoimunes da tireoide. Entretanto, hoje, o principal fator de impacto é a deficiência de iodo. Ele deve ser obtido principalmente através da alimentação, mas segundo a OMS, estima-se que mais de dois bilhões de pessoas sofram com a deficiência desse mineral.   Parte da explicação pode estar no aumento do consumo de farináceos, que apresentam bromo na composição. Além disso, o uso

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A metilação é um processo biológico essencial que desempenha um papel crucial na regulação genética, expressão gênica e manutenção da saúde celular. Este mecanismo envolve a adição de grupos metil (CH3) a moléculas de DNA, RNA, proteínas e lipídios, influenciando uma variedade de processos fisiológicos. Quando as vias de metilação estão desequilibradas ou comprometidas, isso pode levar a uma série de problemas de saúde, incluindo distúrbios metabólicos, doenças neurodegenerativas e até mesmo câncer. Neste artigo, exploraremos o processo de metilação, as causas e consequências do déficit de metilação e, o mais importante, cinco estratégias para melhorar as vias de metilação e contribuir para a melhora da saúde geral de pacientes.   O que é metilação? A metilação é um processo bioquímico fundamental que envolve a transferência de grupos metil (CH3) de uma molécula doadora para um substrato, como DNA, proteínas e lipídios. Essa modificação química pode influenciar a estrutura e função dessas moléculas, afetando diretamente a expressão gênica, a atividade enzimática e outros processos celulares. O processo está envolvido na regulação da gametogênese, do crescimento embrionário e placentário, bem como do imprinting e da epigênese, com gametas transferindo não apenas DNA, mas também informações para a regulação do desenvolvimento embrionário inicial e tardio, bem como história ancestral, habilidades e endocrinologia. Embora preciso e ajustado, este processo está sujeito a danos por fatores ambientais, incluindo desreguladores endócrinos e geradores de estresse oxidativo, em geral. Estudos mostram, por exemplo, que níveis de metilação do DNA estão associados ao neurodesenvolvimento e há biomarcadores que podem ser utilizados para ajudar a identificar déficit de atenção em crianças no ambiente clínico.   Causas e consequências do déficit de metilação: Um déficit na metilação pode ser causado por uma variedade de fatores, incluindo deficiências nutricionais, exposição a toxinas ambientais, estresse crônico e predisposição genética. Quando as vias de metilação estão comprometidas, isso pode resultar em uma série de consequências negativas para a saúde, tais como: – Disfunção Neurotransmissora: a metilação desregulada pode afetar a produção e atividade de neurotransmissores, contribuindo para distúrbios do humor, como depressão e ansiedade, bem como para o envelhecimento cerebral e o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas. – Inflamação Crônica: o desequilíbrio na metilação pode levar à ativação inadequada de genes relacionados à inflamação, contribuindo para doenças crônicas, como artrite, doenças cardíacas e diabetes. – Instabilidade Genômica: a metilação inadequada do DNA pode aumentar o risco de mutações genéticas e instabilidade genômica, predispondo a doenças como o câncer. – Distúrbios Metabólicos: a metilação desregulada pode influenciar o metabolismo de lipídios, carboidratos e outros nutrientes, contribuindo para a resistência à insulina, obesidade e síndrome metabólica. – Declínio Cognitivo: alterações na metilação estão associadas ao declínio cognitivo e doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer e o mal de Parkinson. 5 formas de melhorar as vias de metilação Felizmente, existem várias estratégias que podem ajudar a promover um processo de metilação saudável e equilibrado. Aqui abaixo estão 5 abordagens que podem ser incorporadas em sua prática para melhorar as vias de metilação de seus pacientes: 1- Nutrição Adequada Uma dieta rica em folato, vitamina B12, colina e outros nutrientes essenciais é fundamental para apoiar a metilação. Alimentos como vegetais de folhas verdes, legumes, ovos, carne magra e peixes gordurosos são fontes importantes desses nutrientes. 2- Suplementação Em casos de deficiências nutricionais ou necessidades específicas, a suplementação com vitaminas B, folato, metilcobalamina e outros cofatores de metilação pode ser recomendada. Aos pacientes, lembrem-se: é fundamental consultar um profissional de saúde antes de iniciar qualquer regime de suplementação. 3- Redução e gestão do estresse O estresse crônico pode comprometer as vias de metilação, portanto, estratégias para gerenciar o estresse, como meditação, yoga, exercícios físicos e psicoterapia, podem ser benéficas para promover uma metilação saudável. 4- Desintoxicação ambiental Minimizar a exposição a toxinas ambientais, como pesticidas, metais pesados ​​e poluentes atmosféricos, pode ajudar a reduzir a carga tóxica no organismo e proteger as vias de metilação. 5- Estilo de vida saudável Adotar um estilo de vida saudável, que inclua sono adequado, atividade física regular e evitar o tabagismo e o consumo de álcool, pode ajudar a apoiar a função metabólica e a saúde geral, incluindo a metilação. Leve esses insights para a prática As vias de metilação desempenham um papel vital na regulação de processos fisiológicos essenciais e na manutenção da saúde geral. Um entendimento mais profundo das causas e consequências do déficit de metilação pode ajudar a orientar estratégias para promover uma metilação saudável. Ao incorporar práticas como nutrição adequada, suplementação, redução do estresse, desintoxicação ambiental e estilo de vida saudável, podemos melhorar significativamente as vias de metilação e promover uma saúde ótima para os pacientes ao longo da vida.   Lembrando que o acompanhamento médico e de outros profissionais de saúde é fundamental para a identificação de necessidades e adoção de estratégias personalizadas de cuidado da saúde.   Junte-se à nossa comunidade e explore os vastos recursos e oportunidades de aprendizado que oferecemos. Siga a SOBRAF no Instagram para se manter atualizado sobre nossas atividades e contribuições no campo da fisiologia, da saúde e da qualidade de vida.

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A resistência insulínica é uma condição metabólica crescente que afeta um número significativo de pessoas em todo o mundo, contribuindo para o desenvolvimento de doenças como o diabetes tipo 2 e a síndrome metabólica. Caracteriza-se pela diminuição da capacidade do corpo de responder à ação da insulina, o hormônio responsável por regular os níveis de glicose no sangue. Este fenômeno leva a um aumento compensatório na produção de insulina pelo pâncreas, criando um ciclo vicioso que pode ter consequências sérias para a saúde. Entender as causas da resistência insulínica é crucial para os profissionais de saúde, pois permite a identificação de estratégias eficazes para sua prevenção e tratamento. Fatores como genética, excesso de peso, sedentarismo, estresse e uma dieta rica em carboidratos simples e gorduras saturadas estão entre os principais contribuintes para o desenvolvimento dessa condição. Os sintomas da resistência insulínica podem ser sutis e se desenvolver lentamente ao longo do tempo, muitas vezes passando despercebidos até que condições mais graves se manifestem. Por isso, a abordagem nutricional, juntamente com mudanças no estilo de vida, desempenha um papel fundamental no manejo dessa condição. No artigo abaixo, explicamos os principais pontos da abordagem nutricional para a resistência insulínica, destacando a importância de uma dieta balanceada, rica em nutrientes e pobre em alimentos processados e açúcares refinados.   Entendendo a resistência insulínica A resistência insulínica ocorre quando as células do corpo começam a ignorar a sinalização da insulina, dificultando a entrada de glicose nas células para ser usada como energia. Isso resulta em níveis elevados de glicose e insulina no sangue, um estado conhecido como hiperinsulinemia. A médio/longo prazo, isso pode levar ao esgotamento das células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina, culminando em diabetes tipo 2. Ou seja, a síndrome é uma forma de pré-diabetes, pois se não for tratada e corrigida, com controle da alimentação, perda de peso e realização de atividade física, pode se transformar em diabetes tipo 2. As causas da resistência insulínica são multifatoriais, incluindo predisposição genética, mas principalmente hábitos e estilo de vida. Sobrepeso e obesidade – especialmente o acúmulo de gordura visceral –, dietas ricas em calorias e baixas em fibras, além de um estilo de vida sedentário são os fatores mais comuns. E estudos demonstram que a inflamação crônica de baixo grau também está fortemente associada ao desenvolvimento da resistência insulínica. Além disso, alterações hormonais, principalmente em mulheres, também podem aumentar as chances de desenvolver a resistência, como acontece, por exemplo, nos casos de síndrome do ovário policístico (SOP). Nesta mulheres, as alterações que levam ao desequilíbrio menstrual e aumento de hormônios androgênicos, também causa desregulação do funcionamento da insulina. Em todos os casos, os sintomas da resistência insulínica podem ser inespecíficos, mas frequentemente incluem fadiga, dificuldade de concentração (neblina mental), aumento da fome e ganho de peso e acúmulo de gordura, especialmente na região abdominal. Identificar esses sinais precocemente é fundamental para implementar mudanças nutricionais e de estilo de vida que possam reverter ou minimizar a resistência insulínica.   Adequação do peso corporal A obesidade está fortemente associada ao desenvolvimento de resistência à insulina, que por sua vez desempenha um papel fundamental na patogênese das complicações cardiometabólicas associadas à obesidade, incluindo componentes da síndrome metabólica, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Portanto, a perda de peso deve ser a abordagem principal para os indivíduos em sobrepeso ou obesidade, mesmo que ainda não apresentem resistência insulínica. A combinação entre dieta equilibrada, suplementação nutricional quando necessário e inclusão ou aumento da frequência e intensidade da atividade física deve ser o ponto de partida, especialmente porque um maior índice de massa muscular está associado à melhor sensibilidade à insulina.   Abordagem nutricional para a resistência insulínica A abordagem nutricional para a resistência insulínica enfatiza a importância de uma dieta balanceada e rica em nutrientes, que pode ajudar a melhorar a sensibilidade à insulina e a controlar os níveis de glicose no sangue. A inclusão de alimentos ricos em fibras, como vegetais, frutas, legumes e grãos integrais, é fundamental, pois as fibras ajudam a retardar a absorção de glicose, evitando picos de insulina. Alimentos com baixo índice glicêmico são preferenciais, pois provocam um aumento mais lento e gradual dos níveis de glicose no sangue. Além disso, é importante incluir na dieta fontes saudáveis de gorduras, como as encontradas em peixes de águas frias, abacate, nozes e sementes, bem como proteínas magras, que podem ajudar na sensação de saciedade e no controle do apetite. Um estudo demonstrou que dietas com redução moderada de carboidratos e ricas em alimentos com baixo índice glicêmico e fibras podem melhorar significativamente a sensibilidade à insulina. A redução do consumo de açúcares refinados e alimentos processados também é essencial, pois estes são rapidamente convertidos em glicose, exacerbando o ciclo da resistência insulínica. Além disso, a redução do consumo de produtos de origem animal também pode ser considerada em alguns casos, uma vez que a dieta rica desse tipo de alimento e pobre em alimentos vegetais está associada à resistência insulínica, mesmo quando há perda de peso.   Estratégias suplementares Além do ajuste da dieta, existem vários suplementos nutricionais que podem ajudar no controle da insulina e na regulação dos níveis de açúcar no sangue. Abaixo estão os principais: – Cromo – Zinco – Magnésio – Vitamina D – Ácido alfa-lipóico – Ômega-3 – Vitaminas do complexo B – Vitamina E É importante ressaltar que, antes de começar a tomar qualquer suplemento, é fundamental consultar um

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O conceito de saúde e bem-estar tem se refinado ao longo dos anos, passando a incorporar não apenas a ausência de doenças, mas também a manutenção da qualidade de vida e longevidade.   Neste cenário, a prevenção de doenças crônicas assume um papel central, e os antioxidantes emergem como protagonistas na promoção da saúde. Evidências científicas têm fortalecido o entendimento de que um estilo de vida saudável, complementado por uma dieta rica em antioxidantes, pode ser um poderoso aliado na prevenção de uma série de enfermidades crônicas.   Compostos antioxidantes são moléculas capazes de retardar ou prevenir a oxidação celular, um processo natural que pode ser acelerado por fatores externos e que está implicado no envelhecimento e na patogênese de muitas doenças crônicas.   No artigo que preparamos abaixo, detalhamos os aspectos fisiológicos e biológicos dos antioxidantes, esclarecendo sua função, fontes alimentares e impacto na saúde humana, com especial atenção à prevenção de doenças crônicas.   Ao entender a atuação dos antioxidantes e doenças crônicas, profissionais da saúde podem melhor orientar seus pacientes, otimizando estratégias de prevenção e promoção de saúde. Acompanhe-nos nesta jornada de descobertas e integre essas informações valiosas à sua prática clínica. O que são antioxidantes? Antioxidantes são substâncias que impedem ou minimizam a oxidação de outras moléculas. Este processo, embora natural e necessário, quando exacerbado, resulta na formação de radicais livres que podem danificar células e tecidos. Ao neutralizar radicais livres, os antioxidantes evitam danos ao DNA, lipídios e proteínas, essenciais para a manutenção da saúde celular. Encontrados em abundância na natureza, os antioxidantes estão presentes em frutas, vegetais, grãos e nozes. Vitaminas como a C e E, além de minerais como o selênio, são conhecidos por suas propriedades antioxidantes. Fitonutrientes, como os flavonoides presentes no chá-verde e no cacau, também desempenham essa função vital. A ingestão adequada de antioxidantes é crucial para a saúde humana. Ela está associada à prevenção de processos inflamatórios e à proteção contra o estresse oxidativo, contribuindo para a manutenção da integridade celular e para o funcionamento ótimo do organismo.   Neutralização dos radicais livres pelos antioxidantes A compreensão do mecanismo pelo qual os antioxidantes neutralizam os radicais livres é essencial para apreciar seu papel na promoção da saúde e prevenção de doenças crônicas. Radicais livres são moléculas instáveis que possuem um elétron desemparelhado, o que os torna altamente reativos e capazes de danificar células, proteínas e DNA ao roubar elétrons de outras moléculas – um processo conhecido como oxidação.   Mecanismos de ação dos antioxidantes Doação de Elétrons: Muitos antioxidantes agem doando um elétron para estabilizar o radical livre, sem se tornarem eles próprios radicais livres reativos. Isso ocorre porque os antioxidantes possuem elétrons extra que podem ser compartilhados sem comprometer sua própria estabilidade. A vitamina C é um exemplo clássico de um antioxidante que doa elétrons. Encadeamento de Reações: Alguns antioxidantes podem interromper uma reação em cadeia antes que ela cause mais danos. Eles reagem com radicais livres intermediários e os neutralizam, impedindo a propagação da reação de oxidação. A vitamina E é conhecida por proteger as membranas celulares de reações em cadeia de radicais livres de lipídios. Enzimas Antioxidantes: O corpo humano produz várias enzimas antioxidantes, como a superóxido dismutase (SOD), a catalase e a glutationa peroxidase, que catalisam reações de desintoxicação de radicais livres, convertendo-os em moléculas menos reativas e mais estáveis, como água e oxigênio. Quelantes de Metais: Certos antioxidantes atuam como quelantes, ligando-se a metais de transição, como ferro e cobre, que podem catalisar a produção de radicais livres. Ao se ligarem a esses metais, os antioxidantes previnem a formação de radicais livres mediados por metais. Regeneração de Antioxidantes: Os antioxidantes também trabalham em um sistema de rede, onde um antioxidante que foi oxidado pode ser regenerado para sua forma ativa por outro antioxidante. Por exemplo, a vitamina C oxidada pode ser regenerada pela vitamina E.   Importância da diversidade antioxidante Diferentes antioxidantes operam em diferentes locais das células e em diferentes tipos de células. Por isso, uma variedade de antioxidantes é necessária para proteger contra a ampla gama de radicais livres que podem ser formados no corpo. Alguns são solúveis em água e atuam no fluido celular, enquanto outros são solúveis em lipídios e protegem as membranas celulares. A sinergia entre diferentes tipos de antioxidantes é crucial, tornando a diversidade de antioxidantes na dieta tão importante. Alimentos como frutas e vegetais são ricos em uma vasta gama de antioxidantes, proporcionando uma defesa abrangente contra o dano oxidativo. Ou seja, os antioxidantes e doenças crônicas estão interligados através do combate aos radicais livres. A neutralização dessas moléculas reativas pelos antioxidantes é um dos pilares fundamentais na prevenção de doenças e na promoção de uma vida longa e saudável.   Antioxidantes e prevenção de doenças crônicas A correlação entre antioxidantes e doenças crônicas se destaca no campo da medicina preventiva. Estes compostos bioativos são nossos aliados na luta contra o avanço de diversas condições crônicas. Vamos explorar mais detalhadamente como os antioxidantes atuam em algumas das principais doenças crônicas.   Doenças cardiovasculares Na esfera das doenças cardiovasculares, os antioxidantes atuam diretamente na prevenção da oxidação de lipoproteínas de baixa densidade (LDL), um fator crítico na formação de placas ateroscleróticas. Além disso, eles contribuem para a dilatação dos vasos sanguíneos, melhorando a circulação e reduzindo o risco de hipertensão, infartos e derrames.   Câncer No contexto do câncer, os antioxidantes têm uma função dupla: eles ajudam a neutralizar os

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21.06
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A saúde mental desempenha um papel crucial na saúde geral do corpo. A mente e o corpo estão interconectados e têm uma influência mútua significativa.  Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 300 milhões de pessoas no mundo sofrem com depressão. Deste número, cerca de 12 milhões de brasileiros sofrem com a condição e têm sua qualidade de vida prejudicada por esse transtorno. De acordo com a ciência, passar por eventos estressantes na infância, adolescência e vida adulta, como privação de sono, perdas, mudanças radicais na rotina, falta de apoio social ou suporte familiar, pode favorecer o desenvolvimento de depressão.  Nesse sentido, considerando tal cenário, é preciso cada vez mais atentar-se ao estilo de vida do paciente. Afinal, atitudes cotidianas influenciam diretamente na saúde do corpo, equilíbrio hormonal e, consequentemente, saúde mental e condições que são consequência do seu declínio.⠀ Afinal, por que o equilíbrio entre a saúde mental e a saúde do corpo é tão importante? O equilíbrio entre a saúde mental e a saúde do corpo é fundamental para uma vida saudável e plena. Em primeiro lugar, a saúde mental e a saúde física estão interconectadas. Problemas de saúde mental, como estresse crônico, ansiedade e depressão, podem ter um impacto negativo no corpo, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, comprometendo o sistema imunológico e interferindo no sono e na alimentação adequada. Por outro lado, condições físicas, como doenças crônicas ou lesões, também podem afetar negativamente a saúde mental, levando ao isolamento social, baixa autoestima e problemas emocionais. Além disso, nossas emoções possuem um impacto direto e relevante com a imunidade do nosso corpo. Segundo um estudo, pesquisadores relacionam a emoção como uma contribuição para o desenvolvimento de patologias.⠀ O equilíbrio entre a saúde mental e a saúde do corpo também é importante para promover a prevenção e o cuidado integral da saúde. Ao reconhecer a importância da saúde mental e física em conjunto, podemos adotar medidas proativas para prevenir problemas de saúde, buscando um estilo de vida saudável que inclua exercícios regulares, alimentação balanceada, sono adequado e cuidados com a saúde mental, como a prática de técnicas de relaxamento, meditação ou terapia. Ao cuidar de ambos os aspectos, estamos investindo em nosso bem-estar a longo prazo, reduzindo o risco de doenças e promovendo uma vida saudável e equilibrada em todas as suas dimensões. Em resumo, o equilíbrio entre a saúde mental e a saúde do corpo é crucial para uma vida saudável, pois está interconectado, contribui para a qualidade de vida e promove a prevenção e o cuidado integral da saúde. Por isso, priorizar e cuidar desses aspectos de forma integrada nos permite viver com bem-estar físico, emocional e mental, alcançando uma vida plena e equilibrada. Importância do equilíbrio entre a saúde mental e saúde do corpo: confira #5 motivos Resposta ao estresse: a saúde mental adequada permite que você lide melhor com o estresse. O estresse crônico pode levar a problemas físicos, como pressão alta, doenças cardíacas, distúrbios do sono e enfraquecimento do sistema imunológico. Ao cuidar da sua saúde mental, você desenvolve habilidades de enfrentamento saudáveis, o que pode reduzir o impacto negativo do estresse no corpo. Estilo de vida saudável: uma boa saúde mental está associada a comportamentos saudáveis. Pessoas mentalmente bem têm maior probabilidade de adotar hábitos benéficos, como uma alimentação equilibrada, exercícios regulares, sono adequado e evitar o uso excessivo de substâncias prejudiciais, como álcool e drogas. Essas escolhas de estilo de vida têm um impacto direto na saúde física. Sistema imunológico: a saúde mental afeta o sistema imunológico, que é responsável pela defesa do corpo contra doenças. Estudos têm mostrado que o estresse crônico e a depressão podem comprometer a função imunológica, tornando uma pessoa mais suscetível a infecções e doenças. Uma boa saúde mental fortalece o sistema imunológico, melhorando a capacidade do corpo de combater doenças. Sono de qualidade: a saúde mental adequada está relacionada a um sono melhor. Problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, podem levar a distúrbios do sono, como insônia. Por outro lado, a privação do sono pode ter um impacto negativo na saúde mental, aumentando os sintomas de transtornos mentais. O sono adequado é essencial para a recuperação e reparo do corpo, bem como para o funcionamento cognitivo e emocional saudável. Conexões sociais: a saúde mental positiva facilita a construção e a manutenção de relacionamentos saudáveis. O apoio social e as conexões interpessoais desempenham um papel vital na saúde física e emocional. Ter relacionamentos significativos e apoio social adequado está associado a um menor risco de várias condições médicas, incluindo doenças cardíacas, pressão alta e até mesmo demência. Em suma, a saúde mental é importante para a saúde do corpo, pois influencia diretamente a capacidade do organismo de lidar com o estresse, adotar hábitos de vida saudáveis, fortalecer o sistema imunológico, promover um sono adequado e cultivar relacionamentos positivos.  Cuidar da saúde mental é essencial para uma vida saudável e equilibrada em todos os aspectos.

