Os benefícios do exercício físico para o funcionamento do intestino

Os benefícios do exercício físico para o funcionamento do intestino

Não é segredo para ninguém que o exercício físico é benéfico para a saúde geral.

Contudo, somente agora estamos descobrindo os benefícios do exercício físico para o funcionamento do intestino. 

O nosso intestino está repleto de vida. 

Cerca de 100 trilhões de bactérias, vírus, fungos e outros organismos unicelulares, como arqueobactérias e protozoários, disputam espaço e alimento no nosso trato gastrointestinal.

Contudo, como uma corrida, por exemplo, pode ajudar esse organismo tão complexo?

Continue a leitura e compreenda os benefícios do exercício físico para o funcionamento do intestino. 

Afinal, quais são os benefícios do exercício físico para o funcionamento do intestino?

Lutando por espaço e comida dentro de nosso trato gastrointestinal estão cerca de 100 trilhões de bactérias, vírus, fungos e outros organismos unicelulares, como archaea e protozoários. 

Segundo a literatura científica, suas funções variam desde ajudar a fermentar a fibra dietética de nossas refeições, até sintetizar vitaminas e regular nosso metabolismo de gordura. 

Eles também ajudam a proteger o corpo de invasores indesejados, interagindo com o sistema imunológico e influenciando a extensão da inflamação no intestino e em outras partes do corpo.

Por meio de estudos, foi possível descobrir que uma menor diversidade desses residentes intestinais foi observada em pacientes que sofrem de obesidade, doenças cardiometabólicas e doenças autoimunes. 

No entanto, inúmeros fatores – incluindo genes, os tipos de medicamentos ingeridos, o estresse, o tabagismo e a alimentação – podem interagir para alterar o equilíbrio de microorganismos no intestino. A composição dessa comunidade interna é, de fato, altamente dinâmica.

Em contrapartida, assim como escolhas simples de estilo de vida podem alterar nossos micróbios intestinais, também podemos fazer escolhas que os ajudarão a florescer de maneira mais saudável. 

Tal como o exercício, por exemplo. 

O exercício parece estar afetando nossos micróbios intestinais, aumentando as comunidades bacterianas que produzem ácidos graxos de cadeia curta. 

Nos últimos 10 anos, pesquisas que analisaram animais e humanos ajudaram a revelar o quão poderoso é esse vínculo entre o exercício e as mudanças na comunidade microbiana intestinal. Mais importante, esclareceu como isso pode realmente nos beneficiar.

Certamente não há escassez de estudos em humanos que mostram que fazer exercícios moderados a vigorosos, como corrida, ciclismo e treinamento de resistência, pode aumentar potencialmente a diversidade de bactérias no intestino. Isso tem sido associado a uma melhor saúde física e mental. 

Estudos comprovam que atletas também tendem a ter maior diversidade microbiana intestinal em comparação com pessoas sedentárias, embora parte disso possa ser devido às dietas especializadas que os competidores também costumam ter. 

Contudo, estudos mostraram que a combinação de exercício e dieta pode aumentar os números de Faecalibacterium prausnitzii e a produção de butirato em mulheres ativas, muitas vezes com função intestinal melhorada.

Como manter o intestino saudável? 

Falamos acima que hábitos saudáveis podem influenciar positivamente a saúde intestinal. 

Um exemplo disso é a alimentação. 

Uma dieta balanceada é essencial para um intestino saudável.

De maneira geral, é essencial prezar por uma alimentação mais natural possível, priorizando frutas e verduras e eliminando alimentos processados. No entanto, é preciso ter equilíbrio na dieta. 

Um estudo constatou que comer uma dieta diversificada composta por mais de 30 alimentos vegetais diferentes por semana pode ajudar na manutenção da saúde.

Uma boa noite de sono e níveis mais baixos de estresse também podem ser benéficos. 

De acordo com estudo, da Clinical Gastroenterology and Hepatology, quem não dorme o mínimo recomendado – de sete a oito horas por noite -, pode ter um maior risco de desenvolver colite ulcerativa.

Surpreendentemente, passar tempo na natureza também pode ter um efeito positivo.

Um estudo recente investigou os atributos funcionais básicos do microbioma intestinal de indígenas saudáveis e constatou que a comunidade rural que reside nas áreas de Ballabhgarh ao nível do mar possui um microbioma único caracterizado não apenas por uma maior diversidade, mas também por um maior grau de homogeneidade interindividual.

Por fim, mas não menos importante, precisamos destacar os benefícios do exercício. 

Estudos destacaram que correr de 30 a 60 minutos na esteira da academia pode ter um impacto na abundância de bactérias produtoras de butirato, como Faecalibacterium no intestino. 

Em um estudo envolvendo 20 mulheres e 12 homens com vários índices de massa corporal (IMC), os pesquisadores determinaram se fazer exercícios aeróbicos por seis semanas pode alterar os micróbios intestinais em adultos humanos previamente sedentários. 

Eles pediram aos participantes que fizessem três sessões de exercícios aeróbicos de intensidade moderada a vigorosa por semana, correndo em uma esteira ou andando de bicicleta por 30 a 60 minutos. 

Amostras de fezes e sangue foram coletadas ao longo do estudo, com controles dietéticos de três dias para garantir que sua dieta permanecesse consistente antes de cada coleta, para limitar as mudanças causadas pela dieta nos micróbios intestinais.

Suas descobertas mostraram que os “produtores de butirato” aumentaram em abundância com o treinamento físico, independentemente do índice de massa corporal. 

Acompanhando a mudança na comunidade microbiana, os participantes magros mostraram um aumento nos ácidos graxos de cadeia curta, como o butirato, em suas amostras de fezes. 

Curiosamente, quando os participantes do estudo retornaram ao seu estilo de vida sedentário nas seis semanas seguintes, os pesquisadores descobriram que os micróbios intestinais dos participantes retornaram ao seu estado inicial. 

Isso sugere que, embora o exercício possa melhorar a saúde da comunidade microbiana em nossos intestinos, essas mudanças são transitórias e reversíveis.

Não são poucas as atitudes que podemos adotar em prol da nossa saúde e bem-estar. 

Simples e diversas, elas vem ganhando cada vez mais destaque a fim de ajudar a prevenir patologias e aumentar a qualidade de vida da população.