Deficiência de testosterona na mulher: causas, sintomas e por que reequilibrar
A testosterona também é um hormônio feminino. Apesar de amplamente associada à saúde masculina, a testosterona é um hormônio fundamental para a mulher. Produzida principalmente nos ovários e nas glândulas adrenais, ela exerce papel essencial em diversas funções fisiológicas, desde o metabolismo e o equilíbrio emocional até a vitalidade sexual e a manutenção da massa magra. Nos últimos anos, a compreensão sobre a importância da testosterona na fisiologia feminina tem se ampliado, permitindo que a clínica médica avance no diagnóstico e no manejo das deficiências hormonais com mais precisão e segurança. O que é a deficiência de testosterona na mulher A deficiência de testosterona ocorre quando os níveis desse hormônio estão abaixo do ideal para o funcionamento fisiológico do organismo feminino. É importante destacar que “abaixo do ideal” não se restringe aos valores de referência laboratoriais. A interpretação deve sempre considerar a individualidade biológica, os sinais clínicos e a fase de vida da paciente. Mulheres podem apresentar sintomas de deficiência mesmo com resultados laboratoriais dentro do chamado “intervalo normal”. Isso porque os parâmetros de referência muitas vezes não refletem o ponto ótimo de equilíbrio hormonal, mas sim médias populacionais amplas, que desconsideram variações fisiológicas e contextuais. Causas da deficiência de testosterona feminina A produção de testosterona na mulher pode ser afetada por diversos fatores, fisiológicos ou adquiridos. Entre as principais causas, destacam-se: Envelhecimento natural: a produção ovariana e adrenal declina progressivamente a partir dos 30 anos, acentuando-se após a menopausa. Uso prolongado de anticoncepcionais hormonais: a supressão do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano reduz a síntese endógena de androgênios. Estresse crônico: o aumento do cortisol pode inibir a produção de DHEA e testosterona. Disfunções adrenais ou ovarianas: como insuficiência adrenal, síndrome dos ovários policísticos com exaustão androgênica ou falência ovariana precoce. Baixo consumo proteico ou dietas restritivas: prejudicam a síntese hormonal. Uso de alguns medicamentos: como corticoides, antiandrogênicos e opioides. Cada uma dessas condições interfere de forma distinta no eixo hormonal, reforçando a importância de uma avaliação clínica completa e individualizada. Sintomas da deficiência de testosterona na mulher Os efeitos da deficiência de testosterona podem se manifestar de forma ampla, afetando a saúde física, mental e sexual da mulher. Entre os principais sinais e sintomas estão: Queda de libido e diminuição da sensibilidade sexual; Fadiga constante e queda de energia; Redução da massa magra e aumento da gordura corporal; Dificuldade de ganho muscular mesmo com exercícios; Alterações de humor, como irritabilidade, apatia ou depressão leve; Dificuldade de concentração e lentidão cognitiva; Perda de densidade óssea e risco aumentado de osteopenia; Piora da qualidade do sono e sensação de cansaço ao acordar. Esses sintomas muitas vezes são atribuídos a fatores emocionais, ao envelhecimento ou a distúrbios de outras origens, o que pode retardar o diagnóstico. Por isso, a escuta clínica e a correlação entre queixas e parâmetros hormonais são indispensáveis para um diagnóstico preciso. Por que a avaliação deve ir além do exame laboratorial A dosagem isolada de testosterona TOTAL não é suficiente para avaliar a real disponibilidade do hormônio ativo no organismo feminino. O ideal é que se investiguem também parâmetros como testosterona LIVRE, SHBG (globulina ligadora de hormônios sexuais) e DHEA/DHEA-S, além de outros hormônios correlatos, como estradiol, progesterona e cortisol. Mais importante que os números, no entanto, é a interpretação clínica integrada. A fisiologia hormonal é um sistema interdependente, e a deficiência de um hormônio raramente ocorre de forma isolada. Observar o contexto metabólico, o estilo de vida, o padrão de sono, a alimentação e o nível de estresse é essencial para definir o diagnóstico e as condutas terapêuticas adequadas. A importância de reequilibrar a testosterona Reequilibrar a testosterona significa restaurar o funcionamento fisiológico integral do organismo feminino, não simplesmente corrigir um número laboratorial. Além disso, é fundamental considerar que toda correção deve visar exclusivamente o cuidado e a manutenção da saúde, nunca fins estéticos ou puramente de melhora da performance física desportiva. A otimização dos níveis hormonais impacta positivamente: O metabolismo, favorecendo melhor composição corporal e gasto energético; A saúde cardiovascular, com melhora do perfil lipídico e da sensibilidade à insulina; A saúde óssea e muscular, reduzindo o risco de osteoporose e sarcopenia; O bem-estar mental, com aumento da disposição, autoconfiança e clareza cognitiva; A função sexual e a qualidade de vida. O reequilíbrio deve ser conduzido com acompanhamento médico qualificado, baseando-se em princípios da fisiologia hormonal e da medicina preventiva, sempre com segurança, ética e individualização. Conclusão A deficiência de testosterona na mulher é um tema que exige atenção crescente na prática clínica. Reconhecer o papel desse hormônio na fisiologia feminina é fundamental para promover saúde integral, longevidade e qualidade de vida. Mais do que normalizar valores laboratoriais, trata-se de restaurar o equilíbrio do organismo como um todo, respeitando a individualidade de cada paciente e os princípios da fisiologia. Se você é médico e gostaria de aprofundar seus conhecimentos sobre a Fisiologia Hormonal e direcionar sua prática ao cuidado integral e antecipado da saúde, conheça o Curso Hormonologia e Terapias Integrativas. Estão abertas as inscrições para a próxima turma!