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A importância da saúde hormonal materna
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A gravidez é um momento único na vida de uma mulher. Durante esse período, o corpo passa por inúmeras transformações para fornecer o ambiente ideal para o desenvolvimento do feto. É importante destacar que a saúde hormonal da mãe desempenha um papel crucial nesse processo. Afinal, qual é a importância da saúde hormonal na maternidade? A saúde hormonal materna é essencial para o desenvolvimento adequado do feto. Os hormônios femininos, como o estradiol e a progesterona, são fundamentais para a implantação do embrião no útero, para o crescimento do feto e para a preparação do corpo para o parto. Além disso, outros hormônios, como o hormônio da tireoide, o cortisol e a insulina, também desempenham um papel importante durante a gravidez. A deficiência ou excesso desses hormônios pode levar a complicações na gravidez, como aborto espontâneo, parto prematuro, diabetes gestacional e hipotireoidismo congênito. Um estudo discutiu a eficácia da combinação de tratamento com progesterona e suporte psicológico para prevenção da perda gestacional em mulheres com histórico de abortos espontâneos recorrentes. Os resultados sugerem que o tratamento com progesterona pode ser eficaz na redução da taxa de abortos espontâneos em mulheres com deficiência de progesterona, e que a adição de suporte psicológico pode ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade associados à gravidez, melhorando o resultado da gestação. A saúde hormonal materna é fundamental para a saúde da mulher durante a gestação e a saúde a longo prazo da criança. A compreensão das mudanças hormonais que ocorrem durante a gestação pode ajudar a identificar possíveis complicações e a garantir uma gestação saudável.  A manutenção de níveis adequados de hormônios como estradiol e progesterona é essencial para prevenir complicações durante a gestação e o parto, bem como garantir um bom desenvolvimento fetal e a saúde a longo prazo da criança. Um breve panorama sobre a saúde hormonal feminina A saúde hormonal feminina é uma questão importante que afeta não apenas a saúde da mulher, mas também a saúde do feto. Existem diversos hormônios que desempenham um papel importante no organismo feminino, como o estradiol, a progesterona, a testosterona, o hormônio da tireoide e muitos outros. O estradiol, por exemplo, é um hormônio feminino que desempenha um papel importante na regulação do ciclo menstrual e na saúde óssea. A progesterona, por sua vez, é responsável pela preparação do útero para a gravidez. Além disso, o hormônio da tireoide é fundamental para a regulação do metabolismo e da temperatura corporal, e a deficiência desse hormônio pode levar a problemas como hipotireoidismo e tireoidite de Hashimoto. Outro hormônio importante é a testosterona, que é geralmente associada à masculinidade, mas também é produzida pelas mulheres em quantidades menores. A testosterona tem um papel importante na regulação do desejo sexual e da libido. Manter a saúde hormonal feminina é fundamental para prevenir problemas de saúde, como irregularidades menstruais, infertilidade, menopausa precoce e osteoporose.  Ademais, a saúde hormonal materna pode ter um impacto duradouro na saúde da criança. Por exemplo, um estudo destacou que a exposição materna ao estresse pode aumentar a exposição fetal aos hormônios do estresse, como o cortisol, que pode ter efeitos negativos no desenvolvimento fetal. Os pesquisadores descobriram que a exposição fetal a altos níveis de cortisol pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, obesidade e distúrbios psiquiátricos na idade adulta. Eles também discutem os mecanismos pelos quais a exposição fetal ao cortisol pode afetar a programação de doenças em adultos, incluindo alterações epigenéticas e mudanças no desenvolvimento e função de tecidos específicos, como o fígado e o tecido adiposo. O estudo conclui que a exposição materna ao estresse durante a gestação pode ter efeitos significativos na saúde hormonal e metabólica da criança a longo prazo e destaca a importância de intervenções preventivas para minimizar os efeitos negativos da exposição fetal ao cortisol. Além disso, as mulheres passam por uma série de mudanças hormonais ao longo da vida, como a menopausa, que é a cessação da menstruação e a diminuição da produção de hormônios sexuais femininos.  Durante a menopausa, as mulheres podem experimentar sintomas como ondas de calor e suores noturnos, alterações no sono, como insônia ou sonolência diurna, secura vaginal e diminuição da libido, mudanças no humor, incluindo irritabilidade, ansiedade e depressão, perda de densidade óssea, o que pode levar a um aumento do risco de osteoporose e fraturas ósseas. Um estudo discutiu a osteoporose na pós-menopausa. A osteoporose é uma doença óssea que se caracteriza pela diminuição da densidade mineral óssea, tornando os ossos mais frágeis e suscetíveis a fraturas. Na osteoporose primária pós-menopausa, a perda óssea é causada pela diminuição dos níveis de estradiol, que ocorre após a menopausa. O estudo discute a epidemiologia, fisiopatologia, diagnóstico e tratamento da osteoporose primária pós-menopausa. Os autores destacam que a osteoporose primária pós-menopausa é uma doença comum e que é importante a identificação precoce da doença através da avaliação da densidade mineral óssea e do risco de fraturas.  Além disso, o estudo aborda as opções de tratamento disponíveis, incluindo o uso de medicamentos para aumentar a densidade mineral óssea e medidas não farmacológicas, como dieta adequada e atividade física. A saúde hormonal feminina é essencial para a fertilidade, a gravidez, o parto e a saúde materno-infantil. A falta de equilíbrio hormonal pode levar a uma série de distúrbios e doenças, incluindo distúrbios da tireoide, síndrome dos ovários policísticos, diabetes gestacional e pré-eclâmpsia.  É importante que nós, profissionais da saúde, estejamos

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Dia 22_05 - Desequilíbrio de cortisol
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O cortisol é um hormônio produzido pelas glândulas adrenais, que estão localizadas acima dos rins. Ele é importante para a regulação do metabolismo, do sistema imunológico e da resposta ao estresse.  No entanto, quando os níveis de cortisol estão desequilibrados, podem ocorrer consequências negativas para a saúde física e mental do paciente. Afinal, quais são as consequências do desequilíbrio de cortisol? O cortisol é um hormônio importante para a saúde, mas em excesso pode causar diversos problemas. Quando os níveis de cortisol estão elevados por longos períodos de tempo, ele pode afetar negativamente a saúde mental, enfraquecer o sistema imunológico e afetar o metabolismo. Vamos explorar cada um desses aspectos. Saúde mental O cortisol em níveis elevados por longos períodos pode afetar negativamente a saúde mental, levando a sintomas de ansiedade e depressão.  Um estudo publicado na revista Psychoneuroendocrinology realizou uma análise de 106 estudos e descobriu que os pacientes com transtornos depressivos apresentaram uma resposta de cortisol mais elevada ao estresse psicológico em comparação com os controles saudáveis.  O estudo sugere que o transtorno depressivo pode estar associado a uma maior sensibilidade do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal ao estresse psicológico, o que pode ter implicações para a saúde física e mental dos pacientes. Sistema imunológico O excesso de cortisol pode enfraquecer o sistema imunológico, aumentando o risco de infecções e doenças autoimunes.  Um estudo publicado na revista Stress and the immune system evidencia que o estresse crônico pode suprimir a atividade do sistema imunológico, aumentando a suscetibilidade a infecções e doenças crônicas. Além disso, o excesso de cortisol pode levar a um aumento da inflamação no corpo, o que também pode levar a doenças crônicas. Metabolismo O cortisol pode afetar o metabolismo, aumentando o armazenamento de gordura abdominal e reduzindo a massa muscular, o que pode levar a problemas de saúde como obesidade e diabetes.  Um estudo encontrou evidências de que a resposta do cortisol ao estresse é um fator importante na identificação de indivíduos com predisposição à obesidade. Eles sugerem que pessoas com uma resposta exagerada do cortisol ao estresse podem estar mais suscetíveis ao acúmulo de gordura abdominal e ao desenvolvimento de obesidade. O que causa o desequilíbrio hormonal de cortisol? O desequilíbrio hormonal de cortisol pode ter diversas causas, incluindo: Estresse crônico: O estresse crônico é uma das principais causas do desequilíbrio hormonal de cortisol. Quando uma pessoa está sob estresse constante, o corpo produz cortisol em níveis elevados por longos períodos de tempo. Isso pode levar a uma diminuição da sensibilidade do corpo ao cortisol, o que pode levar a uma redução na produção de cortisol em momentos em que ele é necessário. Distúrbios do sono: A privação de sono pode afetar a regulação hormonal, incluindo a produção de cortisol. Quando uma pessoa não dorme o suficiente, a produção de cortisol pode ser afetada, o que pode levar a desequilíbrios hormonais. Segundo estudo, o cortisol é um hormônio chave na regulação do sono e que o distúrbio do sono pode levar a um desequilíbrio hormonal de cortisol. O estudo discute a relação entre o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA) e o sono.  O estudo destaca que o cortisol é um hormônio chave na regulação do sono e que o distúrbio do sono pode levar a um desequilíbrio hormonal de cortisol. Além disso, o estudo destaca que a resposta do cortisol ao estresse pode ser influenciada pela qualidade do sono. A pesquisa sugere que a privação do sono pode levar a uma resposta de cortisol exagerada em momentos de estresse, o que pode ter implicações para a saúde física e mental dos indivíduos. Medicamentos: Alguns medicamentos podem afetar a produção de cortisol, incluindo esteróides e antidepressivos. O uso prolongado desses medicamentos pode levar a desequilíbrios hormonais. Problemas de saúde: Algumas condições médicas podem afetar a produção de cortisol, incluindo distúrbios da tireoide e síndrome de Cushing. Dieta: A dieta pode afetar a produção de cortisol. Por exemplo, a falta de nutrientes essenciais pode levar a desequilíbrios hormonais. Gerenciando o estresse no mundo contemporâneo Diante de tudo o que foi discutido até aqui, fica evidente que o gerenciamento do estresse é fundamental para manter o equilíbrio do cortisol e, consequentemente, para a manutenção da saúde física e mental. Entretanto, com o estilo de vida acelerado e cada vez mais exigente do mundo contemporâneo, muitas pessoas têm dificuldades em lidar com o estresse e em adotar medidas para mantê-lo sob controle. Uma das principais estratégias para gerenciar o estresse é identificar suas causas e tentar evitá-las. Em muitos casos, isso pode significar mudanças significativas no estilo de vida, como a redução da carga de trabalho, o estabelecimento de limites claros entre vida pessoal e profissional, a prática regular de atividades físicas e a adoção de técnicas de relaxamento, como a meditação e a yoga. Pesquisadores investigaram os efeitos da relaxação guiada sobre a regulação do cortisol e do afeto em adultos saudáveis. Os resultados mostraram que a relaxação guiada reduziu significativamente os níveis de cortisol e melhorou o afeto positivo em comparação com o grupo controle.  No entanto, a resposta individual ao estresse moderou esses efeitos. Os participantes que apresentaram uma resposta de cortisol mais elevada ao estresse tiveram uma maior redução nos níveis de cortisol e uma melhoria mais pronunciada no afeto positivo após a relaxação guiada, em comparação com os participantes que tiveram uma resposta de cortisol menos elevada. Os resultados sugerem que a relaxação guiada pode ser uma estratégia

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Ao chegar aos 40 anos, homens e mulheres começam a passar pelo declínio hormonal, trazendo inúmeras consequências para o bem-estar do indivíduo.  Durante esse período são sentidos diversos sintomas que aos poucos vão minando a qualidade de vida.  Popularmente conhecidos como andropausa e menopausa, tais declínios podem causar receio e até medo em boa parte da população, devido aos seus sintomas danosos à qualidade de vida. No entanto, é importante saber que este não é o fim da jornada, nem um peso que tem de ser carregado para sempre.  Determinadas condutas médicas podem não apenas amenizar os sintomas desses processos, como também restaurar a qualidade de vida do indivíduo.  Continue a leitura e saiba mais.  Afinal, quais são as consequências do declínio hormonal?  O declínio hormonal é um processo natural do organismo humano. Muitas vezes ele é associado ao envelhecimento, contudo, é importante sempre lembrar que a relação dá-se ao contrário.  Os hormônios não sofrem declínio por causa do envelhecimento, mas sim, o envelhecimento ocorre devido ao declínio hormonal. Isso não significa que uma pessoa que consegue manter o equilíbrio hormonal não irá envelhecer, mas sim, que é possível envelhecer em um ritmo mais suave, controlado e sem experimentar danos graves à saúde.  No Brasil, entre os 48 e 52 anos, as mulheres presenciam o fim dos seus ciclos menstruais – evento que já definimos como menopausa. Mesmo sendo um acontecimento fisiológico natural e inevitável, que ocorre devido ao esgotamento dos óvulos, além de ocasionar o fim dos ciclos ovulatórios e a capacidade reprodutiva da mulher, o declínio percorre a vida de uma mulher desde os seus 35 anos. Isso porque, antes da menopausa ocorrer, surge o climatério, uma fase que inicia por volta dos 35 anos e vai até o entorno de seus 65 anos de vida. O envelhecimento nos homens, ao contrário do feminino, é acompanhado por um declínio progressivo, mas individualmente variável, da produção de testosterona sérica, em mais de 20% dos homens saudáveis ​​com mais de 60 anos apresentando níveis séricos abaixo da faixa dos homens jovens.  Nesse contexto, a diminuição da produção de testosterona parece desempenhar um papel em parte de algumas mudanças clínicas em pelo menos alguns homens idosos. O Declínio Androgênico Masculino, popularmente conhecido como andropausa, é uma síndrome associada à idade avançada e caracteriza-se por sintomas e por níveis de testosterona abaixo dos níveis de referência para um homem adulto saudável. Conhecendo as consequências da menopausa Como foi possível compreender até aqui, o declínio gonadal feminino possui vasta sintomatologia e produz diversas mudanças no corpo da mulher. Dentre os sintomas, o mais conhecido é a interrupção do ciclo menstrual em mulheres com mais de 35 anos, conhecido cientificamente como amenorreia secundária. Outros sintomas amplamente conhecidos e relacionados ao período são os fogachos e ondas de calor, que duram cerca de três a cinco anos e costumam piorar no ano seguinte à última menstruação. Além disso, o sintoma acomete mais de 80% das mulheres que enfrentam o climatério, demonstrando indícios do desequilíbrio hormonal causado pelo período. De acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira para Estudos da Fisiologia Humana (SOBRAF), outros sintomas também estão relacionados ao declínio gonadal feminino e podem ser considerados um biomarcador para o desenvolvimento de doenças crônicas. São eles: Sudorese noturna; Insônia; Fragilidade imunológica; Labilidade emocional; Ressequidão vaginal;  Dispareunia; Declínio cognitivo;  Ressecamento da pele;  Queda de cabelos;  Aumento do peso total;  Aumento do percentual de gordura;  Perda de massa magra;  Perda de massa óssea;  Redução da libido;  Comprometimento da qualidade de vida.    Com a menopausa, o microbioma intestinal sofre alterações, que foram analisadas através de um estudo, publicado pelo The Journal of The North American Menopause Society. Para os pesquisadores, as alterações geradas pelo declínio hormonal apresentam aumento da adiposidade, diminuição da taxa metabólica e resistência à insulina. Outro estudo, da Universidade da Califórnia, procurou investigar os possíveis influenciadores para o desenvolvimento de depressão em homens e mulheres. Segundo os pesquisadores, as evidências apontam que as mulheres possuem um risco quase duas vezes maior de desenvolver depressão do que os homens. Isso porque, a inflamação pode ter grande relação com essa condição, devido ao declínio hormonal vivenciado em sua vida durante a menopausa. Conhecendo as consequências da andropausa  Segundo a literatura científica, o sintoma associado de maneira mais frequente é a baixa libido, podendo ser acompanhada de disfunção erétil, diminuição da massa e da força muscular, aumento da gordura corporal, densidade mineral óssea diminuída e osteoporose, vitalidade diminuída, humor deprimido, fragilidade imunológica, ressecamento da pele, déficit de memória, aversão ao convívio social, queda de cabelos, alterações do sono e, logo, do comprometimento da qualidade de vida. Essa ação silenciosa e de vasta sintomatologia pode, inclusive, ocasionar o desenvolvimento de outras patologias, como, por exemplo, a obesidade, de acordo com estudos. Além disso, diversos sintomas estão associados à andropausa e à precarização da qualidade de vida do homem. Confira os sintomas da andropausa, conforme as Diretrizes da Sociedade Brasileira para Estudos da Fisiologia (SOBRAF): Cansaço, redução da libido e do desempenho sexual, perda da qualidade erétil; Redução da força muscular; Adinamia; Fragilidade imunológica; Ginecomastia; Redução da capacidade física; Ressecamento da pele; Déficit de memória; Aversão ao convívio social; Aumento da circunferência abdominal; Queda de cabelos; Aumento do percentual de gordura corporal; Alterações do sono; Alterações do humor; Perda de massa óssea; Comprometimento da qualidade de vida.   Contudo, mesmo que seja uma condição extremamente nociva à saúde, a andropausa

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Um panorama da saúde da mulher
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A saúde feminina é um assunto muito importante e deve ser tratado com seriedade e cuidado. As mulheres passam por diversas fases da vida e em cada uma delas é necessário tomar medidas específicas para manter a saúde em dia.  É fundamental que a mulher e os profissionais da saúde tenham conhecimento sobre o corpo da mulher e sobre as mudanças que ocorrem em cada uma dessas fases para que possam cuidar da saúde de maneira adequada. A população feminina é maioria no Brasil, representando 51%, segundo os dados do IBGE. Ainda assim, apesar de serem a maioria, ainda é relativamente novo o cuidado com a saúde da mulher, tendo pouco mais de 3 décadas, em relação às políticas e aos protocolos. Afinal, as mulheres sempre foram relacionadas com cuidadoras, não somente de crianças ou outros membros da família, mas também de pessoas da vizinhança e da comunidade. Considerando este cenário, é importante implementar na atividade médica, o olhar para a saúde feminina sob a perspectiva dos diversos aspectos que a envolvem, incluindo cenários como o ambiente em que vivem, o seu momento de lazer, sua alimentação, condições de trabalho e renda, por exemplo. Um olhar sobre a saúde feminina As mulheres têm particularidades que as diferenciam dos homens, especialmente no que diz respeito aos aspectos biológicos, sociais e culturais.  É importante ressaltar que a saúde da mulher deve ser vista de forma integrada, ou seja, envolvendo aspectos físicos, mentais e sociais. Diversas doenças são mais comuns em mulheres do que em homens. Por exemplo, a osteoporose, a endometriose, a síndrome do ovário policístico e o câncer de mama são doenças que afetam principalmente as mulheres. Além disso, os hormônios sexuais femininos, como o estrogênio e a progesterona, podem influenciar a saúde de diversas formas. Por exemplo, o estrogênio pode ajudar a proteger o coração e os ossos, mas também aumentar o risco de câncer de mama e de trombose.  Já a progesterona pode causar sintomas como irritabilidade, ansiedade e depressão. Por isso, é importante que as mulheres fiquem atentas aos sinais do corpo e busquem ajuda médica sempre que necessário. Além disso, é importante que as mulheres se informem sobre sua própria saúde e conheçam bem seu corpo, para que possam identificar eventuais alterações e buscar ajuda o quanto antes. A importância da saúde ovariana para a medicina Os ovários são as glândulas reprodutoras femininas responsáveis pela produção de hormônios sexuais e pela ovulação.  A saúde ovariana é fundamental para a fertilidade e para a saúde geral da mulher. Alguns problemas comuns que podem afetar os ovários são a síndrome do ovário policístico, a endometriose e o câncer de ovário. A síndrome do ovário policístico (SOP) é uma condição que afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva. Ela pode causar infertilidade, acne, queda de cabelo, irregularidade menstrual e aumento de peso.  Já a endometriose é uma doença em que o tecido que reveste o útero cresce fora dele, podendo causar dor e infertilidade. O câncer de ovário é um tipo de tumor que pode crescer silenciosamente e ser descoberto apenas em estágios avançados. Por isso, é importante que a comunidade médica oriente e estimule a mulher a realizar consultas ginecológicas regulares e exames de rotina para identificar qualquer problema ovariano precocemente. Além disso, é fundamental que os profissionais de saúde tenham conhecimento sobre a saúde ovariana para orientar as mulheres sobre prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças relacionadas a esse órgão, garantindo a saúde e o bem-estar das mulheres em todas as fases da vida. O uso de anticoncepcionais hormonais e a depressão Os anticoncepcionais hormonais são muito utilizados pelas mulheres para prevenir a gravidez e tratar problemas como a síndrome do ovário policístico e a endometriose.  Contudo, alguns estudos têm apontado uma possível relação entre o uso desses medicamentos e a depressão. Um estudo realizado na Dinamarca com mais de um milhão de mulheres entre 15 e 34 anos de idade concluiu que o uso de anticoncepcionais hormonais está associado a um aumento no risco de diagnóstico de depressão e uso de antidepressivos.  No entanto, é importante ressaltar que esse risco é pequeno e que o uso de anticoncepcionais hormonais é seguro para a maioria das mulheres. Reposição Hormonal na Menopausa e a recuperação da qualidade de vida A menopausa é um período importante na vida da mulher, marcado pela interrupção da menstruação e pela diminuição da produção hormonal pelos ovários.  Esse período pode trazer diversos sintomas desagradáveis, como ondas de calor, suores noturnos, irritabilidade e insônia. A Terapia de Reposição Hormonal tem sido reconhecida como uma importante forma de assegurar o bem-estar das mulheres, prevenindo os efeitos nocivos da menopausa em suas vidas. Ao repor os hormônios que o corpo deixa de produzir, a TRH ajuda a aliviar os sintomas da menopausa e a prevenir doenças associadas à falta de estrogênio. No entanto, é importante ressaltar que a TRH não é indicada para todas as mulheres e deve ser prescrita por um médico, após avaliação individualizada dos benefícios e riscos. A saúde feminina é um tema complexo e importante, que envolve diversos aspectos da vida da mulher. É importante que as mulheres sejam informadas sobre sua própria saúde e busquem ajuda médica sempre que necessário.  Além disso, é importante que os profissionais de saúde estejam atentos às particularidades da saúde feminina e saibam como diagnosticar e tratar as condições que afetam principalmente as mulheres.

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A relação da exposição à UVB e o eixo pele-cérebro-gônada
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Os raios solares têm grande influência no nosso organismo, contudo, você sabe qual a relação da exposição à UVB e o eixo pele-cérebro-gônada?  Por muito tempo o sol foi associado em poemas e literatura ao amor. Sendo reverenciado como a representação da felicidade e carinho, é possível que as obras culturais introduziram, desde muito cedo, os inúmeros efeitos dos raios solares na vida dos seres humanos.  Ainda assim, qual a verdadeira influência dos raios UVB com o eixo-cérebro-gônada?  Continue a leitura e entenda.  Afinal, qual a relação da exposição à UVB e o eixo pele-cérebro-gônada?  Há anos a ciência vem descobrindo os efeitos da exposição solar no nosso organismo. Assim, obtivemos o conhecimento de que a luz ultravioleta afeta os aspectos endocrinológicos e comportamentais da sexualidade, porém como?  Estudo publicado por 33 pesquisadores na revista Cell Reports, indica que a luz ultravioleta (UV) afeta aspectos endocrinológicos e comportamentais da sexualidade por meio de um mecanismo desconhecido. A exposição à luz solar afeta a regulação do sistema endócrino responsável pela liberação de hormônios sexuais. A exposição aos raios ultravioleta B aumenta os níveis de hormônios esteróides sexuais e o comportamento sexual, que são mediados pela pele.  Os autores do estudo acima abordam que na literatura é possível encontrar trabalhos que indiquem que a exposição ao componente ultravioleta (UV) da radiação solar aumenta os níveis de testosterona em homens, os níveis de estradiol e testosterona em peixes e a atratividade das galinhas para os galos.  Sugerindo assim que a exposição à UV desempenha um papel importante na regulação da sexualidade tanto em nível comportamental quanto endocrinológico.  Para investigar os efeitos sistêmicos da radiação UVB , os autores expuseram camundongos raspados dorsalmente a uma única dose de UVB de 800 mJ/cm 2 ou a 50 mJ/cm 2 diariamente por 8 semanas.  As amostras de sangue foram coletadas 24 h após o tratamento com UVB para o modelo agudo e após 8 semanas de tratamento com UVB para os modelos crônicos. Para realizar o estudo controlado do efeito do tratamento com UVB em humanos, reuniu-se uma coorte de pacientes submetidos à fototerapia, que fornece uma dose documentada de exposição a UVB. Os pacientes foram solicitados a preencher um questionário antes do primeiro tratamento com UVB e 1 mês depois. Durante esse período, os pacientes receberam uma dose de UVB (0,1–2,5 J/cm) duas ou três vezes por semana para 10–12 tratamentos de UVB. O PLS, desenvolvido para medir o amor apaixonado nas relações íntimas, teve como foco o desejo intenso de união com o outro. Os pesquisadores descobriram que a exposição ao ultravioleta B (UVB) aumenta os níveis de hormônios esteróides sexuais e o comportamento sexual, que são mediados pela pele. Em camundongos fêmeas, a exposição UVB aumenta os níveis hormonais do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, resultando em ovários maiores; prolonga os dias de estro; e aumenta a expressão do hormônio anti-mulleriano (AMH). A exposição UVB também aumenta a capacidade de resposta sexual e atratividade das mulheres e as interações homem-mulher.  Assim, a UVB desencadeia um eixo pele-cérebro-gonadal através da ativação da p53 da pele. Em humanos, a exposição solar aumenta a paixão romântica em ambos os sexos e a agressividade nos homens, como visto na análise de questionários individuais, e se correlaciona positivamente com o nível de testosterona. Os achados dos cientistas sugerem oportunidades para o tratamento de disfunções relacionadas a esteróides sexuais. Conhecendo os efeitos da vitamina D  A vitamina D é na realidade um hormônio, que, consequentemente, possui funções amplamente relacionadas às atividades hormonais. Suas duas principais formas são a vitamina D2 (ergocalciferol) e a vitamina D3 (colecalciferol).  No fígado, a vitamina D3 é transformada em 25 hidroxi-vitamina D, sendo que essa é a vitamina D medida nos exames de sangue. No entanto, a forma ativa da vitamina D é o calcitriol, obtido a partir da transformação da 25 hidroxi-vitamina D nos rins. Entretanto, as funções do pró-hormônio são muito mais amplas, abrangendo cerca de 80 funções de restauro e reparo no organismo humano. É a partir da Vitamina D que se produz as catelicidinas, proteínas de alto poder antibiótico, capazes de neutralizar vírus, bactérias, fungos e parasitas. Além disso, o hormônio D também é responsável pela ativação de mais de 3500 genes. Nesse sentido, manter o seu equilíbrio e a sua ingestão equilibrados é de extrema importância para proporcionar suas funções benéficas ao organismo humano que, além de tudo, ocorrem juntamente com outros importantes hormônios que possibilitam saúde e qualidade de vida, como o estradiol, testosterona, progesterona e cortisol. Durante a pandemia da Covid-19, a Vitamina D tornou-se muito popular, principalmente considerando os estudos que comprovam a sua eficácia no aumento da imunidade. Segundo um estudo, realizado pela Universidade Médica de Chicago, pacientes com deficiência de Vitamina D (<20 ng/ml) obtiveram quase o dobro de probabilidade de teste positivo para Covid-19, comparados a pacientes com níveis equilibrados do hormônio. Os pesquisadores analisaram 489 pacientes, medindo o seu nível de Vitamina D durante um ano anterior aos testes para o vírus. Foi evidenciado ao longo do artigo que os efeitos da absorção da vitamina D por meio da exposição dos raios UVB são inúmeros e muitas vezes benéficos quando em quantidade certa no organismo.  Sendo assim, recomenda-se tomar os cuidados necessários para manter os níveis do pró-hormônio estáveis e na medida correta para poder alcançar a qualidade de vida e a longevidade saudável. 

