Declínio hormonal: as consequências da andropausa e menopausa

Declínio hormonal: as consequências da andropausa e menopausa

Ao chegar aos 40 anos, homens e mulheres começam a passar pelo declínio hormonal, trazendo inúmeras consequências para o bem-estar do indivíduo. 

Durante esse período são sentidos diversos sintomas que aos poucos vão minando a qualidade de vida. 

Popularmente conhecidos como andropausa e menopausa, tais declínios podem causar receio e até medo em boa parte da população, devido aos seus sintomas danosos à qualidade de vida. No entanto, é importante saber que este não é o fim da jornada, nem um peso que tem de ser carregado para sempre. 

Determinadas condutas médicas podem não apenas amenizar os sintomas desses processos, como também restaurar a qualidade de vida do indivíduo. 

Continue a leitura e saiba mais. 

Afinal, quais são as consequências do declínio hormonal? 

O declínio hormonal é um processo natural do organismo humano. Muitas vezes ele é associado ao envelhecimento, contudo, é importante sempre lembrar que a relação dá-se ao contrário. 

Os hormônios não sofrem declínio por causa do envelhecimento, mas sim, o envelhecimento ocorre devido ao declínio hormonal.

Isso não significa que uma pessoa que consegue manter o equilíbrio hormonal não irá envelhecer, mas sim, que é possível envelhecer em um ritmo mais suave, controlado e sem experimentar danos graves à saúde. 

No Brasil, entre os 48 e 52 anos, as mulheres presenciam o fim dos seus ciclos menstruais – evento que já definimos como menopausa.

Mesmo sendo um acontecimento fisiológico natural e inevitável, que ocorre devido ao esgotamento dos óvulos, além de ocasionar o fim dos ciclos ovulatórios e a capacidade reprodutiva da mulher, o declínio percorre a vida de uma mulher desde os seus 35 anos.

Isso porque, antes da menopausa ocorrer, surge o climatério, uma fase que inicia por volta dos 35 anos e vai até o entorno de seus 65 anos de vida.

O envelhecimento nos homens, ao contrário do feminino, é acompanhado por um declínio progressivo, mas individualmente variável, da produção de testosterona sérica, em mais de 20% dos homens saudáveis ​​com mais de 60 anos apresentando níveis séricos abaixo da faixa dos homens jovens. 

Nesse contexto, a diminuição da produção de testosterona parece desempenhar um papel em parte de algumas mudanças clínicas em pelo menos alguns homens idosos.

O Declínio Androgênico Masculino, popularmente conhecido como andropausa, é uma síndrome associada à idade avançada e caracteriza-se por sintomas e por níveis de testosterona abaixo dos níveis de referência para um homem adulto saudável.

Conhecendo as consequências da menopausa

Como foi possível compreender até aqui, o declínio gonadal feminino possui vasta sintomatologia e produz diversas mudanças no corpo da mulher.

Dentre os sintomas, o mais conhecido é a interrupção do ciclo menstrual em mulheres com mais de 35 anos, conhecido cientificamente como amenorreia secundária.

Outros sintomas amplamente conhecidos e relacionados ao período são os fogachos e ondas de calor, que duram cerca de três a cinco anos e costumam piorar no ano seguinte à última menstruação.

Além disso, o sintoma acomete mais de 80% das mulheres que enfrentam o climatério, demonstrando indícios do desequilíbrio hormonal causado pelo período.

De acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira para Estudos da Fisiologia Humana (SOBRAF), outros sintomas também estão relacionados ao declínio gonadal feminino e podem ser considerados um biomarcador para o desenvolvimento de doenças crônicas. São eles:

  • Sudorese noturna;
  • Insônia;
  • Fragilidade imunológica;
  • Labilidade emocional;
  • Ressequidão vaginal; 
  • Dispareunia;
  • Declínio cognitivo; 
  • Ressecamento da pele; 
  • Queda de cabelos; 
  • Aumento do peso total; 
  • Aumento do percentual de gordura; 
  • Perda de massa magra; 
  • Perda de massa óssea; 
  • Redução da libido; 
  • Comprometimento da qualidade de vida. 

 

Com a menopausa, o microbioma intestinal sofre alterações, que foram analisadas através de um estudo, publicado pelo The Journal of The North American Menopause Society.

Para os pesquisadores, as alterações geradas pelo declínio hormonal apresentam aumento da adiposidade, diminuição da taxa metabólica e resistência à insulina.