Diferente do que a mídia costuma propagar, não existe uma solução única e isolada capaz de fortalecer a imunidade. Se você trabalha com uma visão integrada sobre a saúde, sabe que o organismo necessita de alimentação equilibrada, sono de qualidade, gerenciamento de estresse e exercícios físicos para a manutenção do equilíbrio hormonal e, consequentemente, para o aumento da imunidade. Este artigo discute 10 hábitos cotidianos que podem ser empregados para o fortalecimento do sistema imunológico. Siga a leitura e saiba mais. Hábito #1 – Não negligencie o poder do Hormônio D Cientistas associam o enfraquecimento do sistema imunológico à insuficiência de exposição ao sol e, consequentemente, a menor absorção de Hormônio D. Para exemplificar tal colocação, trouxemos um ensaio clínico realizado em crianças japonesas, o qual concluiu que a presença de Hormônio D no organismo é uma ferramenta para o combate de resfriados e gripes. O estudo acompanhou 340 crianças durante quatro meses, dentro da temporada de gripe sazonal. Foram administrados 1.200 unidades de suplementos de Hormônio D para metade do grupo. A outra metade recebeu pílulas de placebo. O grupo que recebeu a suplementação apresentou taxas 40% mais baixas de gripe, quando comparado ao outro grupo. Especialistas recomendam que, mesmo com a suplementação de Hormônio D, é importante que o organismo receba as suas propriedades diretamente da fonte, ou seja, através dos raios solares. Hábito #2 – Tenha uma boa noite de sono Pesquisadores britânicos associam o sono interrompido ou insuficiente e seus distúrbios a diversas infecções virais e bacterianas graves para o organismo. Essa condição pode influenciar negativamente o sistema imunológico, aumentando as citocinas e histaminas pró-inflamatórias. Os resultados foram obtidos através de um estudo realizado entre julho e setembro de 2020, para descobrir a conexão entre poucas horas de sono e o aumento da probabilidade de infecção por Covid-19. A pesquisa concluiu que a cada uma hora a mais de sono à noite, as chances de se infectar com a Covid-19 diminuem em 12%. Hábito #3 – Esteja atento ao esgotamento físico e mental no trabalho Os mesmos pesquisadores verificaram a relação entre o esgotamento físico e mental a um risco elevado de gripes e resfriados, além de condições a longo prazo, como diabetes, doenças cardiovasculares, doenças músculo-esqueléticas e morbidade. Segundo os especialistas, os estudos realizados através de uma pesquisa online com profissionais da saúde expostos diariamente a pacientes infectados pela Covid-19, sugerem que o burnout – condição de esgotamento físico e mental – pode ocasionar o surgimento direto ou indireto de doença, por prejudicar o sistema imunológico e alterar os níveis de cortisol do organismo. Hábito #4 – Hidrate-se Podemos considerar a água como um dos impulsionadores mais naturais para a manutenção da imunidade do organismo. Este líquido incolor é responsável por manter o seu corpo hidratado, além de eliminar de forma orgânica as bactérias e toxinas responsáveis por causar infecções e doenças. A água funciona como uma “ponte” para que o oxigênio e os nutrientes sejam distribuídos por todo o corpo, mantendo o equilíbrio do sistema imunológico. Além disso, ela é responsável por auxiliar na regulação da temperatura corporal, impedindo a desidratação, auxilia no funcionamento cerebral, atua como protetora das articulações, medula espinhal e tecidos, auxilia na digestão e mantém o sistema cardiovascular saudável. Como sabemos, nosso corpo é formado por 70% de água, portanto, é imprescindível que esse volume seja reposto diariamente. Hábito #5 – Cuide do seu sistema digestivo Manter o equilíbrio do sistema imunológico é essencial para a saúde do corpo. A microbiota presente no trato gastrointestinal possui os benefícios essenciais para a saúde do hospedeiro. Estudos comprovam que as alterações das comunidades microbianas intestinais podem causar desregulação imunológica, o que pode levar ao desenvolvimento de distúrbios autoimunes. Isso ocorre porque quase 70 por cento do seu sistema imunológico está localizado no trato digestivo e desequilíbrios na microbiota