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Melatonina e o combate ao câncer: qual a relação?
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O combate ao câncer é uma pauta que preocupa a comunidade científica e médica desde sempre.  Câncer ou cancro, também conhecido como neoplasia maligna, é um grupo de doenças que envolvem o crescimento celular anormal, com potencial para invadir e espalhar-se para outras partes do corpo, além do local original. Por tal motivo o seu combate é tão urgente e suas consequências tão nocivas.  Continue a leitura e compreenda qual a relação entre a melatonina, conhecida como o hormônio do sono, e o combate ao câncer.  Afinal, qual a relação da melatonina e do combate ao câncer? Em todo o mundo, o câncer é uma das principais causas de morbidade e mortalidade.  Segundo a OPAS, a Organização Pan-Americana de Saúde, o câncer é a segunda principal causa de morte no mundo e é responsável por 9,6 milhões de mortes em 2018.  A nível global, uma em cada seis mortes estão relacionadas à doença.  Embora o termo câncer pareça se referir a uma única doença, na verdade, ele engloba mais de 100 entidades patológicas diferentes, com tecidos de origem e modos de desenvolvimento diferentes. A abordagem terapêutica deve, portanto, ser diferenciada e isso a torna muito complexa. Contudo, uma molécula bioativa de origem natural conhecida principalmente por seu papel reguslador no ciclo sono/vigília e por sua atividade antioxidante, também se destaca por suas importantes propriedades anticancerígenas: a melatonina. Numerosos dados de experimentos mostram que ela pode retardar a progressão do câncer em diferentes estágios do ciclo tumoral, desde a transformação celular inicial até a metástase. Especificamente, a melatonina previne a divisão celular (antimutagênica) e a formação de novos vasos sanguíneos que nutrem o câncer (antiangiogênico).  Acrescenta-se que, dependendo do tipo de tumor e da dose, sozinha ou em conjunto com outras drogas utilizadas na quimioterapia, a melatonina tem potencial para prevenir o aparecimento de tumores e capacidade terapêutica para retardar a progressão maligna e a disseminação metastática. Outra possibilidade interessante é incluir a melatonina em tratamentos planejados de acordo com os parâmetros do sistema circadiano (onco cromoterapias), que conseguem aumentar a eficácia e a tolerabilidade dos medicamentos. Mesmo em processos cancerígenos que não respondem à melatonina, foi demonstrado que esta molécula pode sensibilizar células cancerígenas e aumentar a eficácia dos tratamentos de radio/quimioterapia, tornando tumores previamente quimio resistentes sensíveis à radio/quimioterapia. Um descobrimento muito relevante dos estudos é que a melatonina mostrou benefícios tanto em estudos em animais quanto em humanos, sem efeitos adversos significativos e em uma ampla gama de concentrações. Levando isso em consideração, combinar quimioterápicos com melatonina poderia limitar os efeitos secundários do tratamento em células normais, permitindo aumentar as doses ativas dos fármacos sem exacerbar sua toxicidade. Essa segurança é crucial para o manejo clínico de pacientes com câncer. Afinal, um dos desafios atuais no desenvolvimento de formulações combinadas com melatonina em altas doses é que elas são benéficas para os pacientes, mitigando os efeitos colaterais quando se aumenta a prescrição de quimioterápicos. A melatonina pode agir na prevenção do câncer? Dados científicos apontam que, com a diminuição da produção de melatonina no nosso organismo, os órgãos tendem a ficar mais vulneráveis ​​aos danos oxidativos e ao desenvolvimento de patologias, incluindo o câncer.  Outros estudos indicam que a redução da melatonina associada à idade é um dos principais fatores causadores da imunossenescência e do desenvolvimento de neoplasias. Sendo assim, foi demonstrado que a administração exógena de comprimidos administrados aumenta os estoques subcelulares de melatonina, ou seja, a reposição hormonal de melatonina pode apresentar benefícios para o processo de prevenção ao câncer.  Consequentemente, a inclusão dessa molécula na terapia anticâncer convencional pode ser uma estratégia para reduzir o dano molecular produzido pela rádio/quimioterapia em células saudáveis ​​e, assim, aumentar a eficácia dos tratamentos antitumorais, principalmente em pacientes com imunocompetência comprometida. Compreendendo a suplementação de melatonina  Assim como diversos outros suplementos vitamínicos, a suplementação do hormônio do sono também precisa ser orientada por um profissional médico, principalmente devido aos efeitos colaterais e características individuais de cada pessoa. Para que a suplementação seja indicada, é necessário o agendamento de consultas e exames para avaliar a situação individual, a fim de propor o melhor curso de tratamento. Um estudo sugere que a melatonina reduz a inflamação por suas propriedades radicais de limpeza. Os benefícios da melatonina são inúmeros, como vistos neste artigo, e não param de crescer. A comunidade científica tem se esforçado para trazer evidências de seus efeitos no organismo humano em todas as áreas da vida.  Portanto, é fundamental que os órgãos de saúde e as instituições médicas considerem o uso da melatonina e decidam explorar suas opções, tanto no tratamento quanto na prevenção proativa do câncer.

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Hábitos que podem estar prejudicando seu paciente 
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Alguns hábitos simples podem estar prejudicando a saúde do seu paciente mais do que se pode imaginar. Você sabe quais são?  Muitos pacientes não acreditam quando recomendamos uma mudança no estilo de vida para uma melhor qualidade de vida. Contudo, cada vez mais evidências surgem para apoiar tal mudança comportamental.  Continue a leitura e veja quais hábitos podem estar prejudicando seu paciente.  Afinal, quais hábitos podem estar prejudicando seu paciente?  No nosso dia a dia, as ações que fazemos e escolhemos podem trazer consequências positivas ou negativas.  Mesmo que a maioria da população tenha noção de quais hábitos trazem benefícios para a saúde, existem pequenos hábitos que podem estar minando a qualidade de vida do seu paciente aos poucos.  Inclusive, mesmo aqueles que são popularmente conhecidos por serem prejudiciais, podem ter efeitos mais graves do que os comumente conhecidos.  Isso inclui hábitos como fumar, ingerir álcool, não dormir bem, não consumir a quantidade certa de vitaminas e nutrientes, entre outros hábitos cotidianos. Estes pequenos costumes destroem aos poucos todo o trabalho que nós, profissionais da saúde, tentamos construir.  Uma revisão de dados científicos aponta que os principais fatores de risco que contribuíram para a carga global de câncer em 2019 foram comportamentais.  A carga de câncer atribuível ao risco variou por região do mundo e Índice Sociodemográfico (SDI), com tabagismo, sexo inseguro, e o uso de álcool sendo os três principais fatores de risco.  O artigo ainda previu que reduzir a exposição a esses fatores de risco modificáveis ​​diminuiria a mortalidade por câncer e as taxas de disability-adjusted life years em todo o mundo, e as políticas devem ser adaptadas adequadamente à carga local de fatores de risco de câncer. Tal dado abre os nossos olhos para a perspectiva de que as pequenas decisões do dia a dia podem acarretar em graves patologias.  Outro exemplo disso é o estresse.  De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o estresse é uma epidemia que atinge cerca de 90% da população mundial e pode causar outras doenças. Contudo, apesar da sua popularidade, o estresse, nos níveis experimentados, traz mais malefícios do que benefícios. Um exemplo disso é um estudo recente, no qual foi descoberta a influência da impressão hormonal defeituosa na reprogramação do sistema imunológico.  No estudo, é explicado que qualquer forma de estresse no início da vida, isoladamente ou em associação com o imprinting hormonal, pode estar associada à origem do desenvolvimento da saúde e da doença (DOHaD). Diante dessa perspectiva, é de suma importância conscientizarmos a população dos perigos que os espreitam.  Conhecendo a Medicina do Estilo de Vida Dentro do contexto apresentado acima, é notável a enorme necessidade da adoção de novos hábitos para prevenir patologias e alcançar a qualidade de vida.  Neste sentido, fazemos uso dos conhecimentos da Medicina do Estilo de Vida.  A Medicina do Estilo de Vida é uma abordagem científica que tem como objetivo a busca por um estilo de vida com hábitos saudáveis.  Em outras palavras, um método para diminuir complicações recorrentes na saúde, evitar novas doenças e a má qualidade de vida. Essa abordagem é fundamentada em seis pilares, sendo eles: alimentação saudável, atividade física, saúde do sono, controle de tóxicos, saúde mental e relacionamentos.  Assemelhando-se com a Medicina Preventiva, esta busca introduzir os pacientes em um estilo de vida saudável e completo no qual possam viver com qualidade.  Em suma, estes nichos da medicina buscam conscientizar a população de que os cuidados para com a saúde deles parte, primariamente, deles próprios.  Sendo assim, é o nosso dever incitar o estilo de vida saudável para poder assim evitar uma alta de patologias e uma maior qualidade de vida para a população.  Conheça os pilares da longevidade saudável Gradualmente, o conceito de unir saúde e longevidade vem ganhando espaço.  No entanto, a verdade é que ele sempre esteve presente.  A conquista da longevidade é algo que vem sendo estudado há tempos por profissionais. Contudo, pode ser que a solução seja mais simples do que se esperava.  Ela se encontra nos pilares que constituem a Medicina do Estilo de Vida, os quais preveem pontos essenciais na vida cotidiana de qualquer indivíduo que, quando melhorados, podem trazer bem-estar e longevidade.  Assim sendo, entenda os seis pilares da longevidade saudável. 1° Pilar – Alimentação saudável Já foi comprovado inúmeras vezes que uma alimentação saudável pode trazer inúmeros benefícios.  Com o número crescente de problemas de saúde nos Estados Unidos, cogitava-se a possibilidade de que o número de lojas de fast-food tivessem influência direta na saúde da população. Um estudo realizado pelo Hunter Medical Research Institute (HMRI) determinou que o aumento no número de lojas de fast-food em determinado espaço geográfico pode ser considerado um fator de risco ambiental para infarto do miocárdio. A equipe descobriu que esse fator está diretamente relacionado com um aumento de doenças cardiovasculares, mesmo após contabilizar outros fatores como idade, obesidade, hiperlipidemia (colesterol alto), hipertensão (pressão alta), tabagismo, diabetes e nível socioeconômico. 2° Pilar – Atividade física  Segundo um estudo, quanto menor o preparo físico dos adultos de meia idade, maior é a associação com a diminuição do volume cerebral anos depois. Ou seja, a baixa prática de exercícios físicos tem impacto negativo direto com a saúde do seu cérebro. Além disso, os pesquisadores descobriram a interferência do exercício físico na saúde do cérebro, através da análise neurológica de mulheres, inicialmente com 40 anos e, novamente, 20 anos mais tarde. 3° Pilar

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Cuidar do fígado também significa bem-estar
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O fígado é um órgão vital para a saúde de um indivíduo, por isso cuidar do fígado também significa bem-estar.  O fígado é um centro crítico para vários processos fisiológicos.  Ele é responsável por controlar a absorção de substâncias, o que inclui a eliminação de substâncias tóxicas e a produção da bile, um produto essencial para a digestão de gorduras. Contudo, suas funções não param por aí.  Continue a leitura e compreenda porque cuidar do fígado está ligado ao bem-estar.  Afinal, por que cuidar do fígado é tão importante?  Segundo a literatura científica, o fígado é um órgão essencial para vários processos fisiológicos.  Processos tais como metabolismo de macronutrientes, regulação do volume sanguíneo, suporte do sistema imunológico, controle endócrino das vias de sinalização do crescimento, homeostase de lipídios e colesterol e a quebra de compostos xenobióticos, incluindo muitos medicamentos atuais Além disso, a capacidade do fígado de armazenar glicose na forma de glicogênio, com alimentação, e montar glicose pela via gliconeogênica, em resposta ao jejum, é também essencial. Finalmente, fígado é um dos principais manipuladores do metabolismo de proteínas e aminoácidos, pois é responsável pela maioria das proteínas secretadas no sangue, pelo processamento de aminoácidos para energia e pela eliminação de resíduos nitrogenados da degradação de proteínas na forma de metabolismo da ureia. Em termos de desenvolvimento, este órgão surge como resultado de um complexo programa de diferenciação que é iniciado por gradientes de sinais exógenos, pistas de localização celular e uma intrincada hierarquia de fatores de transcrição.  Esses processos que são totalmente desenvolvidos no fígado maduro são imperativos para a vida. Diante desta perspectiva, a importância deste órgão é evidenciada pela sua funcionalidade essencial para o cumprimento da vida.  Sendo assim, é imperativo o cuidado com o fígado a fim de evitar sua insuficiência ou complicações mais graves.  Segundo dados do Ministério da Saúde, a estimativa é que 30% da população brasileira apresenta esteatoses hepáticas e que aproximadamente metade dos portadores possa evoluir para formas mais graves da doença. Um estudo recente constatou que o alto grau de fígado gorduroso não alcoólico, bem como doença hepática gordurosa não alcoólica, está associado ao aumento do risco de Síndrome do Intestino Irritável incidente.  Afinal, como cuidar do fígado?  Um fígado saudável pode proporcionar qualidade de vida e saúde.  Revimos a sua importância e funcionalidade no organismo, contudo, é sempre bom relembrarmos os cuidados recomendados.  Segundo o Ministério da Saúde, os primeiros sinais e sintomas de problemas no fígado são a dor abdominal do lado direito e a barriga inchada.  Além desses sintomas, também pode ocorrer cor amarelada na pele e nos olhos, urina amarela com cheiro forte ou escura, enjoos e tonturas com muita frequência, cansaço sem razão aparente, surgimento de hematomas após pancadas leves, falta de apetite, fezes de cor amarelada, esbranquiçada ou cinzenta. Para manter o fígado saudável e manter o funcionamento correto, evitando danos irreversíveis para a sua função, é imprescindível: Ter uma dieta saudável; Evitar bebidas alcoólicas; Praticar atividades físicas – que ajudará a manter o peso ideal e evitar complicações como diabetes, colesterol alto e obesidade; Não tomar medicamentos em excesso e sem orientação médica, além de anabolizantes. Ainda recomenda-se um check-up completo para detectar possíveis enfermidades no fígado, bem como de outras doenças. Há um grande número de exames laboratoriais disponíveis comercialmente que têm utilidade na avaliação do paciente com suspeita de doença hepática ou na investigação da sua causa. Os exames podem ser classificados, de modo didático, em: Hemograma; Exame de função hepática; Exame de coagulação do sangue; Exame de hepatite viral; Exame de ureia e creatinina. É importante ficar atento com a saúde do fígado para que seja possível preservar a qualidade de vida de todos os indivíduos.  Dessa forma, é importante sempre relembrarmos da relação médico-paciente para poder manter uma boa rotina médica que possibilite maior cuidado personalizado com a saúde de cada paciente. 

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A importância da hormonologia para a saúde do seu paciente
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A hormonologia é a ciência que estuda o papel dos hormônios no corpo humano.  Apesar da sua importância, é uma área ainda pouco explorada e, muitas vezes, pouco considerada pela área da medicina.  Esse campo de pesquisa busca compreender os processos que regulam nosso bem-estar, nossas rotinas, nosso sono, nossa capacidade produtiva, sexual e digestiva.  Afinal, os hormônios constituem parte importante do nosso organismo, possibilitando o bom funcionamento do nosso corpo.  Eles constituem uma substância tão universal e vital, que a sua observação pode ser usada tanto para tratar patologias, quanto para promover a saúde, bem-estar e qualidade de vida dos indivíduos. Continue a leitura e entenda a importância da hormonologia para a saúde do seu paciente.  Afinal, qual a importância da hormonologia para a saúde do seu paciente? Os hormônios são fundamentais para a vida – eles regem ela! Eles trabalham em sinfonia e são os responsáveis por controlar os processos físicos e psicológicos nas diferentes fases da nossa vida.  Suas funções são importantes para o metabolismo, crescimento, disposição, fertilidade, desejo sexual, bem-estar e diversos outros setores do organismo. As alterações hormonais podem tanto ser a causa, como a consequência de inúmeras patologias — que, muitas vezes, passam anos despercebidas.  É o caso, por exemplo, do hipotireoidismo, endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP), entre tantas outras que provocam desequilíbrios hormonais. Neste sentido, a compreensão da hormonologia permite ao profissional uma melhor compreensão a respeito do funcionamento do corpo humano, o que facilita a busca de causas baseando-se  na sintomatologia do paciente.  Além disso, esse conhecimento possibilita que o profissional tenha a capacidade de prevenir, tratar e fortalecer a saúde dos pacientes por meio do Tratamento de Reposição Hormonal (TRH), promovendo uma expansão da longevidade mais saudável para o indivíduo em questão.  Por exemplo, um estudo realizado por cientistas da Universidade de Bristol, analisou os benefícios da reposição hormonal de cortisol e mostrou melhoras significativas na função cognitiva dos pacientes participantes do estudo.  As descobertas se tornam importantes para auxiliar pacientes com insuficiência adrenal, uma consequência do declínio do cortisol no organismo humano. Hormonologia: o estudo sobre o corpo humano e seus hormônios A Hormonologia é a ciência que se interessa pelos hormônios, que busca entender seu papel no corpo, seu funcionamento e também os distúrbios causados quando sua produção se esgota ou sofre redução. Os hormônios são substâncias químicas sintetizadas pelas glândulas endócrinas, como a tireóide, pituitária, dos ovários e testículos, entre outras.  O hipotálamo e a hipófise são as duas glândulas cerebrais que, sozinhas, controlam todas as secreções hormonais no corpo.  Portanto, é responsabilidade deste processo o controle, reparação e ativação de quase todas as funções essenciais, tais como:  Metabolismo; Crescimento; Regulação da temperatura corporal; Fome; Sede; Sono; Puberdade; Ciclo menstrual feminino; Gravidez; Amamentação; Comportamento sexual; Emoções. Com os estímulos enviados, o hipotálamo responde liberando hormônios.  Em resposta a um determinado sinal tais como desidratação ou estresse, por exemplo, essas glândulas liberam suas secreções no sangue. Isso as transporta para órgãos-alvo para estimular ou inibir uma resposta específica – reabsorção de água pelos rins, liberação de açúcar e aumento na pressão arterial. Os hormônios são vitais para a saúde do ser humano Como foi possível compreender, os hormônios controlam a maioria das funções essenciais do corpo humano, incluindo todos os processos metabólicos, reprodução, crescimento, regulação da sede ou do sono. E também a resposta do corpo ao estresse.  Diante disto, a hormonologia é uma área essencial à prática médica, afinal, compreender o papel dos hormônios e como eles agem no corpo humano, é fundamental para tratarmos as mais variadas patologias. Dessa forma, não só o médico, mas todo profissional da área da saúde deve buscar conhecimento sobre a área da hormonologia, com o intuito de  mudar sua percepção em relação à saúde integrada de um paciente.

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Conheça mais sobre a importancia da reposição
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Muito se fala a respeito da necessidade de manutenção de vitaminas em nosso corpo, porém você sabe qual a real importância da reposição vitamínica?  Muitas substâncias necessárias para o bom funcionamento do corpo não são produzidas pelo organismo, e por isso, devem ser consumidas na alimentação ou suplementadas. No Brasil, dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais (Abiad) mostram que, em 2020, 59% das casas brasileiras tinham pelo menos uma pessoa consumindo vitaminas suplementares. Considerando tal cenário, elucida-se a importância de, perante a tantos ataques à nossa saúde, cada vez mais cuidados são necessários para mantermos o nosso bem-estar.  Continue a leitura para compreender melhor a importância da reposição vitamínica para a saúde.  Afinal, qual a importância da reposição vitamínica? São diversos os fatores do dia a dia que podem fazer com que a alimentação fique carente de nutrientes essenciais para manter o organismo em bom funcionamento.  Sejam macro ou micronutrientes, uma alimentação balanceada é essencial para a manutenção de diversos nutrientes, tais como as vitaminas.  No entanto, levando em consideração o estilo de vida moderno e também as quantidades presentes nos alimentos, não é acaso que para suprir os valores nutricionais que o corpo necessita, muitas pessoas recorrem à suplementação vitamínica, visando melhorar a qualidade da saúde e prevenir doenças. As vitaminas são compostos bioquímicos que impactam o funcionamento do metabolismo, a produção de hormônios e atividades celulares, como o transporte e ligação com outras substâncias.  A reposição de vitaminas é um aspecto importante dos cuidados com a nutrição humana: um processo que envolve a aplicação de exames periódicos para medir as proporções de vitaminas, a consequente adaptação da dieta e implementação de tratamento.  A suplementação pode trazer inúmeros benefícios à saúde, como a melhora no condicionamento físico e mental, bom humor e sensação de bem-estar, ganho de massa muscular, perda de gordura e aumento da expectativa de vida.  Contudo, ela deve ser pautada de acordo com as necessidades nutricionais de cada indivíduo, considerando sua faixa etária, histórico alimentar e preexistência de doenças. Para que isso aconteça, é essencial contar com um profissional com conhecimentos em hormonologia e suplementação vitamínica, a fim de que sejam avaliadas as necessidades e proposto o tratamento mais eficaz para o indivíduo em questão. Compreenda o papel das vitaminas no organismo humano As vitaminas são indispensáveis para o bom funcionamento do organismo.  Sabendo disso, não são poucos os estudos feitos com o direcionamento de entender o verdadeiro papel das vitaminas no organismo.  Além dos benefícios mais conhecidos como: vitamina A para a saúde da pele, vitamina C para fortalecer o sistema imunológico e vitamina D para prevenir depressão, foram encontradas outras funcionalidades das vitaminas que são importantes para o corpo.  Por exemplo, segundo estudos realizados pelo Institute for Functional Medicine, na Flórida, mais de 40% dos casos de depressão são causados pela falta de vitamina B9 no organismo.  Tal vitamina age como cofator na produção de serotonina, um neurotransmissor importante, não somente para garantir  o bom humor, mas que também desempenha uma tarefa essencial na conexão cérebro-intestino. Uma pesquisa brasileira recente encontrou evidências de que a suplementação de vitamina E tem um efeito protetor contra danos musculares – induzidos pelo exercício (EIMD), através da possível inibição da formação radical livre e estabilização da membrana celular. Outra vitamina que também é objeto de muitas pesquisas é a vitamina D, conhecida popularmente como a vitamina do sol. Uma pesquisa publicada no British Journal of Dermatology revelou que bebês tinham um risco menor de desenvolver eczema atópico no primeiro ano se suas mães tomassem 1.000 unidades internacionais (UI) de vitamina D por dia, desde a 14ª semana de gravidez até o nascimento.  O efeito foi particularmente observado em bebês que foram posteriormente amamentados por mais de um mês. A cada ano,é cada vez mais compreendido o papel dessas substâncias no nosso organismo e como elas podem nos ajudar a caminhar rumo a qualidade de vida.  Como funciona a reposição vitamínica? Sabemos que vitaminas são substâncias que o organismo extrai de alimentos e de alguns hábitos do nosso dia a dia, como tomar sol.  No entanto, somente esses hábitos rotineiros não conseguem suprir a necessidade nutricional que o nosso organismo precisa para nos manter saudáveis, além de tais fontes não fornecerem quantidades suficientes das vitaminas em questão. Portanto, uma boa solução para poder manter o corpo saudável, é combinar uma alimentação equilibrada e completa com a suplementação de vitaminas.  A reposição vitamínica, quando necessária, pode ser feita de forma oral (gotas ou comprimidos) diária ou semanalmente. Em alguns casos também pode ser feita mensalmente de forma injetável. Contudo, esse método exige avaliação e acompanhamento médico.  Afinal, é um tratamento individualizado que pode variar conforme hábitos pessoais e histórico médico. Assim, pode-se manter o nível adequado de vitaminas ingeridas garantindo a absorção correta das substâncias no organismo. 

