A forma do corpo pode influenciar a saúde? 

A forma do corpo pode influenciar a saúde? 

A forma do corpo pode influenciar a saúde? Todos os corpos têm suas próprias particularidades, será que a forma do corpo pode influenciar a saúde?

Não é incomum compararmos os formatos corporais a estarmos saudáveis ou não. 

Muitas pessoas têm a visão de que corpos “em forma de pêra” são considerados mais saudáveis ​​do que corpos “em forma de maçã”.

Contudo, o que a ciência pode nos dizer sobre o assunto? 

Continue a leitura e entenda. 

Afinal, a forma do corpo pode influenciar a saúde? 

Por muito tempo temos comparado os formatos dos nossos corpos com coisas do nosso cotidiano, sendo os mais comuns os formatos de pêra e maçã. 

Com a forma de pêra, seus ombros e busto são mais estreitos que seus quadris. Tem braços finos e uma cintura bastante definida. Sua cintura provavelmente se inclina para os quadris.

Já se o seu busto é maior do que o resto do seu corpo, seus quadris são estreitos e sua barriga é mais cheia, você tem o corpo em formato de maçã.

Contudo, estes formatos têm nomes próprios. 

São estes andróide, para o formato de maçã, e ginóide para o formato de pêra. 

Embora existam termos mais formais para descrever as formas do corpo, a pessoa comum pode imaginar melhor uma maçã ou uma pêra do que um tipo de corpo andróide e ginóide.

Também é comum os corpos andróides sofrerem com a crença de que eles são menos saudáveis do que os ginóides. 

Contudo, de acordo com vários estudos, certas formas de corpos podem, sim, estar em maior risco de resultados negativos para a saúde.

Uma revisão de 72 estudos de coorte prospectivos com 2.528.297 participantes, descobriu que pessoas com maior distribuição de gordura na área do estômago (formato de maçã) foram associados positiva e significativamente com maior risco de mortalidade por todas as causas, enquanto maior circunferência do quadril e circunferência da coxa foram associadas a um menor risco. 

Os resultados sugerem que medidas de adiposidade central podem ser utilizadas com índice de massa corporal como uma abordagem complementar para determinar o risco de morte prematura.

Em um estudo de 2019, entre 2.683 mulheres na pós-menopausa com IMC normal, tanto a gordura do tronco elevada quanto a gordura da perna reduzida estavam associadas ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, chegando a ter três vezes mais chances de ter doenças cardíacas. 

Curiosamente, ter um tipo de corpo de ginóide teve um efeito protetor contra doenças cardíacas, reduzindo o risco em até 40%.

Ainda, outra pesquisa descobriu que corpos em formato andróide estavam significativamente associados a um risco aumentado de doenças cardíacas e diabetes tipo 2, independentemente do índice de massa corporal. 

Também, um pequeno estudo incluindo 49 homens descobriram que, apesar de terem o mesmo IMC, peso corporal e porcentagem de gordura corporal, homens com mais gordura andróide tinham função endotelial mais baixa, o que leva a um fluxo sanguíneo mais fraco no corpo.

Eles também apresentaram maior resistência à insulina, níveis de lipídios no sangue e frequência cardíaca, sugerindo piora da saúde cardíaca e metabólica.

Em última análise, a maioria das pesquisas sugere que a distribuição de gordura – não necessariamente o peso corporal ou o IMC – pode afetar os resultados de saúde.

Nem tudo é o que parece 

Apesar de a ciência corroborar que a localização da gordura no corpo pode influenciar sua saúde e longevidade, não podemos nos basearmos completamente no formato do corpo de uma pessoa para julgar a sua saúde. 

Há diversos fatores que podem afetar a concentração de gordura corporal numa pessoa, podendo variar ao longo do tempo e com os hábitos pessoais do indivíduo.

Por exemplo, uma pesquisa descobriu que variantes genéticas afetam a “relação cintura-quadril” que determina onde sua gordura corporal é distribuída.

Loos e sua equipe analisaram as variações genéticas de mais de 476.000 indivíduos em mais de 70 localizações geográficas diferentes.

Destes, eles encontraram 24 variantes que predispõem as pessoas a uma maior relação cintura-quadril, 9 das quais são relativamente raras e 15 das quais são comuns.

Os pesquisadores também descobriram que essas variantes funcionam para influenciar o armazenamento de gordura, afetando o metabolismo, o tecido adiposo, o crescimento ósseo e um hormônio que decompõe a gordura.

Os hormônios também podem desempenhar um papel. A literatura científica indica que diferenças hormonais entre homens e mulheres podem levar a diferenças no armazenamento de gordura. 

Os homens geralmente armazenam mais gordura na região do estômago, enquanto as mulheres tendem a armazenar mais gordura nos quadris, pernas e nádegas.

À medida que os níveis de estrogênio das mulheres diminuem com a idade, seus corpos tendem a armazenar mais gordura na região do estômago e menos na parte inferior do corpo.

Embora existam muitas análises e pesquisas que vinculam os formatos corporais dos indivíduos com um risco aumentado de evolução de inúmeras patologias, nem sempre é esse o caso. 

Devemos nos livrar de crenças e suposições para poder seguir um caminho de bem-estar e qualidade de vida, buscando sempre o melhor para nossa saúde mental e física.