intestinal podem desregular as respostas do sistema imunológico, causando reações inflamatórias. Hábito #6 – Mantenha uma alimentação saudável Inserir na rotina alimentos como azeite de oliva, gengibre e cúrcuma potencializam a força das defesas do sistema imunológico. O azeite de oliva possui, em sua composição, um alto nível de antioxidantes, responsáveis por atenuar doenças causadas por distúrbios inflamatórios, por exemplo. Seu consumo diário possui efeitos anti-prolíficos sobre células cancerígenas relacionadas à mama e à próstata e também efeito de redução do desenvolvimento de doenças crônicas. Com inúmeras propriedades, o gengibre também é considerado um alimento antioxidante, que auxilia no fortalecimento do sistema imunológico. Dessa maneira, o seu consumo se torna um aliado contra infecções e bactérias que possam atacar o organismo. Outro grande alimento responsável pelo fortalecimento do sistema imunológico é a cúrcuma, ou açafrão. Sua substância, chamada curcumina, auxilia na estabilização da microbiota do organismo, promovendo ação anti-inflamatória e antioxidante. Hábito #7 – Mantenha uma rotina diária de exercícios físicos Em um contexto geral, é possível afirmar que um corpo mais saudável está bem mais preparado para lutar contra doenças e infecções. Isso acontece porque a prática regular de exercícios é considerada positiva para a saúde do coração, pulmões, cérebro e sistema imunológico. Um estudo acompanhou mil homens e mulheres por 12 semanas, durante o outono e o inverno, para monitorar os sintomas e gravidade das infecções do trato respiratório superior (URTIs). Os resultados apontaram que os indivíduos que realizaram atividade aeróbica cinco ou mais dias por semana, experimentaram 43% menos chance de sofrer com as infecções do que os que declararam manter

O Declínio Gonadal feminino, popularmente conhecido pelo termo menopausa, possui sintomas silenciosos e produz efeitos nocivos para a saúde e qualidade de vida da mulher. Ignorar tais sintomas e reduzi-los aos fogachos e ondas de calor é uma atitude perigosa, principalmente quando o fenômeno natural apresenta consequências que não podem ser consideradas normais. Neste artigo debatemos informações importantes sobre esse importante declínio hormonal. Siga a leitura a saiba mais. Declínio Gonadal Feminino: um fenômeno que não pode ser ignorado Ao longo da vida, a mulher passa por inúmeras etapas. Durante a adolescência, por exemplo, começam a surgir os caracteres sexuais primários e secundários, com o surgimento de modificações corporais induzidas por hormônios produzidos a partir da maturação do ovário da mulher. É nesse momento que incia a menstruação e a capacidade de reproduzir. Por volta dos 35 anos, a mulher entra na fase de climatério e segue nela até os 65 anos de idade. Durante período, geralmente entre os 48 e 52 anos, ocorre a amenorreia secundária, representada pela interrupção da menstruação e, consequentemente, da produção de hormônios ovarianos. Estes hormônios não possuem somente ação reprodutiva, mas também são responsáveis por outras inúmeras funções do corpo feminino, cuja produção é necessária para garantir a qualidade de vida e saúde da mulher. Ao entrar na fase do declínio Gonadal Feminino, a mulher pode perceber alguns sintomas como ondas de calor e fogachos, porém as consequências mais alarmantes da interrupção da produção de hormônios ovarianos apresentam-se de maneira silenciosa e nociva. São elas: sudorese noturna, insônia, labilidade emocional, ressequidão vaginal, dispaureunia, declínio cognitivo, fragilidade imunológica, ressecamento da pele, queda de cabelos, aumento do peso total, aumento do percentual de gordura, perda de massa magra, perda de massa óssea, redução da libido e comprometimento da qualidade de vida. Um estudo realizado com mulheres entre 40 e 64 anos concluiu que os sintomas da menopausa podem ser um fardo humanístico e econômico para as mulheres desta faixa etária. Condições estas que, através do acompanhamento de um profissional com conhecimento em hormonologia, podem garantir qualidade de vida a partir do processo de reequilíbrio e recomposição dos níveis hormonais femininos. Uma