Outro estudo, da Universidade da Califórnia, procurou investigar os possíveis influenciadores para o desenvolvimento de depressão em homens e mulheres.

Segundo os pesquisadores, as evidências apontam que as mulheres possuem um risco quase duas vezes maior de desenvolver depressão do que os homens.

Isso porque, a inflamação pode ter grande relação com essa condição, devido ao declínio hormonal vivenciado em sua vida durante a menopausa.

Conhecendo as consequências da andropausa 

Segundo a literatura científica, o sintoma associado de maneira mais frequente é a baixa libido, podendo ser acompanhada de disfunção erétil, diminuição da massa e da força muscular, aumento da gordura corporal, densidade mineral óssea diminuída e osteoporose, vitalidade diminuída, humor deprimido, fragilidade imunológica, ressecamento da pele, déficit de memória, aversão ao convívio social, queda de cabelos, alterações do sono e, logo, do comprometimento da qualidade de vida.

Essa ação silenciosa e de vasta sintomatologia pode, inclusive, ocasionar o desenvolvimento de outras patologias, como, por exemplo, a obesidade, de acordo com estudos.

Além disso, diversos sintomas estão associados à andropausa e à precarização da qualidade de vida do homem.

Confira os sintomas da andropausa, conforme as Diretrizes da Sociedade Brasileira para Estudos da Fisiologia (SOBRAF):

  • Cansaço, redução da libido e do desempenho sexual, perda da qualidade erétil;
  • Redução da força muscular;
  • Adinamia;
  • Fragilidade imunológica;
  • Ginecomastia;
  • Redução da capacidade física;
  • Ressecamento da pele;
  • Déficit de memória;
  • Aversão ao convívio social;
  • Aumento da circunferência abdominal;
  • Queda de cabelos;
  • Aumento do percentual de gordura corporal;
  • Alterações do sono;
  • Alterações do humor;
  • Perda de massa óssea;
  • Comprometimento da qualidade de vida.

 

Contudo, mesmo que seja uma condição extremamente nociva à saúde, a andropausa e seus sintomas não podem ser evitados por completo, mas sim, prevenidos e aliviados através de práticas benéficas à saúde.

A importância da reposição hormonal 

Considerando o cenário mostrado acima, podemos atestar que é através da Terapia de Reposição Hormonal que pode ser realizado o trabalho de manutenção da saúde do ser humano, objetivando a promoção de uma longevidade mais saudável.

Um estudo recente, realizado no Reino Unido, encontrou evidências de que a terapia de reposição hormonal (TRH) reduz o risco de morte prematura das mulheres. 

A pesquisa foi realizada pela Universidade de East Anglia, através do acompanhamento de 105.199 mulheres saudáveis, ​​com idades entre 46 e 65 anos, com prescrição de TRH, com um acompanhamento médio de 13 anos. Os resultados foram comparados com outras 224.643 mulheres sem o uso de TRH.

Os resultados mostram que o risco geral de morte por todas as causas é reduzido em uma média de 9% em mulheres saudáveis em terapia de reposição hormonal.

De acordo com os pesquisadores, a TRH reposiciona os hormônios perdidos durante o período menopáusico, aliviando os sintomas e consequências gerados pelo declínio.

Outro estudo, realizado por cientistas da Universidade de Bristol, analisou os benefícios da reposição hormonal de cortisol, um importante hormônio essencial para a manutenção da vida, que adapta o corpo peara situações de estresse, regulando o metabolismo e as respostas imunológicas, a pressão arterial e até mesmo os níveis de açúcar no sangue. Entenda mais sobre o Cortisol aqui.

Segundo os resultados, a TRH de cortisol mostrou melhoras significativas na função cognitiva dos pacientes participantes do estudo. As descobertas se tornam importantes para auxiliar pacientes com insuficiência adrenal, uma consequência do declínio do cortisol no organismo humano.

Além disso, baixos níveis de cortisol estão associados à fadiga debilitante, fraqueza muscular, pressão arterial perigosamente baixa e depressão.

A reposição hormonal é uma ferramenta aliada do bem-estar e da qualidade de vida de todos os indivíduos que sofrem com desequilíbrios hormonais. Podendo ser a solução para o sofrimento silencioso que muitos homens e mulheres sofrem ao se depararem com o declínio endogênico. 

A promoção do conhecimento em prol da prevenção e preservação é o objetivo mais nobre da nossa profissão. Saiba mais sobre as iniciativas da SOBRAF clicando aqui