Ômega 3, 6 e 9: conheça as suas propriedades

Ômega 3, 6 e 9: conheça as suas propriedades

O ômega 3, ômega 6 e o ômega 9 são gorduras dietéticas que possuem propriedades importantes para a saúde do organismo humano, conforme veremos ao longo deste artigo.

Assim como outras substâncias, o desequilíbrio nos níveis de ômega pode contribuir para o desenvolvimento de patologias crônicas e nocivas à saúde e bem-estar.

Ao longo deste artigo você compreenderá o papel do Ômega 3, 6 e 9 no organismo. Siga a leitura e saiba mais. 

Ômega 3, ômega 6 e ômega 9: uma breve introdução

Ômega 3

O ômega 3 é a gordura mais conhecida e famosa por suas qualidades anti-inflamatórias, como veremos ao longo do texto.

As principais fontes de ômega 3 são encontradas em alimentos como a linhaça, peixes de águas profundas e chia.

Mesmo assim, encontrar o ômega 3 de  maneira natural é bastante difícil, visto que:

  1. As quantidades de ômega 3 em alimentos vegetais são pequenas quando comparadas a nossa real necessidade;
  2. Os peixes que apresentam maiores quantidades de ômega 3 localizam-se em países nórdicos e são de difícil acesso.

A presença do ômega 3 no organismo é muito importante, com benefícios reconhecidos para a saúde do seu corpo e cérebro.

Existem muitos tipos de gorduras ômega 3, que diferem de acordo com sua forma química. Aqui estão os três mais comuns:

  • Ácido eicosapentaenóico (EPA): a principal função deste ácido graxo de 20 carbonos é produzir produtos químicos chamados eicosanóides, que ajudam a reduzir a inflamação. A EPA também pode ajudar a reduzir os sintomas de depressão, conforme apontam estudos.
  • Ácido docosahexaenóico (DHA): Um ácido graxo de 22 carbonos, o DHA representa cerca de 8% do peso cerebral e contribui para o desenvolvimento e a função cerebral, conforme aponta a literatura.
  • Ácido alfa-linolênico (ALA): esse ácido graxo de 18 carbonos pode ser convertido em EPA e DHA. De acordo com alguns estudos, o ALA tem benefícios relacionados à saúde do coração, melhora do sistema imunológico e do sistema nervoso.

Ômega 6

Níveis equilibrados de ômega 3 e ômega 6 são necessários para garantir proteção do organismo a processos inflamatórios.

Isso ocorre pois o ômega 6 é um ácido graxo responsável pelo desencadeamento de uma série de processos inflamatórios no organismo, podendo ser encontrado em óleos vegetais como o de soja e milho.

Dessa forma, essas fontes devem ser reduzidas ao máximo e o ômega 3 consumido em maior quantidade, ou até suplementado, a fim de garantir a neutralidade no organismo.

De acordo com a literatura científica, as dietas ocidentais são deficientes em ácidos graxos ômega 3 e têm quantidades excessivas de ácidos graxos ômega 6 em comparação com a dieta na qual os seres humanos evoluíram e seus padrões genéticos foram estabelecidos. 

Quantidades excessivas de ácidos graxos poliinsaturados ômega 6 (PUFA) e uma proporção ômega 6/ômega 3 muito alta, como é encontrada nas dietas ocidentais atuais, promovem a patogênese de muitas doenças, incluindo doenças cardiovasculares, câncer e doenças inflamatórias e autoimunes.

Ômega 9

O principal representante do grupo de alimentos que possui ômega 9 em sua composição é o ácido oleico.

Ele pode ser encontrado em gorduras monoinsaturadas, como azeite de oliva, azeitonas, macadâmia, nozes, avocado, castanha-do-pará e abacate.

Esse tipo de gordura é importante porque estabiliza os níveis de colesterol no sangue, auxiliando na redução da agregação de plaquetas.

Ômega 3, ômega 6 e ômega 9: a importância de manter níveis equilibrados

Como citado anteriormente, o equilíbrio em cada processo do organismo é necessário para garantir qualidade de vida e saúde para os indivíduos.

Dentro deste contexto, é preciso esclarecer a importância de possuir níveis equilibrados de ômega 3, ômega 6 e ômega 9 em nosso corpo.

O seu acesso principal ao corpo humano é através da alimentação ou da suplementação, ou seja, esse equilíbrio depende, principalmente, de uma dieta saudável, repleta de nutrientes, fibras e vitaminas para coibir o surgimento de problemas de saúde. Quando a alimentação balanceada não é suficiente para a obtenção dos minerais, se faz necessária a suplementação. 

É importante esclarecer que, mesmo que encontrados em alimentos, nem todos os tipos de ômega tem propriedades completas em um ingrediente específico.

Por exemplo: uma das principais fontes de ômega 3 pode ser encontrada em peixes de águas profundas, porém, esse formato de pesca há tempos tem sido substituído por cativeiros construídos para a criação e produção de peixe para o mercado alimentício.

Dentro deste contexto, o ômega 3, que deveria estar presente nesse alimento, acaba se perdendo, assim como as suas propriedades anti-inflamatórias responsáveis por regular os níveis de inflamação do organismo. Níveis estes que, inclusive, são modificados com a ingestão de ômega 6, um ácido graxo que é responsável por desencadear uma série de processos inflamatórios no organismo.

Mesmo não sendo uma reação negativa desse tipo de gordura, a inflamação necessita de manejo para não se transformar em um quadro de inflamação crônica subclínica.

Além disso, de acordo com estudos, a presença de ômega 3, 6 e 9 no organismo pode auxiliar no combate e prevenção de outras patologias.

De acordo com um estudo recente, utilizar o ômega 3 como ferramenta para o tratamento de depressão é extremamente promissor.

Para os pesquisadores, os efeitos anti-inflamatórios do ômega 3 trabalham para reduzir os altos níveis de inflamação no organismo de um indivíduo com quadro de depressão.

Informações presentes no Guia Alimentar para a População Brasileira classificam os ômegas 3 e 6 como benéficos à saúde quando consumidos em equilíbrio.

Estudos indicam, inclusive, que o homem evoluiu de forma saudável, seguindo uma dieta balanceada em ácidos graxos essenciais (ômega 3 e ômega 6). Por conta disso, o equilíbrio no consumo de alimentos que contenham as gorduras insaturadas, pode contribuir para combater um quadro de obesidade.

Outro estudo, aponta a ingestão de ômega 9 como uma ferramenta para reduzir os níveis de insulina no organismo, além de reduzir a inflamação.

Para diversos pesquisadores, o teor de gordura na dieta é um dos principais contribuintes para a elevação das taxas globais de obesidade.

Dentro deste contexto, realizar mudanças nos hábitos alimentares, considerando os benefícios dos ácidos graxos na dieta, pode promover a prevenção da obesidade e de suas complicações metabólicas.