pesquisa realizada durante um ano em mulheres em tratamento hormonal comprovou os benefícios obtidos com o alívio dos sintomas hipoestrogênicos. Outro ensaio clínico randomizado concluiu que o tratamento hormonal realizado após o surgimento da menopausa pode melhorar a qualidade de vida relacionada à saúde da mulher. Os pesquisadores buscaram avaliar a mudança nos sintomas emocionais e físicos gerados pelo Declínio Gonadal Feminino, através da aplicação de um questionário nas mulheres participantes do estudo. A importância da remodelação hormonal Os hormônios ovarianos são um dos principais protetores dos neurônios presentes no corpo da mulher. Com a sua produção interrompida, inúmeras capacidades sofrem declínios e o processo se torna uma endocrinopatia de enorme repercussão. Lamentavelmente, por ser um fenômeno natural, as consequências geradas pelo Declínio Gonadal Feminino são consideradas “normais e inevitáveis”. Porém, é necessário adquirir conhecimentos sobre os princípios básicos de hormonologia para que a situação não se torne catabólica e acabe por ocasionar o envelhecimento precoce. Com o objetivo de garantir a qualidade de vida da mulher, o médico possui o papel fundamental de apoiar, aconselhar e assegurar a melhor escolha para o tratamento de sua condição e a remodelação hormonal com hormônios homólogos humanos representa uma conduta essencial.

Quanto tempo você costuma ficar sentado durante o dia? De acordo com um estudo publicado pelo American Journal of Preventive Medicine, as pessoas ficam sentadas, em média, 4,7 horas por dia. Os seres humanos foram biologicamente preparados para ficar de pé. Dessa forma, sair da “zona de conforto” colabora para o aumento da flexibilidade, queima de gordura, aumento da imaginação e criatividade, além de reduzir os riscos de doenças cardiovasculares. Neste artigo, explicamos quais são as consequências de ficar sentado durante muito tempo ao longo do dia. Siga a leitura e saiba mais sobre o assunto. Compreendendo as consequências de ficar muito tempo sentado Com tantos avanços na tecnologia, nosso estilo de vida está mudando e, como resultado, passamos muito mais tempo sentados. Ao acordar, nos sentamos para tomar café da manhã. Posteriormente, sentamos no carro a caminho do trabalho. No ambiente corporativo – ou, em tempos pandêmicos, no home office – permanecemos sentados. Almoçamos sentados, jantamos sentados e, em seguida, sentamos no sofá para assistir televisão. Passamos muito tempo sentados e a ciência percebe cada vez mais os riscos de tal comportamento. Recentemente, um estudo publicado na Nature verificou que a atividade física está vinculada também ao aumento da criatividade e o estímulo da imaginação, características importantes na sociedade atual. Os pesquisadores da Universidade de Graz, na Áustria, aplicaram rastreadores de condicionamento físico em cerca de 80 adultos saudáveis por cinco dias. Os participantes foram convidados a completar uma série de tarefas criativas e alguns questionários durante o experimento. Os dados coletados foram utilizados para vincular os padrões de exercícios e o desempenho criativo dos participantes. Dessa maneira descobriu-se que os voluntários mais ativos eram, consequentemente, os mais criativos. Pelo contrário, viver uma vida sedentária pode colocar o corpo em risco, a curto e longo prazo. Cálculos realizados por James Levine, autor do livro “Levante-se! Porque sua cadeira está matando você e o que você pode fazer a respeito”, apontam que um indivíduo perde 2 horas de vida a cada 1 em que permanece sentado. Manter uma rotina de exercícios, equilibrada com uma dieta balanceada, garante a saúde e auxilia na prevenção de inúmeras condições e doenças. Continue a leitura e confira outros efeitos colaterais que o sedentarismo pode provocar. Desenvolvimento de ansiedade Um estudo publicado pela revista BMC Public Health, em 2015, concluiu que indivíduos que passam muito tempo sentados e com baixos níveis de energia correm um risco maior de desenvolver ansiedade. De acordo com o estudo, a ansiedade e o comportamento sedentário estão conectados por conta da insuficiência de sono, saúde metabólica