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O sono de má qualidade pode influenciar na incidencia de doenças
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Não é incomum ouvirmos sobre as dores no corpo ou fadiga por causa de uma noite mal dormida, no entanto, quais os efeitos do sono de má qualidade na saúde de um indivíduo?  O sono de qualidade é considerado um dos três pilares para alcançar uma vida de qualidade.  Contudo, cada vez mais pesquisas comprovam que uma noite mal dormida pode trazer malefícios bem mais graves do que somente fadiga mental no dia seguinte.  Quanto mais a privação de sono torna-se algo recorrente no cotidiano do paciente, maior se torna o risco que ele corre de desenvolver patologias graves.  Para entender os efeitos do sono de má qualidade na saúde, continue a leitura.  Afinal, quais são os efeitos do sono de má qualidade? Segundo a Associação Mundial de Medicina do Sono, os problemas de sono constituem uma epidemia global que ameaça a saúde e a qualidade de vida de mais de 45% da população mundial.  Infelizmente, cada vez mais é normalizado o sono de má qualidade. Às vezes até romantizado e levado como recorde e motivo de orgulho, principalmente entre os jovens.  Os adolescentes (desde o início da puberdade até os 21 anos de idade) são a subpopulação mais cronicamente restrita ao sono em todo o desenvolvimento humano.  Dados de todo o mundo sugerem que os adolescentes dormem muito tarde e muito pouco, o que sustenta o fato acima citado. Em artigo publicado na Nature Reviews Psychology é analisado que, embora os problemas do sono tenham sido considerados um sintoma da depressão na adolescência, evidências emergentes sugerem que as dificuldades do sono surgem antes da depressão.  Dois terços dos adolescentes deprimidos têm pelo menos um transtorno comórbido.  Depois dos distúrbios do sono, a ansiedade é o problema de saúde mental comórbido mais comum em adolescentes com depressão Um artigo feito pela Royal Society for Public Health, em conjunto com a University of Oxford, consta que quem tem maior privação de sono corre um risco muito mais alto de desenvolver doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e, como dito antes, depressão. Evidências reunidas durante a pesquisa concordam: o sono desempenha um papel fundamental na proteção de doenças graves. Dentre os problemas com a nossa saúde e bem-estar, os acidentes relacionados com o sono são uma das principais causas de lesões e morte. Além do fato de que dormir mal aumenta o risco de doenças crônicas, incluindo pressão alta, diabetes, depressão, câncer, ataque cardíaco e acidente vascular cerebral.  A má qualidade do sono também está relacionado à obesidade em crianças e adultos e à redução da qualidade de vida e morte precoce. Em idosos, também pode estar relacionado ao declínio cognitivo. Apesar de todas essas evidências, o número de pessoas que não dormem o suficiente é cerca de 4 em cada 10. Enquanto 1 em cada 5 pessoas dorme mal na maioria das noites. Hoje, o sono de má qualidade representa o segundo problema de saúde mais comum de queixa após a dor. Compreenda a importância do sono para a saúde Assim como existem consequências nocivas para a saúde, devido ao sono de má qualidade, quando respeitamos o ciclo do sono e conseguimos uma boa noite de sono, podemos obter inúmeros benefícios para a nossa vida. Afinal, dormir bem é essencial para a manutenção da nossa saúde. Entretanto, muito se discute a respeito do correto número de horas ou até mesmo sobre a hora certa para dormir e acordar, a fim de garantir um sono de qualidade. Uma base importante para um sono de qualidade é o respeito ao ciclo circadiano, também chamado de ritmo circadiano – o mecanismo responsável por regular as ações do organismo humano de acordo com o dia e a noite. Respeitar o ritmo circadiano é fundamental para a qualidade de vida. Além de proporcionar o descanso necessário, obter um sono de qualidade pode trazer benefícios à longo prazo, como por exemplo a manutenção do sistema imunológico, auxiliando na proteção do corpo contra possíveis ataques, ou até mesmo o gerenciamento de estresse, afinal, estar descansado para enfrentar a rotina de trabalho com energia e disposição facilita a realização de tarefas cotidianas. Dicas para ter um sono de qualidade Como foi possível compreender, os efeitos do sono de má qualidade na saúde de um indivíduo são muitos, assim como os efeitos de uma noite bem dormida são também. Afinal, o nosso corpo precisa do sono não somente para descansar, mas para funcionar plenamente ao longo do dia. Então, confira algumas dicas para ter um sono de qualidade.  Dica #1 – Ambiente propício  Segundo os pesquisadores, a luz ambiente possui efeito significativo sobre os níveis de melatonina no organismo, afetando diretamente a qualidade e quantidade de sono do indivíduo, além de afetar a pressão arterial e a regulação dos níveis de glicose. A exposição à luz durante a noite prejudica a produção de melatonina, encurtando a sua duração em cerca de 90 minutos, de acordo com estudo. Isso significa que, até no máximo às 23h, um indivíduo deve deitar em um ambiente tranquilo e totalmente escuro. Afinal, qualquer influência relacionada à luz, como abajures, celular e outras luzes no quarto podem acarretar problemas relacionados ao sono. Dica #2 – Mantenha uma alimentação saudável A nossa alimentação pode afetar a qualidade do sono, seja negativa ou positivamente. De acordo com um estudo, consumir alimentos muito próximo ao horário de dormir afeta a qualidade do sono de indivíduos considerados saudáveis. Alimentos processados, com muito

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Você sabe qual o papel da alimentação para a qualidade de vida do ser humano?  Se alimentar bem não serve somente para estar em boa forma, há razões científicas para ser tão pedido esse hábito. Afinal, uma boa alimentação leva a um bom funcionamento do intestino.  Além de ser um órgão fascinante, o intestino possui uma função vital para a manutenção da qualidade de vida. Ele possui neurônios e aloja trilhões de bactérias, boa parte delas envolvida em processos cruciais ao organismo.  Não é à toa que é chamado de segundo cérebro, não é mesmo?  Entretanto, qual o papel do segundo cérebro para o pleno funcionamento do organismo humano? Acompanhe a leitura e entenda ao longo do artigo. Afinal, o que é a conexão cérebro-intestino? No livro,  “A Incrível Conexão Intestino Cérebro”, de Camila Rowlands, a autora explica que nunca antes havia sido visto tão claramente que o medo, a ira, o amor, a felicidade, a paz de espírito, o equilíbrio emocional são assuntos “das vísceras”. Ou seja, nossas emoções estão atreladas ao nosso intestino.  Rowlands explica que, há poucos anos atrás acreditava-se que o comando absoluto sobre o resto dos órgãos era exercido pelo cérebro, que desde o alto dirigia, por exemplo, a atividade intestinal.  Contudo, hoje se sabe que o intestino tem o mesmo grau de importância que o cérebro cranial, possuindo plena independência dos processos intestinais que são vitais para o bom funcionamento de todo o corpo.  “O intestino é, literalmente, nosso segundo cérebro”. A partir da descoberta científica dessa importante relação, facilitou-se o processo da compreensão da medicina a respeito das ligações entre o sistema digestivo e as reações emocionais e oscilações de humor de um indivíduo, além do contexto geral da saúde de um indivíduo. Na verdade, o intestino por si só não é considerado o segundo cérebro, mas sim, todo o Sistema Nervoso Entérico.  Afinal, ele possui mais de 500 milhões de neurônios que revestem o trato gastrointestinal do esôfago até o reto, suficiente para formar um sistema nervoso próprio, responsável por coordenar tarefas como a liberação de substâncias digestivas e os movimentos que estimulam o bolo fecal a ser expelido, além da produção e liberação de diversos mensageiros químicos.  Os mais de 30 neurotransmissores produzidos no órgão, entre eles a serotonina – um dos hormônios do famoso “quarteto da felicidade” -, são encarregados por transmitir informações dentro do próprio sistema e com o resto do corpo, estabelecendo uma comunicação eficiente entre o intestino e o cérebro.  Essa conexão é possibilitada a partir da ligação direta entre o intestino e o encéfalo através do nervo vago, estrutura que passa pelo tórax e liga o sistema gastrointestinal à cabeça.  Em resumo, ela funciona como uma via de mão dupla, o que explica o porquê podemos sentir frio na barriga ou vontade de urinar, em frente a uma situação de estresse ou nervosismo.  Além disso, no intestino também se encontra a chamada Microbiota, objeto de muitos estudos recentes.  A microbiota intestinal, também chamada de flora intestinal, é um conjunto de micro-organismos – não só bactérias – que vivem no trato gastrointestinal humano.  Considerado o maior reservatório de microrganismos, o intestino mantém um estado de simbiose com as bactérias presentes no nosso organismo.  É por isso que, ao contrário do que se esperava, esses organismos não nos adoecem, pois nessa relação tanto eles quanto nós saímos ganhando.  A função da microbiota é auxiliar em vários processos, como por exemplo no processo de digestão de alimentos.  Além de monitorar o desenvolvimento dos micro-organismos que causam doenças. Ela tem influência direta na imunidade, cognição e saúde em geral.  Hábitos ruins no geral, podem afetar o intestino e seu funcionamento, mas a alimentação incorreta o atinge diretamente, desregulando seus processos e trazendo consequências para os outros processos do corpo humano.  Alimentação saudável é o suficiente para viver com qualidade? Segundo um estudo, que buscou entender a função das bactérias presentes no intestino na saúde, possuir grande variedade de tipos de bactérias intestinais pode melhorar o desempenho de funções essenciais para o corpo humano nas quais a microbiota tem influência.  Além disso, de acordo com os pesquisadores, a presença de tais bactérias também favorece melhorias nos sintomas de depressão, ansiedade e até mesmo outros distúrbios relacionados ao humor. Dessa maneira, é possível compreender que um intestino saudável, consequentemente, contribui para uma maior qualidade de vida. Da mesma forma, ao manter hábitos não saudáveis, contribui-se negativamente para a saúde da microbiota intestinal e interfere-se de maneira prejudicial no funcionamento de todos os sistemas do corpo. Nesse sentido, impera a necessidade de focar em condutas benéficas para a saúde do intestino e, consequentemente, de todo o corpo. Melhorar hábitos alimentares como evitar dietas restritivas, mastigar bem os alimentos, consumir regularmente alimentos probióticos e prebióticos e evitar o consumo de glúten, são algumas mudanças que são boas práticas para começar a melhorar a saúde intestinal.  Entretanto, é importante lembrar que existem outras condutas que podem influenciar a saúde desse órgão, como: sono desregulado, exercício em excesso, estresse descontrolado e consumo exagerado de álcool são apenas alguns exemplos de hábitos não diretamente relacionados com o intestino, mas que podem prejudicá-lo.  Além disso, manter um cronograma de consultas com um profissional médico é essencial, para reposição hormonal e avaliação do paciente de maneira integrada.

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Segundo dados colhidos entre 2018 e 2019 pela Associação Brasileira do Sono (ABS), a população brasileira estava dormindo menos de 6,6 horas por dia, em 2018. Número este que passou para 6,4 horas por dia em 2019. Com o intuito de demonstrar errônea a ideia de que o período de quarentena tenha possibilitado que as pessoas alcançassem mais qualidade para o seu sono, um estudo entrevistou mais de 1600 pessoas para saber como seu sono havia sido afetado pela pandemia. No levantamento, 55,1% dos entrevistados relataram piora do sono durante a quarentena, por motivos que incluem a preocupação com os efeitos da pandemia, maior exposição às telas de TV, computador e celular, dificuldade em iniciar o sono e a indisposição ou falta de entusiasmo. Quer entender mais sobre os hábitos de sono dos brasileiros? Continue a leitura.  Afinal, é comum acordar cansado? Uma pesquisa do Mapa do Sono dos Brasileiros, feita pelo Ibope, mostra que 65% dos brasileiros têm baixa qualidade de sono.  Entretanto, somente 7% das pessoas nessa condição procuram profissionais médicos quando têm dificuldades para dormir.  A pesquisa revelou ainda, que 34% dos entrevistados afirmam ter insônia, porém apenas 21% declararam possuir o diagnóstico da doença. Com a crescente normalização de um sono de má qualidade, é preciso relembrar a importância que o sono de qualidade representa para a saúde do ser humano. Afinal, quando não dormimos bem, nos sentimos indispostos, cansados e irritados, além de estar predispostos ao agravamento ou geração de diversos distúrbios e patologias nocivos. Antes de procurar ajuda de um profissional, as 2.635 pessoas entrevistadas afirmaram que, para tentar resolver as dificuldades que enfrentavam com o sono, procuraram tentar criar uma rotina noturna. Tal rotina incluía: tentar dormir e acordar no mesmo horário, e ter uma alimentação saudável.  Ainda entre as respostas populares para a tentativa de melhorar o sono, muitos tentaram parar de beber ou fumar e reduziram os medicamentos que ingeriam.  Apesar da baixa procura por médicos, 83% dos entrevistados do Mapa do Sono dos Brasileiros reconhecem que a insônia é uma doença. Entretanto, 77% dessas pessoas afirmam que o distúrbio é consequência de outras enfermidades, ou seja, desconhecem insônia como doença específica que precisa de tratamento. Conheça as consequências que os distúrbios do sono podem acarretar para a qualidade de vida Em um artigo publicado em 2007, o sono é descrito da seguinte forma:  “O sono é uma função biológica fundamental na consolidação da memória, na visão binocular, na termorregulação, na conservação e restauração da podem acarretar alterações significativas no funcionamento físico, ocupacional, cognitivo e social do indivíduo, além de comprometer substancialmente a qualidade de vida.” Portanto, o sono prova-se ser uma ferramenta essencial para o funcionamento humano, acarretando consequências sérias quando não possui qualidade. Os distúrbios do sono provocam consequências adversas na vida das pessoas por diminuir seu funcionamento diário, aumentar a propensão a distúrbios psiquiátricos, déficits cognitivos, surgimento e agravamento de problemas de saúde, aumentar os riscos de acidentes de tráfego e absenteísmo e improdutividade no trabalho.  No geral, a falta de uma boa noite de sono de qualidade pode causar problemas de saúde, diminuir a expectativa de vida e influenciar no bem-estar diário. Estudos apontam que dormir somente 5 horas ou menos durante um dia pode aumentar cerca de 15% os riscos de mortalidade de uma pessoa. Considerando que o sono é tão essencial para o nosso  dia a dia, é preciso ter consciência sobre como manter um sono saudável e reparador, apesar dos desafios que a vida moderna nos impõe.  Como dormir bem? Na ânsia por conseguir uma noite de sono de qualidade, muitas pessoas acabam recorrendo a medicamentos.  O número de pessoas que tomavam remédios para dormir já supera os 15 milhões no Brasil, segundo uma pesquisa do IBGE de 2013.  Já uma pesquisa mais recente, feita pela startup SleepUp, indicou que 35% das pessoas que usam medicamentos para insônia o fazem sem prescrição médica. Percebe-se que a busca pelo sono de qualidade é uma preocupação constante entre os brasileiros, mas existem outras práticas que podem substituir as soluções farmacológicas, além de trazer benefícios para diversas áreas da vida. Confira alguns exemplos: Crie um ambiente propício ao sono, mantenha o quarto escuro e silencioso para potencializar o sono. Ter um colchão confortável e de qualidade também ajuda.  Procure relaxar durante 3 ou 2 horas antes de se deitar. Evite alimentos estimulantes antes de se deitar, como o café, canela, pimentas e aqueles com excesso de açúcar. Evite atividades estimulantes perto do horário de dormir.  Não permaneça conectado à televisão ou ao celular Tenha uma rotina: ajuste um horário regular para ir dormir e para se levantar. Evite vícios, como o cigarro e o álcool. As substâncias podem prejudicar seu sono. Evite cochilos muito longos durante o dia, eles podem interferir no sono da noite. Se ao tentar mudar seus hábitos para ter uma melhor noite de sono, esse problema não foi resolvido, ainda tem-se uma opção: recorrer ao hormônio do sono. Apesar de ser comumente conhecido como hormônio do sono, essa substância na verdade se chama: melatonina. Este hormônio é uma parte central do ciclo de sono-vigília do corpo e orientação do ciclo circadiano – responsável por ativar ou não as funções do organismo de acordo com o horário do dia.  Algumas práticas, anteriormente citadas, ajudam a potencializar a produção de melatonina, como por exemplo: ela aumenta com a escuridão noturna promovendo um sono saudável e

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O que evitar para conquistar Longevidade mais saudavel
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O que significa ter uma longevidade saudável? Acreditamos que o envelhecimento é um processo inevitável e fisiológico do ser humano, contudo, as suas nocivas consequências à saúde não devem ser normalizadas e banalizadas. Assim, ter uma longevidade saudável é sobre respeitar o seu corpo e suas necessidades, cuidando dele através da adoção de hábitos de estilo de vida saudáveis, bem como o acompanhamento médico para que a sua saúde passe por um olhar clínico e orientando a respeito de condutas a serem tomadas em prol da sua saúde. Por conta disso, hoje vamos esclarecer algumas condutas a evitar para conquistar uma longevidade mais saudável. Continue a leitura e confira. Afinal, o que pode interferir negativamente em uma longevidade saudável? Como foi possível compreender na introdução deste artigo, ter uma longevidade saudável abrange uma série de condutas, em sua maioria, relacionadas ao estilo de vida de cad indivíduo. Nesse sentido, ter uma longevidade saudável é realizar consultas regulares com seu médico de confiança, alimentar-se de maneira adequada e equilibrada, além de buscar viver com qualidade. Em simultâneo, o que pode interferir negativamente em uma longevidade saudável são exatamente atitudes que contradizem um estilo de vida saudável. Afinal, a longevidade saudável é composta por um grupo de ações e atitudes que nós devemos escolher diariamente para viver uma vida tranquila, saudável e feliz. Com o intuito de esclarecer as condutas inapropriadas em prol do envelhecimento saudável, separamos algumas atitudes cotidianas que devem ser evitadas para tal objetivo. O que evitar para ter uma longevidade saudável #1 – Má alimentação O intestino é o nosso segundo cérebro. Ou seja, através dele que controlamos o funcionamento e o desempenho de todo o nosso corpo. Além disso, ele também é responsável por cerca de 95% da produção de serotonina do corpo, o que interfere diretamente na maneira com a qual lidamos com o nosso cotidiano. Assim, o sistema nervoso entérico funciona como um estabilizador do humor, que trabalha de maneira independente do sistema nervoso central do corpo, guiando os desejos e comportamentos de cada pessoa. Com o intuito de ampliar a visão sobre a importância da alimentação para uma longevidade saudável, um estudo, realizado por pesquisadores da Filadélfia, delineou a associação entre as mudanças climáticas e a obesidade.⠀ As descobertas revelaram que, à medida que as temperaturas globais aumentam, as pessoas tornam-se menos ativas fisicamente e menos capazes de queimar o excesso de gordura. Dessa maneira, quadros de sobrepeso ou obesidade tornam-se mais comuns e facilitados.⠀ Além disso, o estudo também englobou as questões climáticas, avaliando a influência que pessoas com sobrepeso possuem sobre o aumento das emissões de gases de efeito estufa, ao considerar a sua opção por utilizar mais meios de transporte com combustível do que optar por caminhadas ou até mesmo andar de bicicleta. Os pesquisadores ainda ressaltaram os perigos e riscos para o desenvolvimento de outras patologias a partir de um quadro de obesidade, como por exemplo o câncer (de mama e endometrial, câncer de esôfago, cárdia gástrica, cólon, reto, fígado, vesícula biliar, pâncreas, rim, glândula tireóide e mieloma múltiplo). O que evitar #2 – Excesso de estresse Quando liberado na corrente sanguínea, o cortisol pode auxiliar em diversas funções do corpo humano, principalmente como uma resposta para eventos de estresse ou de perigo. A liberação do hormônio aumenta o metabolismo da glicose no corpo, controla a pressão arterial e até mesmo reduz a inflamação. Ao longo do dia, os níveis de cortisol no sangue variam de acordo com a atividade diária realizada pelo indivíduo e também devido aos níveis de serotonina – hormônio produzido pelo intestino. Quando acordamos, os níveis de cortisol são maiores e vão diminuindo ao longo do dia, contudo, como citado anteriormente, eventos estressantes ou que representem algum tipo de perigo podem ativar a produção mais acelerada do hormônio. Segundo um estudo, níveis elevados de cortisol acarretam dor e inflamação generalizada ao indivíduo que sofre com o estresse crônico. Além disso, um estudo relaciona a privação de sono com a elevação do cortisol, o que pode comprometer a regulação da glândula pituitária e todas as suas funções. Outra consequência é o enfraquecimento do sistema imunológico que, com a elevação crônica da produção de cortisol, resiste às suas ações e acumula o hormônio no organismo, aumentando a produção de citocinas inflamatórias, de acordo com estudo. Nesse sentido, exercitar o gerenciamento de estresse é uma poderosa ferramenta para a construção de um estilo de vida mais saudável. O que evitar #3 – Sedentarismo Quanto tempo você costuma ficar sentado durante o dia? Segundo um estudo publicado pelo American Journal of Preventive Medicine, as pessoas ficam sentadas, em média, 4,7 horas por dia. Ao acordar, nos sentamos para tomar café da manhã. Posteriormente, sentamos no carro a caminho do trabalho. No ambiente corporativo, permanecemos sentados. Almoçamos e jantamos sentados para, em seguida, sentar no sofá para assistir televisão. Em resumo, passamos muito tempo sentados e a ciência percebe cada vez mais os riscos do sedentarismo. De acordo com um estudo, indivíduos que passam muito tempo sentados e com baixos níveis de energia correm um risco maior de desenvolver um quadro de ansiedade. Para os pesquisadores, a ansiedade e o comportamento sedentário estão conectados por conta da insuficiência de sono, saúde metabólica precária e isolamento social. Além disso, o sedentarismo pode representar outros perigos na vida dos indivíduos como por exemplo, o desenvolvimento de má postura e dores nas costas, o

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A partir dos 48 anos de idade, as mulheres presenciam o fim dos seus ciclos menstruais, evento chamado de menopausa. Contudo, tal fenômeno pode ocorrer antes do período citado, o que é caracterizado como a menopausa precoce. Afinal, por que a menopausa precoce ocorre? Conforme o Portal PEBMED, até 10% das mulheres podem sofrer com a incidência de menopausa antes dos 45 anos. Dessa forma, tal quadro merece um olhar atento, especialmente quando consideramos as consequências que a menopausa e outros processos catabólicos do envelhecimento podem causar na vida de uma mulher. Continue a leitura e compreenda mais sobre o Declínio Gonadal Feminino e a sua incidência precoce.  Menopausa: um panorama Os hormônios regem toda a nossa vida. Através deles que o nosso corpo recebe sinais e incentivos para que cada órgão desempenhe suas determinadas funções. No corpo da mulher, os hormônios ovarianos possuem funções que ultrapassam o sistema reprodutor, desempenhando papel fundamental na manutenção do sistema imunológico, saúde óssea e outros departamentos que colaboram para o bem-estar e qualidade de vida feminina. Contudo, ao longo dos anos, ocorre o declínio de tais hormônios, conhecido como a menopausa ou declínio gonadal feminino, condição essa, que pode se apresentar de maneira precoce em cerca de 10% das mulheres, conforme citado na introdução deste artigo. Por conta disso, compreender a trajetória da menopausa auxilia na elucidação do por que a menopausa precoce ocorre. Durante a adolescência, o início do ciclo menstrual possibilita a liberação de importantes hormônios para a mulher. Tais hormônios são liberados pela hipófise e são conhecidos como: hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH). Através deles ocorre a produção de estrogênio e progesterona, hormônios essenciais para a saúde da mulher, muito além do sistema reprodutor. Em torno dos 30 anos de idade, os primeiros sinais de desaceleramento aparecem no metabolismo feminino, em sua maioria, representados através dos fogachos, ondas de calor e também aumento de peso. Contudo, é a partir desse momento que a atenção profissional pode promover métodos preventivos e o tratamento adequado para que a condição seja controlada e a mulher experiencie o mínimo possível das inúmeras consequências que cercam o declínio hormonal.  Menos de uma década depois, por volta dos 35 anos, a mulher adentra a fase conhecida como climatério, que perdura até os seus 65 anos. É nessa fase que a produção dos hormônios ovarianos sofre com escassez e declínios drásticos, acarretando consequências nocivas para a sua saúde. Dentre os sintomas é possível perceber também as flutuações no ciclo menstrual. Com a chegada dos 40 anos, a fertilidade da mulher também sofre declínio, bem como o nível de estrogênio presente no sangue, o que acarreta na diminuição da quantidade de colágeno e elastina na pele, fazendo com que os sinais do envelhecimento se tornem cada vez mais visíveis ao olho nu. Entre 48-52 anos, apresentam-se as falhas na menstruação e a interrupção total do ciclo menstrual, chamado de amenorréia secundária. Neste período, os ovários entram em esgotamento. Contudo, é possível que uma parcela das mulheres experiencie tais consequências muito antes dos 45 anos de idade, o que caracteriza a condição de menopausa precoce. Afinal, o que é a menopausa precoce e por que ela ocorre? Como esclarecido ao longo deste artigo, a partir dos 48 anos de idade, as mulheres presenciam o fim dos seus ciclos menstruais, chamado de menopausa. Contudo, o declínio hormonal e a interrupção do ciclo menstrual também podem apresentar-se de maneira precoce, até mesmo antes dos 45 anos de idade. Segundo estudos, a menopausa precoce está associada a um maior risco de doenças cardiovasculares, osteoporose e declínio cognitivo. Mas, afinal, o que pode levar uma mulher a ter um esgotamento hormonal precoce? Descobertas recentes, encontraram associações entre métodos contraceptivos e a menopausa precoce. Segundo os pesquisadores, o uso de contraceptivos a longo prazo foi associado a níveis mais baixos de um biomarcador de envelhecimento ovariano, sugerindo um risco aumentado de menopausa precoce. Outros fatores que ocasionam o declínio precoce estão relacionados a deficiência de hormônios importantes para a preservação das gônadas ovarianas, como por exemplo o hormônio T3. Além disso, a exposição a infecções e poluentes ambientais também representa perigos para a saúde da mulher, capazes de alterar os processos naturais relacionados ao ciclo ovariano feminino. Por fim, mas não menos importante, um fator que pode impactar o início da menopausa de maneira prematura está relacionado ao estilo de vida, que envolve alimentação, prática de exercícios físicos, qualidade do sono e da rotina, por exemplo. Nesse sentido, a má alimentação e a falta de prática de exercícios, o não gerenciamento de estresse, a má qualidade de sono e tabagismo são alguns exemplos que podem impactar negativamente a saúde da mulher. Segundo uma análise, fumantes regulares ou de longo prazo provavelmente sofrerão com a menopausa precoce. Segundo os pesquisadores, mulheres que fumam podem começar a menopausa um a dois anos mais cedo do que mulheres que não fumam. Conheça as consequências da menopausa precoce para a vida da mulher Sabemos que as consequências da menopausa são catastróficas para a saúde e qualidade de vida das mulheres. Nesse sentido, sofrer com tais consequências de maneira precoce, pode acarretar danos ainda mais nocivos ao bem-estar e longevidade da mulher. Como você pode compreender, o quadro clínico da menopausa possui vasta sintomatologia, sendo o mais conhecido de todos a interrupção do ciclo menstrual em mulheres com mais de 35 anos, chamado de amenorreia secundária. Outros

