O estresse oxidativo acontece quando há desequilíbrio entre a atividade dos radicais livres e a função antioxidante.
Tal quadro gera danos ao tecido adiposo, ao DNA e às proteínas do corpo e, como consequência, um grande número de doenças podem ser desencadeadas.
Entre elas merecem destaque a diabetes, aterosclerose, inflamação, hipertensão, doenças cardíacas e doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer.
A partir disso, compreende-se que o estresse oxidativo é um dos principais contribuintes para as chamadas “doenças características da velhice”.
Neste artigo, buscamos explicar o processo fisiológico do estresse oxidativo e medidas de prevenção para o quadro através da literatura científica.
Para saber mais, siga a leitura.
Estresse oxidativo e inflamação: qual a relação?
O estresse oxidativo é um desequilíbrio de radicais livres e antioxidantes, que pode causar danos às células e aos tecidos do organismo e, consequentemente, colaborar para o envelhecimento precoce.
As células do corpo produzem radicais livres durante os processos metabólicos normais. No entanto, elas também produzem antioxidantes que neutralizam tais radicais livres.
Em geral, o corpo é capaz de manter um equilíbrio entre antioxidantes e radicais livres.
No entanto, o desequilíbrio dessa relação faz com que ocorra uma produção excessiva de radicais livres e, consequentemente, contribua para o estresse oxidativo.
Mas, afinal, qual a relação entre o estresse oxidativo e inflamação?
Em resumo, infecções e lesões desencadeiam a resposta imunológica do corpo. As células imunológicas chamadas macrófagos produzem radicais livres enquanto lutam contra os germes invasores. Esses radicais livres podem danificar células saudáveis, levando à inflamação.
Em circunstâncias normais, a inflamação desaparece depois que o sistema imunológico elimina a infecção ou repara o tecido danificado.
No entanto, o estresse oxidativo também pode desencadear a resposta inflamatória que, por sua vez, produz mais radicais livres que podem elevar o estresse oxidativo, criando um ciclo vicioso.
O estresse oxidativo é visto como um desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) e sua eliminação por mecanismos de proteção, que podem levar à inflamação crônica.
De acordo com a literatura científica, a inflamação faz com que as células do sistema imunológico secretem várias citocinas e quimiocinas para recrutar outras células do sistema imunológico para o local do estresse oxidativo/inflamação. Consequentemente, o aumento de EROs pelas células do sistema imunológico no local da inflamação ocasiona o estresse oxidativo e a lesão tecidual.
Como apontam estudos, a inflamação é um mecanismo de defesa natural contra patógenos e está associada a muitas doenças patogênicas, como por exemplo infecções microbianas e virais, exposição a alérgenos, radiação e produtos químicos tóxicos, doenças autoimunes e crônicas e obesidade.
A superprodução de estresse oxidativo induz dano celular grave do cérebro no diabetes, conforme aponta a literatura. Estudos documentaram que a peroxidação lipídica mais elevada, os níveis de nitrito, o malondialdeído e o status de oxidantes totais foram menores nas enzimas marcadores antioxidantes totais no cérebro de ratos diabéticos.
Estresse oxidativo: sintomas
O estresse oxidativo pode ser percebido por diversas formas. Dessa maneira, é essencial que o indivíduo realize acompanhamento rotineiro com um médico que tenha amplo conhecimento em fisiologia. Somente assim será possível diagnosticar o quadro de estresse oxidativo.
Entre alguns dos sinais que podem estar relacionados ao estresse oxidativo, estão:
- Estresse;
- Cansaço sem causa aparente;
- Desequilíbrio emocional sem causa aparente;
- Ansiedade;
- Agitação;
- Suscetibilidade à infecções;
- Dores de cabeça.
Como prevenir o estresse oxidativo?
Os principais fatores que contribuem para o estresse oxidativo estão relacionados ao estilo de vida, como por exemplo a má alimentação, estresse, consumo de álcool, tabaco e fatores ambientais como poluição e radiação.
Dessa forma, uma das principais formas de prevenir o estresse oxidativo, bem como outras diversas doenças, está na manutenção de hábitos saudáveis.
Manter um peso corporal saudável pode ajudar a reduzir o estresse oxidativo. De acordo com uma revisão sistemática de 2015, o excesso de células de gordura produz substâncias inflamatórias que desencadeiam o aumento da inflamação e a produção de radicais livres nas células imunológicas.
Dessa maneira, a prática de exercícios físicos e a alimentação equilibrada são fatores fundamentais.
De acordo com a literatura científica, exercícios físicos estão associados a uma menor taxa metabólica de repouso, maior atividade antioxidante, menor oxidação de LDLs e maior proteção contra a oxidação de proteínas e DNA. Além disso, os mecanismos do exercício moderado incluem melhora da sensibilidade à insulina e redução do estresse oxidativo e da inflamação.
Como apontam estudos, a chave para o sucesso da redução do dano induzido pelo estresse oxidativo deve ser a supressão do dano oxidativo sem interrupção da rede de defesa antioxidante.
A abordagem para neutralizar os radicais livres com antioxidantes deve ser alterada para a prevenção da formação de radicais livres, em primeiro lugar. Reduzir a formação de radicais livres deve ser mais eficiente do que tentar neutralizar os radicais livres após sua produção. Ou seja, a prevenção sempre será a melhor opção.