precária e isolamento social. As atividades que, de certa forma, exigem que o corpo permaneça sentado incluem assistir televisão, trabalhar no computador ou jogar jogos eletrônicos. A equipe responsável pela pesquisa observou que 36% dos participantes do estudo, em idade escolar, possuem maior propensão a sentir os efeitos da ansiedade se tivessem 2 horas de tela ou mais diárias. Desenvolvimento de má postura e dores nas costas Permanecer sentado por longos períodos de tempo pode adicionar uma grande pressão aos músculos das costas e discos da coluna vertebral. Além disso, a má postura colabora para o desenvolvimento de dor nas costas, que pode se alastrar para o pescoço, braços e pernas. Para que a situação seja revertida, a indicação principal é de que haja uma maior movimentação de todos os membros diariamente, ou seja, é preciso praticar algum exercício, alongar-se ou simplesmente caminhar. Mesmo assim, outras medidas precisam ser tomadas para que o período em que necessita ficar sentado seja o menos doloroso possível. Uma importante dica é manter os membros em ângulos de 90º com os pés apoiados inteiramente no chão, bem como a tela do computador posicionada na altura dos olhos. Desenvolvimento de doenças crônicas Pessoas que ficam mais de quatro horas por dia sentadas possuem maior propensão a desenvolver uma doença crônica como a hipertensão arterial, doenças cardíacas, diabetes e câncer. Um estudo publicado na pela Revista Internacional de Nutrição Comportamental e Atividade Física analisou mais de 63 mil homens entre 45 e 64 anos que vivem na Austrália. A análise transversal contou principalmente com dados sobre doenças crônicas, tempo sentado e atividade física. A comparação realizada entre grupos que ficam sentados por 4 horas e grupos que ficam sentados por mais de 4 horas apontou que o segundo grupo teve maior propensão para relatar a ocorrência de algum tipo de doença crônica em sua vida. Em conclusão, maiores volumes de tempo sentado podem ser significativamente associados com diabetes e outros tipos de doenças crônicas, sem considerar o volume de atividade física como prioridade. Ganho de peso Um corpo sentado ou imóvel não queima o mesmo número de calorias de um corpo que está em movimento ou em exercício. Consequentemente, o ganho de peso pode ser uma consequência do sedentarismo. Um estudo verificou que uma maior prevalência de sobrepeso e obesidade em pessoas que ficavam sentadas mais de 4 horas por dia e caminhavam menos de 1 hora por dia – tanto em homens quanto em mulheres. Nos homens, mais de 4h sentados por dia foi associado a chances 1,7 vezes maior de ter obesidade em comparação com aqueles sentados menos de 4h por dia. Nas mulheres, esse comportamento sedentário aumentou o risco de sobrepeso-obesidade e excesso de gordura em 1,5 e 1,4, respectivamente. Risco de desenvolvimento de coágulos sanguíneos A trombose venosa profunda (TVP) pode ser considerada um efeito colateral

É verdade que, na atualidade, a tecnologia cumpre um papel fundamental. No entanto, até que ponto o nosso contato com aparelhos eletrônicos pode ser considerado saudável? Há cerca de 10 anos carregamos conosco diariamente um perigoso vício chamado smartphone. Diversas pesquisas, como veremos a seguir, apontam que a dependência no celular pode alterar a nossa conduta, bem como o funcionamento cerebral. Neste artigo trazemos evidências científicas que alertam sobre os riscos relacionados ao uso excessivo de eletrônicos. Para saber mais, siga a leitura. Celular faz mal? Os riscos da utilização excessiva de smartphones O termo nomofobia ou no mobile phobia (em inglês) é usado para descrever uma condição psicológica em que as pessoas têm medo de serem desligadas da conectividade do telefone móvel. Uma equipe de pesquisadores do King's College London descobriu que quase 40% dos alunos entrevistados exibiam sintomas de vício em seus smartphones. Segundo os jovens que participaram do estudo, o sentimento de não estar próximo do telefone é um fator gerador de ansiedade. Como mostra a literatura, vários fatores psicológicos estão envolvidos quando uma pessoa usa excessivamente o telefone celular, como por