Melatonina e o combate ao câncer: qual a relação?

Melatonina e o combate ao câncer: qual a relação?

O combate ao câncer é uma pauta que preocupa a comunidade científica e médica desde sempre. 

Câncer ou cancro, também conhecido como neoplasia maligna, é um grupo de doenças que envolvem o crescimento celular anormal, com potencial para invadir e espalhar-se para outras partes do corpo, além do local original.

Por tal motivo o seu combate é tão urgente e suas consequências tão nocivas. 

Continue a leitura e compreenda qual a relação entre a melatonina, conhecida como o hormônio do sono, e o combate ao câncer. 

Afinal, qual a relação da melatonina e do combate ao câncer?

Em todo o mundo, o câncer é uma das principais causas de morbidade e mortalidade. 

Segundo a OPAS, a Organização Pan-Americana de Saúde, o câncer é a segunda principal causa de morte no mundo e é responsável por 9,6 milhões de mortes em 2018. 

A nível global, uma em cada seis mortes estão relacionadas à doença. 

Embora o termo câncer pareça se referir a uma única doença, na verdade, ele engloba mais de 100 entidades patológicas diferentes, com tecidos de origem e modos de desenvolvimento diferentes. A abordagem terapêutica deve, portanto, ser diferenciada e isso a torna muito complexa.

Contudo, uma molécula bioativa de origem natural conhecida principalmente por seu papel reguslador no ciclo sono/vigília e por sua atividade antioxidante, também se destaca por suas importantes propriedades anticancerígenas: a melatonina.

Numerosos dados de experimentos mostram que ela pode retardar a progressão do câncer em diferentes estágios do ciclo tumoral, desde a transformação celular inicial até a metástase.

Especificamente, a melatonina previne a divisão celular (antimutagênica) e a formação de novos vasos sanguíneos que nutrem o câncer (antiangiogênico). 

Acrescenta-se que, dependendo do tipo de tumor e da dose, sozinha ou em conjunto com outras drogas utilizadas na quimioterapia, a melatonina tem potencial para prevenir o aparecimento de tumores e capacidade terapêutica para retardar a progressão maligna e a disseminação metastática.

Outra possibilidade interessante é incluir a melatonina em tratamentos planejados de acordo com os parâmetros do sistema circadiano (onco cromoterapias), que conseguem aumentar a eficácia e a tolerabilidade dos medicamentos.

Mesmo em processos cancerígenos que não respondem à melatonina, foi demonstrado que esta molécula pode sensibilizar células cancerígenas e aumentar a eficácia dos tratamentos de radio/quimioterapia, tornando tumores previamente quimio resistentes sensíveis à radio/quimioterapia.

Um descobrimento muito relevante dos estudos é que a melatonina mostrou benefícios tanto em estudos em animais quanto em humanos, sem efeitos adversos significativos e em uma ampla gama de concentrações.

Levando isso em consideração, combinar quimioterápicos com melatonina poderia limitar os efeitos secundários do tratamento em células normais, permitindo aumentar as doses ativas dos fármacos sem exacerbar sua toxicidade.

Essa segurança é crucial para o manejo clínico de pacientes com câncer. Afinal, um dos desafios atuais no desenvolvimento de formulações combinadas com melatonina em altas doses é que elas são benéficas para os pacientes, mitigando os efeitos colaterais quando se aumenta a prescrição de quimioterápicos.

A melatonina pode agir na prevenção do câncer?

Dados científicos apontam que, com a diminuição da produção de melatonina no nosso organismo, os órgãos tendem a ficar mais vulneráveis ​​aos danos oxidativos e ao desenvolvimento de patologias, incluindo o câncer. 

Outros estudos indicam que a redução da melatonina associada à idade é um dos principais fatores causadores da imunossenescência e do desenvolvimento de neoplasias.

Sendo assim, foi demonstrado que a administração exógena de comprimidos administrados aumenta os estoques subcelulares de melatonina, ou seja, a reposição hormonal de melatonina pode apresentar benefícios para o processo de prevenção ao câncer. 

Consequentemente, a inclusão dessa molécula na terapia anticâncer convencional pode ser uma estratégia para reduzir o dano molecular produzido pela rádio/quimioterapia em células saudáveis ​​e, assim, aumentar a eficácia dos tratamentos antitumorais, principalmente em pacientes com imunocompetência comprometida.

Compreendendo a suplementação de melatonina 

Assim como diversos outros suplementos vitamínicos, a suplementação do hormônio do sono também precisa ser orientada por um profissional médico, principalmente devido aos efeitos colaterais e características individuais de cada pessoa.

Para que a suplementação seja indicada, é necessário o agendamento de consultas e exames para avaliar a situação individual, a fim de propor o melhor curso de tratamento.

Um estudo sugere que a melatonina reduz a inflamação por suas propriedades radicais de limpeza.

Os benefícios da melatonina são inúmeros, como vistos neste artigo, e não param de crescer. A comunidade científica tem se esforçado para trazer evidências de seus efeitos no organismo humano em todas as áreas da vida. 

Portanto, é fundamental que os órgãos de saúde e as instituições médicas considerem o uso da melatonina e decidam explorar suas opções, tanto no tratamento quanto na prevenção proativa do câncer.