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O organismo humano necessita de equilíbrio hormonal para que sua imunidade e vitalidade sejam fortalecidas. Entre esses elementos, a Vitamina D é essencial para o desempenho dessas funções tão importantes para a saúde de cada um de nós. A partir dessa afirmação, você deve estar se questionando: qual a relação da Vitamina D com o equilíbrio hormonal? É simples, a vitamina D é, na realidade, o hormônio D – um importante elemento para o desempenho de funções hormonais essenciais para a saúde do ser humano. Contudo, para que a Vitamina D converta-se para um hormônio, são necessárias doses mais elevadas do que as conquistadas através da exposição solar. Nesse sentido, cabe esclarecer mais a respeito da fisiologia da Vitamina D, a fim de ressaltar a importância ela possui para o oferecimento de bem-estar e qualidade de vida. Continue a leitura. Para que serve a vitamina D? Como foi possível compreender na introdução deste artigo, as vitaminas são nutrientes essenciais para o desenvolvimento celular e os hormônios são responsáveis por navegar pela circulação sanguínea para que desempenhem suas funções em cada órgão receptor. As vitaminas, como por exemplo a vitamina D, não são produzidas pelo organismo e, por conta disso, precisam de origens externas, como alimentação, sol e também suplementação vitamínica para que o corpo receba quantidades ideais para o desempenho de suas funções. O hormônio D conta com mais de 80 funções de restauro e reparo no organismo humano, sendo responsável pela ativação de mais de 3500 genes. A ausência, má absorção ou declínio do hormônio no organismo humano pode representar uma vasta e nociva sintomatologia, afetando o sistema imunológico, neuronal, metabólico, psicológico, entre outros. Sistema Imunológico Uma das principais funções da vitamina D no organismo humano está relacionada a esse sistema. Segundo pesquisas, o hormônio D é um elemento crucial para a ativação das defesas imunológicas do corpo, o que torna a sua ingestão insuficiente um grande perigo para a entrada de graves infecções ao organismo. Sem a ativação das células T – responsabilidade do hormônio D – elas tornam-se inativas para a destruição e combate de patógenos estranhos e danosos ao organismo. Por conta disso, evidencia-se ainda mais a importância da presença do pró-hormônio para que o organismo esteja preparado para ativar suas funções e lutar contra possíveis patologias. Fortalecimento dos músculos Além de seu importante papel para o fortalecimento do sistema imunológico, o hormônio D também está relacionado ao desempenho de funções musculares. Segundo um estudo, dois órgãos importantes do corpo, o músculo e osso, são significativamente afetados pela presença ou ausência de vitamina D.  Assim, a força, a potência e a velocidade de um indivíduo, além de sua composição corporal podem estar relacionadas à presença de níveis equilibrados de vitamina D no organismo. Nesse sentido, é possível acrescentar o processo de formação muscular à extensa gama de funções desempenhadas pela presença do pró-hormônio no corpo humano. Saúde emocional Evidências encontradas ao longo dos anos demonstram cada vez mais a relação entre a deficiência de Vitamina D e o desenvolvimento de um quadro de depressão, bem como a utilização de sua suplementação com a finalidade de tratar tais sintomas. De acordo com as descobertas, a dose equilibrada e apropriada para cada indivíduo pode ser uma grande aliada no tratamento dessa doença crônica debilitante e difícil de tratar que é a depressão. Além disso, a insuficiência de vitamina D pode desencadear outros distúrbios relacionados ao humor, como o aumento da irritabilidade e ansiedade, consequentemente representando efeitos nocivos à saúde mental de um indivíduo. Nesse sentido, a vitamina D em seus níveis normais pode auxiliar o sistema imunológico na seleção correta de células que precisam ser atacadas, para que se desenvolva a proteção necessária contra patologias nocivas à saúde do ser humano. Afinal, é possível obter vitamina D através do sol? Essa importante vitamina transforma-se em hormônio a partir da conversão do ergocalciferol através do fígado. O que é desencadeado através de alimentos ricos em ômega-3 como por exemplo peixes de águas profundas e linhaça. Entretanto, a conversão não é considerada o suficiente para a produção de níveis de hormônio D eficazes para a ação protetora referente ao sistema imunológico, um dos grandes papéis do pró-hormônio no organismo humano. Nesse sentido, a exposição solar diária pode ser considerada a principal maneira de estimular essa produção. Contudo, a maior parte da população não se expõe suficientemente ao sol, tanto que, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a maior parte da população adulta brasileira sofre com insuficiência de vitamina D. Ao considerarmos que o Brasil é um país de clima tropical, evidencia-se ainda mais fortemente a necessidade de um trabalho de suplementação personalizada, a fim de regular os níveis da vitamina no organismo, bem como garantir a sua conversão hormonal, possibilitando que todas as suas funções de reparo e restauro sejam desempenhadas com eficácia. Quando os níveis de vitamina D no organismo estão insuficientes, o corpo apresenta sinais como cansaço, fadiga, sonolência, irritabilidade, além de possibilitar o desenvolvimento de doenças cardíacas e hipertensão, diabetes, infecções e distúrbios do sistema imunológico, fraqueza óssea, e também o desenvolvimento de alguns tipos de câncer, como câncer de cólon, próstata e mama. Compreenda a importância do pró-hormônio para uma longevidade mais saudável A partir de uma maior compreensão sobre o grande papel da vitamina D para o organismo humano, é possível evidenciar a sua importância para uma longevidade mais saudável.

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A vitamina D é, na realidade, um pró-hormônio produzido a partir da ação do raio ultravioleta B na pele. Entretanto, de acordo com a ciência, somente a exposição aos raios solares não oferece níveis adequados de Vitamina D para o organismo. Nesse sentido, ao considerar a importância vital da Vitamina D para o pleno funcionamento da fisiologia humana, é necessário possibilitar e encorajar os indivíduos a respeito da importância do equilíbrio nos níveis desse pró-hormônio. Para saber mais, basta seguir a leitura.  Afinal, para que serve a Vitamina D? A vitamina D, como esclarecido inicialmente, é na realidade um hormônio, que, consequentemente, possui funções amplamente relacionadas às atividades hormonais. Suas duas principais formas são a vitamina D2 (ergocalciferol) e a vitamina D3 (colecalciferol).  No fígado, a vitamina D3 é transformada em 25 hidroxi-vitamina D, sendo que essa é a vitamina D medida nos exames de sangue. No entanto, a forma ativa da vitamina D é o calcitriol, obtido a partir da transformação da 25 hidroxi-vitamina D nos rins. Entretanto, as funções do pró-hormônio são muito mais amplas, abrangendo cerca de 80 funções de restauro e reparo no organismo humano. É a partir da Vitamina D que se produz as catelicidinas, proteínas de alto poder antibiótico, capazes de neutralizar vírus, bactérias, fungos e parasitas. Além disso, o hormônio D também é responsável pela ativação de mais de 3500 genes. Nesse sentido, manter o seu equilíbrio e a sua ingestão equilibrados é de extrema importância para proporcionar suas funções benéficas ao organismo humano que, além de tudo, ocorrem juntamente com outros importantes hormônios que possibilitam saúde e qualidade de vida, como o estradiol, testosterona, progesterona e cortisol. Durante a pandemia da Covid-19, a Vitamina D tornou-se muito popular, principalmente considerando os estudos que comprovam a sua eficácia no aumento da imunidade. Segundo um estudo, realizado pela Universidade Médica de Chicago, pacientes com deficiência de Vitamina D (<20 ng/ml) obtiveram quase o dobro de probabilidade de teste positivo para Covid-19, comparados a pacientes com níveis equilibrados do hormônio. Os pesquisadores analisaram 489 pacientes, medindo o seu nível de Vitamina D durante um ano anterior aos testes para o vírus. Como é possível obter Vitamina D em níveis adequados? Mesmo com a chegada do verão, época em que a população costuma expor-se por períodos maiores de tempo ao sol, é necessária a conscientização a respeito da ineficácia dos raios solares para oferecer níveis adequados de Vitamina D, bem como do próprio corpo em absorvê-la para seus fins de restauro e reparo. Nesse sentido, além da exposição saudável aos raios solares, a obtenção de Vitamina D também necessita de outras origens, através da suplementação orientada por um profissional médico, de acordo com a necessidade individual. A falta de Vitamina D é um problema de saúde que acomete indivíduos em todos os hemisférios. De acordo com o American Journal of Clinical Nutrition, mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo são deficientes ou insuficientes em vitamina D.  Segundo o  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maioria da população brasileira sofre com insuficiência de Vitamina D, considerando que o Brasil é um país de clima tropical e com incidência de raios solares muito mais alta do que em países europeus. Outro dado, da Organização Mundial da Saúde, sinaliza que mais da metade da população mundial apresenta quantidades insuficientes do pró-hormônio. Mesmo com esse conhecimento em pauta, as diretrizes internacionais estabelecidas são insuficientes e pecam na consideração da individualização de tal cálculo. De acordo com um estudo realizado na Alemanha, a ingestão diária mais elevada do que propõem as diretrizes torna-se essencial para a manutenção dos níveis de Vitamina D no sangue, proporcionando que o pró-hormônio desempenhe suas funções e proporcione maior qualidade de vida. Tais considerações foram obtidas através da revelação de taxas preocupantes de insuficiência da vitamina, direcionando os pesquisadores a elencar a ingestão diária de até 10 vezes mais elevada do que as diretrizes apontam. Os pesquisadores obtiveram as informações através da coleta de amostras de sangue de 1.343 indivíduos alemães, com idade entre 20 e 99 ano Nesse sentido, a obtenção de Vitamina D em níveis adequados pode sofrer alterações, que devem ser consideradas durante o diagnóstico de um profissional capacitado e com conhecimentos em hormonologia. A falta ou insuficiência nos níveis do pró-hormônio podem acarretar consequências para funções essenciais do organismo, relacionadas a seu crescimento e desenvolvimento. São associadas à sua deficiência a fraqueza óssea, problemas cardíacos, diabetes, câncer, doenças cognitivas e autoimunes. O que a ausência desse hormônio pode causar? Por ser um hormônio essencial para o pleno funcionamento do organismo humano, a sua deficiência está relacionada a uma vasta sintomatologia, podendo afetar crianças e adultos de todos os hemisférios do mundo. A deficiência de vitamina D na infância, por exemplo, envolve consequências relacionadas a baixa estatura, baixa densidade mineral óssea, raquitismo, alterações cognitivas, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Diabetes tipo 1. Em adultos, a sintomatologia é ainda mais ampla, afetando diferentes aspectos relacionados ao bem-estar e qualidade de vida: Alterações do sono; Cansaço, adinamia, apatia;  Fragilidade imunológica;  Mialgia; Artralgia;  Distúrbios da fertilidade;  Fragilidade das unhas e queda de cabelos;  Distúrbios do metabolismo ósseo e do cálcio;  Hiperparatireoidismo;  Dislipidemia;  Alterações cutâneas; Síndrome metabólica;  Neoplasias;  Doenças cardiovasculares;  Depressão;  Diabetes tipo 2;  Hipertensão;  Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP);  Enxaqueca;  Depressão;  Asma;  Esquizofrenia;  Infecções respiratórias. Nesse sentido, evidencia-se a importância da manutenção

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O diabetes mellitus, conhecido amplamente como diabetes, é uma doença metabólica representada por níveis elevados de açúcar no sangue. A sua maior consequência é a insuficiência da produção hormonal de insulina ou a impossibilidade de utilização da insulina produzida, o que acarreta no acúmulo de açúcar no sangue, porque ele não pode ser movido para as células para ser armazenado ou utilizado como energia. Por conta disso, o corpo sofre com níveis elevados de açúcar no sangue, promovendo danos aos nervos, olhos, rins e outros órgãos, além de facilitar o desenvolvimento de condições como a obesidade. O 14 de novembro é marcado pelo Dia Mundial do Diabetes e, por conta disso, ao longo deste artigo, trazemos um panorama sobre o diabetes, além de sua relação com maus hábitos alimentares e obesidade. Continue a leitura.   Diabetes: conheça os tipos Como citamos anteriormente, o diabetes é uma doença caracterizada principalmente pela presença de níveis elevados de açúcar no sangue. Entretanto, existem diferentes tipos de diabetes, com sintomas, causas e tratamentos únicos. São eles: Diabetes tipo 1: uma doença auto-imune, cujo próprio sistema imunológico ataca e destrói as células do pâncreas, onde a insulina é produzida. Diabetes tipo 2: ocorre quando seu corpo se torna resistente à insulina e o açúcar se acumula no sangue. Pré-diabetes: condição que apresenta níveis acima do normal de açúcar no sangue, porém não o suficiente para um diagnóstico de diabetes tipo 2. Diabetes gestacional: caracterizado por um alto nível de açúcar no sangue durante a gravidez, causado pelos hormônios bloqueadores da insulina produzidos pela placenta. Diabetes e obesidade: existe uma relação? Dados do Ministério da Saúde apontam que dois em cada 10 brasileiros estão obesos. Os números são da Pesquisa Vigitel 2019 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) que, em um período de 13 anos – desde o início do monitoramento – registrou o maior aumento em relação a obesidade, que passou de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019, uma ampliação de 72%. Além disso, foi traçado também o perfil do brasileiro em relação às doenças crônicas mais incidentes no país: 24,5% dos brasileiros têm hipertensão, 20,3% estão obesos e 7,4% sofrem com diabetes mellitus. Segundo a ciência, a obesidade é o principal fator de risco para o desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 e, por conta disso, a chave para a sua prevenção encontra-se na adoção de hábitos saudáveis, relacionados à manutenção de um peso adequado para cada indivíduo, além de uma rotina de exercícios físicos que encaminhe para a mudança dessa realidade. Entretanto, um estudo recente revelou o grande estigma em torno de pessoas com diabetes tipo 2 e seu peso, situação que exacerba ainda mais a dificuldade que esses indivíduos encontram para lidar com a condição. Segundo os pesquisadores, a experiência negativa em relação à sua situação, desencadeia comportamentos alimentares pouco saudáveis, como a compulsão alimentar, além da diminuição de atividade física, acarretando em problemas nocivos à saúde, além do diabetes. A fim de realizar a ligação entre o diabetes e o estigma relacionado ao peso, foi realizada uma pesquisa online focada na saúde de 1.227 adultos com diabetes tipo 2. Através das respostas ficou evidente que grande parte dos participantes recorreu à alimentação compulsiva para lidar com a frustração do julgamento externo. Além disso, 53% dos entrevistados relataram que sofreram com estigmatização por conta de seu peso e 44% sofreram estigma de peso de um provedor de saúde – situação que também teve como resposta a compulsão alimentar para lidar com o estresse e emoções negativas. As descobertas são de extrema valia para profissionais da saúde, responsáveis por desempenhar um papel fundamental não somente no controle do diabetes mellitus, mas também na promoção da qualidade de vida. Diabetes mellitus: é possível prevenir? Considerando que existem diferentes tipos, é possível dizer que sim, quando excluímos o Diabetes Tipo 1, impossível de prevenir devido à sua particularidade. Embora fatores de risco como história familiar e raça não possam ser alterados, é possível ter controle sobre outros fatores, principalmente associados ao estilo de vida. Através da adoção de hábitos de vida saudáveis ​, é possível diminuir as chances de desenvolver diabetes. Como sabemos, altos níveis de açúcar no sangue estimulam o pâncreas a produzir insulina para que o açúcar saia da corrente sanguínea e seja distribuído pelas células do corpo. Entretanto, em pessoas com pré-diabetes, há resistência das células em relação à insulina, fazendo com que os níveis de açúcar permaneçam elevados no sangue. Com o tempo, a condição eventualmente se transforma em diabetes mellitus tipo 2. Diversos estudos demonstram a ligação entre o consumo de açúcar e carboidratos refinados como o risco de desenvolvimento de diabetes. Substituir esses ingredientes por alimentos mais saudáveis e com menor impacto relacionado ao açúcar e carboidratos no sangue, pode auxiliar na redução do risco de desenvolvimento de diabetes. Outro estudo encontrou evidências de melhoria na resposta e função da insulina através da prática de exercícios físicos. Dados da pesquisa apontaram para os benefícios que a queima semanal de 2 mil calorias propicia para reverter o quadro pré-diabético. Além disso, de acordo com a literatura, pessoas com níveis insuficientes de Vitamina D – um importante hormônio para o bem-estar do ser humano – apresentam maior risco para o desenvolvimento de todos os tipos de diabetes. Considerando as descobertas reveladas neste artigo, salienta-se a importância do incentivo às práticas e hábitos cotidianos

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Dormir é um ato essencial, uma necessidade biológica do ser humano. Entretanto, muito se discute a respeito do correto número de horas ou até mesmo sobre a hora certa para dormir e acordar, a fim de garantir um sono de qualidade. Uma base importante para um sono de qualidade é o respeito ao ciclo circadiano, também chamado de ritmo circadiano, o mecanismo responsável por regular as ações do organismo humano de acordo com o dia e a noite. Respeitar o ritmo circadiano é fundamental para a qualidade de vida. Segundo um estudo, a exposição à luz durante a noite prejudica a produção de melatonina, encurtando sua duração em cerca de 90 minutos. Além disso, a luz ambiente apresenta efeitos significativos sobre os níveis de melatonina no organismo, afetando não somente a quantidade, mas também a qualidade do sono desse indivíduo. Isso significa que, até no máximo 23 horas, devemos nos preparar para deitar em um ambiente tranquilo e completamente escuro para obter um sono de qualidade. Ao longo deste artigo, você compreende um pouco mais a respeito da importância da qualidade do sono e a prevenção para o desenvolvimento de possíveis patologias. Confira. Afinal, o que é um sono de qualidade? Além de ser uma necessidade biológica, ter um sono de qualidade pode ser a chave para uma longevidade mais saudável. É o que afirma a American Academy of Sleep Medicine. Para que isso aconteça, é necessária a adoção de hábitos saudáveis relacionados à alimentação, gerenciamento de estresse, prática de exercícios e respeito ao ritmo circadiano, conforme citado anteriormente. Durante o dia, o ciclo circadiano trabalha para enviar sinais ao cérebro com o objetivo de manter o corpo alerta e em funcionamento. Da mesma forma, à noite, o seu trabalho é preparar o corpo para o repouso. Por conta disso, manter ambientes internos iluminados ou até mesmo aproveitar a luz do sol contribui para esse processo. Segundo um estudo, realizado em adultos mais velhos, 2 horas de exposição solar aumentam a eficácia do sono em 80% e a sua quantidade em 2 horas. Outro hábito importante, que contribui para um sono de qualidade é a alimentação que, através de uma dieta balanceada e apropriada para cada organismo, garante o bem-estar e supre todas as necessidades diárias do indivíduo. De acordo com um estudo, o consumo de alimentos muito próximo ao horário de dormir, afeta a qualidade do sono de indivíduos considerados saudáveis. Além disso, é necessário evitar, principalmente nesse horário, alimentos processados, com muito açúcar ou gordura. Outra pesquisa, realizada em homens, complementa a informação acima citada. Os resultados apontam que um sono de má qualidade influencia para o aumento da fome e da ingestão de alimentos no dia seguinte. O que a má qualidade do sono pode causar? Você questiona seus pacientes a respeito da qualidade do sono? Cada vez mais essa pergunta tem se tornado essencial para avaliar o estado de saúde de pessoas em todo o mundo. É claro que as necessidades de sono de cada pessoa são únicas, bem como a sua rotina, sua alimentação e seus hábitos relacionados à saúde. Por conta disso, não existe uma fórmula exata a respeito do número de horas adequado para que se tenha uma boa noite de sono, mas sim, hábitos que possibilitem que esse momento seja de qualidade, e não somente focado em quantidade. Segundo um recente estudo, publicado na Revista Brain, a má qualidade de sono representa um papel no desencadeamento de distúrbios cognitivos e neurodegenerativos, como por exemplo o Alzheimer – que é considerado a principal causa do declínio cognitivo em adultos mais velhos, além de contribuir para cerca de 70% dos casos de demência.  Segundo os pesquisadores, o sono insatisfatório, além de ser um sintoma comum da doença, também possui a capacidade de acelerar a sua progressão. Além disso, dados do estudo sugerem a identificação de um “ponto ideal” para definir o tempo total de sono, considerando que tempos de sono curtos demais ou longos demais foram associados a um pior desempenho cognitivo. Essa relação ocorre devido à má qualidade do sono e não somente à sua quantidade, como anteriormente citado. Outra consequência da falta de sono é o aumento da inflamação do corpo, que está associada a doenças inflamatórias do intestino, que causam o aumento do risco de desenvolvimento dessas condições. De acordo com uma análise, realizada em pacientes com doença inflamatória intestinal (DII), foram encontradas evidências da correlação entre fragmentação ou distúrbios do sono com o aumento do risco de surto para a DII. Nesse sentido, é possível perceber que a falta de sono impacta direta e negativamente a qualidade de vida do indivíduo, podendo agravar as condições já sofridas por ele. Quando o corpo sofre com a falta de sono, ele coloca as funções corporais em alerta máximo, causando a produção de hormônios do estresse que, de acordo com um estudo, podem ser exacerbados, já que o sono de qualidade é responsável por regular a resposta do corpo ao estresse. A falta de descanso necessário para a promoção da qualidade de vida também é responsável pelo agravamento de distúrbios mentais, como a depressão. De acordo com um estudo, a condição mais associada à insônia, dentre os transtornos psiquiátricos, é a depressão. Conforme os pesquisadores, 90% dos pacientes, com quadro de depressão clinicamente comprovado, apresentam a falta de sono como uma queixa presente. A importância do sono de qualidade para uma longevidade saudável

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Escondido nas paredes do sistema digestivo encontra-se o nosso segundo cérebro. A descoberta sobre essa conexão revolucionou a compreensão da medicina a respeito de ligações entre digestão, humor, emocional e todo o âmbito da saúde de uma pessoa. Conhecido clinicamente como o Sistema Nervoso Entérico, o segundo cérebro é formado por duas camadas finas de mais de 100 milhões de células nervosas que revestem o trato gastrointestinal do esôfago até o reto. Entretanto, qual o papel do segundo cérebro para o pleno funcionamento do organismo humano? Entenda ao longo deste artigo.     Por que o intestino é o segundo cérebro?  Ao contrário do nosso cérebro, o SNE não é capaz de pensar e compreender porque tais coisas acontecem, por exemplo. O seu papel encontra-se no controle da digestão, desde a deglutição até a liberação das enzimas responsáveis pela quebra dos alimentos, a sua passagem pelo fluxo sanguíneo, sua absorção e eliminação de acordo com a necessidade de cada organismo. Nesse sentido, o funcionamento do sistema digestivo, bem como o que entra nele afetam diretamente todo o funcionamento do corpo. Isso porque, nossas emoções, sentimentos e sensações estão diretamente atreladas a esse sistema. Dessa maneira, ao contrário do que pensávamos, condições como ansiedade, depressão e outros distúrbios são, na verdade, ocasionados por conta de problemas intestinais funcionais. A importância das fibras para o intestino – e para toda a nossa saúde Os avanços da ciência apontam cada vez mais o importante papel desempenhado pelos organismos presentes no microbioma intestinal para a saúde mental e física dos indivíduos. São quase 100 trilhões de bactérias, fungos, vírus e outros microorganismos presentes no intestino. Além disso, é importante relembrar que o intestino humano é responsável por produzir 95% da serotonina do corpo, ou seja, é a partir dele que o nosso bem-estar emocional se equilibra. Outro importante trabalho desempenhado pelo intestino é o fortalecimento do sistema imunológico, que é educado com base nas informações que recebe a partir das bactérias intestinais, alertando-se para possíveis ataques nocivos à saúde. Dessa maneira, manter seu sistema digestivo saudável torna-se uma conduta importante para uma vida saudável e, por conta disso, é papel do médico orientar e esclarecer para o paciente a respeito de simples atitudes que podem manter o segundo cérebro funcionando em equilíbrio. Além de uma dieta com probióticos, enzimas e ervas terapêuticas, a fibra representa um importante papel no restauro do equilíbrio do sistema digestivo, porque a sua presença no intestino alimenta as bactérias intestinais, mantém o cólon limpo e saudável, além de reduzir a incidência de doenças cardíacas, redução do colesterol, pressão arterial, níveis de glicose e inflamação. Estudos apontam que a presença das fibras na alimentação do indivíduo e, consequentemente no seu sistema digestivo, promove o crescimento de bactérias intestinais boas, que estimulam efeitos positivos para a saúde. Tais bactérias são responsáveis pela produção de nutrientes para o corpo, oferecendo o potencial de modificação do equilíbrio microbiano intestinal. É claro que não é necessário eliminar outros alimentos para ter uma dieta rica em fibras, mas sim, incorporá-los em sua rotina de alimentação de acordo com um planejamento orientado por um profissional da área. A relevância de um trabalho integrado entre médicos e nutricionistas Até aqui pudemos observar a importância da saúde do intestino para a promoção de bem-estar ao indivíduo como um todo. Nesse sentido, vale destacar a relevância de um trabalho integrado entre médico e nutricionista para a promoção de qualidade de vida a seus pacientes. Isso porque, quando consideramos que o intestino funciona como um segundo cérebro para o corpo, elencamos a importância desse sistema para o pleno funcionamento do organismo humano. Entretanto, sem equilíbrio entre ações relacionadas à alimentação e prática de exercícios, com orientações médicas, os trabalhos desconversam e podem tornar-se até mesmo nocivos para a saúde do paciente. Dessa forma, levando em consideração o papel desempenhado pelo metabolismo em quase todas as doenças e condições crônicas, é necessária uma compreensão da bioquímica e do metabolismo humano para o sucesso no tratamento de doenças.