exemplo, baixa autoestima e facilidade de distração. Além disso, é sabido que indivíduos nomofóbicos podem apresentar fobia social e ansiedade. Tais aspectos preocupam os especialistas, visto que a carga deste problema tem aumentado globalmente, principalmente quando considerado o isolamento social em razão da pandemia de Covid-19. No último ano, muitas atividades ao ar livre e de convívio social foram restringidas, aumentando ainda mais a utilização de recursos tecnológicos. Pesquisadores do Rio de Janeiro, por exemplo, verificaram que mais de 51,2% dos 870 entrevistados perceberam alterações emocionais pela necessidade de fazer mais uso de plataformas digitais em 2020. Como o uso excessivo de telas afeta o ciclo circadiano Outro grave sintoma do uso excessivo de eletrônicos é o prejuízo relacionado ao sono – aproximadamente 69% dos jovens entrevistados e viciados no uso de smartphones relataram não conseguir dormir o suficiente. Sabemos que a qualidade do sono e a capacidade de manter níveis adequados de melatonina são estratégias necessárias para a promoção de uma vida longa e saudável. Quando não temos um sono de qualidade, diversos outros aspectos são prejudicados. Afinal, são nas horas de descanso que o corpo se regenera, ativando a produção de hormônios essenciais à homeostase (equilíbrio fisiológico). Dessa forma, na possibilidade de qualquer interferência na qualidade do sono, somos diretamente impactados pelo desequilíbrio ao ritmo circadiano, ou seja, o período de 24 horas em que nosso corpo executa diversos ciclos biológicos e comportamentais. O corpo humano não consegue diferenciar a luz solar da luz das telas. Por isso, quando adentramos a noite com televisores, computadores e celulares, é como se estivéssemos prolongando a duração da luz solar para o nosso organismo. Por não respeitar o ciclo circadiano, podemos ter como resultado o desequilíbrio neurológico, hormonal, imunológico e reprodutivo. O motivo? Se o corpo humano rompe a produção correta dos hormônios (que só é possível através do respeito ao ciclo circadiano) ocorre uma disruptura nos sistemas citados. Stephen Lockley, pesquisador do sono de Harvard, afirma que o excesso de luz à noite é parte do motivo pelo qual tantas pessoas não dormem o suficiente. Pesquisas têm relacionado o sono curto com o aumento do risco de depressão, bem como diabetes e problemas cardiovasculares. Uso excessivo de mídia social vinculado à compulsão alimentar Outro problema relacionado ao uso excessivo de telas, com destaque para as mídias sociais, é a compulsão alimentar. Um estudo recente realizado nos Estados Unidos verificou que crianças que têm mais tempo de tela entre 9 e 10 anos têm maior probabilidade de desenvolver transtorno da compulsão alimentar periódica um ano depois. O estudo, publicado no International Journal of Eating Disorders em 1º de março, descobriu que cada hora adicional gasta nas redes sociais estava associada a um risco 62% maior de transtorno da compulsão alimentar periódica um ano depois. Ele também descobriu que cada hora adicional gasta assistindo ou transmitindo televisão ou filmes levou a um risco 39% maior de transtorno da compulsão alimentar periódica um ano depois. Os pesquisadores analisaram dados de 11.025 crianças de 9-11 anos que fazem parte do Estudo de Desenvolvimento Cognitivo do Cérebro Adolescente, o maior estudo de longo prazo sobre o desenvolvimento do cérebro nos Estados Unidos. Os dados foram coletados de 2016-2019. De acordo com Jason Nagata, um dos autores da pesquisa, as crianças podem ser mais propensas a comer em excesso quando distraídas em frente às telas. Assistir à televisão pode levar a comportamentos de compulsão alimentar devido ao consumo excessivo e perda de controle. Tendo em vista os fatos demonstrados até aqui, reiteramos a importância de nos atentarmos ao consumo de telas, principalmente em relação ao uso de smartphones e tablets. Caso você ainda não tenha se convencido da importância de reduzir as horas de contato com o celular, lhe fazemos um convite: acesse as configurações do seu smartphone e verifique qual a sua média diária de utilização. Deixe nos comentários a resposta!

