Diabetes: um panorama

Diabetes: um panorama

O diabetes mellitus, conhecido amplamente como diabetes, é uma doença metabólica representada por níveis elevados de açúcar no sangue.

A sua maior consequência é a insuficiência da produção hormonal de insulina ou a impossibilidade de utilização da insulina produzida, o que acarreta no acúmulo de açúcar no sangue, porque ele não pode ser movido para as células para ser armazenado ou utilizado como energia.

Por conta disso, o corpo sofre com níveis elevados de açúcar no sangue, promovendo danos aos nervos, olhos, rins e outros órgãos, além de facilitar o desenvolvimento de condições como a obesidade.

O 14 de novembro é marcado pelo Dia Mundial do Diabetes e, por conta disso, ao longo deste artigo, trazemos um panorama sobre o diabetes, além de sua relação com maus hábitos alimentares e obesidade. Continue a leitura.

Diabetes: conheça os tipos

Como citamos anteriormente, o diabetes é uma doença caracterizada principalmente pela presença de níveis elevados de açúcar no sangue.

Entretanto, existem diferentes tipos de diabetes, com sintomas, causas e tratamentos únicos. São eles:

Diabetes tipo 1: uma doença auto-imune, cujo próprio sistema imunológico ataca e destrói as células do pâncreas, onde a insulina é produzida.

Diabetes tipo 2: ocorre quando seu corpo se torna resistente à insulina e o açúcar se acumula no sangue.

Pré-diabetes: condição que apresenta níveis acima do normal de açúcar no sangue, porém não o suficiente para um diagnóstico de diabetes tipo 2.

Diabetes gestacional: caracterizado por um alto nível de açúcar no sangue durante a gravidez, causado pelos hormônios bloqueadores da insulina produzidos pela placenta.

Diabetes e obesidade: existe uma relação?

Dados do Ministério da Saúde apontam que dois em cada 10 brasileiros estão obesos.

Os números são da Pesquisa Vigitel 2019 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) que, em um período de 13 anos – desde o início do monitoramento – registrou o maior aumento em relação a obesidade, que passou de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019, uma ampliação de 72%.

Além disso, foi traçado também o perfil do brasileiro em relação às doenças crônicas mais incidentes no país: 24,5% dos brasileiros têm hipertensão, 20,3% estão obesos e 7,4% sofrem com diabetes mellitus.

Segundo a ciência, a obesidade é o principal fator de risco para o desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 e, por conta disso, a chave para a sua prevenção encontra-se na adoção de hábitos saudáveis, relacionados à manutenção de um peso adequado para cada indivíduo, além de uma rotina de exercícios físicos que encaminhe para a mudança dessa realidade.

Entretanto, um estudo recente revelou o grande estigma em torno de pessoas com diabetes tipo 2 e seu peso, situação que exacerba ainda mais a dificuldade que esses indivíduos encontram para lidar com a condição.

Segundo os pesquisadores, a experiência negativa em relação à sua situação, desencadeia comportamentos alimentares pouco saudáveis, como a compulsão alimentar, além da diminuição de atividade física, acarretando em problemas nocivos à saúde, além do diabetes.

A fim de realizar a ligação entre o diabetes e o estigma relacionado ao peso, foi realizada uma pesquisa online focada na saúde de 1.227 adultos com diabetes tipo 2.

Através das respostas ficou evidente que grande parte dos participantes recorreu à alimentação compulsiva para lidar com a frustração do julgamento externo. Além disso, 53% dos entrevistados relataram que sofreram com estigmatização por conta de seu peso e 44% sofreram estigma de peso de um provedor de saúde – situação que também teve como resposta a compulsão alimentar para lidar com o estresse e emoções negativas.

As descobertas são de extrema valia para profissionais da saúde, responsáveis por desempenhar um papel fundamental não somente no controle do diabetes mellitus, mas também na promoção da qualidade de vida.

Diabetes mellitus: é possível prevenir?

Considerando que existem diferentes tipos, é possível dizer que sim, quando excluímos o Diabetes Tipo 1, impossível de prevenir devido à sua particularidade.

Embora fatores de risco como história familiar e raça não possam ser alterados, é possível ter controle sobre outros fatores, principalmente associados ao estilo de vida.

Através da adoção de hábitos de vida saudáveis ​, é possível diminuir as chances de desenvolver diabetes.

Como sabemos, altos níveis de açúcar no sangue estimulam o pâncreas a produzir insulina para que o açúcar saia da corrente sanguínea e seja distribuído pelas células do corpo. Entretanto, em pessoas com pré-diabetes, há resistência das células em relação à insulina, fazendo com que os níveis de açúcar permaneçam elevados no sangue.

Com o tempo, a condição eventualmente se transforma em diabetes mellitus tipo 2.

Diversos estudos demonstram a ligação entre o consumo de açúcar e carboidratos refinados como o risco de desenvolvimento de diabetes. Substituir esses ingredientes por alimentos mais saudáveis e com menor impacto relacionado ao açúcar e carboidratos no sangue, pode auxiliar na redução do risco de desenvolvimento de diabetes.

Outro estudo encontrou evidências de melhoria na resposta e função da insulina através da prática de exercícios físicos.

Dados da pesquisa apontaram para os benefícios que a queima semanal de 2 mil calorias propicia para reverter o quadro pré-diabético.

Além disso, de acordo com a literatura, pessoas com níveis insuficientes de Vitamina D – um importante hormônio para o bem-estar do ser humano – apresentam maior risco para o desenvolvimento de todos os tipos de diabetes.

Considerando as descobertas reveladas neste artigo, salienta-se a importância do incentivo às práticas e hábitos cotidianos saudáveis, além da manutenção do equilíbrio hormonal, para evitar o desenvolvimento de patologias nocivas à saúde do ser humano.