Compreendendo a conexão cérebro-intestino: qual o papel da alimentação para a qualidade de vida do ser humano?

Compreendendo a conexão cérebro-intestino: qual o papel da alimentação para a qualidade de vida do ser humano?

Você sabe qual o papel da alimentação para a qualidade de vida do ser humano? 

Se alimentar bem não serve somente para estar em boa forma, há razões científicas para ser tão pedido esse hábito. Afinal, uma boa alimentação leva a um bom funcionamento do intestino

Além de ser um órgão fascinante, o intestino possui uma função vital para a manutenção da qualidade de vida. Ele possui neurônios e aloja trilhões de bactérias, boa parte delas envolvida em processos cruciais ao organismo. 

Não é à toa que é chamado de segundo cérebro, não é mesmo? 

Entretanto, qual o papel do segundo cérebro para o pleno funcionamento do organismo humano? Acompanhe a leitura e entenda ao longo do artigo.

Afinal, o que é a conexão cérebro-intestino?

No livro,  “A Incrível Conexão Intestino Cérebro”, de Camila Rowlands, a autora explica que nunca antes havia sido visto tão claramente que o medo, a ira, o amor, a felicidade, a paz de espírito, o equilíbrio emocional são assuntos “das vísceras”.

Ou seja, nossas emoções estão atreladas ao nosso intestino

Rowlands explica que, há poucos anos atrás acreditava-se que o comando absoluto sobre o resto dos órgãos era exercido pelo cérebro, que desde o alto dirigia, por exemplo, a atividade intestinal. 

Contudo, hoje se sabe que o intestino tem o mesmo grau de importância que o cérebro cranial, possuindo plena independência dos processos intestinais que são vitais para o bom funcionamento de todo o corpo.

 “O intestino é, literalmente, nosso segundo cérebro”.

A partir da descoberta científica dessa importante relação, facilitou-se o processo da compreensão da medicina a respeito das ligações entre o sistema digestivo e as reações emocionais e oscilações de humor de um indivíduo, além do contexto geral da saúde de um indivíduo.

Na verdade, o intestino por si só não é considerado o segundo cérebro, mas sim, todo o Sistema Nervoso Entérico. 

Afinal, ele possui mais de 500 milhões de neurônios que revestem o trato gastrointestinal do esôfago até o reto, suficiente para formar um sistema nervoso próprio, responsável por coordenar tarefas como a liberação de substâncias digestivas e os movimentos que estimulam o bolo fecal a ser expelido, além da produção e liberação de diversos mensageiros químicos. 

Os mais de 30 neurotransmissores produzidos no órgão, entre eles a serotonina – um dos hormônios do famoso “quarteto da felicidade” -, são encarregados por transmitir informações dentro do próprio sistema e com o resto do corpo, estabelecendo uma comunicação eficiente entre o intestino e o cérebro. 

Essa conexão é possibilitada a partir da ligação direta entre o intestino e o encéfalo através do nervo vago, estrutura que passa pelo tórax e liga o sistema gastrointestinal à cabeça. 

Em resumo, ela funciona como uma via de mão dupla, o que explica o porquê podemos sentir frio na barriga ou vontade de urinar, em frente a uma situação de estresse ou nervosismo. 

Além disso, no intestino também se encontra a chamada Microbiota, objeto de muitos estudos recentes. 

A microbiota intestinal, também chamada de flora intestinal, é um conjunto de micro-organismos – não só bactérias – que vivem no trato gastrointestinal humano. 

Considerado o maior reservatório de microrganismos, o intestino mantém um estado de simbiose com as bactérias presentes no nosso organismo. 

É por isso que, ao contrário do que se esperava, esses organismos não nos adoecem, pois nessa relação tanto eles quanto nós saímos ganhando. 

A função da microbiota é auxiliar em vários processos, como por exemplo no processo de digestão de alimentos. 

Além de monitorar o desenvolvimento dos micro-organismos que causam doenças. Ela tem influência direta na imunidade, cognição e saúde em geral. 

Hábitos ruins no geral, podem afetar o intestino e seu funcionamento, mas a alimentação incorreta o atinge diretamente, desregulando seus processos e trazendo consequências para os outros processos do corpo humano. 

Alimentação saudável é o suficiente para viver com qualidade?

Segundo um estudo, que buscou entender a função das bactérias presentes no intestino na saúde, possuir grande variedade de tipos de bactérias intestinais pode melhorar o desempenho de funções essenciais para o corpo humano nas quais a microbiota tem influência. 

Além disso, de acordo com os pesquisadores, a presença de tais bactérias também favorece melhorias nos sintomas de depressão, ansiedade e até mesmo outros distúrbios relacionados ao humor.

Dessa maneira, é possível compreender que um intestino saudável, consequentemente, contribui para uma maior qualidade de vida.

Da mesma forma, ao manter hábitos não saudáveis, contribui-se negativamente para a saúde da microbiota intestinal e interfere-se de maneira prejudicial no funcionamento de todos os sistemas do corpo.

Nesse sentido, impera a necessidade de focar em condutas benéficas para a saúde do intestino e, consequentemente, de todo o corpo.

Melhorar hábitos alimentares como evitar dietas restritivas, mastigar bem os alimentos, consumir regularmente alimentos probióticos e prebióticos e evitar o consumo de glúten, são algumas mudanças que são boas práticas para começar a melhorar a saúde intestinal. 

Entretanto, é importante lembrar que existem outras condutas que podem influenciar a saúde desse órgão, como: sono desregulado, exercício em excesso, estresse descontrolado e consumo exagerado de álcool são apenas alguns exemplos de hábitos não diretamente relacionados com o intestino, mas que podem prejudicá-lo. 

Além disso, manter um cronograma de consultas com um profissional médico é essencial, para reposição hormonal e avaliação do paciente de maneira integrada.