Os probióticos e prebióticos são temas muito importantes entre os profissionais com uma visão integral da saúde. Afinal, você é aquilo que você come – ou, mais precisamente, o que alimenta os trilhões de criaturas microscópicas que vivem em seu intestino. Neste artigo explicamos as interferências dos prebióticos e probióticos na microbiota intestinal. Siga a leitura e saiba mais. Prebióticos e probióticos: a saúde começa no intestino O intestino é uma força motriz dentro do nosso corpo. É ele o responsável por converter alimentos em energia, fornecer nutrientes essenciais para a corrente sanguínea e proteger o nosso organismo contra doenças. Há quase 2.500 anos atrás, Hipócrates afirmava que “todas as doenças começam no intestino”. A citação continua sendo válida até os dias de hoje e, enxergando-a através de novas lentes, podemos dizer que a saúde tem seu início no intestino. Cada vez que comemos, bebemos ou nos expomos a determinados agentes externos, estamos contribuindo para o nosso bem-estar ou alimentando potenciais doenças. Dessa forma, a maneira como você alimenta o seu microbioma tem grande impacto em sua saúde. A chave para um microbioma saudável é o equilíbrio entre as quase 1.000 espécies diferentes de bactérias que habitam o seu intestino. As duas principais formas de manter esse equilíbrio são: Ajudando os micróbios que já estão lá a se desenvolverem, oferecendo-lhes os alimentos adequados (prebióticos); Adicionando micróbios vivos diretamente ao organismo (probióticos). O que são prebióticos Os prebióticos consistem em fibras vegetais, que agem como “fertilizantes”, estimulando o crescimento de bactérias saudáveis no intestino. Eles podem ser encontrados em muitas frutas e vegetais, especialmente naqueles que contêm carboidratos complexos, como fibras e amido resistente. Esses carboidratos não são digeríveis pelo organismo, passando pelo sistema digestivo e se tornando alimento para as bactérias e outros micróbios. Eles podem ser encontrados, por exemplo, em fontes como inhame, psyllium, cebola, banana, feijão, maçã. Seus principais benefícios são: Manutenção da flora intestinal; Favorecem o trânsito intestinal; Proporcionam uma microflora saudável; Colaboram para que somente sejam absorvidas pelo intestino as substâncias necessárias, eliminando assim o excesso de glicose e colesterol; Possuem efeito bifidogênico, inibindo a atividade de bactérias putrefativas e intoxicantes. O que são probióticos Os probióticos são microorganismos vivos, em geral cepas específicas de bactérias que se somam diretamente à população de micróbios saudáveis em seu intestino. A sua presença garante um desempenho saudável e otimiza diferentes funções do trato gastrointestinal. Conseguimos obtê-los, por exemplo, através de alimentos fermentados como a kombucha, o kimchi e o chucrute. Alguns dos principais benefícios do uso de probióticos são: Melhora na digestão de gorduras; Proteção contra parasitas intestinais; Estimula a produção de vitamina B; Contribui para a produção de enzimas digestivas; Tem ação antibiótica natural; Aprimora a absorção dos nutrientes; Inibe a ação de agentes patogênicos. Qual a importância dos prebióticos e probióticos na microbiota intestinal? Como vimos, os prebióticos e probióticos trabalham em sinergia, tendo como principal tarefa manter o trato gastrointestinal saudável e, consequentemente, garantindo o bom funcionamento do organismo em geral. De acordo com uma revisão publicada pela Nature, diversas doenças agudas e crônicas podem ser consequência da perturbação das comunidades microbianas intestinais. De forma crônica, a doença inflamatória do intestino (DII), a obesidade e a síndrome do intestino irritável (SII) têm sido todas associadas às bactérias intestinais. Outro efeito do desequilíbrio na microbiota intestinal é a disbiose, que gera inflamação na parede do intestino, afetando a permeabilidade da barreira e ocasionando diversos danos à saúde relacionados à reatividade imunológica, incluindo alergias e a inflamação sistêmica. Em um sentido geral, os prebióticos e probióticos servem para aumentar a comunidade de microrganismos benéficos, tendo influências, por exemplo, no sistema cardiovascular, trato urogenital, pele e cérebro. Os níveis crescentes de evidências científicas sobre a influência dos micróbios na fisiologia humana nos mostram a necessidade de uma contínua investigação para que possam ser encontrados novos protocolos para o tratamento de diversas doenças crônicas, bem como para a promoção da saúde na população.