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Dados do Instituto Nacional de Câncer apontam o câncer de mama e próstata como os mais frequentes na população brasileira. As estimativas de 2020 representam quase 66 mil casos novos de câncer de mama e próstata. Após esse alto número, aparece o câncer de cólon e reto (41 mil), pulmão (30 mil) e estômago (21 mil). Com este cenário, não cessa a grande pergunta: é possível prevenir o câncer? Mesmo com todas as tecnologias e estudos disponíveis, a cura para o câncer ainda não possui uma pílula ou vacina definida, porém, diversas descobertas apontam para a importância e o poder de hábitos saudáveis para fortalecer essa prevenção. Dessa forma, o estilo de vida e comportamentos individuais podem influenciar positiva ou negativamente a ocorrência de inúmeras doenças, inclusive o câncer. Veja mais ao longo deste artigo. Afinal, é possível prevenir o câncer? Por mais que não existam metodologias específicas para a prevenção do câncer, hábitos saudáveis podem sim prevenir a doença. De acordo com dados coletados através de um estudo realizado pela Harvard University em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), fatores de risco no estilo de vida são responsáveis por 27% dos casos de câncer e um terço das mortes por câncer no Brasil. Segundo os pesquisadores, a adoção de hábitos saudáveis pode reduzir os casos e a incidência de morte por câncer de laringe, pulmão, orofaringe, esôfago e colo-reto pela metade. Além disso, o tabagismo foi elencado como a principal causa de câncer na população, seguido por alto IMC e consumo de álcool. Dessa maneira, impera a afirmação de que o equilíbrio entre alimentação saudável, prática de exercícios físicos, gerenciamento de estresse, sono de qualidade e evitar o abuso de substâncias como narcóticos e álcool, trabalha positivamente para a redução do risco de desenvolvimento de câncer. Entretanto, outras práticas relacionadas à prevenção são necessárias para o melhor gerenciamento dessa condição. São elas: o incentivo ao acompanhamento médico e a realização de exames, para que seja diagnosticada a situação e indicada a melhor abordagem para cada caso. Viver uma vida saudável pode prevenir o câncer? Segundo o estudo citado acima, os fatores de risco de estilo de vida, como tabagismo, consumo de álcool, sobrepeso/obesidade, dieta pouco saudável e falta de atividade física, foram associados ao aumento do risco de cerca de 20 tipos de câncer. As descobertas não param por aí, de acordo com as pesquisas 26,5% (114.497 casos) de todos os casos de câncer e 33,6% (63.371 mortes) de todas as mortes por câncer poderiam ser potencialmente evitadas pela eliminação dos fatores de risco do estilo de vida no Brasil. Além disso, uma nova ferramenta em desenvolvimento pode auxiliar ainda mais os profissionais da área a personalizarem o tratamento de pacientes oncológicos com base no seu perfil molecular individual. Para os pesquisadores, a ferramenta integra uma variedade de dados moleculares de pacientes e tumores, objetivando a orientação para uma medicina mais precisa e focada em um contexto geral em torno do paciente. Nesse sentido, fica cada vez mais evidente a importância de ultrapassar a medicina que trata as doenças de maneira isolada, buscando analisar o cenário completo e as circunstâncias que o indivíduo enfrentou para se encontrar nessa situação. O que mais pode prevenir o câncer? De acordo com as descobertas citadas neste artigo, viver uma vida saudável traz sim inúmeros benefícios para a saúde dos indivíduo, portanto, torna-se papel do profissional orientar seus pacientes para a adoção desse tipo de hábito. Isso porque é comum que, em um momento onde as ferramentas de comunicação e informação sejam muitas, as pessoas recebam informações conflitantes a respeito da melhor conduta para prevenir todo o tipo de doença. O que se sabe a respeito da prevenção do câncer ainda é um processo em evolução, ou seja, descobertas novas surgem frequentemente. Entretanto, a ideia de que o estilo de vida de um indivíduo afeta suas chances de desenvolver algum tipo de câncer é bem aceita e informada na comunidade médica. Por conta disso, o primeiro passo, não somente para construir uma barreira contra o câncer, mas também para evitar o surgimento de outras patologias nocivas à saúde, é ter ciência de que simples mudanças no estilo de vida podem fazer toda a diferença.

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A famosa frase “prevenir é melhor do que remediar”, dita pelo filósofo holandês Desiderius Erasmus em 1500 é um dos princípios fundamentais relacionados aos cuidados de saúde a longo prazo. Um estudo recente, realizado nos Estados Unidos, procurou avaliar os custos com a saúde, considerando o elevado número da população idosa atualmente. Segundo os pesquisadores, o envelhecimento precoce precisa ser tratado como uma “doença” e não como uma condição normal. Já é possível pré-definir as consequências da senescência, como a desregulação dos processos e produção hormonal, enfraquecimento dos ossos, tecidos e cognição, além de outras inúmeras patologias que indivíduos idosos estão suscetíveis a desenvolver. Continue a leitura para compreender mais sobre o estudo. Custos com a saúde: envelhecer é inevitável, mas a longevidade saudável é uma opção As mudanças biológicas e os hábitos negativos adotados ao longo da vida levam à deterioração de seu organismo, sistemas e diversas funções necessárias para a vida. Entre as consequências estão o aumento do risco de doenças como diabetes, doenças cardiovasculares, câncer e Alzheimer. Considerando que envelhecer é inevitável, abordagens e metodologias preventivas são necessárias para a garantia de uma longevidade saudável. Dentro desse contexto, o mesmo estudo citado anteriormente sugere impactos positivos não somente na qualidade de atendimentos médicos à população, mas também impactos positivos para a economia, através da adoção de práticas preventivas relacionadas principalmente às doenças causadas pelo declínio hormonal e outras consequências ocasionadas pela velhice. Segundo o relatório gerado pelos pesquisadores, o aumento da expectativa de vida saudável em 2,6 anos pode gerar um valor de 83 trilhões de dólares para a economia. Além disso, práticas em prol de uma longevidade saudável possibilitam a redução de incidentes patológicos como câncer, demência, doenças cardiovasculares e a própria fragilidade causada pela senescência. De acordo com os dados, os gastos chegam a 17% do valor direcionado para a saúde e, a maior parte desse valor é gasta com tratamentos no último ano de vida do indivíduo. Com este panorama, o modelo de intervenção médica focado em prevenção se torna uma ferramenta essencial para a garantia de qualidade de vida e longevidade saudável, com foco na prevenção de doenças a curto e, principalmente, longo prazo. Medicina da saúde: a importância de um olhar que vai além do convencional Inúmeras patologias, infecções e doenças crônicas atacam o ser humano ao longo de sua vida. Muitas delas podem ser evitadas ou até mesmo ter índices reduzidos através da adoção de hábitos saudáveis e trabalho de prevenção realizado com foco em objetivos a curto, médio e longo prazo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cardiopatia isquêmica é a doença que mais causa mortalidade no mundo inteiro. Estudos apontam que os trabalhos de prevenção, através do investimento em saúde, podem auxiliar na prevenção e minimização dos casos em todo o mundo. Nesse trabalho inclui-se a correta análise de casos com antecedentes familiares, programas que promovam a atividade física e dieta saudável como “medicamentos preventivos”, além da instrução a respeito do gerenciamento de estresse, práticas de higiene do sono e demais terapias responsáveis pela manutenção do bem-estar ao longo da vida. Além disso, trabalhos de reposição hormonal podem contribuir positivamente para a prevenção de patologias e também para a longevidade saudável, garantindo bem-estar físico e mental. Dentro deste contexto, é necessário destacar o trabalho de observar o paciente/ser humano de maneira integrada, analisando não somente a sua condição, mas todos os fatores que contribuem para esse acontecimento.

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A Vitamina B12 não é produzida no organismo humano, porém, desempenha um papel fundamental na manutenção da saúde e incentivo à longevidade saudável. Sua função no organismo está atrelada principalmente ao sistema nervoso central, na manutenção da cognição e prevenção da degeneração das células. Ela também é necessária para a formação de glóbulos vermelhos e síntese de DNA. Além disso, a deficiência de Vitamina B12 pode causar efeitos nocivos a longo prazo, principalmente relacionados à insônia ou estresse. A ingestão de Vitamina B12, mesmo que presente na alimentação de produtos de origem animal, nem sempre é absorvida e introduzida de maneira correta no organismo. Dentro deste contexto, é necessário avaliar a possibilidade de suplementação vitamínica para garantir a melhora de características como energia, memória e até mesmo trabalho de prevenção contra doenças cardíacas. Vitamina B12: por que suplementar? Mesmo que a Vitamina B12 tenha como fonte principal os alimentos de origem animal, como ovos, peixes, carnes e aves, o nutriente nem sempre é obtido em quantidade suficiente para o desempenho de suas funções. Um exemplo da importância de níveis equilibrados de Vitamina B12 no organismo é no caso de gravidez. De acordo com um estudo, a melhora no status de Vitamina B12 antes e durante a gravidez possui efeitos positivos contra defeitos congênitos, como defeitos do tubo neural. Outro ponto importante é a necessidade de maiores níveis de B12 no organismo de gestantes. O mesmo estudo aponta que níveis abaixo de 300 mcg apresentam três vezes mais probabilidade do nascimento de uma criança com defeitos de nascença, quando comparados a mulheres grávidas com níveis adequados. Outro benefício importante da suplementação vitamínica de B12 é a prevenção contra o enfraquecimento ósseo e prevenção da osteoporose. Um estudo comprovou que a deficiência de Vitamina B12, principalmente no organismo de mulheres, está associada à fragilidade óssea. Além disso, outro estudo realizado em adultos de ambos os sexos, comprovou a baixa densidade óssea em pessoas com B12 insuficiente, o que pode ser um importante fator de risco modificável para o desenvolvimento de osteoporose. Outro efeito positivo da presença equilibrada de Vitamina B12 no organismo é a manutenção não somente fisiológica, mas também relacionada ao cognitivo e sintomático do ser humano. Segundo um estudo, a Vitamina B12 deficiente foi associada a duas vezes mais chance de desenvolvimento de depressão. Isso ocorre pois a Vitamina B12 é necessária para a produção de serotonina – responsável pela regulação do humor. Vitamina B12: quando suplementar? Uma das principais características sintomáticas associadas à deficiência de Vitamina B12 é a fadiga ou cansaço extremo. Além disso, a sua deficiência pode ser identificada facilmente através de exames sanguíneos. Indivíduos com dietas mais restritivas, como veganos, vegetarianos e suas outras classificações, possuem maior tendência para a insuficiência de B12. De acordo com a própria Sociedade Brasileira Vegetariana (SVB), 50% dos indivíduos com dieta alimentar onívora no Brasil possuem deficiência de Vitamina B12. Por conta disso, a suplementação adequada desse nutriente se faz necessária para a garantia de absorção indicada diariamente para o organismo. Outro estudo aponta um dado importante: a deficiência subclínica de B12 afeta de 2,5% a 26% da população geral. Suas causas variam entre ingestão inadequada, biodisponibilidade inadequada ou má absorção, interrupção do transporte de Vitamina B12 no sangue ou absorção e metabolismo prejudicados por uma deficiência intracelular. Os principais sintomas de Vitamina B12 deficiente são: Fraqueza e cansaço crônico; Dificuldade de concentração; Formigamento; Diarreia e prisão do ventre; Problemas cognitivos e de memória; Anemia. A observação analítica destes e outros sintomas se faz necessária para um diagnóstico e tratamento benéfico para cada paciente.

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O selênio é um mineral essencial para a nossa saúde, obtido através da alimentação de determinados ingredientes, podendo também ser encontrado em pequenas doses na água. Por mais que o nosso organismo necessite do selênio em pequenas quantidades,  não podemos subestimar a sua importância, principalmente quando consideramos os processos metabólicos relacionados à função da tireoide. Este elemento possui propriedades antioxidantes, responsáveis por proteger as células de danos. Como veremos a seguir, evidências científicas demonstram que níveis baixos de selênio estão associados a problemas de saúde como HIV, doença de Crohn e outras patologias. Ao longo deste artigo você compreenderá alguns benefícios cientificamente comprovados desse mineral essencial. Siga a leitura!  Selênio: a importância do mineral para a saúde Durante os processos fisiológicos do organismo, o corpo é capaz de armazenar certas quantidades de selênio nos tecidos, principalmente nos músculos esqueléticos, através do consumo de alimentos com pequenas quantidades do mineral. Os alimentos que possuem quantidades destacadas de selênio são frutos do mar, alguns tipos de carne e castanhas-do-pará. Porém, essa presença do mineral nos alimentos depende muito da concentração do solo e da água onde ele foi produzido.  Por conta disso, a suplementação do mineral pode se tornar necessária, com o objetivo de estimular a ingestão das quantidades necessárias para o bom funcionamento do organismo. De acordo com um estudo recente, publicado na revista internacional eLife, a suplementação de selênio pode contribuir para a prevenção da obesidade e colaborar para uma longevidade saudável.  De acordo com Jay Johnson, um dos pesquisadores, “o estudo traz evidências de que a administração a curto prazo de fontes orgânicas ou inorgânicas de selênio proporciona múltiplos benefícios à saúde dos camundongos, sendo o mais notável a prevenção da obesidade induzida pela dieta”. Outro benefício que pode ser ocasionado com a presença de níveis equilibrados de selênio no organismo é a redução de hospitalizações e morbidade diarreica causada, por exemplo, pela AIDS. Estudos demonstram a associação entre a deficiência de selênio e a progressão para AIDS e mortalidade. O papel antioxidante do selênio Os antioxidantes são compostos presentes nos alimentos que evitam os danos celulares causados pelos radicais livres. Atitudes como o tabagismo, uso de álcool e estresse podem causar um excesso de radicais livres no organismo. Isso leva ao estresse oxidativo, que danifica células saudáveis e prejudica a construção de uma longevidade saudável.  O estresse oxidativo tem sido associado a condições crônicas como doenças cardíacas, Alzheimer e câncer, bem como envelhecimento prematuro e risco de acidente vascular cerebral Dessa forma, estudos têm verificado que antioxidantes como o selênio ajudam a reduzir o estresse oxidativo, mantendo o número de radicais livres sob controle.  Bons níveis de ingestão de selênio na gestação colaboram para a saúde da criança Outro estudo, realizado em Boston com cerca de 1.200 mulheres, encontrou evidências de que a exposição a níveis mais elevados de selênio durante a gravidez reduz o risco de hipertensão infantil.  Para obter os resultados, foram coletadas amostras de sangue de mulheres que deram à luz entre 2002 e 2013. Para os pesquisadores, os resultados obtidos comprovam a importância da nutrição e exposições ambientais do útero para a saúde cardiovascular da criança de 3 à 15 anos após o seu nascimento. Inclusive, a pesquisa ressalta que níveis saudáveis de selênio e manganês nas dietas durante a maternidade podem proteger as crianças de desenvolverem pressão alta ao longo de sua infância e vida adulta. A adoção de hábitos saudáveis pela população e o olhar médico investigativo mostram-se cada vez mais importantes para a construção de uma sociedade mais saudável.  Se você possui dúvidas relacionadas ao selênio, deixe o seu comentário abaixo. 

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O ômega 3, ômega 6 e o ômega 9 são gorduras dietéticas que possuem propriedades importantes para a saúde do organismo humano, conforme veremos ao longo deste artigo. Assim como outras substâncias, o desequilíbrio nos níveis de ômega pode contribuir para o desenvolvimento de patologias crônicas e nocivas à saúde e bem-estar. Ao longo deste artigo você compreenderá o papel do Ômega 3, 6 e 9 no organismo. Siga a leitura e saiba mais.  Ômega 3, ômega 6 e ômega 9: uma breve introdução Ômega 3 O ômega 3 é a gordura mais conhecida e famosa por suas qualidades anti-inflamatórias, como veremos ao longo do texto. As principais fontes de ômega 3 são encontradas em alimentos como a linhaça, peixes de águas profundas e chia. Mesmo assim, encontrar o ômega 3 de  maneira natural é bastante difícil, visto que: As quantidades de ômega 3 em alimentos vegetais são pequenas quando comparadas a nossa real necessidade; Os peixes que apresentam maiores quantidades de ômega 3 localizam-se em países nórdicos e são de difícil acesso. A presença do ômega 3 no organismo é muito importante, com benefícios reconhecidos para a saúde do seu corpo e cérebro. Existem muitos tipos de gorduras ômega 3, que diferem de acordo com sua forma química. Aqui estão os três mais comuns: Ácido eicosapentaenóico (EPA): a principal função deste ácido graxo de 20 carbonos é produzir produtos químicos chamados eicosanóides, que ajudam a reduzir a inflamação. A EPA também pode ajudar a reduzir os sintomas de depressão, conforme apontam estudos. Ácido docosahexaenóico (DHA): Um ácido graxo de 22 carbonos, o DHA representa cerca de 8% do peso cerebral e contribui para o desenvolvimento e a função cerebral, conforme aponta a literatura. Ácido alfa-linolênico (ALA): esse ácido graxo de 18 carbonos pode ser convertido em EPA e DHA. De acordo com alguns estudos, o ALA tem benefícios relacionados à saúde do coração, melhora do sistema imunológico e do sistema nervoso. Ômega 6 Níveis equilibrados de ômega 3 e ômega 6 são necessários para garantir proteção do organismo a processos inflamatórios. Isso ocorre pois o ômega 6 é um ácido graxo responsável pelo desencadeamento de uma série de processos inflamatórios no organismo, podendo ser encontrado em óleos vegetais como o de soja e milho. Dessa forma, essas fontes devem ser reduzidas ao máximo e o ômega 3 consumido em maior quantidade, ou até suplementado, a fim de garantir a neutralidade no organismo. De acordo com a literatura científica, as dietas ocidentais são deficientes em ácidos graxos ômega 3 e têm quantidades excessivas de ácidos graxos ômega 6 em comparação com a dieta na qual os seres humanos evoluíram e seus padrões genéticos foram estabelecidos.  Quantidades excessivas de ácidos graxos poliinsaturados ômega 6 (PUFA) e uma proporção ômega 6/ômega 3 muito alta, como é encontrada nas dietas ocidentais atuais, promovem a patogênese de muitas doenças, incluindo doenças cardiovasculares, câncer e doenças inflamatórias e autoimunes. Ômega 9 O principal representante do grupo de alimentos que possui ômega 9 em sua composição é o ácido oleico. Ele pode ser encontrado em gorduras monoinsaturadas, como azeite de oliva, azeitonas, macadâmia, nozes, avocado, castanha-do-pará e abacate. Esse tipo de gordura é importante porque estabiliza os níveis de colesterol no sangue, auxiliando na redução da agregação de plaquetas. Ômega 3, ômega 6 e ômega 9: a importância de manter níveis equilibrados Como citado anteriormente, o equilíbrio em cada processo do organismo é necessário para garantir qualidade de vida e saúde para os indivíduos. Dentro deste contexto, é preciso esclarecer a importância de possuir níveis equilibrados de ômega 3, ômega 6 e ômega 9 em nosso corpo. O seu acesso principal ao corpo humano é através da alimentação ou da suplementação, ou seja, esse equilíbrio depende, principalmente, de uma dieta saudável, repleta de nutrientes, fibras e vitaminas para coibir o surgimento de problemas de saúde. Quando a alimentação balanceada não é suficiente para a obtenção dos minerais, se faz necessária a suplementação.  É importante esclarecer que, mesmo que encontrados em alimentos, nem todos os tipos de ômega tem propriedades completas em um ingrediente específico. Por exemplo: uma das principais fontes de ômega 3 pode ser encontrada em peixes de águas profundas, porém, esse formato de pesca há tempos tem sido substituído por cativeiros construídos para a criação e produção de peixe para o mercado alimentício. Dentro deste contexto, o ômega 3, que deveria estar presente nesse alimento, acaba se perdendo, assim como as suas propriedades anti-inflamatórias responsáveis por regular os níveis de inflamação do organismo. Níveis estes que, inclusive, são modificados com a ingestão de ômega 6, um ácido graxo que é responsável por desencadear uma série de processos inflamatórios no organismo. Mesmo não sendo uma reação negativa desse tipo de gordura, a inflamação necessita de manejo para não se transformar em um quadro de inflamação crônica subclínica. Além disso, de acordo com estudos, a presença de ômega 3, 6 e 9 no organismo pode auxiliar no combate e prevenção de outras patologias. De acordo com um estudo recente, utilizar o ômega 3 como ferramenta para o tratamento de depressão é extremamente promissor. Para os pesquisadores, os efeitos anti-inflamatórios do ômega 3 trabalham para reduzir os altos níveis de inflamação no organismo de um indivíduo com quadro de depressão. Informações presentes no Guia Alimentar para a População Brasileira classificam os ômegas 3 e 6 como benéficos à saúde quando consumidos em equilíbrio. Estudos indicam, inclusive, que

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O estresse oxidativo acontece quando há desequilíbrio entre a atividade dos radicais livres e a função antioxidante. Tal quadro gera danos ao tecido adiposo, ao DNA e às proteínas do corpo e, como consequência, um grande número de doenças podem ser desencadeadas. Entre elas merecem destaque a diabetes, aterosclerose, inflamação, hipertensão, doenças cardíacas e doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer.  A partir disso, compreende-se que o estresse oxidativo é um dos principais contribuintes para as chamadas “doenças características da velhice”. Neste artigo, buscamos explicar o processo fisiológico do estresse oxidativo e medidas de prevenção para o quadro através da literatura científica. Para saber mais, siga a leitura.  Estresse oxidativo e inflamação: qual a relação?  O estresse oxidativo é um desequilíbrio de radicais livres e antioxidantes, que pode causar danos às células e aos tecidos do organismo e, consequentemente, colaborar para o envelhecimento precoce. As células do corpo produzem radicais livres durante os processos metabólicos normais. No entanto, elas também produzem antioxidantes que neutralizam tais radicais livres.  Em geral, o corpo é capaz de manter um equilíbrio entre antioxidantes e radicais livres. No entanto, o desequilíbrio dessa relação faz com que ocorra uma produção excessiva de radicais livres e, consequentemente, contribua para o estresse oxidativo. Mas, afinal, qual a relação entre o estresse oxidativo e inflamação? Em resumo, infecções e lesões desencadeiam a resposta imunológica do corpo. As células imunológicas chamadas macrófagos produzem radicais livres enquanto lutam contra os germes invasores. Esses radicais livres podem danificar células saudáveis, levando à inflamação. Em circunstâncias normais, a inflamação desaparece depois que o sistema imunológico elimina a infecção ou repara o tecido danificado. No entanto, o estresse oxidativo também pode desencadear a resposta inflamatória que, por sua vez, produz mais radicais livres que podem elevar o estresse oxidativo, criando um ciclo vicioso. O estresse oxidativo é visto como um desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) e sua eliminação por mecanismos de proteção, que podem levar à inflamação crônica. De acordo com a literatura científica, a inflamação faz com que as células do sistema imunológico secretem várias citocinas e quimiocinas para recrutar outras células do sistema imunológico para o local do estresse oxidativo/inflamação. Consequentemente, o aumento de EROs pelas células do sistema imunológico no local da inflamação ocasiona o estresse oxidativo e a lesão tecidual. Como apontam estudos, a inflamação é um mecanismo de defesa natural contra patógenos e está associada a muitas doenças patogênicas, como por exemplo infecções microbianas e virais, exposição a alérgenos, radiação e produtos químicos tóxicos, doenças autoimunes e crônicas e obesidade.  A superprodução de estresse oxidativo induz dano celular grave do cérebro no diabetes, conforme aponta a literatura. Estudos documentaram que a peroxidação lipídica mais elevada, os níveis de nitrito, o malondialdeído e o status de oxidantes totais foram menores nas enzimas marcadores antioxidantes totais no cérebro de ratos diabéticos. Estresse oxidativo: sintomas O estresse oxidativo pode ser percebido por diversas formas. Dessa maneira, é essencial que o indivíduo realize acompanhamento rotineiro com um médico que tenha amplo conhecimento em fisiologia. Somente assim será possível diagnosticar o quadro de estresse oxidativo. Entre alguns dos sinais que podem estar relacionados ao estresse oxidativo, estão:  Estresse; Cansaço sem causa aparente; Desequilíbrio emocional sem causa aparente; Ansiedade; Agitação; Suscetibilidade à infecções; Dores de cabeça. Como prevenir o estresse oxidativo? Os principais fatores que contribuem para o estresse oxidativo estão relacionados ao estilo de vida, como por exemplo a má alimentação, estresse, consumo de álcool, tabaco e fatores ambientais como poluição e radiação. Dessa forma, uma das principais formas de prevenir o estresse oxidativo, bem como outras diversas doenças, está na manutenção de hábitos saudáveis.  Manter um peso corporal saudável pode ajudar a reduzir o estresse oxidativo. De acordo com uma revisão sistemática de 2015, o excesso de células de gordura produz substâncias inflamatórias que desencadeiam o aumento da inflamação e a produção de radicais livres nas células imunológicas. Dessa maneira, a prática de exercícios físicos e a alimentação equilibrada são fatores fundamentais.  De acordo com a literatura científica, exercícios físicos estão associados a uma menor taxa metabólica de repouso, maior atividade antioxidante, menor oxidação de LDLs e maior proteção contra a oxidação de proteínas e DNA. Além disso, os mecanismos do exercício moderado incluem melhora da sensibilidade à insulina e redução do estresse oxidativo e da inflamação. Como apontam estudos, a chave para o sucesso da redução do dano induzido pelo estresse oxidativo deve ser a supressão do dano oxidativo sem interrupção da rede de defesa antioxidante.  A abordagem para neutralizar os radicais livres com antioxidantes deve ser alterada para a prevenção da formação de radicais livres, em primeiro lugar. Reduzir a formação de radicais livres deve ser mais eficiente do que tentar neutralizar os radicais livres após sua produção. Ou seja, a prevenção sempre será a melhor opção. 

