Exercício físico e saúde: como a atividade física colabora para a longevidade saudável

Exercício físico e saúde: como a atividade física colabora para a longevidade saudável

A prática de exercícios físicos está intimamente relacionada com a saúde e o bem-estar da população.

Afinal, ser fisicamente ativo não apenas auxilia as pessoas com doenças crônicas a gerenciar melhor sua saúde, mas também estimula o sistema imunológico, que forma uma grande barreira de proteção contra substâncias estranhas e patógenos que podem afetar negativamente o nosso organismo.

Neste artigo, exploramos pesquisas científicas recentes, que abordam a importância do exercício físico para a longevidade saudável e para a fisiologia humana

Para saber mais, basta continuar a leitura! 

Muito além do emagrecimento: exercício físico e a saúde fisiológica

A ausência de doenças não é sinônimo de saúde

Afinal, muitos quadros graves podem ser silenciosos, como é o caso da inflamação crônica subclínica, um dos principais gatilhos para o envelhecimento precoce e para a morte súbita na sociedade atual.

Dessa forma, por mais que um indivíduo seja aparentemente saudável, não há como se esquivar do exercício físico e de bons hábitos alimentares. Esses hábitos são essenciais para a manutenção da saúde de qualquer ser humano.

Infelizmente, é comum observarmos pessoas com morbidades múltiplas recebendo a prescrição de medicamentos como a primeira linha de tratamento. 

Ao mesmo tempo, a ciência mostra que muitos dos fármacos fornecidos atualmente poderiam ser substituídos por mudanças no estilo de vida, como a implementação da prática de exercícios, por exemplo.

Dessa forma, o olhar atento e singular sobre a fisiologia dos pacientes mostra-se cada vez mais importante para a conservação da saúde e da qualidade de vida

Abaixo, você acompanha estudos científicos realizados recentemente, que revelam inúmeros benefícios atrelados aos exercícios. 

Como o exercício físico aeróbico reverte o processo degenerativo que ocasiona doenças metabólicas

O tecido adiposo não é apenas um simples reservatório de energia para períodos de escassez de alimentos. Ele contribui significativamente para a regulação do metabolismo, liberando várias moléculas na corrente sanguínea, incluindo microRNAs que modulam a expressão de genes-chave em diferentes partes do organismo, incluindo o fígado, pâncreas e músculos.

Pesquisas têm demonstrado que tanto o envelhecimento quanto a obesidade podem prejudicar a produção desses microRNAs reguladores pelo tecido adiposo e favorecer o desenvolvimento de doenças como diabetes e dislipidemia. 

No entanto, a prática de exercícios aeróbicos regulares pode ser um fator contribuinte para a reversão do processo degenerativo citado, de acordo com um estudo publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), com apoio da FAPESP (São Paulo, Brasil) e conduzido em parceria com grupos da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca e da Harvard University, nos Estados Unidos.

De acordo com Marcelo Mori, os experimentos realizados com humanos e camundongos mostraram que o exercício aeróbio estimula a expressão de uma enzima chamada DICER, essencial para o processamento desses microRNAs. “Observamos, portanto, um aumento na produção dessas moléculas regulatórias pelas células adiposas , com diversos benefícios para o metabolismo”, afirma Marcelo Mori, um dos principais pesquisadores do projeto.  

O estudo demonstrou que pessoas que praticam atividades físicas aeróbias têm uma ou mais moléculas na corrente sanguínea que induzem uma melhora metabólica no tecido adiposo

O aumento da atividade física na meia-idade está associado a uma melhor saúde cerebral na terceira idade

Como citado anteriormente, o emagrecimento é apenas uma das consequências da prática de atividades físicas.

Na verdade, manter-se ativo ao longo dos anos traz benefícios muito mais significativos para a qualidade de vida de um indivíduo. 

Como exemplo, podemos citar uma descoberta realizada por pesquisadores norte-americanos: quanto mais atividade física as pessoas praticam na meia-idade, melhor será a saúde do cérebro na terceira idade. 

Os pesquisadores analisaram 1.604 voluntários que participaram de um estudo existente, para ver se havia uma ligação entre os níveis de atividade e a saúde do cérebro na vida adulta. 

Como resultado, os cientistas verificaram que altos níveis de atividade física na meia-idade (mais de 150 minutos por semana) resultam em menos lesões cerebrovasculares na terceira idade.

Prática de atividades físicas durante a gestação e modificações no DNA dos bebês

Como vimos até aqui, a prática de atividades físicas traz inúmeros benefícios para a saúde física e mental dos indivíduos nas mais diversas fases da vida.

No entanto, cada vez mais estudos trazem um olhar atento sobre como os hábitos dos genitores podem influenciar determinados aspectos no desenvolvimento infantil

Um novo estudo mostrou que mulheres grávidas com obesidade podem reduzir os riscos à saúde de seus bebês por meio de uma dieta alimentar e de mais atividades físicas. Em suma, os pesquisadores investigaram o impacto da glicose elevada em mães com diabetes mellitus gestacional (DMG) e alterações no DNA de bebês.

A pandemia de obesidade que enfrentamos colabora para que o DMG se torne mais frequente, aumentando o risco de complicações durante a gravidez e o parto, bem como o risco de doenças metabólicas na criança. 

O estudo sugere que o DMG e os altos níveis de glicose nas mães estão relacionados a mudanças no nível e no padrão de modificação funcional do DNA dos bebês. Além disso, eles descobriram que novos hábitos alimentares e a prática de atividades físicas reduz significativamente as mudanças de metilação no bebê associadas ao DMG nas mães.

Exercício físico e saúde: a importância da atividade física na infância e na adolescência

Muito se fala sobre a importância do exercício físico para a manutenção de saúde e de idosos. 

No entanto, não podemos nos esquecer que as atividades físicas devem ser implementadas na rotina de um indivíduo desde a infância e a adolescência, de acordo com as recomendações do médico pediatra e outros especialistas.

Uma criança que não pratica atividade regularmente corre o risco de ser um adulto com várias doenças crônicas. De acordo com a Revista Espanhola de Cardiologia, a infância e a adolescência são fundamentais para a prevenção primária de doenças cardiovasculares e outras condições associadas a um estilo de vida sedentário, principalmente quando levamos em consideração a dificuldade de mudança do estilo de vida na idade adulta.

A atividade física é a porta de entrada para otimizar o desenvolvimento de uma criança de várias maneiras. Os benefícios dos exercícios acompanharão a criança através dos anos de crescimento até a idade adulta, impactando positivamente a qualidade de vida e a longevidade saudável do indivíduo.

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