Na área da saúde, observamos uma realidade bastante clara: os nossos médicos estão doentes. Como consequência, não é raro ouvir relatos de pacientes que demandam maior empatia e cuidado durante os atendimentos. Será que, enquanto profissionais da saúde, estamos praticando aquilo que pregamos em nossos discursos? De que forma podemos buscar um atendimento mais humanizado? Quais são as principais barreiras que nos impedem de cumprir com o propósito de promover a saúde entre a população? Neste artigo, trazemos um panorama sobre o cenário da medicina no Brasil. Siga a leitura e saiba mais. Cresce o número de cursos de Medicina no Brasil Nos últimos anos, o número de cursos de Medicina mais do que triplicou no Brasil. Em 1997, eram 85 escolas médicas. Atualmente, já são mais de 300. O único país no mundo que oferece mais cursos de medicina do que o Brasil é a Índia, com cerca de 400 escolas. No entanto, o país tem uma população seis vezes maior do que a brasileira. A China, um dos países mais populosos do mundo, tem aproximadamente 150 escolas de medicina. Já os Estados Unidos apresenta pouco mais de 130 cursos de ensino superior. De acordo com os dados da Demografia Médica do Brasil, elaborado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o Brasil tem 466 mil médicos – ou 2,1 por mil habitantes. Para fins de comparação, esse indicador é próximo ao de países avançados, como o Japão (2,4) e a Coréia do Sul (2,2). No entanto, será que a qualidade dos serviços prestados pode ser comparada aos países citados? Nossos médicos estão doentes: exercício da medicina traz fortes impactos emocionais Por mais que tenhamos um grande número de médicos formados em nosso país, pesquisas identificam que as relações de trabalho, o tempo dedicado à atividade profissional, as formas de remuneração e as questões éticas têm influência negativa na saúde do médico. Cerca de 80% dos médicos brasileiros consideram a atividade médica desgastante, sendo este desgaste atribuído a fatores como o excesso de trabalho, baixa remuneração, más condições de trabalho e alta responsabilidade profissional. Por isso, é notável que há uma disparidade entre o número de profissionais formados e o número de profissionais satisfeitos em relação ao exercício da atividade. A literatura aponta diversos aspectos do exercício profissional na área da saúde e quando falamos especificamente sobre a medicina, encontramos dados que geram preocupação. Os médicos trabalham mais que a maioria das pessoas (15 horas por semana a mais que outros profissionais); Tiram menos tempo de férias (4 semanas/ano X 8 semanas/ano de outros profissionais); Trabalham maior número de anos do que a população geral. Consequências da desvalorização da classe médica Como consequência às informações demonstradas até aqui, percebemos um agravo na qualidade da assistência prestada, o que também prejudica os sistemas de saúde e, claro, os pacientes. Um dos principais objetivos da SOBRAF é zelar pelo nível ético, eficiência técnica e sentido social do exercício profissional, bem como promover a defesa dos interesses dos seus associados. Dessa forma, entendemos a relevância do compartilhamento de experiências, de modo que possamos colaborar com a redução do estresse e o crescimento profissional dos nossos médicos associados e de toda a classe de profissionais que promovem a saúde. Você pratica aquilo que prega? A importância do autocuidado entre os médicos Eis um fato: muitas vezes, médicos não são bons em cuidar da própria saúde. Como vimos, são diversas as circunstâncias que colaboram para tal conjuntura. Evidências como as que foram demonstradas até aqui deixam claro que é necessário mudar a cultura em torno do cuidado e do bem-estar dos profissionais da saúde. Afinal, além de sermos excelentes médicos, precisamos impactar positivamente a vida dos nossos pacientes, demonstrando de forma prática o poder do hábito para a busca de uma longevidade saudável. No entanto, esse objetivo só pode ser alcançado a partir do entendimento de que é necessário cuidar de quem cuida. Infelizmente, nossa sociedade passou a normalizar diferentes tipos de comportamentos que impactam drasticamente a nossa qualidade de vida. Atualmente, é “normal” verificarmos profissionais exaustos e muitas vezes insatisfeitos com o seu modus operandi, prejudicando gravemente a saúde e o bem-estar dos pacientes. Entendemos que ser médico é ir além da patologia, sempre buscando a promoção da saúde e da qualidade de vida aos pacientes. No entanto, compreendendo os desafios que permeiam a profissão, é papel das associações e dos centros de saúde oferecer o amparo necessário aos profissionais. Que possamos sempre lembrar de que aqueles que cuidam também necessitam de cuidado. Afinal, por trás de cada jaleco, existem pessoas empenhadas em dar o seu melhor todos os dias. Nós, da SOBRAF, temos o importante papel de cuidar dos interesses dos médicos (a) associados, trabalhando em prol da valorização da área.Saiba mais sobre os nossos serviços clicando aqui.