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A saúde do intestino afeta não somente as respostas pró e anti-inflamatórias do microbioma, mas também a saúde do sistema imunológico e até mesmo do cérebro, de acordo com estudos. Tal colocação já deveria ser suficiente para que nós, profissionais da saúde, buscássemos maior conscientização da população sobre a importância da alimentação balanceada. Um estudo procurou comprovar os efeitos regulatórios que os nutrientes exercem durante o período perinatal para desenvolver positivamente o sistema imunológico do indivíduo ao longo da vida. A pesquisa indica que as interações de micronutrientes com fatores do ambiente externo definem os padrões de defesa do ser humano contra patógenos potenciais, quando a saúde do intestino é observada desde os primeiros dias de vida. Ao longo deste artigo abordaremos diversas informações relacionadas à saúde intestinal. Siga a leitura e saiba mais. Alimentos para a saúde do intestino A saúde do intestino funciona conforme o que é ingerido diariamente. Uma dieta saudável mantém o corpo equilibrado e estimula os agentes desse sistema para resultados positivos para os outros órgãos e sistemas do corpo. Pelo contrário, alimentos processados, ricos em açúcares e alcoólicos, estão ligados ao estímulo de inflamação intestinal, como diz pesquisa publicada recentemente. De acordo com os pesquisadores, alimentos saudáveis como nozes, peixes oleosos, vegetais, frutas, cereais e leguminosas estão associados com a produção de ácidos e bactérias anti-inflamatórias. Porém, consumir alimentos que propõem o efeito contrário, principalmente industrializados, pode ocasionar a erosão da integridade do intestino, aumentando a sua probabilidade de inflamação. Segundo os pesquisadores, o microbioma é responsável por afetar diretamente o equilíbrio das respostas pró e anti-inflamatórias no intestino, o que, consequentemente, afeta também o sistema imunológico, causando desequilíbrios que desencadeiam o desenvolvimento de patologias como diabetes, doenças cardíacas, artrite, lúpus eritematoso sistêmico, aterosclerose e outras doenças autoimunes. Estudos anteriores já buscavam a relação entre dietas saudáveis e livres de alimentos industrializados como redutoras das chances de inflamação do intestino. Outro estudo também aponta o papel crucial que os vegetais possuem para a criação de um microbioma intestinal saudável. Eles auxiliam não somente com a digestão, mas também com a produção de nutrientes essenciais, ativação e desativação de genes, manutenção do tecido intestinal saudável e do sistema imunológico. Saúde do intestino e imunidade: qual a relação? A saúde do intestino e a imunidade caminham juntos. Um apoia e depende do outro. Para compreender melhor essa relação, estudos afirmam que o corpo humano possui números similares de células bacterianas e células humanas. Dentro desse número, mais de 10 mil espécies e microorganismos estão presentes no intestino. O sistema imunológico é responsável por defender o corpo de possíveis patógenos. Porém, a falta de controle com a saúde do intestino, principalmente relacionada à alimentação, pode desencadear a ativação das respostas imunes, por meio da inflamação, para proteger o corpo, o que pode, consequentemente, gerar uma doença inflamatória intestinal. Em um indivíduo saudável, a reação inflamatória desaparece junto com a infecção. Porém, em indivíduos não saudáveis, a proteção criada pelo sistema imunológico pode se tornar uma doença autoimune, onde as células desse sistema atacam as células do próprio corpo. Dentro desse contexto, pesquisas descobrem a dimensão da influência das bactérias na saúde do indivíduo, pois a microbiota intestinal, por exemplo, é responsável por impactar outros processos fisiológicos, como humor, concentração, peso, digestão e memória. A partir dessas constatações, é possível afirmar que a manutenção do equilíbrio entre as diferentes bactérias é essencial para que o intestino e o sistema imunológico trabalhem em conjunto para proteger o organismo de bactérias destrutivas.

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As doenças cardiovasculares são consideradas a maior de todas as endemias presentes nos países ocidentais. Predominantemente, a Doença Arterial Coronariana (DAC) se apresenta como a maior causa de morte dentre as diversas formas. Alguns equívocos relacionados ao surgimento das doenças cardiovasculares se encontram na definição do colesterol “ruim” como o principal estimulador para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e, consequentemente, o Acidente Vascular Cerebral (AVC). Siga a leitura e saiba mais sobre o tema.  Compreendendo as doenças cardiovasculares Um estudo publicado nos Estados Unidos revela a falta de evidências que indicam o colesterol como propulsor do desenvolvimento de condições cardiovasculares negativas. A revisão literária realizada pelos pesquisadores indica que não existe comprovação de que o colesterol seja incentivador de doenças cardiovasculares em indivíduos saudáveis. Da mesma maneira, utilizar medicamentos contra o colesterol com a finalidade de prevenir o desenvolvimento de doenças cardiovasculares também é uma ação equivocada. Afinal, a grande prevenção encontra-se na adoção de hábitos saudáveis. De acordo com o estudo publicado pelo American Heart Journal, 75% dos 130 mil pacientes analisados e hospitalizados nos Estados Unidos por infarto agudo do miocárdio apresentaram níveis normais de colesterol. Dentro desse contexto, é necessário reavaliar as abordagens médicas realizadas em torno de pacientes saudáveis a respeito da prevenção de doenças cardiovasculares e não somente focadas no tratamento através de medicamentos. Ao longo deste artigo traremos um panorama geral sobre um dos principais causadores das doenças cardiovasculares: a inflamação crônica subclínica.  Compreendendo as causas das doenças cardiovasculares O corpo produz a inflamação como ferramenta para se proteger de feridas e infecções. Portanto, para condições a curto prazo, ela é um mecanismo positivo no combate aos agressores externos. No entanto, a inflamação crônica subclínica trata-se de um quadro diferente e muito nocivo à saúde. A condição pode desencadear a aterosclerose (formação de placas, que se espalham pelas artérias e formam coágulos sanguíneos), um dos grandes fatores responsáveis pela formação de doenças cardiovasculares e suas consequências, como ataques cardíacos e derrames. Um estudo procurou observar a relação entre a inflamação crônica subclínica e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. De acordo com as pesquisas, a aterosclerose é caracterizada como uma condição inflamatória crônica e também é posicionada como o subtrato patológico mais comum da doença cardíaca coronária. Outro estudo corrobora a relação entre a inflamação crônica subclínica com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e de diabetes. De acordo com a pesquisa, o estado inflamatório crônico desempenha papel no desenvolvimento de doença cardiovascular e também colabora para a síndrome metabólica. Doenças cardiovasculares: quais os sintomas? Por muitos anos, as doenças cardiovasculares foram associadas à progressão da idade. No entanto, como vimos anteriormente, novos artigos científicos têm promovido conhecimento a respeito da relação entre a inflamação crônica subclínica e doenças como o infarto agudo do miocárdio, por exemplo. Pelo fato da inflamação crônica subclínica ser uma ameaça silenciosa, é normal que os pacientes só identifiquem a sua presença em estágios avançados. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, quando uma pessoa apresenta doenças cardiovasculares, ela pode presenciar sintomas diversos. Confira abaixo:  Sintomas de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais Muitas vezes não existem sintomas da doença subjacente dos vasos sanguíneos. Um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral pode ser o primeiro aviso da doença subjacente. Os sintomas do ataque cardíaco incluem: Dor ou desconforto no centro do peito; Dor ou desconforto nos braços, ombro esquerdo, cotovelos, mandíbula ou costas. Além disso, a pessoa pode ter dificuldade em respirar ou falta de ar; sensação de enjoo ou vômito; sensação de desmaio ou tontura; suor frio; e palidez. Mulheres são mais propensas a apresentar falta de ar, náuseas, vômitos e dores nas costas ou mandíbula. O sintoma mais comum de um acidente vascular cerebral é uma súbita fraqueza da face e dos membros superiores e inferiores, mais frequentes em um lado do corpo. Entre os sintomas, estão: Dormência na face, braços ou pernas, especialmente em um lado do corpo; Confusão, dificuldade para falar ou para entender; Dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos; Dificuldade para andar, tontura, perda de equilíbrio ou coordenação; Dor de cabeça intensa sem causa aparente; e Desmaio ou inconsciência. Como prevenir doenças cardiovasculares Como sempre ressaltamos em nossos conteúdos, a prevenção sempre será a melhor atitude para evitar a ocorrência de comorbidades.  A prática de exercícios físicos desde a juventude, por exemplo, representa elevados índices contra o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Um estudo dirigido pelo Colégio Americano de Cardiologia revela efeitos positivos relacionados ao aumento do tempo semanal de atividade física. De acordo com os pesquisadores, a adoção de 5 horas semanais de atividade física enquanto jovem, pode auxiliar na redução das chances de desenvolvimento de doenças cardiovasculares na meia-idade. Outro estudo avaliou a importância do cuidado com a saúde mental para a prevenção de ataques cardíacos ocasionados por doenças cardiovasculares. Os pesquisadores analisaram jovens e adultos de meia-idade, após sofrer um ataque cardíaco, que relataram sofrer distúrbios psicológicos, e concluíram que as chances de sofrer novamente com o evento eram duas vezes mais dentro de cinco anos após o primeiro episódio.  De acordo com a pesquisa, a saúde mental pode desempenhar um grande papel na recuperação após um ataque cardíaco. Dessa forma, é evidente que o controle do estresse e de outros fatores emocionais é importante para uma vida mais saudável.  Pesquisadores também relacionam a hipertensão com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Os resultados do estudo colocam a disbiose intestinal não

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O Declínio Gonadal feminino, popularmente conhecido pelo termo menopausa, possui sintomas silenciosos e produz efeitos nocivos para a saúde e qualidade de vida da mulher.  Ignorar tais sintomas e reduzi-los aos fogachos e ondas de calor é uma atitude perigosa, principalmente quando o fenômeno natural apresenta consequências que não podem ser consideradas normais. Neste artigo debatemos informações importantes sobre esse importante declínio hormonal. Siga a leitura a saiba mais. Declínio Gonadal Feminino: um fenômeno que não pode ser ignorado Ao longo da vida, a mulher passa por inúmeras etapas.  Durante a adolescência, por exemplo, começam a surgir os caracteres sexuais primários e secundários, com o surgimento de modificações corporais induzidas por hormônios produzidos a partir da maturação do ovário da mulher. É nesse momento que incia a menstruação e a capacidade de reproduzir.  Por volta dos 35 anos, a mulher entra na fase de climatério e segue nela até os 65 anos de idade. Durante período, geralmente entre os 48 e 52 anos, ocorre a amenorreia secundária, representada pela interrupção da menstruação e, consequentemente, da produção de hormônios ovarianos. Estes hormônios não possuem somente ação reprodutiva, mas também são responsáveis por outras inúmeras funções do corpo feminino, cuja produção é necessária para garantir a qualidade  de vida e saúde da mulher.  Ao entrar na fase do declínio Gonadal Feminino, a mulher pode perceber alguns sintomas como ondas de calor e fogachos, porém as consequências mais alarmantes da interrupção da produção de hormônios ovarianos apresentam-se de maneira silenciosa e nociva. São elas: sudorese noturna, insônia, labilidade emocional, ressequidão vaginal, dispaureunia, declínio cognitivo, fragilidade imunológica, ressecamento da pele, queda de cabelos, aumento do peso total, aumento do percentual de gordura, perda de massa magra, perda de massa óssea, redução da libido e comprometimento da qualidade de vida. Um estudo realizado com mulheres entre 40 e 64 anos concluiu que os sintomas da menopausa podem ser um fardo humanístico e econômico para as mulheres desta faixa etária. Condições estas que, através do acompanhamento de um profissional com conhecimento em hormonologia, podem garantir qualidade de vida a partir do processo de reequilíbrio e recomposição dos níveis hormonais femininos. Uma pesquisa realizada durante um ano em mulheres em tratamento hormonal comprovou os benefícios obtidos com o alívio dos sintomas hipoestrogênicos.  Outro ensaio clínico randomizado concluiu que o tratamento hormonal realizado após o surgimento da menopausa pode melhorar a qualidade de vida relacionada à saúde da mulher. Os pesquisadores buscaram avaliar a mudança nos sintomas emocionais e físicos gerados pelo Declínio Gonadal Feminino, através da aplicação de um questionário nas mulheres participantes do estudo. A importância da remodelação hormonal  Os hormônios ovarianos são um dos principais protetores dos neurônios presentes no corpo da mulher. Com a sua produção interrompida, inúmeras capacidades sofrem declínios e o processo se torna uma endocrinopatia de enorme repercussão. Lamentavelmente, por ser um fenômeno natural, as consequências geradas pelo Declínio Gonadal Feminino são consideradas “normais e inevitáveis”. Porém, é necessário adquirir conhecimentos sobre os princípios básicos de hormonologia para que a situação não se torne catabólica e acabe por ocasionar o envelhecimento precoce.  Com o objetivo de garantir a qualidade de vida da mulher, o médico possui o papel fundamental de apoiar, aconselhar e assegurar a melhor escolha para o tratamento de sua condição e a remodelação hormonal com hormônios homólogos humanos representa uma conduta essencial.

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Os probióticos e prebióticos são temas muito importantes entre os profissionais com uma visão integral da saúde. Afinal, você é aquilo que você come – ou, mais precisamente, o que alimenta os trilhões de criaturas microscópicas que vivem em seu intestino. Neste artigo explicamos as interferências dos prebióticos e probióticos na microbiota intestinal. Siga a leitura e saiba mais.  Prebióticos e probióticos: a saúde começa no intestino O intestino é uma força motriz dentro do nosso corpo.  É ele o responsável por converter alimentos em energia, fornecer nutrientes essenciais para a corrente sanguínea e proteger o nosso organismo contra doenças.   Há quase 2.500 anos atrás, Hipócrates afirmava que “todas as doenças começam no intestino”.  A citação continua sendo válida até os dias de hoje e, enxergando-a através de novas lentes, podemos dizer que a saúde tem seu início no intestino. Cada vez que comemos, bebemos ou nos expomos a determinados agentes externos, estamos contribuindo para o nosso bem-estar ou alimentando potenciais doenças.  Dessa forma, a maneira como você alimenta o seu microbioma tem grande impacto em sua saúde.  A chave para um microbioma saudável é o equilíbrio entre as quase 1.000 espécies diferentes de bactérias que habitam o seu intestino. As duas principais formas de manter esse equilíbrio são:  Ajudando os micróbios que já estão lá a se desenvolverem, oferecendo-lhes os alimentos adequados (prebióticos);  Adicionando micróbios vivos diretamente ao organismo (probióticos). O que são prebióticos Os prebióticos consistem em fibras vegetais, que agem como “fertilizantes”, estimulando o crescimento de bactérias saudáveis ​​no intestino. Eles podem ser encontrados em muitas frutas e vegetais, especialmente naqueles que contêm carboidratos complexos, como fibras e amido resistente. Esses carboidratos não são digeríveis pelo organismo, passando pelo sistema digestivo e se tornando alimento para as bactérias e outros micróbios. Eles podem ser encontrados, por exemplo, em fontes como inhame, psyllium, cebola, banana, feijão, maçã. Seus principais benefícios são: Manutenção da flora intestinal;  Favorecem o trânsito intestinal; Proporcionam uma microflora saudável;  Colaboram para que somente sejam absorvidas pelo intestino as substâncias necessárias, eliminando assim o excesso de glicose e colesterol; Possuem efeito bifidogênico, inibindo a atividade de bactérias putrefativas e intoxicantes. O que são probióticos Os probióticos são microorganismos vivos, em geral cepas específicas de bactérias que se somam diretamente à população de micróbios saudáveis ​​em seu intestino. A sua presença garante um desempenho saudável e otimiza diferentes funções do trato gastrointestinal. Conseguimos obtê-los, por exemplo, através de alimentos fermentados como a kombucha, o kimchi e o chucrute.  Alguns dos principais benefícios do uso de probióticos são: Melhora na digestão de gorduras; Proteção contra parasitas intestinais; Estimula a produção de vitamina B; Contribui para a produção de enzimas digestivas; Tem ação antibiótica natural; Aprimora a absorção dos nutrientes; Inibe a ação de agentes patogênicos. Qual a importância dos prebióticos e probióticos na microbiota intestinal? Como vimos, os prebióticos e probióticos trabalham em sinergia, tendo como principal tarefa manter o trato gastrointestinal saudável e, consequentemente, garantindo o bom funcionamento do organismo em geral. De acordo com uma revisão publicada pela Nature, diversas doenças agudas e crônicas podem ser consequência da perturbação das comunidades microbianas intestinais. De forma crônica, a doença inflamatória do intestino (DII), a obesidade e a síndrome do intestino irritável (SII) têm sido todas associadas às bactérias intestinais.   Outro efeito do desequilíbrio na microbiota intestinal é a disbiose, que gera inflamação na parede do intestino, afetando a permeabilidade da barreira e ocasionando diversos danos à saúde relacionados à reatividade imunológica, incluindo alergias e a inflamação sistêmica. Em um sentido geral, os prebióticos e probióticos servem para aumentar a comunidade de microrganismos benéficos, tendo influências, por exemplo, no sistema cardiovascular, trato urogenital, pele e cérebro. Os níveis crescentes de evidências científicas sobre a influência dos micróbios na fisiologia humana nos mostram a necessidade de uma contínua investigação para que possam ser encontrados novos protocolos para o tratamento de diversas doenças crônicas, bem como para a promoção da saúde na população. 

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Seria o intestino o nosso segundo cérebro?  A forma como o intestino e o cérebro se comunicam fascina a comunidade médica há séculos. Hoje, sabe-se que é estreita a relação entre esses dois órgãos, que ocupam papéis essenciais na fisiologia humana. As mudanças na flora intestinal podem repercutir diretamente no funcionamento do órgão responsável pelo raciocínio, a inteligência e a emoção e, recentemente, novas pesquisas têm encontrado informações valiosas sobre o eixo intestino-cérebro. Siga a leitura e saiba mais.  O intestino pode ser considerado o segundo cérebro? Como funciona a conexão entre cérebro-intestino? Localizadas no intestino delgado, as células enteroendócrinas funcionam como um sensor intestinal.  Elas se comunicam por meio de hormônios e, além disso, realizam sinapse com os nervos – incluindo o nervo vago, estrutura que conecta o aparelho digestivo ao cérebro. A comunicação entre os órgãos também ocorre através das células de defesa do organismo e da corrente sanguínea. Dessa forma, o nosso “segundo cérebro” consiste em invólucros de neurônios embutidos nas paredes do longo tubo do nosso intestino, que mede cerca de nove (9) metros – entre o esôfago e o ânus.  No local, estão presentes aproximadamente 100 milhões de neurônios, mais do que na medula espinhal ou no sistema nervoso periférico.  Assim, equipado com seus próprios reflexos e sentidos, o segundo cérebro pode controlar o comportamento intestinal independentemente do cérebro.  Como afirma Emeran Mayer, professor de fisiologia, psiquiatria e ciências biocomportamentais na David Geffen School of Medicine da University of California, o segundo cérebro também é capaz de influenciar em nossas emoções.  Em entrevista à revista Scientific American®, o pesquisador diz que “uma grande parte de nossas emoções é provavelmente influenciada pelos nervos em nosso intestino”. Assim, existem indícios de que  o bem-estar emocional diário pode depender das mensagens transmitidas do intestino para o cérebro.  Como as fibras consumidas e processadas no intestino afetam o funcionamento das funções cerebrais Como é sabido, as fibras fazem parte de uma dieta equilibrada, pois possuem inúmeros benefícios. É cientificamente comprovado que o seu consumo contribui para o menor risco de desenvolvimento de doença coronariana, hipertensão, obesidade, diabetes e câncer de cólon, por exemplo. Além disso, o aumento na ingestão de fibras reduz os níveis séricos de colesterol, melhora a glicemia em pacientes com diabetes, reduz o peso corporal e está associado com menores níveis séricos de proteína C reativa ultrassensível.   Agora, uma nova pesquisa descobriu que o consumo de fibras pode estar relacionado com um risco reduzido de depressão, especialmente em mulheres na pré-menopausa.  O estudo, conduzido com 5.800 mulheres de diversas idades, verificou que a ligação entre o consumo de fibra alimentar e depressão pode ser parcialmente explicada por interações intestino-cérebro, considerando que as mudanças na composição da microbiota intestinal podem afetar a neurotransmissão. Dessa forma, a fibra melhora a riqueza e a diversidade da microbiota intestinal. A diretora médica da North American Menopause Society Stephanie Faubion afirma que, através do estudo citado, é possível perceber que a frase “você é o que você come” nunca fez tanto sentido, visto que aquilo que ingerimos tem um efeito profundo na microbiota intestinal, que parece desempenhar um papel fundamental na saúde e na doença.   Eixo intestino-cérebro: qual a relação entre o intestino e a imunidade cerebral? Sabe-se que o cérebro é protegido de maneira única contra bactérias e vírus invasores. Ao mesmo tempo, o seu mecanismo de defesa permanece um mistério na comunidade científica. No entanto, um estudo em camundongos e confirmado em amostras humanas mostrou que o cérebro tem um surpreendente aliado em sua proteção: o intestino! As meninges são o lar de células imunológicas conhecidas como células plasmáticas, que secretam anticorpos. Essas células são especificamente posicionadas próximas a grandes vasos sanguíneos que correm dentro das meninges, permitindo-lhes secretar seus anticorpos ‘protetores’ para defender o perímetro do cérebro. Quando os pesquisadores observaram o tipo específico de anticorpo produzido por essas células, surpreenderam-se ao descobrir que ele é normalmente o tipo encontrado no intestino. Em resumo, a pesquisa publicada pela Nature descobriu que uma importante linha de defesa do cérebro começa no intestino. As células que terminam nas meninges são aquelas que se expandiram seletivamente no intestino, onde reconheceram determinados patógenos. Considerações finais sobre o eixo intestino-cérebro O eixo cérebro-intestino pode desencadear grandes mudanças emocionais, principalmente em pessoas que sofrem com a Síndrome do Intestino Irritável e problemas funcionais do intestino, como prisão de ventre, diarréia, inchaços e dores estomacais.  De acordo com Jay Pasricha, diretor do Centro Johns Hopkins de Neurogastroenterologia, durante décadas a ciência acreditou que a ansiedade e a depressão contribuíam para problemas intestinais. No entanto, novas pesquisas mostram que também pode ocorrer o contrário. Através dos dados demonstrados até aqui, fica explícita a necessidade de aprofundar os esforços científicos sobre a conexão entre o cérebro e o intestino, em busca de novos conhecimentos relacionados à fisiologia humana.Para saber mais sobre assuntos relacionados à fisiologia humana, acompanhe as nossas redes sociais.

