Os probióticos e prebióticos são temas muito importantes entre os profissionais com uma visão integral da saúde. Afinal, você é aquilo que você come – ou, mais precisamente, o que alimenta os trilhões de criaturas microscópicas que vivem em seu intestino.
Neste artigo explicamos as interferências dos prebióticos e probióticos na microbiota intestinal.
Siga a leitura e saiba mais.
Prebióticos e probióticos: a saúde começa no intestino
O intestino é uma força motriz dentro do nosso corpo.
É ele o responsável por converter alimentos em energia, fornecer nutrientes essenciais para a corrente sanguínea e proteger o nosso organismo contra doenças.
Há quase 2.500 anos atrás, Hipócrates afirmava que “todas as doenças começam no intestino”.
A citação continua sendo válida até os dias de hoje e, enxergando-a através de novas lentes, podemos dizer que a saúde tem seu início no intestino.
Cada vez que comemos, bebemos ou nos expomos a determinados agentes externos, estamos contribuindo para o nosso bem-estar ou alimentando potenciais doenças.
Dessa forma, a maneira como você alimenta o seu microbioma tem grande impacto em sua saúde.
A chave para um microbioma saudável é o equilíbrio entre as quase 1.000 espécies diferentes de bactérias que habitam o seu intestino.
As duas principais formas de manter esse equilíbrio são:
- Ajudando os micróbios que já estão lá a se desenvolverem, oferecendo-lhes os alimentos adequados (prebióticos);
- Adicionando micróbios vivos diretamente ao organismo (probióticos).
O que são prebióticos
Os prebióticos consistem em fibras vegetais, que agem como “fertilizantes”, estimulando o crescimento de bactérias saudáveis no intestino.
Eles podem ser encontrados em muitas frutas e vegetais, especialmente naqueles que contêm carboidratos complexos, como fibras e amido resistente. Esses carboidratos não são digeríveis pelo organismo, passando pelo sistema digestivo e se tornando alimento para as bactérias e outros micróbios.
Eles podem ser encontrados, por exemplo, em fontes como inhame, psyllium, cebola, banana, feijão, maçã.
Seus principais benefícios são:
- Manutenção da flora intestinal;
- Favorecem o trânsito intestinal;
- Proporcionam uma microflora saudável;
- Colaboram para que somente sejam absorvidas pelo intestino as substâncias necessárias, eliminando assim o excesso de glicose e colesterol;
- Possuem efeito bifidogênico, inibindo a atividade de bactérias putrefativas e intoxicantes.
O que são probióticos
Os probióticos são microorganismos vivos, em geral cepas específicas de bactérias que se somam diretamente à população de micróbios saudáveis em seu intestino. A sua presença garante um desempenho saudável e otimiza diferentes funções do trato gastrointestinal.
Conseguimos obtê-los, por exemplo, através de alimentos fermentados como a kombucha, o kimchi e o chucrute.
Alguns dos principais benefícios do uso de probióticos são:
- Melhora na digestão de gorduras;
- Proteção contra parasitas intestinais;
- Estimula a produção de vitamina B;
- Contribui para a produção de enzimas digestivas;
- Tem ação antibiótica natural;
- Aprimora a absorção dos nutrientes;
- Inibe a ação de agentes patogênicos.
Qual a importância dos prebióticos e probióticos na microbiota intestinal?
Como vimos, os prebióticos e probióticos trabalham em sinergia, tendo como principal tarefa manter o trato gastrointestinal saudável e, consequentemente, garantindo o bom funcionamento do organismo em geral.
De acordo com uma revisão publicada pela Nature, diversas doenças agudas e crônicas podem ser consequência da perturbação das comunidades microbianas intestinais. De forma crônica, a doença inflamatória do intestino (DII), a obesidade e a síndrome do intestino irritável (SII) têm sido todas associadas às bactérias intestinais.
Outro efeito do desequilíbrio na microbiota intestinal é a disbiose, que gera inflamação na parede do intestino, afetando a permeabilidade da barreira e ocasionando diversos danos à saúde relacionados à reatividade imunológica, incluindo alergias e a inflamação sistêmica.
Em um sentido geral, os prebióticos e probióticos servem para aumentar a comunidade de microrganismos benéficos, tendo influências, por exemplo, no sistema cardiovascular, trato urogenital, pele e cérebro.
Os níveis crescentes de evidências científicas sobre a influência dos micróbios na fisiologia humana nos mostram a necessidade de uma contínua investigação para que possam ser encontrados novos protocolos para o tratamento de diversas doenças crônicas, bem como para a promoção da saúde na população.