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A inflamação crônica subclínica, também conhecida como inflamação silenciosa, trata-se de um dos principais gatilhos para o envelhecimento precoce e para a morte súbita na sociedade atual. Neste artigo, relatamos as principais características sobre a inflamação crônica subclínica, bem como suas potenciais consequências à fisiologia humana e à longevidade saudável.  Siga a leitura e saiba mais.  Qual a diferença entre a inflamação crônica subclínica e a inflamação aguda? Para iniciar o artigo, é muito importante a compreensão acerca das diferenças entre a inflamação crônica subclínica e a inflamação aguda.  A inflamação aguda é um processo natural, que faz parte do mecanismo de defesa do corpo humano.  Ela ocorre quando o sistema imunológico reconhece e remove estímulos nocivos para o equilíbrio do organismo, manifestando sintomas como o inchaço, dor, perda de função ou vermelhidão no local afetado.  Danos nos tecidos devido à trauma, invasão microbiana ou compostos nocivos são as principais causas da inflamação aguda no corpo.  Em resumo, a inflamação aguda é a forma como o indivíduo combate às infecções e acelera o processo de cura. Em contraste, quando a inflamação aumenta e o sistema imunológico continua a bombear glóbulos brancos e mensageiros químicos que prolongam o processo, ocorre a inflamação crônica subclínica. Neste processo, é como se o corpo estivesse constantemente sob ataque e, dessa forma, o sistema imunológico necessitasse lutar diariamente para tentar proteger o organismo. Quais as potenciais causas da inflamação crônica subclínica? Os hábitos nocivos da sociedade atual são os principais fatores contribuintes para o desenvolvimento da inflamação crônica subclínica.  Entre os diversos causadores da inflamação crônica subclínica, destacam-se fatores como alimentação inflamatória, substâncias tóxicas ambientais, estresse emocional e físico e o sedentarismo. Alimentação e inflamação crônica De acordo com a Universidade de Harvard, uma das ferramentas mais poderosas para combater a inflamação não vem da farmácia, mas sim do supermercado. Frank Hu, professor de nutrição e epidemiologia do Departamento de Nutrição da Escola de Saúde Pública de Harvard, afirma que “muitos estudos experimentais mostraram que componentes de alimentos ou bebidas podem ter efeitos antiinflamatórios”.  Para reduzir o risco de inflamação crônica, também é importante evitar alimentos específicos.  A University of Chicago Medicine afirma que a dieta americana padrão é pró-inflamatória pois é rica em alimentos ultraprocessados, carne vermelha e pobre em frutas e vegetais.  No entanto, não é apenas nos Estados Unidos que a população está submetida a uma dieta inflamatória. De acordo com as informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009 realizada no Brasil,  apesar de haver uma ingestão satisfatória de proteínas, a prevalência de consumo excessivo de açúcares foi observada em 61% da população, já a de gorduras saturadas, em 82% das pessoas. O consumo insuficiente de fibras foi observado em 68% dos brasileiros. Como afirma a UChicago Medicine, todos os alimentos processados ​​podem causar inflamação. Eles podem alterar as bactérias que vivem em nosso intestino e essa alteração tem a capacidade de interagir com nosso sistema imunológico, contribuindo para a inflamação crônica. Por isso, sempre evite consumir alimentos que não possam ser produzidos em casa. Além disso, é importante evitar: Carboidratos refinados, como pão branco, massas, bolos, tortas; Comidas imersas em óleo, como a batata frita, pastel, donut;  Bebidas açucaradas como o refrigerantes e sucos; Carnes vermelhas;   Gorduras como a margarina, óleo de soja e banha de porco. Compreendendo o estresse e a inflamação do organismo O estresse está diretamente relacionado aos níveis de inflamação do organismo. Em entrevista para o portal Everyday Health, a médica Alka Gupta (codiretora de saúde integrativa do Brain and Spine Institute da Weill Cornell Medicine, em Nova York) explica que quando estamos estressados – emocionalmente ou psicologicamente – ocorre a liberação do cortisol.  Como é sabido, o cortisol atua suprimindo funções não essenciais em “casos de emergência”, como a resposta imunológica e a digestão.  O hormônio também é responsável pela produção de glicose, aumentando a energia para os músculos, enquanto inibe a produção de insulina e estreita as artérias, o que força o sangue a bombear com mais força para auxiliar nossa resposta ao estressor. A adrenalina também é liberada, o que diz ao corpo para aumentar a frequência cardíaca e respiratória, além de expandir as vias aéreas para enviar mais oxigênio aos músculos.  É essa resposta inadequada ao estresse que pode se perpetuar durante os anos e ocasionar problemas como a inflamação crônica subclínica.  Em um estudo exploratório publicado na Oxidative Medicine and Cellular Longevity, os pesquisadores descobriram que 12 semanas de yoga trouxeram melhorias nos níveis de inflamação do organismo.  O programa consistia em 90 minutos de ioga que incluía posturas físicas, respiração e meditação cinco dias por semana durante 12 semanas.  Os pesquisadores encontraram indicações de níveis mais baixos de inflamação e níveis significativamente reduzidos de cortisol.  Qual a interferência do exercício físico na diminuição da inflamação crônica? A prática de atividades físicas está totalmente atrelada a redução dos níveis de inflamação crônica.  Uma pesquisa sobre o efeito do treinamento físico na inflamação crônica, publicada em 2010, traz dados consistentes de estudos observacionais que mostram uma ligação entre níveis  de atividade física e biomarcadores inflamatórios.  Os dados indicam que o aumento da atividade física aeróbica pode ser eficaz para reduzir a inflamação crônica, especialmente em indivíduos com doenças crônicas associadas a um estado de inflamação elevada.  Estudos futuros são necessários para refinar nossa compreensão dos efeitos do treinamento físico na inflamação sistêmica de baixo grau, no entanto, os dados obtidos revelam a

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A saúde de um indivíduo na infância é determinante para a sua longevidade, bem como para as próximas gerações. Afinal, o equilíbrio hormonal é a base para a saúde.  O excesso de uso de telas pelas crianças, hábito comum entre as famílias modernas, por exemplo, pode se manifestar em um desequilíbrio na fisiologia dos pequenos. Como afirmam especialistas, o uso contínuo e excessivo de eletrônicos por crianças suprime a melatonina (interrupção do relógio biológico), libera dopamina em excesso (sistema de recompensa do cérebro), e aumenta os níveis de cortisol, por exemplo.  Além disso, esse novo comportamento faz com que a infância seja cada vez mais vivida dentro de casa. Atualmente, são poucas as crianças que brincam na rua e têm contato com a natureza. Um dos fatores mais agravantes desse estilo de vida é que, entre as suas diversas consequências negativas, está a insuficiência da Vitamina D em crianças.  A Vitamina D – que deveria ser chamada de Hormônio D, visto que suas funções estão muito mais relacionadas às funções hormonais – possui um papel essencial para o desenvolvimento infantil, com impactos que persistem nas demais fases da vida.  Neste artigo, abordaremos diversos estudos científicos que trazem perspectivas gerais sobre o impacto do Hormônio D no desenvolvimento das crianças. Siga a leitura e saiba mais. Qual a função da Vitamina D em crianças?  De acordo com a literatura científica, um dos principais papéis da manutenção de níveis corretos de Hormônio D em crianças é o combate ao raquitismo. Essa doença metabólica sistêmica ocorre em fase de desenvolvimento, através da falha na mineralização óssea. No entanto, com a evolução da medicina e o desenvolvimento de estudos sobre a fisiologia humana, é possível verificar a relação estreita entre bons níveis de Hormônio D com a saúde infantil em geral. É sobre esse tema que conversaremos a seguir.  Estudos apontam a relação entre a deficiência de Hormônio D em crianças e sintomas de ansiedade e depressão na adolescência A literatura científica mostra que baixos níveis de Hormônio D na infância podem estar atrelados com problemas psicológicos durante a adolescência. Um estudo conduzido pela Universidade de Michigan em Bogotá e publicado em 2019 sugere que crianças com deficiência de Vitamina D tinham quase duas vezes mais probabilidade de desenvolver problemas de comportamento externalizante, como a  agressividade e a impulsividade. Embora os autores reconheçam as limitações do estudo, os resultados indicam a necessidade de estudos adicionais envolvendo resultados neurocomportamentais em outras populações onde a deficiência de vitamina D pode ser um problema de saúde pública. Deficiência de Vitamina D na infância apresenta riscos para a saúde cardiovascular Em 2009, um estudo verificou que 7 em cada 10 crianças americanas têm baixos níveis de vitamina D. As descobertas sugerem que a deficiência de vitamina D pode colocar milhões de crianças em risco de hipertensão e outros fatores de risco para doenças cardíacas.  De acordo com o autor principal do estudo Juhi Kumar, “a mensagem para os pediatras é que a deficiência de vitamina D é um problema real, com consequências não apenas para a saúde óssea, mas também potencialmente para a saúde cardiovascular em longo prazo. Os pediatras deveriam rastrear os níveis de vitamina D em crianças, especialmente nas populações de alto risco”, diz o Dr. Kumar.  Suplementação de Vitamina D pode promover a perda de peso em crianças obesas, sugere estudo Outra pesquisa, que apresenta como fonte a Sociedade Europeia de Endocrinologia Pediátrica, mostra a relação entre a suplementação de Vitamina D e a perda de peso em crianças obesas. Os pesquisadores avaliaram 232 crianças e adolescentes obesos ao longo de 12 meses, com 117 designados aleatoriamente para receber suplementação de vitamina D, de acordo com as diretrizes da Endocrine Society sobre tratamento e prevenção de deficiências.  Os níveis de vitamina D, gordura corporal e marcadores sanguíneos da função hepática e da saúde do coração foram avaliados no início do estudo e 12 meses depois.  Como resultado, o estudo demonstrou que as crianças que receberam suplementos de vitamina D tiveram índice de massa corporal significativamente menor, bem como a melhora nos níveis de gordura corporal e colesterol após 12 meses de suplementação. Hormônio D e QI Infantil: a importância da manutenção de bons níveis durante a gestação Durante a gestação, o suprimento de vitamina D da mãe é passado ao bebê no útero e ajuda a regular os processos, incluindo o desenvolvimento do cérebro. Um estudo recente publicado pelo The Journal of Nutrition demonstrou que níveis mais altos de Hormônio D entre as mães durante a gravidez pode promover um melhor desenvolvimento do cérebro e um maior QI na infância (4 e 6 anos de idade). Deficiência de Vitamina D é maior em mulheres negras: entenda a relação Neste mesmo estudo, os pesquisadores verificaram que a deficiência de vitamina D é comum entre a população em geral e também entre mulheres grávidas, mas observa que mulheres negras estão em maior risco. Melissa Melough, a principal autora do estudo, explica que “o pigmento de melanina protege a pele contra os danos do sol, mas, ao bloquear os raios ultravioleta, a melanina também reduz a produção de vitamina D na pele”. Por conta disso, são as gestantes negras que apresentam maior deficiência de Hormônio D. O estudo tem como objetivo gerar conscientização sobre as implicações da deficiência de Vitamina D no pré-natal para o desenvolvimento neurocognitivo infantil.  Construção de hábitos saudáveis na infância são essenciais  Como sempre

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Câncer de próstata: prevenção se constrói no presente O mês de novembro é marcado pela campanha de conscientização e prevenção do câncer de próstata, a segunda causa de óbitos por câncer em homens, sendo superado apenas pelo de pulmão. Neste artigo, trazemos esclarecimentos sobre estudos científicos que mostram medidas de prevenção da doença. Para saber mais, siga a leitura. Prevenção do câncer de próstata é alvo de estudos ao redor do mundo A próstata é a glândula responsável por produzir e armazenar fluido que relaciona-se à produção do sêmen e está envolvida na regulação do controle da bexiga. O câncer de próstata, por sua vez, é caracterizado pelo crescimento descontrolado de células malignas na próstata.  Com o avanço da medicina e a detecção precoce do tumor (antes de apresentar sintomas) o tratamento oferece mais de 95% de chances de cura. No entanto, como sempre ressaltamos em nossos conteúdos, precisamos estimular práticas que atuem de forma preventiva na saúde da população.  Afinal, como sabemos, promover a saúde sempre será a melhor opção. Atualmente, diversos estudos científicos apontam caminhos para uma vida saudável, que  estimulam a prevenção da doença através da adoção de hábitos simples, que devem ser adotados diariamente . Falaremos sobre eles a seguir. Alimentação está diretamente relacionada ao câncer de próstata, afirmam estudos recentes Os dados de um estudo conduzido em Montreal entre 2005 e 2012 serviram para uma pesquisa liderada pela Professora Marie-Élise Parent do Institut National de La Recherche Scientifique (INRS), a qual demonstrou uma ligação direta entre alimentação e câncer de próstata. A análise baseou-se em três perfis dietéticos principais:  Dieta saudável: participantes que mantinham uma alimentação rica em frutas, vegetais e proteínas vegetais como tofu e nozes. Dieta ocidental com excesso de sódio e ingestão de álcool: nestes participantes, há um aumento no consumo de carne e bebidas como cerveja e vinho. Dieta ocidental rica em açúcar: alimentação rica em massas, pizzas, sobremesas e refrigerantes açucarados. O estudo levou em consideração idade, etnia, educação, história familiar e data do último exame de câncer de próstata. Os pesquisadores encontraram uma ligação entre a dieta saudável e a menor incidência de câncer de próstata. Por outro lado, uma dieta ocidental com doces e bebidas foi associada a um risco mais alto e parecia ser um fator para o desenvolvimento de formas mais agressivas de câncer.  “Por muito tempo, suspeitamos que a dieta pudesse desempenhar um papel no desenvolvimento do câncer de próstata, mas era muito difícil apontar os fatores específicos”, disse o professor Parent. “Este estudo é significativo porque examina os hábitos alimentares como um todo. Nós descobrimos evidências que, esperamos, possam ser usadas para desenvolver estratégias de prevenção do câncer de próstata”.  Exercícios físicos e saúde: qual a relação com o câncer de próstata? Pesquisadores da Suécia descobriram uma provável explicação sobre como os exercícios ajudam a desacelerar o crescimento do câncer em camundongos: a atividade física altera o metabolismo das células T do sistema imunológico e melhora sua capacidade de atacar as células cancerosas.  “A biologia por trás dos efeitos positivos do exercício pode fornecer novos insights sobre como o corpo mantém a saúde, bem como nos ajudar a projetar e melhorar os tratamentos contra o câncer”, disse Randall Johnson, professor do Departamento de Biologia Celular e Molecular, Karolinska Institutet, e o autor correspondente do estudo. O horário da prática de atividades físicas pode influenciar na prevenção do câncer de próstata  De acordo com um estudo recente publicado no International Journal of Cancer, aqueles que praticam exercícios regularmente pela manhã (entre às 8h e 10h) apresentam menor risco de desenvolver câncer, principalmente de mama e de próstata. O motivo? De acordo com a pesquisa, a prática de exercícios noturnos pode interferir no ritmo circadiano do seu corpo. Como aponta a literatura científica, interrompê-lo regularmente pode aumentar o risco de certos problemas de saúde, como câncer. Os exercícios matinais, entretanto, podem ajudar a acertar o relógio biológico e, como resultado, reduzir os riscos à saúde (como o câncer). Câncer de próstata e maior incidência em homens negros: vigilância ativa pode prevenir a progressão da doença. Homens negros apresentam risco de duas a três vezes maior que o restante da população masculina, bem como o dobro da probabilidade de morrer por conta do câncer de próstata. Além disso, a ocorrência desse tipo de câncer nos homens brancos acontece em geral a partir dos 50 anos, ao passo que em negros se dá entre cinco e dez anos mais cedo. O câncer de próstata geralmente apresenta crescimento lento. A doença de baixo risco pode não precisar ser tratada imediatamente – ou, em alguns casos, não exige intervenção. Em vez disso, um médico pode recomendar vigilância ativa – monitorando de perto a progressão da doença com exames de sangue do antígeno específico da próstata (PSA), exames de próstata retal digital e biópsias – para evitar o tratamento excessivo e os efeitos colaterais associados causados ​​por cirurgia, quimioterapia e outros tratamentos. A vigilância ativa é a opção de tratamento preferida para muitos homens com câncer de próstata de baixo risco, a fim de evitar ou retardar os efeitos colaterais dos tratamentos definitivos. O que a recente pesquisa aponta é que homens afro-americanos não devem ser excluídos dos protocolos de vigilância ativa. Sempre consulte o seu médico para obter mais informações a respeito de assuntos relacionados à sua saúde. 

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Como diversos estudos apontam, o nosso organismo precisa de regras e horários definidos para funcionar de forma plena e saudável ao longo dos anos.  De certa forma, podemos compará-lo a uma organização: inicia as suas operações pela manhã, realiza intervalos durante o dia e encerra as demandas na parte da noite. É mais ou menos dessa forma que opera o nosso ritmo circadiano, que tem como principal função sincronizar os sistemas neuro-endócrino-reprodutivo-imunológicos. Siga a leitura e saiba mais sobre estudos recentes que relacionam o desrespeito ao ciclo circadiano com problemas de saúde.  A importância do respeito ao ciclo circadiano para o corpo humano  Em resumo, o ritmo circadiano designa o período de 24 horas sobre o qual nosso ciclo biológico se baseia, influenciado pela variação da luz solar. Dessa forma, nosso corpo executa diferentes ciclos biológicos e comportamentais ao longo de 24 horas. O nosso organismo entende os diferentes momentos dentro de um ritmo circadiano e necessita da divisão correta entre dia e noite para obter o pleno funcionamento de suas atividades.  Os ritmos circadianos surgem das células, tecidos e órgãos, para auxiliar o organismo a funcionar com maior eficiência. As suas funções incluem o controle de vários processos biológicos, como: ciclo do sono, temperatura corporal, secreção hormonal, função intestinal, homeostase da glicose e função imunológica. Quando o funcionamento do relógio circadiano é afetado, o corpo reage com o desenvolvimento de uma variedade de doenças inflamatórias ou metabólicas, pois o ritmo natural (ou biológico) está desalinhado. O ritmo biológico do corpo humano é regulado pelo núcleo supraquiasmático (NSQ), que fica localizado no cérebro, mais especificamente no hipotálamo. Seu estímulo ocorre através das células ganglionares da retina, ou seja, é através delas que o NSQ reconhece os aspectos de claro e escuro.  Os ritmos circadianos estão em praticamente todas as células do corpo humano e, consequentemente, regulam a vida. Como funciona a produção de melatonina? A melatonina é produzida durante o nosso sono. Ela é um metoxiindol sintetizado e secretado pela glândula pineal à noite. Sendo assim, o claro e o escuro afetam diretamente a sua produção. Entre as suas inúmeras funções, a melatonina é responsável por manter em equilíbrio os sistemas neuro-endócrino-reprodutivo-imunológicos. É ela que transmite informações sobre o ciclo diário de luz e escuridão às estruturas do corpo.  Mesmo que as funções do hormônio estejam baseadas em observações clínicas, existem evidências de que a melatonina estabiliza e fortalece a ritmicidade circadiana. Ou seja, com a sua produção, o corpo oferece maior imunidade, defesas antioxidantes, hemostasia e regulação da glicose. Melatonina em pauta: efeitos do desrespeito ao ritmo circadiano em adolescentes Um estudo recente publicado pelo ERJ Open Research demonstrou que os adolescentes  que possuem o hábito de ficar acordados até tarde – e consequentemente acordam mais tarde – estão mais propensos a sofrer de asma e alergias em comparação com aqueles que dormem e acordam mais cedo. Como já se sabe através da literatura científica, os sintomas da asma são conhecidos por estarem fortemente ligados ao relógio interno do corpo.  No entanto, o estudo citado é o primeiro que observa como o comportamento individual de sono pode influenciar o risco de asma em adolescentes.  O estudo envolveu 1.684 adolescentes residentes em West Bengal, Índia, com idade entre 13 ou 14 anos, que participaram do estudo de Prevalência e Fatores de Risco de Asma e Doenças Relacionadas a Alergias entre Adolescentes (PERFORMANCE). Os pesquisadores compararam os sintomas dos adolescentes com suas preferências de sono, levando em consideração outros fatores que afetam a asma e as alergias, como por exemplo o local de residência dos participantes e se seus familiares fumam. Eles descobriram que a chance de ter asma era cerca de três vezes maior em adolescentes que preferem dormir mais tarde em comparação com aqueles que preferem dormir mais cedo. Eles também descobriram que o risco de sofrer rinite alérgica era duas vezes maior em pessoas que dormiam tarde em comparação com aquelas que dormiam cedo. Os estudos sugerem que pessoas que dormem tarde têm como consequência a dessincronia da melatonina e, consequentemente, respostas alérgicas podem ser ocasionadas, originando doenças e prejudicando a qualidade de vida.  Para saber mais sobre assuntos relacionados à fisiologia humana, continue acompanhando os nossos conteúdos! 

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Atualmente, o câncer de mama é a doença mais incidente em mulheres no mundo, representando 24,2% do total de casos em 2018. Somente no Brasil, estimam-se 66.280 casos novos de câncer de mama para cada ano do triênio 2020-2022. (Estimativa | 2020 Incidência de Câncer no Brasil).  A partir desses dados, fica o questionamento: enquanto médicos (a), estamos implementando todas as medidas necessárias para a prevenção da doença? Prevenção do câncer de mama pode reduzir em até 28% o desenvolvimento da doença   A literatura aponta que o risco de desenvolver câncer de mama pode variar entre as mulheres, englobando questões como histórico familiar, alterações nos níveis hormonais,  alto consumo de álcool, tabagismo, sedentarismo e ganho de peso na idade adulta. De acordo com o Governo Federal, a adoção de hábitos saudáveis por meio da alimentação, nutrição e atividade física possibilita a redução em até 28% do risco do desenvolvimento de câncer de mama feminino. Controlar o peso corporal e evitar a obesidade, por meio da alimentação saudável e da prática regular de exercícios físicos e evitar o consumo de bebidas alcoólicas são recomendações básicas para prevenir o câncer de mama. A amamentação também é considerada um fator protetor. – Governo Federal Dessa forma, uma parcela significativa dos índices de mortes por câncer poderiam ser evitadas através de hábitos saudáveis. Em junho de 2020, a American Cancer Society atualizou suas diretrizes sobre dieta e atividade física para a prevenção do câncer. Além da prática de atividades físicas, a Sociedade traz recomendações como: Passar menos tempo sentado ou deitado. Isso inclui o tempo olhando para seu telefone, tablet, computador ou TV. Evitar ou limitar o consumo de carnes vermelhas. Evitar ou limitar bebidas adoçadas com açúcar, alimentos altamente processados ​​e produtos de grãos refinados. Evitar ao máximo o consumo de bebidas alcoólicas.  A SOBRAF entende que é papel dos profissionais da saúde a conscientização da população sobre a adoção de condutas saudáveis para um envelhecimento digno. Mais do que estimular o seu diagnóstico precoce, precisamos nos munir de conhecimento e atitudes para a prevenção do câncer de mama. Pensando nisso, separamos em resumo diversos estudos científicos que abordam determinadas práticas que trazem apontamentos sobre a diminuição da incidência da doença em mulheres. Dieta saudável e controle de peso são formas de prevenção Praticar exercícios regularmente e consumir alimentos saudáveis são as práticas mais recomendadas para a prevenção de qualquer doença e não apenas o câncer. Um estudo publicado em 2015, por exemplo, associou dietas ricas em ácidos graxos ômega 3 a um menor risco de câncer de mama.  De acordo com os pesquisadores, mulheres com evidências de altas taxas de ingestão de ácidos graxos ômega-3 marinhos eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA) em relação ao ácido araquidônico ômega-6 apresentam risco reduzido de câncer de mama em comparação com aquelas com baixas proporções. Por mais que o estudo não seja conclusivo, oferece horizontes para que novas pesquisas sejam implementadas na área com o objetivo de estimular a prevenção da doença.  Em relação a alimentação, o relatório WCRF/AICR de 2017  concluiu que existem evidências de que a ingestão de vegetais sem amido pode diminuir o risco de câncer de mama.  O relatório também afirmou que existem evidências sugestivas de que o consumo de frutas e vegetais contendo carotenóides diminui o risco de câncer de mama.  Como demonstra outra pesquisa que analisa o consumo de determinados alimentos e o consumo de álcool na incidência de câncer de mama, dadas as inconsistências na literatura sobre o papel da ingestão de frutas e vegetais na prevenção da doença, nenhuma conclusão sólida pode ser obtida no momento a respeito da alimentação – com exceção do álcool, que possui comprovação sobre o impacto negativo no surgimento do câncer de mama.  No entanto, frutas e vegetais contêm vários nutrientes, assim como fibras, que podem proteger coletivamente contra o câncer, ao invés de conferir um efeito protetor isolado. Reposição hormonal durante o declínio gonadal feminino  O Declínio Gonadal Feminino é um declínio hormonal que se caracteriza pelo período onde as ovulações e as menstruações são interrompidas nas mulheres.  Atualmente, estudos sugerem que a terapia hormonal transdérmica promove mudanças favoráveis e significativas nos sintomas do Declínio Gonadal Feminino, bem como nos biomarcadores cardiovasculares, fatores inflamatórios, fatores de sinalização imunológica e demais resultados de saúde. De acordo com as diretrizes da SOBRAF, realizadas a partir de ampla revisão na literatura científica, conclui-se haver chegado o momento de reconsiderar os conceitos atualmente vigentes sobre a reposição hormonal no Declínio Gonadal Feminino.  Dessa forma,  recomenda-se o uso de hormônios em mulheres com Declínio Gonadal Feminino pelo tempo que for necessário, desde que seja comprovado o quadro em análise laboratorial. Além disso,  a reposição hormonal não pode causar danos à saúde da mulher. Inclusive, pode ser considerada benéfica para um estilo de vida saudável para o ser feminino. Vale ressaltar, é claro, que diversas evidências de sociedades médicas ao redor do mundo não recomendam a utilização de hormônios não-homólogos humanos na reposição hormonal no Declínio Gonadal Feminino. Para evitar riscos à saúde dos pacientes, é essencial o atendimento individualizado as suas necessidades e a compreensão sobre os novos estudos que colocam a fisiologia humana em pauta. Para saber mais, acesse a área do associado e confira nossas diretrizes na íntegra.

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A vagina abriga uma quantidade infinita de micro-organismos e entre eles, podemos destacar um dos fungos mais conhecidos entre as mulheres: Candida albicans.  Quando o organismo entra em desequilíbrio, esses fungos podem se expandir, ocasionando a candidíase vaginal. O quadro, que possui grande incidência entre as mulheres, provoca sintomas como coceira, ardência e até mesmo dor. Novos estudos têm apontado relação entre a utilização de contraceptivos orais e a candidíase vaginal crônica , a qual é desencadeada por fatores de risco, como por exemplo o uso de contraceptivos orais*. Além disso, estudos** apontam que em mulheres com episódios comprovados de candidíase recorrente, a suspensão temporária do uso da pílula combinada promoveu menor número de recorrências em comparação às mulheres que não suspenderam o contraceptivo.  Os estudos** também mostraram aumento no risco de vulvovaginites recorrentes em usuárias de contraceptivos orais combinados (COC) contendo doses de etinilestradiol acima de 35 mcg, independentemente do progestagênio associado. Dessa forma, percebe-se cada vez mais a importância do desenvolvimento de estudos sobre fisiologia humana para a compreensão integral das patologias. Fonte*: { Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial – Disponível em: https://bit.ly/3bpctrw }Fonte** { FEBRASGO – Disponível em: https://bit.ly/2F3Bs7l }

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O equilíbrio do estrogênio em homens costuma ser uma pauta pouco discutida nas redes sociais. No entanto, o entendimento sobre o papel desse hormônio no organismo masculino mostra-se cada vez mais importante para os estudos da fisiologia humana. Nem muito, nem pouco: quando falamos sobre o estrogênio em homens, precisamos compreender a importância do equilíbrio hormonal. Afinal, como aponta a literatura, níveis equilibrados de estradiol oferecem ao homem resistência óssea, contagem saudável de espermatozoides, melhores resultados no metabolismo do colesterol, libido saudável e bom raciocínio do cérebro. No entanto, quando encontrado em excesso, o estrogênio pode promover implicações na saúde masculina, ocasionando sintomas como: • Confusão mental;• Falta de desejo sexual;• Disfunção erétil;• Baixa contagem de espermatozoides;• Coágulos de sangue;• Retenção de líquidos;• Ginecomastia (aumento benigno do tecido glandular da mama). Referências:Asian Journal of Andrology (2016) 18, 435–440 – Disponível em https://bit.ly/3jxcBIeHistory of estrogen in the male: an historical perspective – Disponível para associados da SOBRAF

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